Boletim GEAE

Grupo de Estudos Avançados Espíritas

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Fundado em 15 de outubro de 1992
Boletim Quinzenal de Distribuição Eletrônica

"Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade", Allan Kardec

Ano 12 - Número 467 - 2003            16 de dezembro de 2003


Editorial

De novo no Natal

Artigos

Livre Arbítrio e Presciência Divina, Espírito Familiar, Revista Espírita
O Espiritismo no Brasil, Sérgio B. Gregório, Brasil

O Espiritismo e a Universidade, Dora Incontri, Brasil


História & Pesquisa

Mensagens de Além-Túmulo

Questões e Comentários

A Doutrina Espírita e as Ciências Ordinárias, Álvaro Chrispino
O Aborto e a Posição do Espiritismo, Ronaldo Brito, Brasil

Painel

Jornal de Espiritismo da ADEP – Associação de Divulgadores de Espiritismo de Portugal
SOS ABRADE, Gezsler Carlos West, Brasil



Editorial

   

De novo no Natal

Caros Amigos,

Eis que estamos novamente na época do Natal. Mais um ano se passou, deixando em todos a impressão de sua brevidade. Bons e maus momentos, grandes e pequenas emoções, agora registrados na memória e importantes apenas pelas transformações íntimas que trouxeram e pelas sequências de ações que inciaram, ações que continuarão frutificando no futuro e gerando nosso maior ou menor bem-estar.

Frente a transitoriedade deste mundo em que vivemos - que agora é mais visivel devido ao momento de transformação pelo qual a humanidade passa - ganha importância aproveitarmos estas datas simbólicas de nosso calendário para pensarmos em quais valores nos apegamos, o que fazemos deles e quais suas consequências sobre nossas vidas.

Se nossos valores estiverem centrados no mundo material, na busca da riqueza, do poder, das satisfações dos sentidos, provavelmente estaremos cada vez mais atemorizados com a passagem do tempo. Tudo isto passará, de forma cada vez mais rápida, rumo ao momento em que inevitavelmente seremos chamados a mudar de domicílio. Para lá do corpo físico, diante da vida espiritual que se estende infinitamente, nenhum destes valores tem qualquer peso. Naturalmente deixaremos para a posteridade terrena as conquistas que tivermos feito, que as usufruírão de acordo com seus méritos perante a justiça divina, mas isto bem pouco significará onde estivermos.

Porém se nossos valores estiverem alicerçados no mundo espiritual, seja qual for a corrente religiosa a que nos filiemos, com certeza cada ano que se encerra acumula serenidade e esperança no futuro. A sementeira de boas obras de que nos cercarmos será, sem sombra de duvidas, a garantia de passagem tranquila para novas moradas da casa do Pai Eterno e lição edificante para todos os que nos continuarem os rumos terrenos.

Já se vão mais de 2000 anos que o menino rei nasceu entre nós. 2000 anos em que a humanidade muito mudou sobre influência de suas lições sábias. 2000 anos em que nascemos e renascemos ouvindo os ecos das lições iniciadas na manjedoura em Belém. 2000 anos em que saímos da bárbarie e da crueldade para a sociedade relativamente civilizada em que nos encontramos. 2000 anos em que passamos da adoração aos deuses feitos a imagem do homem para o conhecimento da Causa Primeira de todas as coisas, que criou o espírito humano a sua semelhança. 2000 anos ...

Tanto tempo e ao mesmo tempo tão pouco tempo. Tanto tempo em que estivemos buscando a felicidade onde ela não se encontra e ao mesmo tempo tão pouco tempo frente a felicidade sem fim que desfrutaremos assim que nos adequarmos a vontade do Pai, que apenas nos pede que tenhamos como valor maior de nossas vidas o "amar ao próximo como a nós mesmos".

Estamos de novo no Natal e de novo a mensagem de Jesus soa mais alto em todos os corações, de novo olhamos para trás e vemos o quão distantes estamos de seguir esta mensagem em toda a sua plenitude, será que de novo deixaremos passar mais uma oportunidade ? 

Glória a Deus nas alturas,
    Paz na Terra,
        Boa-Vontade para com os homens.


Em nome dos editores do Boletim e dos amigos espirituais que nos acompanham,
    Um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo

Carlos Iglesia
editor@geae.inf.br

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Artigos

Livre Arbítrio e Presciência Divina, Espírito Familiar, Revista Espírita

Revista Espirita, Thionville, 5 de Janeiro de 1863. In Dissertações Espíritas (dissertações recebidas ou lidas por vários médiuns na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas), páginas 318-319, Medium: Dr. R…, - Nota: Esta comunicação foi recebida na sessão geral presidida pelo Sr. Allan Kardec. - Editora Cultura Espírita EDICEL, trad. Julio Abreu Filho.
Há uma grande lei que domina tudo no universo: a lei do progresso. É em virtude dessa lei que o homem, criatura essencialmente imperfeita, deve, como tudo quanto existe em nosso globo, percorrer tôdas as fases que o separam da perfeição. Sem dúvida Deus sabe quanto tempo cada um levará para chegar ao fim; como, porém, todo progresso deve resultar de um esfôrço tentado para o realizar, não haveria nenhum mérito se o home não tivesse a liberdade de tomar êste ou aquêle caminho. Com efeito, o verdadeiro mérito não pode resultar senão de um trabalho operado pelo Espírito para vencer uma resistência mais ou menos considerável.

Como cada um ignora o número de existências que consagrou ao seu adiantamente moral, ninguém pode prejulgar nesta grande questão, e é sobretudo aí que brilha de maneira admirável a infinita bondade de nosso Pai celeste que, ao lado do livre arbítrio que nos conferiu, nada obstante semeou em nosso caminho postes indicadores que iluminam os desvios. É, pois, por um resto de predomínio da matéria que muitos homens se obstinam em ficar surdos às advertencies que lhes chegam de todos os lados, e preferem gastar em prazers enganadores e efêmeros uma vida que lhe havia sido concedida para o avanço de seu espírito.

Não se poderia afirmar, sem blasfêmia, que Deus tenha querido a infelicidade de suas criaturas, desde que os infelizes expiam sempre, tanto uma vida anterior mal empregada, quanto sua recusa a seguir o bom caminho, quando êste lhe era mostrado claramente.

