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Primeiro grupo espírita da internet

A matéria obscura do materialismo

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“É de lógica elementar que o crítico conheça, não superficialmente, mas, a fundo, aquilo de que fala, sem o quê, sua opinião não tem valor. Para combater um cálculo é necessário opor-se-lhe outro cálculo, o que exige saber calcular. O crítico não se deve limitar a dizer que tal coisa é boa ou má; é preciso que justifique a opinião por uma demonstração clara e categórica, baseada sobre os princípios da arte ou ciência a que pertence o objeto da crítica. Como poderá fazê-lo, quando não conhecer esses princípios?”(O que é o espiritismo – Allan Kardec)

Ainda nessa obra, Kardec acrescenta o seguinte em relação à crítica:

“...em sua acepção própria e segundo a etimologia, ela significa julgar, apreciar. A crítica pode, pois, ser aprobativa ou desaprobativa. Fazer a crítica de um livro não é necessariamente condená-lo; quem empreende essa tarefa, deve fazê-lo sem ideias preconcebidas; porém, se antes de abrir o livro, já o condena em pensamento, o exame não pode ser imparcial.”

Essas colocações de Kardec ocorreram em seu diálogo com o crítico que pretendia criticar, no sentido de censurar, e não de apreciar, o espiritismo, baseado apenas no acompanhamento de uma ou duas reuniões. Percebe-se, contudo, que o que disse Kardec tem ampla aplicação em todos os setores das atividades humanas.

Kardec foi um grande crítico do materialismo de sua época. Mas precisamos atentar com muito cuidado qual era a compreensão do materialismo à época de Kardec. Como era a Paris de Kardec. Que movimentos sociais, políticos, filosóficos e científicos estavam em curso na França e no mundo daquela época. Sem um mínimo de exame desse contexto, caímos no achismo. Caímos no erro da opinião preconceituosa sobre algo que não temos mais que um mero vislumbre. E tanto faz qual seja essa opinião. Contra ou a favor será sempre uma opinião desqualificada. Será sempre uma opinião que, em lugar de alargar os horizontes da filosofia espírita, acaba promovendo o contrário.

Não sei se estou à altura dos requisitos de conhecimento de causa prescritos por Kardec, sou um simples aprendiz, mas consegui reunir algumas informações que julgo apropriado compartilhar.

A França do século XIX era um dos principais centros da cultura europeia e mundial. Paris era uma espécie de capital do mundo ocidental. Tudo que era importante na cultura, na filosofia, na política, na ciência e na economia tinha como um dos principais polos, senão o principal, Paris. E não era para menos. O iluminismo, uma revolução do pensamento, sobretudo na política, na filosofia e na economia, iniciado na Europa do século XVIII, ganhou grande expressão na França com Diderot, Rousseau e Voltaire, este último, um dos principais inspiradores da revolução francesa de 1789. Esse evento foi um marco na história da humanidade. Pôs fim à monarquia absolutista, depondo e decapitando Luis XVI e instituindo a primeira república francesa. Algo inédito na história. O iluminismo francês teve profunda repercussão no mundo. Inspirou a independência Americana, inclusive, com a França apoiando com tropas a guerra de independência dos Estados Unidos contra a Inglaterra. A inconfidência Mineira, aqui no Brasil, também teve inspiração iluminista. Até a distante Rússia sofreu grande influência francesa. As obras de Dostoiévski e Tolstoi, dois gigantes russos da literatura mundial, têm seus romances fartamente recheados de dizeres e reflexões franceses. Mas a revolução francesa não foi exatamente o fim de uma era. O século XIX que se seguiu foi um período dos mais complexos e tumultuados da história da França e da Europa. Foi um período recheado de revoluções, conflitos, crises, guerras, avanços e retrocessos sociais e políticos. Só para ilustrar houve em 1830 uma nova revolução de importância e impacto similar à do final do século XVIII. Também em 1848 e em 1872 duas outras revoluções com impacto por toda a Europa. Isso tudo permeado por ondas de desemprego e uma epidemia de cólera em 1832. Sem falar na guerra franco prussiana de 1870 que resultou na derrota de Napoleão III, sua queda e a instituição da terceira república francesa. Além da derrota, a França saiu do conflito com enormes prejuízos financeiros e geopolíticos como a unificação da Alemanha, por exemplo. Não podemos esquecer que o século XIX foi também um período de grandes avanços científicos e tecnológicos em quase todas as áreas do conhecimento, sendo marcado principalmente pela segunda revolução industrial na metade do século. Todo esse complexo conjunto de fatores, nos autoriza supor que a escolha da França como berço do espiritismo não foi algo feito às pressas sem qualquer planejamento.

