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Primeiro grupo espírita da internet

GASPAR, Y.E. Ser voluntário, ser realizado - investigação fenomenológica numa instituição espírita (UFMG)

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS – FAFICH
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
 

Yuri Elias Gaspar

SER VOLUNTÁRIO, SER REALIZADO: INVESTIGAÇÃO FENOMENOLÓGICA NUMA INSTITUIÇÃO ESPÍRITA

 

Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Psicologia da
Faculdade de Filosofia e Ciências
Humanas da Universidade Federal de
Minas Gerais, como requisito parcial para
a obtenção do título de Mestre em
Psicologia.

Orientador: Prof. Dr. Miguel Mahfoud.
Linha de Pesquisa: Cultura, Modernidade e Subjetividade.
Área: Psicologia Social.

Belo Horizonte
2010

RESUMO

 

Gaspar, Y. E. (2010) Ser voluntário, ser realizado: investigação fenomenológica numa instituição espírita. Dissertação de Mestrado, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.

O voluntariado ganha espaço no cenário nacional, gerando aumento de investimentos, estudos acadêmicos e dando visibilidade a movimentos culturais que há muito o propõem. Neste trabalho, objetivamos investigar como se configura o relacionamento entre a experiência de voluntariado enquanto potencialmente realizadora da pessoa e o contexto sociocultural de uma instituição espírita, tal como vivido e revelado pelos sujeitos da experiência. De modo a apreender o dinamismo característico da experiência de voluntariado preservando sua complexidade e unidade, adotamos a Fenomenologia (Husserl e Stein) como proposta teórico-metodológica. Partimos da definição de conceitos nucleares da abordagem fenomenológica (epoché, atitude fenomenológica e análise das vivências) com vistas a fundamentar a noção de pessoa, base para compreensão do relacionamento do sujeito com a realidade. Abordamos a constituição da pessoa em ação (definindo motivação e realização), o modo como ela apreende o mundo físico (percepção e apercepção) e se relaciona com o mundo humano (empatia, comunidade, mundo-da-vida e cultura). Problematizamos a orientação cultural do homem na contemporaneidade e discorremos sobre as possibilidades de articulação entre a dinâmica da realização humana e a experiência religiosa. Para a coleta de dados, recorremos a observação participante de cunho etnográfico e a entrevistas semi-estruturadas. Selecionamos quatro entrevistas para análise fenomenológica, seguindo o critério de escolha intencional de sujeitos reconhecidos na instituição como referência quanto ao modo ideal de trabalhar voluntariamente. Na análise do modo como os sujeitos elaboram sua ação voluntária, emergem elementos essenciais da experiência de voluntariado nesse contexto sociocultural. Destacamos a consideração da ação voluntária como compromisso e doação de si ao outro; a centralidade do juízo dado sobre a realização de si vivenciada nessa experiência; a abertura à contemplação e à transformação pessoal a partir dos sentidos colhidos ao agir; a importância dos relacionamentos e a potencialidade de constituição de vínculos comunitários; a consciência de participar de uma obra maior; a fé quanto à existência de presenças transcendentes que intervêm na realidade de modo providencial, sustentando e mobilizando a ação voluntária. Articulando esses resultados à análise do que é proposto aos voluntários pela instituição, colhemos a vitalidade do processo de mútua constituição entre pessoa e contexto sociocultural e compreendemos como a realização de si, elemento estruturante da experiência de voluntariado, dinamiza esse processo de mútua constituição. Tal compreensão, aliada às provocações advindas do contato com os sujeitos, fundamenta nossa conclusão quanto à importância de investigar o voluntariado ressaltando a força da experiência, capaz de romper concepções fechadas e de abrir horizontes que explicitam os vários sentidos implicados no gesto de se doar voluntariamente.

Palavras-chave: Fenomenologia; Voluntariado; Pessoa e Cultura; Realização.

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