Assim, depende de cada um abreviar a prova que deve sofrer; e, por isto, os guias seguros, bastante numerosos, lhe são concedidos, para que seja inteiramente responsável por sua recusa de seguir seus conselhos; e ainda, neste caso, existe um meio certo de abrandar uma punição merecida, dando sinais de sincero arrependimento e recorrendo à prece, que jamais deixa de ser ouvida, quando feita com fervor. O livre arbítrio existe pois, muito realmente no homem, mas com um guia; a consciência.

 Vós todos que tendes acesso ao grande foco da nova ciência, não negligencieis de vos penetrar das eloquentes verdades que ela vos revela, e dos admiráveis princípios que são a sua consequência; seguí-os fielmente: é aí, sobretudo, que brilha o vosso livre arbítrio.

Pensai, por um lado, nas consequências fatais que para vós arrasta a recusa de seguir o bom caminho, como nas magníficas recompenses qeu vos aguardam caso obedeçais às instruções dos bons Espíritos: é aí que brilhará, por sua vez, a preciência divina.

Em vão se esforçam os homens em busca da verdade por todos os meiso que julgam ter na ciência; esta verdade que lhes parece escapar os contorna sempre e os cegos não a percebem.

Espíritos sábios de todos os tempos, aos quais é dado levantar a ponta do véu, não negligencieis os meios que vos são oferecidos pela Providência! Provocai nossas manifestações; fazei que delas aproveitem todos os vossos irmãos menos bem aquinhoados que vós; inculcai em todos os preceitos que vos chegam do mundo espírita, e tereis bem merecido, porque tereis contribuído em larga parte para a realização dos desígnios da Providência.
Espírito Familiar

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O Espiritismo no Brasil, Sérgio B. Gregório, Brasil


SUMÁRIO: 1.Introdução. 2.Cenário Internacional: 2.1.O Fenômeno De Hydesville; 2.2.Mesas Girantes; 2.3. Codificação do Espiritismo por Allan Kardec. 3. Primeiros Passos do Espiritismo no Brasil: 3.1. Publicação na Imprensa da Época; 3.2. 1.ª Sessão Espírita; 3.3. Grupo Confúcio; 3.4 Homeopatia e Passes Magnéticos. 4. Fundação da FEB: 4.1. A Missão de Bezerra de Menezes; 4.2. Unificação do Espiritismo; 4.3. Fundação da FEB. 5. Movimento Espírita na Atualidade. 6. Conclusão. 7. Bibliografia Consultada.

1. INTRODUÇÃO

O objetivo deste trabalho é buscar as origens do Espiritismo no Brasil e sua trajetória através do tempo. O roteiro para este estudo é o seguinte: cenário internacional, primeiros passos do Espiritismo no Brasil, a fundação da FEB e alguns aspectos do movimento espírita na atualidade.

2. CENÁRIO INTERNACIONAL

        2.1. O FENÔMENO DE HYDESVILLE

O livro de Arthur Conan Doyle, The History of Spiritualism, traduzido como A História do Espiritismo, relata a seqüência dos fenômenos mediúnicos ocorridos entre o Século XVIII e meados do Século XX.

Diz-nos que os espíritas tomaram oficialmente a data de 31 de março de 1848 — Fenômeno de Hydesville, em que duas crianças conversaram, através de pancadas, com um Espírito já desencarnado — como começo das coisas psíquicas, porque o movimento foi iniciado naquela data. Entretanto não há época na história do mundo em que não se encontrem traços de interferências preternaturais e o seu tardio reconhecimento pela humanidade" (Doyle, s. d. p., p. 33).

Uma data deve ser fixada para início da narrativa e, talvez, nenhuma melhor que a da história do grande vidente sueco Emmanuel Swedenborg (1688-1772), uma grande autoridade em Física e em Astronomia, autor de importantes trabalhos sobre marés e sobre a determinação das latitudes. Era zoologista e anatomista. Financista e político, antecipou-se às conclusões de Adam Smith. Finalmente, era um profundo estudioso da Bíblia. Dizia que "todas as afirmações em matéria de teologia são, como sempre foram, arraigadas no cérebro e dificilmente podem ser removidas; e enquanto aí estiverem, a verdade genuína não encontrará lugar". (Doyle, s. d. p., cap. I)

A história de Edward Irving (1792-1834), ministro presbiteriano, e sua experiência entre 1830 e 1833, é de grande interesse para a construção do pilar histórico do Espiritismo. Edward Irving, embora pertencesse àquela mais pobre classe de trabalhadores braçais escoceses, pregou carismas e dons miraculosos (curas e línguas estranhas) junto à Igreja à qual pertencia. Fato este que o tornou famoso. (Doyle, s. d. p., cap. II)

Andrew Jacson Davis (1826-1910), profeta da nova revelação, com sua clarividência acurada, antecipou o famoso episódio de Hydesville. (Doyle, s. d. p., cap. III)

        2.2. AS MESAS GIRANTES

O fato mediúnico marcante, após o episódio de Hydesville, é o fenômeno das mesas girantes, que assolou os Estados Unidos e a Europa, servindo de brincadeiras de salão, quando as mesas dançavam, escreviam batiam o pé e até falavam. É dentro desse contexto que surge a Doutrina Espírita.

        2.3. CODIFICAÇÃO DO ESPIRITISMO POR ALLAN KARDEC

Das brincadeiras de salão, surge Hypollyte Leon Denizard Rivail — Allan Kardec—, um estudioso do magnetismo e do método teórico experimental em ciência. O magnetismo já vinha sendo estudado há algum tempo. Historicamente, Mesmer descobre, em 1779, o magnetismo animal, Puysegur, em 1787, o sonambulismo e Braid, em 1841, o hipnotismo.