Evidentemente, Kardec não deveria estar imune a todas essas circunstâncias sociais, políticas e econômicas que afetavam a vida de toda a sociedade francesa. É difícil, senão impossível, avaliar o quanto e de que forma, eventos externos tiveram influência sobre Kardec, sobre os médiuns e até sobre as orientações dos espíritos superiores. O que é importante notar é que o espiritismo não é uma filosofia dogmática, engessada em seu contexto histórico. O espiritismo foi estruturado como uma filosofia dinâmica, aberta às novas ideias, sem contudo sacrificar seus princípios fundamentais. Sua origem em uma França tumultuada por revoluções sociais, políticas e filosóficas, quase certo, não foi algo fortuito desconexo da realidade do ser humano. E se o espiritismo não vingou na França pós Kardec, não parece ter sido por conta de conflitos, pois ele nasceu em meio aos conflitos. É importante pesar todos esses fatores se quisermos obter uma compreensão mais ampla da filosofia espírita e vivenciar uma experiência de fé raciocinada mais profunda e significativa.

Não podemos deixar de levar em conta duas importantes correntes filosóficas surgidas no século XIX na Europa. A saber, o positivismo de Auguste Comte, na França, na primeira metade do século, e o Darwinismo, na Inglaterra, na segunda metade do século. Essas duas correntes de pensamento representaram a consolidação de um processo que havia se iniciado no século passado com o iluminismo. A ciência natural tornou-se mais natural e menos filosófica. Teologia e ciências foram substancialmente separadas. A argumentação que Deus podia ser deduzido da natureza, era agora uma questão para os teólogos apenas. A linguagem da física passou a restringir-se às medidas e à matemática. A ciência passou a descrever o mundo e a natureza em seus próprios termos e não mais com referência aos propósitos de um Criador. Isso ensejou o surgimento de uma visão materialista, um tanto quanto radical e dogmática, do mundo.

Para Comte, o positivismo era uma doutrina filosófica e política com aplicações e implicações sociais. Em linhas gerais, ele propunha valores completamente humanos para a existência humana. Comte refutava radicalmente a teologia e a metafísica, defendendo a ideia de que o conhecimento científico, baseado exclusivamente na observação, era a única forma de conhecimento verdadeiro. Se hoje achamos complicada a situação do Brasil e do mundo, a época de Comte e, portanto, de Kardec, era um verdadeiro caos. Comte perseguia o objetivo de compreender as leis que regiam as relações dentro da sociedade de sua época. Uma sociedade complexa, filha de revoluções, conflitos, avanços e retrocessos políticos e econômicos. Ele pretendia obter a compreensão e trazer alguma ordem e estrutura para a sociedade a partir das leis da natureza. É considerado o pai da sociologia. Na verdade ele deu o nome de física social a essa nova ciência, tal era sua convicção na capacidade das ciências naturais explicarem e possibilitarem o planejamento da sociedade. O lema de Comte era “O amor por princípio, a ordem por base e o progresso por fim”.

Vale notar que Marx, que também tinha como ideal o progresso da sociedade humana, entendia que isso só seria possível por meio de uma revolução armada do proletário contra os burgueses. Comte, entedia que o progresso deveria vir por meio de uma reforma social tendo por base a ordem. Percebemos aqui uma analogia com Kardec, que também ansiava pelo progresso da humanidade, mas a partir da compreensão que a vida humana não se restringe ao mundo material. Ao contrário de Marx e Comte, Kardec propunha a compreensão da sociedade humana em dois planos, o material e o espiritual.

