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Primeiro grupo espírita da internet

O estudo dos fenômenos espíritas (La studo de spiritistaj fenomenoj)

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O estudo dos fenômenos espíritas

Os fenômenos estudados pelo Espiritismo são aqueles em que os efeitos demostram claramente intencionalidade e inteligência que não podem ser explicadas pela ação exclusiva dos agentes e forças materiais observáveis.

A característica marcante destes fenômenos é que, através de seus efeitos inteligentes, é possível estabelecer um canal de comunicação com o agente causador.

Os primeiros fenômenos a serem estudados no século XIX foram os que tinham efeitos físicos perceptíveis através de sons e movimentos de objetos.

Foi o período das “mesas girantes”, denominação depreciativa dada na época aos experimentos muito populares, em que grupos de pessoas realizavam “sessões” em torno de mesas, nas quais se manifestavam batidas e movimentos inexplicáveis.

O estudo sério desses fenômenos permitiu distinguir o que era fraude, autoengano ou simplesmente brincadeira, das ocorrências verdadeiras, que passaram a ser analisadas de forma rigorosa.

Nesta fase inicial de estudos se descobriu que:

  • Existiam forças envolvidas no fenômeno de natureza desconhecida da ciência da época. Seguindo a nomenclatura científica da época, se postulou a existência de “fluidos” que representariam estados mais sutis da matéria e que poderiam interagir com a matéria que conhecemos, causando os efeitos registrados; 
  • A origem desses fluídos eram os próprios seres humanos presentes nas experiências. As pessoas com predisposição para a liberação desses fluidos foram denominadas médiuns e, sem a presença delas, os fenômenos não ocorriam;
  • A interação desses fluídos com os corpos materiais era feita sobre o controle de agentes inteligentes, o que dava aos efeitos dos fenômenos as características mencionadas de intencionalidade e inteligência;
  • Estes agentes não conseguiam atuar diretamente sobre os corpos materiais, mas, pela natureza mais sutil dos fluidos, conseguiam atuar sobre eles. Daí a necessidade dos médiuns para a ocorrência dos fenômenos.
  • Era possível estabelecer códigos de comunicação simples com os agentes inteligentes causadores dos fenômenos e estes se identificaram a si mesmos como sendo seres humanos que viveram entre nós e que continuavam a existir após a morte física. Eles se denominaram como “espíritos”;
  • Que entre os espíritos que se comunicavam, da mesma forma que ocorre em qualquer grupo humano, existiam espíritos com diferentes motivações, gostos, conhecimentos e padrões de comportamento;
  • Era possível, através das comunicações com os espíritos, entender as características gerais da situação em que se encontravam, e que passou a ser denominada de mundo ou plano espiritual.

Na fase seguinte de experimentação, foi descoberto que os espíritos podiam agir diretamente sobre os médiuns e que era possível prescindir de efeitos físicos para a comunicação. Com isso se deu início aos estudos espíritas por meio da psicografia (escrita através do médium), da psicofonia (o espírito controla a fala do médium), da vidência (o médium “enxerga” o espírito) e de outras formas de comunicação inteligente por meio de um médium.

Ao longo do século XIX e XX, comunicações obtidas através de inumeráveis médiuns e espíritos, de diversas localidades diferentes, ampliaram significativamente o conhecimento sobre os fenômenos espíritas e o mundo espiritual.

Tornou-se claro que a comunicação mediúnica ocorre por meio da ação do espírito comunicante sobre o espírito do médium, sendo desta forma um fenômeno em que a mente de ambos está envolvida.

A capacidade de comunicação do canal mediúnico é resultado direto da capacidade da mente do médium de receber e reproduzir fielmente o pensamento do espírito comunicante, o que, por sua vez, depende da afinidade entre o ambos. Quanto menos afins, mais difícil se torna a comunicação.

E, da mesma forma que ocorre em qualquer canal de comunicação, o canal mediúnico está sujeito a interferência de ruídos. Uma das fontes de ruídos é o estado mental do médium. Outra fonte de ruídos são as interferências externas, como o estado mental dos observadores.

A explicação para isso é que, conforme constatado pelos pesquisadores espíritas, os pensamentos não são somente construções mentais internas de nossas mentes, mas, mobilizam forças que se irradiam de nós e se propagam pelo ambiente. Outras mentes que estejam no campo de ação dessas forças, são influenciadas por elas e, assim, a mente do médium as recebe também e elas podem atrapalhar a comunicação.