Havendo uma disseminação muito grande dos fenômenos das mesas girantes, Kardec, ainda Hipollyte, foi convidado para assistir a uma dessas sessões, pois o seu amigo Fortier, magnetizador, dissera que além da mesa mover-se ela também falava. É aí que entra o gênio inquiridor do pesquisador teórico experimental. Assim, retruca: só se ela tiver cérebro para pensar e nervos para sentir e que possa tornar-se sonâmbula. A partir daí, começa a freqüentar essas sessões, culminando, mais tarde, com a publicação de O Livro dos Espíritos, em 18/04/1857


3. PRIMEIROS PASSOS DO ESPIRITISMO NO BRASIL

        3.1. PUBLICAÇÃO NA IMPRENSA DA ÉPOCA

Zêus Wantuil, em seu livro As Mesas Girantes e o Espiritismo, busca dados na imprensa da época, ou seja, no Jornal do Comércio do Rio de Janeiro, no Diário de Pernambuco e no Cearense relatos sobre os acontecimentos das "mesas girantes" na Europa e no Brasil.

No dia 14/06/1853 é publicado, na seção exterior do Jornal do Comercio do Rio de Janeiro, notícias sobre as "mesas girantes", fatos que estão empolgando principalmente os Estados Unidos e Europa. (1957, p.125)

No dia 02/07/1853, o Diário de Pernambuco, em sua seção "Exterior", de notícia procedente de Paris, e datada de 20 de maio, contava o correspondente que "não se pode por o pé em um salão, sem ver toda a sociedade em torno de uma mesa redonda, tendo cada um o dedo mínimo apoiado no do vizinho, e esperando todos em silêncio que a tábula queira voltear". (1957, p.127)

No dia 15/07/1853, o jornal O Cearense transcreve a primeira notícia sobre as mesas girantes, nos seguintes termos: "Apareceu agora em França um fato que despertou sumamente a curiosidade pública: quero falar-lhes das tábulas volteantes (tables tornantes) que embora tenham sido inventadas na América inglesa, os franceses deram carta de naturalização..." (1957, p. 134)

        3.2. 1.ª SESSÃO ESPÍRITA

Em 17/09/1865 —Salvador, Bahia —, é instalado o "Grupo Familiar do Espiritismo", o primeiro Centro Espírita do Brasil e, às 20h30min, Luís Olímpio Teles de Menezes preside a uma sessão mediúnica, onde se recebe a primeira página psicografada e assinada por "Anjo Brasil".

Em julho de 1869, para melhor defender e propagar o Espiritismo, duramente atacado pelo clero e imprensa de Salvador, Luís Olímpio Teles de Menezes publica "O Echo D’Além-Tumulo" — Monitor Do Espiritismo no Brasil, o primeiro jornal espírita do Brasil. (Barbosa, 1987, p. 70 e 71)

        3.3. GRUPO CONFÚCIO

Funda-se em 02/08/1873, por inspiração do Espírito Ismael, a "Sociedade de Estudos Espíritas — Grupo Confúcio", que pelo seu regulamento deveria seguir os princípios e as formalidades expostas em O Livro dos Espíritos e em O Livro dos Médiuns. Sua divisa era: "Sem caridade não há salvação; sem caridade não há verdadeiro espírita". Extingue-se em 1876.

Composto de neo-espiritualistas, este grupo tinha a incumbência de:

1 - traduzir as obras de Allan Kardec;

2 - divulgar a homeopatia;

3 - escolher o protetor espiritual do Brasil.

Joaquim Carlos Travassos faz parte desse grupo. Traduz O Livro dos Espíritos para o português e passa-o a Adolfo Bezerra de Menezes, que lendo-o pela primeira vez, pareceu-lhe que já lhe era familiar o conteúdo deste livro. (Barbosa, 1987, p.73 e 74)

        3.4 HOMEOPATIA E PASSES MAGNÉTICOS

Por volta de 1840, ao influxo das falanges de Ismael, chegavam dois médicos humanitários ao Brasil. Eram Bento Mure e Vicente Martins, que fariam da medicina homeopática verdadeiro apostolado. Muito antes da codificação kardeciana, conheciam ambos os transes mediúnicos e o elevado alcance da aplicação do magnetismo espiritual. (Xavier, 1977)

Por que essa relação entre Homeopatia e Espiritismo?

A ligação entre a Homeopatia e o Espiritismo pode ser vista da seguinte forma: na Homeopatia a ação dos medicamentos não é de natureza material, química, mas sim de ordem dinâmica, fluídica; no Espiritismo consideramos a trindade universal – Deus, Espírito e Matéria – e acrescentamos o períspirito, transformação do fluido universal, a fim de se poder unir o Espírito à matéria. Como o Perispírito está ligado átomo a átomo, célula a célula ao corpo físico, tudo o que passa num, repercute imediatamente no outro. Nesse sentido, o equilíbrio funcional do perispírito pode ser perturbado por agentes fluídicos, da mesma natureza portanto que ele, e essa perturbação, repercutindo no corpo físico, torna-o também enfermo. Do mesmo modo, pela ação de elementos também fluídicos, porém, salutares, pode normalizar-se o perispírito e, consequentemente, o organismo material, intimamente ligado a ele, volve ao seu normal funcionamento. (Thiago, 1983, p. 11 a 13)


4. FUNDAÇÃO DA FEB

        4.1. A MISSÃO DE BEZERRA DE MENEZES

Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti (1831-1900) nasceu na Freguesia do Riacho do Sangue – Ceará – com a missão precípua de unificar o Espiritismo nas terras do Cruzeiro.

Para tanto, torna-se presidente da FEB por duas gestões: 1889 e 1895 a 1900.

A sua missão é relatada pelo Espírito Humberto de Campos em Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho nos seguintes termos: "Descerás às lutas terrestres com o objetivo de concentrar as nossas energias no país do Cruzeiro, dirigindo-as para o alvo sagrado dos nossos esforços. Arregimentarás todos os elementos dispersos, com as dedicações do teu espírito, a fim de que possamos criar o nosso núcleo de atividades espirituais, dentro dos elevados propósitos de reforma e regeneração". (Xavier, 1977, p.179)

        4.2. UNIFICAÇÃO DO ESPIRITISMO

Depois que o Grupo Confúcio foi extinto, em 1876, o movimento espírita entrou numa fase de muita dissidência, pois cada dirigente queria dar ênfase a um único aspecto da Doutrina Espírita. Assim, uns defendiam exclusivamente o estudo do Evangelho, outros diziam-se Roustanguistas; uns arvoraram-se em científicos, outros diziam-se puros. Como conseqüência, a separação, a desunião, a luta. Foi justamente nesse estado de coisas que surgiu Bezerra de Menezes, a fim de equilibrar o movimento espírita, tornando-o forte, coeso e seguro, no sentido de criar condições para que o Brasil pudesse cumprir a sua missão de fornecedora do Evangelho ao mundo.

