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A Gênese Segundo o Espiritismo (Resumo)

A Gênese Segundo o Espiritismo (Resumo) - Capítulos 07 e 08 - Esboço Geológico da Terra e Teorias sobre a Formação da Terra

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CAPITULO VII

ESBOÇO GEOLÓGICO DA TERRA

Períodos Geológicos

    A perfuração de poços, minas e pedreiras, facultou a observação dos terrenos estratificados, o que permitiu à Geologia estudar a origem do globo terrestre como também dos seres que o habitam.

    As camadas, variando de cms. até mais de cem metros, são geralmente homogêneas e horizontais, distinguindo-se claramente umas das outras; formaram-se por depósitos sucessivos até chegar à última camada de terra vegetal, derivada de detritos orgânicos. As camadas inferiores denominam-se rochas, formadas de areia, argila, marna, seixos rolados, ou grés, mármores, crés, calcáreos, carvões de pedra, asfaltos, etc. A forma e consistência das camadas revelam sua formação pela ação do fogo ou da água.  As camadas formadas por depósitos aquosos e que se encontram inclinadas ou verticais foram deslocadas, após a solidificação, por convulsões do solo.

    A ocorrência de despojos fósseis de animais e vegetais dentro das camadas inferiores situam sua existência naquela época. Tais fósseis resultaram petrificados, sem alteração da forma (penetrados por matérias silicosas ou calcáreas); outros foram envolvidos por matérias em estado flácido, mantendo-se intactos, dentro das mais duras pedras; outros finalmente deixaram somente marcas como a forma de um pé com dedos e unhas, permitindo identificar o animal que as deixou. O estudo das camadas e dos fósseis permitiu estabelecer-se os períodos geológicos principais: primário, de transição, secundário, terciário, diluviano, pós-diluviano ou atual.

Estado primitivo do globo

    O achatamento dos polos indica que o estado primitivo da Terra era de fluidez ou flacidez por ação do calor. A cada 30 metros de profundidade a temperatura aumenta de um grau, alcançando temperaturas em que toda a matéria conhecida se funde. A espessura da crosta terrestre é comparável à da casca de uma laranja, levando a concluir-se que no princípio a Terra era uma massa fluida incandescente, que esfriou pouco a pouco da superfície para dentro, conservando-se a matéria interior em estado de fusão. Durante o resfriamento a matéria sofreu transformações, combinações várias, resultando a formação de uma atmosfera densa, opaca, formada pela volatilização de metais como enxofre e carbono o que não permitia a passagem dos raios solares.

Período primário

    Com o progressivo resfriamento, houve solidificação da parte exterior da massa em fusão, formando uma crosta uniforme e compacta constituída de granito, pedra extremamente dura formada por feldspato, quartzo e mica. Ocorreram numerosas fendas pelas quais a matéria efervescente extravasava.

    Continuando o resfriamento, ocorreu liquefação de vapor de metais em suspensão, causando chuvas e lagos de enxofre e betume (ferro, cobre, chumbo e outros metais fundidos), que, infiltrando-se pelas fissuras, deram origem aos veios e filões metálicos. Várias misturas produziram os terrenos primitivos sobre a rocha granítica, porém sem estratificação regular. Em seguida as águas, em ciclos de vaporização e chuvas, acabaram por depositar-se no solo. Permaneciam os elementos confundidos, desestabilizados, impossibilitando o surgimento de qualquer forma de vida vegetal ou animal. Tal período poderia ter levado cerca de um milhão de anos.

Período de transição

    Dada a pequena espessura da crosta granítica, ocorriam intumescências, por onde extravasava a lava interior. A superfície do globo era quase que totalmente coberta por águas pouco profundas. A atmosfera, embora mantendo temperaturas ardentes, foi sendo progressivamente liberta dos gases pesados, sendo o último deles o ácido carbônico, por ação das chuvas copiosas e quentes, permitindo a passagem dos primeiros raios de Sol.