É por este motivo que as experiências e observações dos fenômenos espíritas precisam levar em conta as condições do sistema completo, formado pelo espírito comunicativo, pelo médium e pelos observadores.

Sem a sintonia dos pensamentos e uma atitude responsável de todos os participantes perante as condições de realização do experimento, a comunicação se torna extremamente difícil.

Os fracassos em muitas tentativas célebres de comprovação “cientifica”, a que foram submetidos médiuns no passado, tiveram sua raiz na falta de observação das condições adequadas de experimentação.

Assim, por exemplo, oferecer fama e prêmios financeiros como meios de persuasão para a participação em experimentos mediúnicos, é caminho certo para o desapontamento do pesquisador. A comunicação mediúnica não depende somente do médium, ele não tem controle sobre ela, não tem como garantir que o fenômeno ocorrerá e, assim, as condições propostas normalmente afastam os médiuns sérios. Por outro lado, fama e recompensas financeiras, podem atrair pessoas que não teriam escrúpulos em recorrer as fraudes para suprir a ausência do fenômeno verdadeiro.

A pesquisa espírita não condiz com credulidade ou despreparo. Dentre as obras que tratam da forma de conduzir o estudo dos fenômenos espíritas, uma imprescindível até hoje, é a que foi escrita por Allan Kardec sob o título de “O Livro dos Médiuns”.  Ela apresenta o método empregado por ele na estruturação da ciência espírita.

Não há motivos pelos quais os fenômenos espíritas não possam ser estudados, pelo contrário, este estudo é a base da fé racional na Doutrina Espírita.

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La Studo de Spiritistaj Fenomenoj

La fenomenoj studataj de Spiritismo estas tiuj, en kiuj la efikoj klare montras intencecon kaj inteligentecon, kiuj ne estas klarigeblaj per la ekskluziva agado de observeblaj materiaj agentoj kaj fortoj.

La okulfrapa trajto de ĉi tiuj fenomenoj estas, ke, per iliaj inteligentaj efikoj, eblas establi komunikilon kun la kaŭzanta agento.

La unuaj fenomenoj studitaj en la 19-a jarcento estis tiuj, kiuj havis percepteblajn fizikajn efikojn per sonoj kaj objektomovoj.

Estis la periodo de la "turniĝtabloj", ŝerca nomo donita tiutempe al la tre popularaj eksperimentoj, en kiuj grupoj da homoj okazigis "kunsidojn" ĉirkaŭ tabloj, en kiuj manifestiĝis neklarigeblaj frapoj kaj movoj.

La serioza studo de ĉi tiuj fenomenoj permesis al esploristoj distingi kio estis fraŭdo, memtrompo aŭ simple ŝerco, de veraj okazoj, kiuj komencis esti rigore analizitaj.

En ĉi tiu frua stadio de studoj, esploristoj trovis tion:

  • Ekzistis fortoj implikitaj en la fenomeno de naturo nekonata al scienco tiutempe. Sekvante la sciencan nomenklaturon de la tempo, la ekzisto de "fluidoj" estis postulita kiuj reprezentus pli subtilajn statojn de materio kaj kiuj povus interagi kun la materio kiun ni konas, kaŭzante la registritajn efikojn;
  • La origino de tiuj fluidoj estis la homoj ĉeestantaj en la eksperimentoj. Homoj kun dispozicio liberigi tiujn fluidojn estis nomitaj mediumoj kaj, sen ilia ĉeesto, la fenomenoj ne okazis;
  • La interago de ĉi tiuj fluidoj kun la materio estis farita sub la kontrolo de inteligentaj agentoj, kiuj donis al la efikoj de la fenomenoj la menciitajn trajtojn de intenco kaj inteligenteco;
  • Tiuj ĉi agentoj ne povis agi rekte sur materiajn korpojn, sed pro la pli subtila naturo de fluidoj, ili povis agi sur ili. Tial la bezono de mediumoj por la apero de fenomenoj;
  • Eblis starigi simplajn komunikkodojn kun la inteligentaj agentoj kaŭzantaj la fenomenojn kaj tiuj identigis sin kiel homoj, kiuj vivis inter ni kaj kiuj daŭre ekzistis post la fizika morto. Ili nomis sin "spiritoj";
  • Ke inter la Spiritoj, kiuj komunikis, same kiel okazas en iu homa grupo, estis Spiritoj kun malsamaj instigoj, gustoj, scio kaj ŝablonoj de conduto;
  • Eblis, per komunikado kun la Spiritoj, kompreni la ĝeneralajn trajtojn de la situacio en kiu ili troviĝis, kiu estis nomita la spiritmondo aŭ spiritebeno.