        4.3. FUNDAÇÃO DA FEB

Para congregar tantas forças dispersas, o Sr. Elias da Silva reuniu em sua casa um grupo de dirigentes e fundou, no dia 1º de janeiro de 1884, a Federação Espírita Brasileira, tendo como primeiro presidente o Sr. Ewerton Quadros, e como órgão oficial a revista O Reformador ("órgão evolucionista"), fundada também pelo Sr. Elias da Silva, no dia 21 de janeiro de 1883. Mesmo assim não foi fácil o trabalho de unificação. Adolfo Bezerra de Menezes, que começou a sua atuação nestes anos, teve muita dificuldade para entender os espíritas. (Barbosa, 1987, p. 79 a 82)


5. MOVIMENTO ESPÍRITA NA ATUALIDADE

Cairbar Schutel (1868-1938), cognominado de bandeirante do Espiritismo, sendo um homem de fibra e de coragem, é colocado como um dos baluartes do Espiritismo. Dizia que sua tarefa estava limitada à divulgação da missão kardecista. Assim, inspirado na figura de Paulo de Tarso, empreendeu uma luta contra os dogmas da Igreja.

Eurípedes Barsanulfo (1880-1918), famoso pelos seus desdobramentos, contribuiu eficazmente para a causa espírita. Não mediu esforços para a divulgação do Espiritismo, inclusive com ameaça de morte por parte de seus adversários.

Francisco Cândido Xavier é, talvez, o mais eminente divulgador da Doutrina Espírita. Nasceu, no dia 02 de abril de 1910, na cidade de Pedro Leopoldo, em Minas Gerais. Aos 5 anos de idade, já conversava com o Espírito de sua mãe (desencarnada). Com mais de 400 livros psicografados (muitos dos quais, hoje, traduzidos e editados em várias línguas), presume-se que o autor tenha ficado mais de 11 anos em transe mediúnico. O Espírito Emmanuel (que já reencarnou como Públio Lêntulus, senador romano da antigüidade, e como Padre Manoel da Nóbrega), é o seu guia protetor.

Além desses nomes podemos citar J. H. Pires, Yvone A. Pereira, Divaldo Pereira Franco e outros.


6. CONCLUSÃO

Estamos mundialmente entrelaçados: o que acontece num país, o outro fica logo sabendo. Muitas vezes descobre-se algo num país, mas é em outro que vemos o seu desenvolvimento. O Espiritismo é um exemplo prático. Nascido em França, teve o seu florescimento em nossa pátria. Hoje, não são poucos os adeptos brasileiros desta doutrina esclarecedora do mundo invisível.


7. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BARBOSA, P. F. Espiritismo Básico. 3. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1987.
DOYLE, A. C. História do Espiritismo. São Paulo, Pensamento, s. d. p.
THIAGO, L. S. Homeopatia e Espiritismo. 2. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1983.
WANTUIL, Z. As Mesas Girantes e o Espiritismo. Rio de Janeiro, FEB, 1957.
XAVIER, F. C. Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho. 11. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1977.

Artigo veiculado originariamente na página do Centro Espírita Ismael

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O Espiritismo e a Universidade, Dora Incontri, Brasil


Uma questão vital para o espiritismo é a sua entrada na universidade. Há no Brasil um grande contingente de acadêmicos espíritas, em diversas áreas do conhecimento. Mas até agora, pouquíssimos assumiram o espiritismo como um discurso científico válido ou se empenharam em demonstrar que Kardec foi um intelectual com contribuições importantes para a filosofia, a ciência, a religião e a pedagogia.

Alguns chegam a declarar a inutilidade de tal tentativa, por verem a universidade refratária ou por lhe atribuírem pouca importância, como cenário de debates. Muitos doutores têm uma vida universitária burocrática e, se espíritas, não vêem nenhum motivo para perturbar sua carreira, defendendo uma idéia marginalizada. Assim, a questão é a seguinte: é preciso mesmo levar o espiritismo para a universidade? Por quê? Para quê? Como? Para defender não só a necessidade, mas a urgência de se adentrar o mundo acadêmico com a proposta espírita, farei antes um breve histórico do papel da universidade através dos tempos.

UM POUCO DE HISTÓRIA

A universidade é uma das belas heranças que o final da Idade Média nos deixou.

Os séculos XII e XIII, que viram seu início, foram palco das mudanças sociais, culturais e políticas, que desembocariam no Renascimento. Aliás, o século XII é considerado como a primeira etapa do movimento que tomaria mais tarde esse nome.

Mas não se pense que a universidade era essa instituição morna e distante de hoje. O brilhante historiador Jacques Lê Goff, na obra Os Intelectuais na Idade Média, mostra como era a vida acadêmica de então. Primeiro, muitas das universidades foram fundadas a partir de corporações de estudantes ou professores. E mesmo as apoiadas por imperadores e papas exerceram um papel de democratização e renovação do conhecimento. Foi nessa época, que se deu a transmissão para o Ocidente dos tesouros gregos, que vieram reconduzidos à Europa, graças à exuberante cultura árabe (que, aliás, tinha suas universidades) e à cultura bizantina. Os embriões da ciência moderna começam aí, com o desenvolvimento da matemática, da medicina, da volta do direito romano... E a razão, também inicia seu processo de libertação da fé dogmática.

Do ponto de vista social, a comunidade estudantil representava o elemento transformador, inquieto e até rebelde que lançava as sementes de um novo mundo. No século XX, viu-se semelhante comportamento até a década de 60, antes dessa apatia acrítica que tomou conta da juventude pós-moderna.

Le Goff descreve como eram as aulas, pelo menos na universidade de Paris. Os professores debatiam publicamente com, alunos e professores rivais. Havia polêmicas abertas e podia-se propor de improviso ou para próximos encontros questões que o mestre teria de demonstrar sob rajadas de perguntas e contra-argumentos.