    Após formarem-se os terrenos de sedimento, surgiram os primeiros seres vivos do reino vegetal e animal. Primeiro surgiram os vegetais criptógamos, acotiledôneos, monocotiledôneos (liquens, cogumelos, musgos, fetos e plantas herbáceas). Quanto a árvores, somente as do gênero palmeira, cuja haste é semelhante às das ervas. Surgiram então os primeiros animais marinhos (polipeiros, raiados, zoófitos) de organização rudimentar, seguindo-se-lhes os crustáceos e peixes de espécies atualmente extintas.

    Predominando ainda na atmosfera o ácido carbônico, favoreceu a formação de vasta vegetação de plantas gigantescas, que em razão do deslocamento das águas, vieram a ser cobertas por sedimentos terrosos, num ciclo de aniquilamento e renascimento, formando, através dos séculos, camadas de grande espessura. Pela ação dos gases, ácidos, sais, houve a fermentação daqueles vegetais soterrados, convertendo-se em hulha ou carvão de pedra, que é encontrado em quase todas as regiões do globo. Nesse período, em que a temperatura da Terra era uniforme, pois o fogo central produzia calor muito superior ao dos raios solares os quais eram enfraquecidos pela pesada atmosfera, ainda não havia gelo na Terra.

Período secundário

    Ao final do período de transição, desapareceram os vegetais e animais, devido a ocorrências de grandes subversões e erupções do solo, ou ainda por modificações na atmosfera. O período secundário é caracterizado por numerosas camadas minerais formadas no seio das águas, marcando diferentes épocas bem diferenciadas. Modificações na atmosfera produziram vegetais menores que no período anterior, surgindo as plantas de caule lenhoso e as árvores.

    Quanto aos animais, continuavam aquáticos passando a anfíbios, desenvolvendo-se no seio dos mares animais de conchas, peixes com organização mais aperfeiçoada, os cetáceos. Surgiram os répteis marinhos monstruosos como: ictiossauros, plessiossauros, teleossauros(anfíbios), megalossauros, iguanodontes (terrestres), pterodáctilos.

    O grande número de camadas atesta a longevidade desse período, onde se desenvolveu consideravelmente a vida animal, pelas melhores condições da atmosfera, permitindo que alguns vivessem na terra. Encerrado esse período, desapareceram os grandes répteis aquáticos.

Período terciário

    Iniciou-se esse período com uma destruição quase total dos seres vivos. Durante esta fase, devido à maior espessura da crosta terrestre, a pressão interior ocasionou erupções sucessivas em todos os pontos do globo, formando os picos e cadeias de montanhas, planaltos e planícies, acomodando-se as águas nos locais mais baixos, donde surgiram os continentes e cumes de montanhas formando ilhas. As camadas de calcário encontradas no topo de montanhas comprovam a teoria acima, pois em nenhuma época seria possível ao mar atingir tais altitudes.

    Por ocasião desses levantamentos e erupções ocorreram também rasgaduras do solo expondo o granito que se encontra na sua periferia em certas regiões. Surgiram também os vulcões que representam válvulas de segurança equilibrando a pressão interior.

    Tais levantamentos e abaixamentos do solo resultaram em constantes deslocamentos das águas formando camadas irregulares  através da superfície do globo, ao contrário do que se observa nos períodos anteriores, onde as camadas são regulares.

    Desde que se acalmaram as revoluções iniciais, melhorando as condições ambientais, reapareceram os vegetais e animais com organização mais apropriada a uma atmosfera mais purificada. Os vegetais atingiram desenvolvimento estrutural quase ao nível dos atuais.

    Enquanto que nos dois períodos anteriores as águas cobriam quase que a totalidade do globo, favorecendo a existência de animais aquáticos e anfíbios, no terciário vários continentes se formaram, aparecendo os animais terrestres. No período de transição havia vegetação colossal, no secundário répteis monstruosos, no terciário surgiram os gigantescos mamíferos, tais como, elefantes, rinocerontes, hipopótamos, paleotérios, dinotérios, mastodontes, mamutes, etc. São desse período os pássaros e a maioria dos animais atuais.

    Algumas dessas espécies sobreviveram aos cataclismos posteriores. Outras, compostas de animais antediluvianos, desapareceram ou foram substituídas por espécies menos pesadas e menos maciças.