O positivismo teve grande influência no mundo. Teve inclusive impacto maior no Brasil que na própria França. A nossa Proclamação da República com um golpe militar derrubando o império é fruto de ideias positivistas no exército. O lema “Ordem e Progresso” de nossa bandeira é um lema positivista.

Apesar da completa refutação dos valores teológicos, Comte não era contra a religião. Ele inclusive percebeu a importância dos princípios religiosos para o progresso da sociedade, mas entendia que esses princípios deveriam apoiar-se na ciência, nas leis observáveis da natureza e não em conceitos transcendentais. Por isso Comte propôs a religião da humanidade. Existe hoje no Brasil o templo positivista do Rio de Janeiro (http://templodahumanidade.org.br/) e outro no Rio Grande do Sul (https://templopositivista.org.br/), marcas da influência positivista em nossa cultura.

De outro lado, na Inglaterra, Charles Darwin publicava em 1859 a “A Origem das Espécies” que veio a causar profundo impacto ético e religioso na sociedade. Vale notar que o zoólogo Alfred Russel Wallace, espírita, havia chegado a conclusões muito próximas de Darwin que foi alertado a apressar a publicação de seu livro antes que Wallace anunciasse seus estudos.

Todos esses acontecimentos marcaram profundamente a maneira como o ser humano passava a compreender a vida, a sociedade e a natureza. Como consequência surgiram em vários meios acadêmicos, visões materialistas carregadas de radicalismo. Eram correntes que não aceitavam outras perspectivas e visões de mundo. Queriam impor a todo custo sua verdade como verdade única, depreciando e combatendo qualquer coisa que não estivesse alinhada com sua visão. Era esse grupo de materialistas dogmáticos que Kardec precisou enfrentar e combater. Kardec não era contra a visão positiva ou materialista da ciência. Não era isso que incomodava Kardec. Kardec via nesse aspecto apenas uma atitude racional. Era o dogmatismo materialista que Kardec precisou combater.

Vale a pena uma leitura bastante atenta das palavras de Kardec em seu artigo na Revista Espírita de agosto de 1868. Não vamos replicar esse texto na íntegra, mas alguns trechos merecem destaque. Os grifos são meus.

“O Materialismo e o Direito:- Exibindo-se como não o tinha feito em nenhuma outra época e se apresentando como supremo regulador dos destinos morais da Humanidade, o materialismo teve por efeito apavorar as massas pelas consequências inevitáveis de suas doutrinas para a ordem social. Por isto mesmo provocou, em favor das ideias espiritualistas, uma enérgica reação, que deve provar-lhe que está longe de ter simpatias tão gerais quanto supõe, e que se ilude singularmente se espera um dia impor suas leis ao mundo...”

“...Seguramente as crenças espiritualistas dos tempos passados são insuficientes para este século; elas não estão no nível intelectual de nossa geração; sobre muitos pontos estão em contradição com os dados positivos da Ciência; deixam no espírito um vazio incompatível com a necessidade do positivo, que domina na sociedade moderna; além disso, cometem o erro imenso de se imporem pela fé cega e de proscreverem o livre-exame…”

“...Mas em vez de apresentar algo de melhor que o velho espiritualismo clássico, o materialismo preferiu tudo suprimir, o que o dispensava de procurar, e parecia mais cômodo àqueles a quem importuna a ideia de Deus e do futuro…”

“...O que é de admirar é encontrar na maioria dos materialistas da escola moderna esse espírito de intolerância levado aos últimos limites, logo eles que reivindicam sem cessar o direito de liberdade de consciência. Seus próprios correligionários políticos acham-se sem graça diante deles, assim que fazem profissão de espiritualismo, como o Sr. Jules Favre, a propósito de seu discurso na Academia (Fígaro de 8 de maio de 1868), e como o Sr. Camille Flammarion, afrontosamente ridicularizado e denegrido, num outro jornal, cujo nome esquecemos, porque ousou provar Deus pela Ciência. Segundo o autor dessa diatribe, não se pode ser sábio senão com a condição de não crer em Deus...;”

“...Ninguém contesta a esse partido o direito de ter a sua opinião, de discutir as opiniões contrárias, mas o que não se lhe poderia conceder é a pretensão, no mínimo singular para homens que se apresentam como apóstolos da liberdade, de impedir que os outros creiam à sua maneira e de discutir as doutrinas que não partilham...”