Ou seja, era preciso convencer o público e participante. Cenas assim podem ser vistas no filme Em nome de Deus, que retrata a e vida de Abelardo, dos primeiros mestres de Paris, Embora as questões então discutidas nos pareçam irrelevantes, porque em sua maioria eram sutilezas teológicas, não se pode negar que o processo da Escolástica medieval (em que pese toda a influência autoritária da Igreja) foi uma tentativa de racionalização da fé, Abelardo, por exemplo, um dos grandes racionalistas da época, que aliás rendia culto ao Consolador, pode ser considerado precursor de Descartes e até de Kardec. Foi quem libertou a lógica da teologia, firmando-a como ciência autônoma.

Nas universidades medievais, ao contrário do que se possa pensar, havia a representação de várias correntes e debates entre elas, Mas o ápice de tal pluralidade ideológica e cultural foi o período áureo da Espanha muçulmana (séculos XI, XII e XIII) onde cristãos, judeus e islâmicos tiveram pela primeira e única vez na história um intercâmbio pacífico de idéias, desencadeando o progresso científico e cultural da Europa, a partir do século XII,

Também nisto, a universidade teve papel preponderante, sobretudo a de Córdoba, fundada pelos árabes. Desta cidade aliás, veio um dos maiores sábios islâmicos, que exerceu influência sobre a cultura cristã, o médico e filosofo Averroes. Infelizmente, o fanatismo e a opressão fizeram o desfavor histórico de acabar com essa experiência fantástica de pluralidade cultural, mergulhando a Europa nas trevas da Inquisição. E justo na Espanha, em que essa democracia tinha sido praticada, houve a maior repressão, com a expulsão definitiva de judeus e árabes no século XV:

Depois, vemos no próprio Renascimento, o início da ciência moderna, com os arautos da astronomia e da matemática, tendo como cenário de seus estudos e docências as universidades criadas na Idade Média: Galileu foi professor das Universidades de Pisa e Pádua, Kepler estudou na de Tübingen e deu aulas na de Graz (Áustria), Isaac Newton foi professor de Cambrigde.

Também a Reforma passou pelas universidades. Já com os precursores: Jan Huss foi reitor da Universidade de Praga; John Wiclif estudou em Oxford e foi reitor de Filligham. Depois Lutero, foi doutor e professor. Comenius, que lançou a pedagogia moderna sob a inspiração da Reforma, esteve na Universidade de Heidelberg.

Mais tarde, toda a filosofia alemã, que daria uma guinada no pensamento ocidental, nos séculos XVIII e XIX, primeiro com a crítica da razão, feita por Kant, depois com a dialética de Hegel, de que nasceu a dialética marxista - e seus contemporâneos e sucessores -, todos estiveram ligados a universidades.

Nem é preciso citar o papel que elas tiveram no século XX, com seu potencial de pesquisa e discussão de idéias, além dos movimentos estudantis, como o de 68, que mudaram a face da juventude.

Esses exemplos são para mostrar que várias revoluções conceituais, científicas e sociais, propostas no Ocidente no último milênio, têm passado pelas universidades.

É claro que também observamos nesta instituição como em todas - o abuso do poder, as vaidades pessoais em detrimento da verdade, o conservadorismo e a estagnação que impedem o progresso e o pluralismo. Mas, apesar dos percalços que a imperfeita natureza humana sempre introduz nas melhores coisas, a universidade conseguiu alcançar seus mil anos, como instituição respeitável e digna de ser mantida, ainda que se possam propor inúmeras reformas para que se adapte ao século XXI.

A UNIVERSIDADE BRASILEIRA

Um dos fatos mais chocantes da história do Brasil foi o atraso em termos nossa e universidade. Todos os países da América (do Norte, Central e do Sul) tiveram as suas muito antes. Harvard (EUA) e Cordova (Argentina) foram fundadas no e século XVII. A do México, mais antiga, no século XVI. Peru, Venezuela e Chile têm universidades com pelo menos 150 ou 200 anos. A primeira universidade brasileira (a USP) é da década de 30 do século XX. Ou seja, esta instituição milenar não tem nem um século no Brasil.

Talvez por isso estejamos demorando tanto a pensar o mundo, de forma original, dando nossa contribuição filosófica e científica à humanidade. Salvo raras cabeças que se destacam como estrelas solitárias, não criamos escolas filosóficas, científicas ou pedagógicas. O que a maioria dos acadêmicos brasileiros faz é pensar segundo autores importados. Há mesmo um pânico generalizado e uma proibição implícita de se pensar por si. Um exemplo: alguém faz uma tese na História. Terá de optar por uma corrente como a marxista ou a história nova. Não há historiadores brasileiros, com proposta alternativa. Na filosofia, o mesmo. Podem-se estudar filósofos antigos e contemporâneos, mas onde estão os filósofos brasileiros? Há tomistas, marxistas, hegelianos, kantianos etc. em nossa universidade, mas onde alguém que tenha feito escola?

Mesmo quando o objeto é o Brasil, os métodos são importados, a ponto de antropólogos, sociólogos e economistas brasileiros (exceção feita a alguns do quilate de Darcy Ribeiro ou Sérgio Buarque de Holanda) olharem fenômenos de nosso país com um olhar europeu ou americano, como se fôssemos exóticos para nós mesmos. O espiritismo, mas também a umbanda e o candomblé, entram nesse contexto, pois alguns estudos antropológicos e sociológicos a respeito assumem um discurso de distanciamento, como se tudo isso não fizesse parte da nossa cultura. Ou seja, aquilo que é representativo entre nós só entra na universidade como objeto quase folclórico, nunca como voz representativa de um segmento. Um adepto do candomblé ou do espiritismo farão uma tese sobre os seus respectivos objetos, enquadrando-os numa cientificidade supostamente isenta, o que significa dizer, por exemplo, que os orixás ou os espíritos são categorias do imaginário.

Isso apenas para mencionar as áreas de humanas. Nas exatas e médicas, a impossibilidade de se alternar o discurso é maior. Nas humanas, há pelo menos a pluralidade de posições já estabelecidas lá fora. Nas outras, parece que não chegou aqui a discussão que, pelo menos na Europa, está abalando a forma positivista de fazer ciência, ou seja, o questionamento pós-moderno, que desconstrói a própria noção de ciência. Os alunos de química, medicina ou biologia continuam estudando suas disciplinas, como se elas não tivessem pressupostos filosóficos, sem qualquer reflexão ética ou epistemológica... Ou seja, faz-se ciência, sem se discutir o método científico.