Período diluviano

    Caracterizou-se pela ocorrência de dilúvio universal, onde uma imensidade de espécies foram destruídas, as águas invadindo continentes e arrastando terras e rochedos, derrubando florestas seculares, formando depósitos denominados terrenos diluvianos. Deslocaram rochedos de granito das montanhas por centenas de Kms., fazendo surgir nas planícies os blocos erráticos, surgindo também os aerólitos. Ocorreu nessa época o súbito congelamento dos polos, atestado pela descoberta de elefantes e mamutes congelados; caso o fenômeno tivesse sido gradual, tais animais teriam tido tempo de se retirarem para regiões mais quentes.

    Supõe-se que tal cataclismo foi causado por uma brusca mudança de inclinação do eixo da Terra, fazendo com que as águas se projetassem sobre as terras; alguns animais, tentando escapar da fúria das águas, ocuparam cavernas e fendas em lugares altos, onde sucumbiram entredevorando-se ou afogados, ocasionando grandes quantidades de ossadas chamadas brechas ou cavernas ossosas.

Período pós-diluviano ou atual - Nascimento do homem.

    Após restabelecido o equilíbrio - com a superfície mais estável, o ar mais puro, o Sol espargindo um calor mais vivificador - ressurgiu a vida vegetal proporcionando alimentação mais suculenta aos animais, menos ferozes e mais sociáveis, de órgãos mais delicados. "Apareceu então o homem, último ser da criação, aquele cuja inteligência concorreria, dali em diante, para o progresso geral, progredindo ele próprio".

    Não foram encontrados vestígios humanos nas camadas dos períodos primário e secundário, tanto que naqueles períodos não havia para o homem condições de vitalidade. Também não se encontrou seus vestígios no período antediluviano, pelo que se considera como característico da presença do homem o período pós-diluviano.


CAPITULO VIII

TEORIAS SOBRE A FORMAÇÃO DA TERRA

Teoria da projeção

    Teoria de Buffon: Um cometa teria se chocado com o Sol, causando a projeção de fragmentos incandescentes no espaço, originando assim os planetas, que mantiveram o movimento no sentido do choque primitivo, no plano da eclíptica. Com o resfriamento contínuo a Terra acabaria por congelar-se totalmente dentro de 93.000 anos.

    Com a descoberta de que os cometas são formados de matéria gasosa, sendo inviável que seu choque pudesse causar deslocamento de matéria solar, foi abandonada a teoria de Buffon, tanto mais que seu cálculo de tempo para congelamento da Terra não levou em consideração a ação dos raios solares, somente o calor central. "Para que a Terra se tornasse inabitável pelo resfriamento, fora necessária a extinção do Sol". Por outro lado, aceita-se atualmente que o Sol, em vez de massa incandescente, seja formado por matéria sólida cercada por uma fotosfera.

Teoria da condensação

    É a que prevalece na Ciência: a Terra seria originária da condensação da matéria cósmica, inicialmente incandescente, formando após uma crosta sólida pelo resfriamento. Tal teoria coincide com a exposta no Capítulo VI: Uranografia geral.

Teoria da incrustação

    Segundo essa teoria, de Miguel de Figagnères, com poucos adeptos, a Terra teria uma alma que provocara a junção de quatro astros que com isto concordaram, visto terem livre-arbítrio, mediante soldadura, mantendo-se, durante a operação, todos os seres que os habitavam em estado cataléptico.  Tal Teoria contradiz os dados da ciência experimental, não havendo quaisquer vestígios das soldaduras, como também de geologias particulares aos astros componentes da nova Terra. Além do mais não explica a origem dos planetas incrustados.

Alma da Terra

    A idéia de que a Terra teria uma alma inteligente não pode prosperar, pois, não tendo nosso globo sequer a vitalidade de uma planta, não poderia abrigar um espírito superior.

    Por alma da terra pode-se racionalmente designar o "Espírito a quem está confiada a alta direção dos destinos morais e do progresso de seus habitantes, missão que somente pode ser atribuída a um ser eminentemente superior em saber e em sabedoria".


 

   Fonte: BOLETIM GEAE | ANO 10 | NÚMERO 430 | FEVEREIRO DE 2002

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