En la sekva etapo de eksperimentado, estis malkovrite ke spiritoj povis agi rekte sur mediumoj kaj ke fizikaj efikoj ne estis esencaj. Per tio, la spiritismaj studoj komenciĝis per psikografio (verkita per la mediumo), psikofonio (la spirito regas la parolon de la mediumo), klarvido (la mediumo "vidas" la spiriton) kaj aliaj formoj de inteligenta komunikado pere de mediumo.

Dum la 19-a kaj 20-a jarcentoj, komunikadoj akiritaj per sennombraj mediumoj kaj spiritoj, el pluraj diversaj lokoj, signife vastigis la scion pri spiritismaj fenomenoj kaj la spirita mondo.

Evidentiĝis, ke mediumisma komunikado okazas per agado de la komunika spirito sur la spirito de la mediumo, estante do fenomeno en kiu la menso de ambaŭ estas implikita.

La komunika kapablo de la mediuma kanalo estas rekta rezulto de la kapablo de la mediumo fidele ricevi kaj reprodukti la pensadon de la komunika spirito, kiu, siavice, dependas de la afineco inter ambaŭ. Ju malpli rilata, des pli malfacila iĝas komunikado.

Kaj, same kiel ĝi okazas en iu komunika kanalo, la mediumisma kanalo estas submetata al brua interfero. Unu el la fontoj de bruo estas la mensa stato de la mediumo. Alia fonto de bruo estas ekstera interfero, kiel la mensa stato de la observantoj.

La klarigo de tio estas, ke, kiel konstatas spiritismaj esploristoj, pensoj ne estas nur internaj mensaj konstruoj de nia menso, sed ili mobilizas fortojn, kiuj elradias el ni kaj propagas tra la medio. Aliaj mensoj kiuj estas en la kampo de agado de tiuj fortoj estas influitaj de ili kaj, tiel, la menso de la mediumo ankaŭ ricevas ilin kaj ili povas malhelpi la komunikadon.

Ĝuste tial la spertoj kaj observoj de spiritismaj fenomenoj bezonas konsideri la kondiĉojn de la kompleta sistemo, formita de la komunika spirito, la mediumo kaj la observantoj.

Sen harmonio de pensoj kaj respondeca sinteno de ĉiuj partoprenantoj pri la kondiĉoj por plenumi la eksperimenton, komunikado fariĝas ege malfacila.

La malsukcesoj en multaj famaj provoj pri "scienca" pruvo, al kiuj mediumoj estis submetitaj en la pasinteco, radikiĝis en la manko de observado de la taŭgaj kondiĉoj por eksperimentado.

Tiel, ekzemple, oferti famon kaj financajn premiojn kiel rimedon de persvado por partopreni mediumajn eksperimentojn estas certa vojo por la seniluziiĝo de la esploristo. Mediumisma komunikado ne dependas nur de la mediumo, li ne regas ĝin, li ne povas garantii, ke la fenomeno okazos kaj, tiel, la proponitaj kondiĉoj kutime tenas seriozajn mediumojn for. Aliflanke, famo kaj financaj rekompencoj povas allogi homojn, kiuj ne havus ĉagrenojn pri fraŭdo por kompensi la foreston de la vera fenomeno.

Spiritisma esploro ne kongruas kun kredemo aŭ manko de preparo. Inter la verkoj, kiuj traktas kiel fari la studon de spiritismaj fenomenoj, esenca ĝis hodiaŭ, estas tiu verkita de Allan Kardec sub la titolo de “La Libro de Mediumoj”. Ŝi prezentas la metodon uzatan de li en strukturado de la Spiritisma Scienco.

Ne estas kaŭzoj, por kiuj la spiritismaj fenomenoj ne povas esti studataj, male, tiu ĉi studo estas la bazo de racia fido al la Spiritisma Doktrino.

 

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Carlos Alberto Iglesia Bernardo

Natural da cidade de São Paulo. Formou-se engenheiro elétrico sendo empresário na área de segurança da informação. Escritor espírita atuou como editor principal do GEAE do final dos anos 90 até 2012. Mantém o Blog espírita L'Avenir: http://lavenir.educacao.ws/