O PARADIGMA DO ESPÍRITO

Se os acadêmicos espíritas brasileiros compreenderem de fato a que vem o espiritismo, perceberão que o pensamento espírita - assumido como uma visão de mundo, um método de conhecer e, portanto, um novo paradigma - é justamente uma possibilidade original de filosofar, de fazer história ou ciência. E essa originalidade pode ser uma contribuição espírita à cultura brasileira e, ao mesmo tempo, uma contribuição brasileira à cultura internacional.

Mas ela precisa ser construída. Está implícita em Kardec, mas longe de estar aplicada (com todas as suas articulações) nas várias áreas do conhecimento. E essa construção só pode ser, feita na universidade.

Em minha tese de doutorado Pedagogia espírita, um projeto brasileiro e suas raízes histórico-filosóficas (USP, 2001), procurei fazer isto. Não significa jogar fora as conquistas de 2500 anos de desenvolvimento filosófico e científico (que vêm desde os gregos), apenas para sermos originais. Aliás, o próprio espiritismo - poderão alegar- é uma doutrina importada da França, com antecedentes e condicionamentos históricos.

Mas, encarando essa herança como parte constitutiva de nossa cultura (pois é isso que se tornou) e buscando articular o pensamento espírita na sua coerência, originalidade e com nossa pitada de brasilidade, faremos o que nos compete para que o espiritismo dê a sua contribuição ao mundo. O Brasil é atualmente o único país que pode fazer isso, se abdicarmos da colonização intelectual, pois foi na Europa e nos EUA que os estudos espíritas foram silenciados. Na educação, fiz isso, mostrando que as raízes da pedagogia espírita vêm desde Sócrates e Platão, passando por Comenius, Rousseau e Pestalozzi, para desembocar em Rivail. Mas apontei a contribuição original, brasileira, de Eurípedes Barsanulfo, Herculano Pires, Anália Franco, Tomás Novelino, Ney Lobo, Vinicius, como exemplos de uma nova pedagogia.

Há que se fazer o mesmo em outras áreas e alguns já têm tentado isso. Um bom sinal é que tenho recebido e-mails do Brasil inteiro de jovens que já fizeram ou estão em vias de fazer monografias e dissertações sobre o espiritismo. Mas é preciso uma coragem moral, que às vezes os acadêmicos acomodados em suas cátedras não querem assumir, pois trata-se de desafiar o sistema, discutir idéias, condenadas por uma certa conspiração do silêncio. À coragem moral, deve-se aliar a competência, porque é preciso estar muito bem fundamentado para se fazer validar, ou pelo menos respeitar, algo fora do sistema. Estar fora do sistema explica-se em países onde o espiritismo desapareceu. Mas onde ele criou raízes e tem convicções entre pesquisadores, por que mantê-lo afastado da universidade, como se fosse suspeito?

O momento é propício e urgente para abrirmos caminho. Propício, porque podemos alegar que a representatividade social e cultural que o espiritismo adquiriu na sociedade brasileira lhe dá o direito de ser representado na universidade, como um discurso científico, ou ao menos filosófico. Se não nos deixarem fazer isso, então se trata de patrulhamento ideológico, que devemos denunciar. Urgente, porque, em benefício do próprio espiritismo, temos de compreendê-lo e praticá-lo como fermento cultural, para mudar as estruturas do pensamento humano e não apenas como mais uma religião que distribui passes, sopa e água fluida. Temos de fazê-la, como queria Kardec - ciência, filosofia, ética racional, religiosidade universal, de forma competente e bem articulada o que é indispensável para enfrentarmos a crítica de fora, mas impossível, se ficarmos fechados em nós mesmos.

Espanta-me que intelectuais espíritas, que deveriam compreender o espiritismo como um novo paradigma de conhecimento, o adotem apenas como credo religioso. São cientistas na universidade e espíritas no centro espírita, como se freqüentassem mais uma igreja, sem nenhuma conexão com suas vidas de pensadores e pesquisadores. Apenas se vencermos essa covardia ou cegueira, o espiritismo cumprirá sua missão histórica, que não é a de fazer proselitismo, mas de oferecer uma alternativa de visão de mundo respeitável e reconhecida, que se faça valer nesse espaço tão rico e antigo como a universidade, recuperando-a como um lugar de debate plural para enfrentar os desafios deste milênio. 

Artigo publicado na coluna opinião, do Informativo Lachâtre de Setembro /Outubro de 2003.

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História & Pesquisa


(Seção em parceria com a "Liga de Historiadores e Pesquisadores Espíritas" -  Comitê Editorial da LIHPE)

Mensagens de Além-Túmulo


Comprovando que “Documentar é Preservar a História”, o Centro de Documentação Espírita do Ceará, reuniu em livro, uma série de reportagens históricas sobre Chico Xavier realizadas em 1935 pelo repórter Clementino de Alencar, enviado especial do jornal O GLOBO, a Pedro Leopoldo. O livro que tem o título que encima esta nota, foi organizado por: Luciano Klein Filho, Marcus V. Monteiro e Rogério Silva, contendo 4 notas de apresentação; 27 capítulos; 64 notas de rodapé dos organizadores; 12 fotos da época, das quais 5 inéditas, publicadas exclusivamente no jornal O GLOBO e que ilustrarão o texto; relação dos livros psicografados; e cronologia da vida de Chico Xavier enriquecem a obra. Homenageando Francisco de Paula Cândido, o Chico Xavier, a obra enfoca somente o ano de 1935 na vida do médium, retratando com fidelidade uma curta etapa de sua vida missionária...
 