Segue-se na sequência dos trechos introdutórios acima, uma réplica do artigo publicado pelo jornal Droit que vale a pena ler. Não caberia replicá-lo aqui, mas o artigo é riquíssimo e esclarecedor.

Fica claro nas colocações acima, que a oposição de Kardec era contra os materialistas dogmáticos que queriam impor pela força, pela fé cega, os seus princípios. Kardec não combatia o materialismo científico. Ao contrário, Kardec respeitava a ciência e adotava sua metodologia para suas pesquisas.

O dogmatismo materialista da época chegou ao ponto de combater o próprio positivismo de Comte. Julgavam que Comte não era suficientemente materialista. A réplica abaixo da Revista Espírita de outubro de 1868 ilustra bem esse ponto. Também aqui replico apenas alguns trechos mais importantes.

“Profissão de Fé Materialista (o texto abaixo é de A. Regnard, antigo interno dos hospitais):- A filosofia de A. Comte teve a sua utilidade e a sua glória no tempo em que o ‘cousinismo*’ reinava como senhor. Hoje que a bandeira do materialismo foi erguida na Alemanha por nomes ilustres, na França por gente moça, em cujo meio tenho orgulho e pretensão de me contar, é bom que o positivismo se recolha ao modesto papel que lhe convém. É bom, sobretudo, que não afete por mais tempo, a respeito do materialismo, seu mestre e seu antepassado, um desdém ou reticências que são, no mínimo, inoportunas...”
* Filosofia espiritualista devida a Victor Cousin

Agora sim, temos os comentários de Kardec sobre o texto acima.

“Como se vê, o materialismo também tem o seu fanatismo. Há alguns anos apenas, ele não teria ousado exibir-se tão audaciosamente; hoje traz abertamente o desafio ao espiritualismo, e o positivismo já não é, aos seus olhos, suficientemente radical.”

“Tem suas manifestações públicas, e é ensinado publicamente à juventude; tem a mais o que censura nos outros: a intolerância, que vai até a intimidação. Imagine-se o estado social de um povo imbuído de semelhantes doutrinas!”

“Esses excessos, no entanto, têm a sua utilidade, a sua razão de ser; amedrontam a sociedade, e o bem sempre sai do mal. É preciso o excesso do mal para fazer sentir a necessidade do melhor, sem o que o homem não sairia de sua inércia; ficaria impassível diante de um mal que se perpetuaria em favor de sua pouca importância, ao passo que um grande mal desperta sua atenção e lhe faz buscar os meios de o remediar. Sem os grandes desastres ocorridos no início das estradas de ferro, e que apavoravam, já que os pequenos acidentes isolados passavam quase despercebidos, ter-se-iam desprezado as medidas de segurança. No moral é como no físico: quanto mais excessivos os abusos, mais próximo está o termo.”

“A causa primordial do desenvolvimento da incredulidade está, como temos dito muitas vezes, na insuficiência das crenças religiosas, em geral, para satisfazer a razão, e no seu princípio de imobilidade, que lhes interdita toda concessão sobre os seus dogmas, mesmo diante da evidência. Se, em lugar de ficarem na retaguarda, elas tivessem seguido o movimento progressivo do espírito humano, mantendo-se sempre no nível da Ciência, por certo difeririam um pouco do que eram no princípio, como um adulto difere da criança de berço, mas a fé, em vez de se extinguir, teria crescido com a razão, porque é uma necessidade para a Humanidade, e elas não teriam aberto a porta à incredulidade que vem sapar o que delas resta; recolhem o que semearam.”

O materialismo é uma consequência da época de transição em que estamos; não é um progresso, longe disso, mas um instrumento de progresso. Desaparecerá, provando a sua insuficiência para a manutenção da ordem social e para a satisfação dos espíritos sérios, que procuram o porquê de cada coisa; para isto era necessário que o vissem em ação. A Humanidade, que precisa crer no futuro, jamais se contentará com o vazio que ele deixa atrás de si, e procurará algo de melhor para o compensar.”