O porquê da obra
               
Quem nos fala sobre a elaboração da obra é o professor Luciano Klein Filho:
Este livro é um dos primeiros a ser lançado, depois do recente desenlace de Chico. Porém esta não foi a causa determinante de sua editoração. Vínhamos, já fazia algum tempo, coletando informações para ilustrar o riquíssimo documentário que ora divulgamos. Não se trata de uma biografia – esclarecemos -, e condições não teríamos de produzi-la. Muitas penas, credenciadas, já escreveram sobre Chico Xavier, que sempre foi, no meio espírita, o cerne de múltiplas atenções. Trata-se, isto sim, do resgate de um tesouro extraído das páginas amarelecidas de velhos jornais, que a poeira do tempo encobria há sessenta e sete anos.
O resgate de um tesouro
 
Ao professor Ary Bezerra Leite, nosso confrade e amigo, devemos a descoberta desse tesouro. Como aconteceu? Durante um trabalho de pesquisa relacionado com a história do jornal “O Povo” - o mais antigo em circulação no Ceará -, deparou-se-lhe uma série de reportagens sobre Chico Xavier, que o vespertino local transcrevera do periódico “O Globo”, do Rio de Janeiro, no ano de 1935. É, seguramente, a primeira reportagem de âmbito nacional, inserida nas páginas de um órgão laico, a respeito do fenômeno Chico Xavier. Ele, na época, maravilhava o Brasil com o recente lançamento da coletânea “O Parnaso de Além-Túmulo”. Gentilmente, Ary nos repassou este tesouro há quatro anos.
 
Preservando a história
 
As reportagens de o “Globo-Povo” são documentos de incalculável valor histórico. Descrevem detalhes, nuanças da vida de humilde caixeiro de uma cidadezinha do interior das Minas Gerais, médium de vinte e cinco anos, e nos falam também do quotidiano e da vida social de quantos o rodeavam. Ademais, o documentário, reproduzido integralmente (alguns biógrafos de Chico fizeram alusão a essas reportagens tendo, um ou outro, reeditado fragmentos das mesmas) traz informações desconhecidas sobre Chico Xavier, bem como algumas peças literárias inéditas e outras originais, sem retoques, que, mais tarde, seriam intercaladas em livros.
 
 A equipe
 
Para a consecução deste trabalho foi montada uma equipe, sintonizada com a idéia, composta dos amigos Luciano Klein Filho, Marcus Venícius Monteiro e Rogério Silva, todos, do Centro de Documentação Espírita do Ceará. O grupo realizou pesquisa em diversos livros, atualizou a ortografia, organizou os capítulos e as notas de rodapé. No intuito de enriquecer a obra, conseguiu fotografias da época, inclusive algumas nunca vistas, obtidas dos arquivos do jornal “O Globo”.

Chico Xavier nunca esteve entre nós, fisicamente. Muitos, porém, foram os cearenses, encarnados e desencarnados, que o visitaram em Pedro Leopoldo e em Uberaba.
                                              
Os agradecimentos
               
 Conclui o professor Klein, para a nossa reportagem:
A muitas pessoas devemos agradecer o prestimoso concurso para que este livro  viesse a lume. Além do Professor Ary, anteriormente citado, e dos demais amigos mencionados noutra parte da obra, lembramos o venerando espírito Demócrito Rocha. Fundador de “O Povo” e seu diretor na década de trinta, mesmo não sendo espírita, viabilizou a publicação, quase diária, das reportagens. Não poderia proceder de outra forma, um dos pioneiros na divulgação do Esperanto em nosso Estado. Agradecemos, também, ao Dr. Roberto Marinho, ainda entre nós. Diretor e redator-chefe do jornal “O Globo” na época das entrevistas, investiu no seu repórter Clementino de Alencar – o verdadeiro autor deste livro - para que a reportagem pudesse ser realizada. Por fim, agradecemos, muito especialmente, ao estimado irmão Wilson Cantal, que num desprendimento franciscano (dos dois franciscos) colaborou de forma inestimável com a equipe, conseguindo, no Rio, reproduções de “O Globo” e das fotos inéditas que ilustram o livro. A todos nossa eterna gratidão.
 O repórter
 
Quem nos fala sobre o verdadeiro autor da obra é Marcus V. Monteiro:
Clementino de Alencar, jornalista de “O Globo”, que em 1935, realizou cobertura especial sobre o fenômeno Chico Xavier, em Pedro Leopoldo.

Clementino é um daqueles jornalistas que se prende totalmente ao fato, objeto de sua reportagem. É um jornalista investigativo, observador constante de todos os detalhes. Nada do que ocorre ao seu redor deixa de ser objeto de suas investigações – grafa tudo com leveza de detalhes em linguagem simples, mesmo ao retratar diálogos em que predominam os regionalismos.  Sua descrição dos fatos é perfeita. Transporta o leitor para o local de suas observações. E não se deixa prender apenas no alvo central enfocado. Todas as cenas, todos os detalhes, são registrados com fidelidade e graça. É como se de sua pena fluíssem na rapidez da taquigrafia, aliada às modernas técnicas jornalísticas de gravação em voz e vídeo. Não esquecendo os fatos históricos que o antecederam, comparando-os com outros semelhantes, se existirem. É qual se estivesse a clicar no botão de sua memória e recolher com fidelidade os fatos em ocorrência.

Muitas vezes, traça um perfil psicológico de seu entrevistado, colocando-o no contexto de suas atividades e como que prevendo um futuro para seus atos em elaboração. Seu primeiro contato com o médium de Pedro Leopoldo é prova disso tudo! Observa o homem, tal qual o vê, não esquecendo de penetrar-lhe o íntimo de sua alma e, retratar tudo isso ao leitor com um raro poder de síntese. Todos os detalhes da vida do médium, são enfocados: seus mais secretos pensamentos são provocados a vir à tona para registro do repórter – nada se perde, tudo é registrado e passado ao leitor com fidelidade e isenção.

Clementino, foi em sua época, o repórter que conseguiu reunir em um único instrumento de trabalho, sua pena, as mais modernas – ao seu tempo futuras – técnicas de comunicação jornalística, funcionando a mesma, apenas, como uma impressora dos dados e registros de sua prodigiosa memória à serviço da informação. Vale a pena ser lido! A primeira impressão de um repórter.
Em 1935, o jornal “O Globo” do Rio de Janeiro, enviou a Pedro Leopoldo, Minas Gerais, o repórter Clementino de Alencar, para entrevistar o jovem Francisco de Paula Cândido Xavier o qual, então, estava  assombrando os meios culturais com sua produção literária, psicografando páginas e mais páginas e as assinando com nomes famosos. Em contato com Chico, eis a primeira impressão do repórter:
 
O CONFIDENTE HUMILDE DA MORTE
 
O coletor debruça-se sobre os papéis que enchem sua mesa. Passam-se alguns minutos de silêncio e espera. Depois, timidamente uma cabeça, quase risonha, quase assustada, surge à porta.