Aqui também fica claro que não é a premissa materialista da ciência que deve ser combatida. Essa premissa, é uma ferramenta de trabalho compreendida e respeitada por Kardec. Hoje, o radicalismo materialista praticado no século XIX não se extinguiu completamente, mas já está bem mais contido. Hoje já temos diversos setores acadêmicos dedicando-se a pesquisas em temas relacionando espiritualidade com saúde (https://www.ufjf.br/nupes/), e temas relacionados às experiência de quase morte (https://med.virginia.edu/perceptual-studies/our-research/near-death-experiences-ndes/). Essa temática ainda divide os neurocientistas, mas são cada vez maiores os indicativos de que a consciência (espírito) não necessita do cérebro para existir.

Não poderíamos encerrar nossas considerações sem apontarmos uma certa contradição existente no movimento espírita. Contradição essa, possivelmente inconsciente, mas que precisa ser examinada. O materialismo continua sendo combatido e acusado como o grande vilão do progresso moral e espiritual do ser humano. Continua sendo apontado como a causa de todos os males existentes na sociedade humana. Continua sendo acusado de causa direta do egoísmo, do orgulho, do individualismo e da ambição desmedida do ser humano.

Trata-se de estratégia completamente equivocada. É inegável que o materialismo científico ou filosófico serve muito bem como desculpa a essa conduta nefasta do ser humano, assim como o cristianismo da idade média serviu muito bem como desculpa para as fogueiras da inquisição. Nós espíritas precisamos estudar e ponderar com muito cuidado o que é causa e o que é efeito no que se refere à conduta humana. Precisamos fazer a leitura correta da história.

Ao que tudo indica o materialismo, historicamente, foi associado ao Marxismo que também era ateísta e seguidor de Epicuro, erroneamente vinculado ao hedonismo, isto é, o culto dos prazeres. Isso reflete a leitura preconceituosa da história feita por muitos espíritas e, não apenas isto, resulta numa inversão de valores. Combate-se o socialismo por ser materialista e defende-se o capitalismo pelo seu caráter liberal, deixando de considerar que o capitalismo liberal é o maior estimulante que existe para o egoismo, o individualismo, a ambição, as mazelas sociais e a degradação da natureza. Estes sim os grandes vilões do progresso humano.

Que fique claro que não há aqui defesa de nenhuma ideologia de esquerda nem de direita. Esse assunto já foi abordado em artigo anterior (https://geae.net.br/publicacoes/artigos-gerais/1225-as-utopias-nao-morrem). Nem socialismo, nem capitalismo são a solução para os problemas da humanidade. Somente a conscientização efetiva de que somos todos irmãos e dependentes uns dos outros é que nos levará ao futuro. Socialismo imposto resultará, como já ocorreu, em fracasso. O capitalismo liberal selvagem, aparente mola de progresso, nos cobrará alto preço para que, finalmente, despertemos nossa consciência de que o progresso da sociedade requer a fraternidade e a liberdade responsável dentro de um ambiente de cooperação e não de competição selvagem. Kardec parece ter previsto isso. Veja seus comentários acima, relativos aos excessos materialistas combatendo até o positivismo de Comte. A frase de Kardec cai como luva para nossa realidade atual – “O materialismo (leia-se capitalismo) é uma consequência da época de transição em que estamos; não é um progresso, longe disso, mas um instrumento de progresso

Espíritas! Fé raciocinada! Bom senso e bons estudos!
Nossa luta não é contra o materialismo. Mas sim contra o deus Mercantilista.

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Cesar Boschetti

Graduado em Física pela Universidade de São Paulo (1978), com mestrado e doutorado na área de tecnologia de materiais semicondutores. Atuou como pesquisador, tecnologista e coordenador de setor de P&D englobando materiais especiais, física de plasmas, computação aplicada e combustão do INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais de 1979 a 2019 quando se aposentou. É escritor espírita e atualmente Editor-Consulente do GeaE.