- Pronto, doutor...

- Entre, Chico Xavier.

Ele atende. Está agora à nossa frente, encostado à parede, evidentemente embaraçado diante daquela cara estranha e daqueles olhos curiosos. Não traz chapéu nem gravata e todo o seu traje é um atestado de pobreza. É moreno, de um moreno carregado, e tem cabelos muito negros, compridos, crespos. Baixo, compleição forte. Caboclo. Mas no físico, não na expressão. Esta é de estranha humildade e doçura. Com o sorriso leve que mostra agora, seu rosto tem até um ar de ingenuidade. Lá longe, na cidade grande, diriam dele:

- “Um bobo !”

Seu embaraço se acentua quando lhe pomos o olhar no casado surrado, na camisa aberta, nas calças de brim remendadas, nos sapatos cambaios. Com a mesma timidez da entrada, ele observa-nos:

- Desculpem ter eu vindo nestes trajes. Estava trabalhando. A vida tem que ser assim. Trabalhar...

O coletor fala em “jornalistas”. Preferíamos que a apresentação não fosse tão pronta. Mas a palavra está dita. Justificamos nossa presença ali: as mensagens divulgadas no Rio. Na confusão em que está, seu sorriso e suas frases se desdobram com intermitências bruscas, reticências sem malícia:

- Ah ! Sim... Foi um senhor do Rio... Mas eu sou um pobre rapaz do mato... Não convém tanta notícia... Por favor deixem-me assim mesmo, na obscuridade...

Observamo-lhe que a notícia, o assunto já está lançado no Rio. As mensagens estão sendo muito comentadas e discutidas. Os esclarecimentos e impressões que vimos colher não lhe farão mal.

- Mas eu tenho receio... Os jornais falam, depois toda gente por aí se põe a discutir, não me deixam mais tranqüilo no meu canto... Além disso, depois, quererão de certo que eu faça cousas que não poderei fazer... o impossível...
Por um momento, meditamos sobre essas palavras. Chico Xavier é bom psicólogo, também... Fama de faculdades extraordinárias?... Multidões à porta... Romarias de doentes e desesperados... Solicitação de prodígios... Corpos em busca da cura, almas em busca de consolo... A humanidade ainda não pode prescindir dos deuses, dos magos e dos milagres...

E até no mistério da morte ela vai procurar socorro e consolação para a vida...
 
AS CONFIDÊNCIAS
 
A audiência, ali da sala da coletoria, é rápida. Chico Xavier é o único caixeiro da venda de “seu” Zé Felizardo, e “seu” Zé está doente. O balcão ficou abandonado. Chico Xavier tem que voltar já para lá; mas ali estará à nossa disposição, ou mais tarde, em sua casa às 20 horas quando deixa o trabalho. Indagamos, antes de ir-se ele, se tem já mensagens ulteriores às publicadas no Rio, isto é, recebidas depois de 28 de março último. Ele diz que tem, mensagens, versos, etc., ainda inéditos, de antes e depois da data citada. Fala com um tom de sinceridade que impressiona.

- Se o senhor espera aqui, eu lhe mandarei já todas essas mensagens e versos, para o senhor ler.

E foi-se, apressadamente, para o balcão pobre da venda sertaneja. Pouco depois recebíamos, numa pasta de papelão, uma série de produções, crônicas, versos e produções outras enviadas de Além-Túmulo, segundo a declaração escrita ao pé, por Augusto dos Anjos, Auta de Sousa, Carmen Cinira, Antônio Nobre, Emílio de Menezes, Casimiro Cunha, João de  Deus, Antero de Quental, Guerra Junqueiro, Hermes Fontes, Humberto de Campos, Bilac, Luiz Guimarães, Léon Denis, J. P. d’Oliveira Martins, Bittencourt Sampaio, Júlio Diniz, Eça de Queiroz, Tereza d’Ávila, Camilo Cstelo Branco, Marta (?), e um Emmanuel, guia do médium. A vista daquelas páginas alvoroça-nos um pouco. Voltamos ao hotel.

E com uma estranha sensação de mistério e de milagre, o repórter se entrega à leitura daquelas confidências comovidas da morte.

Assim inicia o repórter Clementino de Alencar seu primeiro contacto com Chico Xavier ....
  
O lançamento
               
Editado pela Madras Espírita, o livro teve seu lançamento na XI Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, realizada de 15 a 25 de maio de 2003 no Centro de Convenções Riotur, contendo 200 páginas, no formato 16x23cm, capa em cores impressa em papel brilhante, custando o exemplar R$ 24,90.

Em Fortaleza, o lançamento será promovido pela Livraria NOBEL localizada à Av. Santos Dumont, 3131 – Shopping Deo Passeo, Loja Âncora 4 – no dia 5 de Julho/2003, às 19h30min com a presença dos autores da obra os quais estarão autografando exemplares aos clientes daquela livraria, aos espíritas e simpatizantes do  Espiritismo que adquirirem o livro.

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Questões e Comentários 

A Doutrina Espírita e as Ciências Ordinárias, Álvaro Chrispino

Prezado Ademir,

 Venho acompanhando o belo trabalho do GEAE e o esforço de voces em disseminar a dificuldade de se estabelecer uma lógica única e unificadora de ciência e espiritismo, que sempre surge com a máxima " a ciência confirma o espiritismo" ou algo parecido.
 
 O que temos, como voce diz, é a hipótese de aproximação de conhecimentos, de acomodação de modelos, de explicação tangencial. Poderíamos dizer que as ciências duras trabalham com problema estruturados e o espiritismo é fortemente em fenômenos do tipo quase-estruturado, com variáveis não controláveis.
 
É uma luta difícil uma vez que as pessoas acreditam que este tipo de superposição é fácil, é simples e que ajudará mutio a confirmação dos postulados e, por consequinte, permitirá a massificação da doutrina, pelo convencimento de muitos...
 
Parabéns a voce e ao grupo pelo trabalho que vêm desempenhando.
 
Nota: não encontrei uma "lista" de membros do geae. Ela existe? Quem me indicou o geaein - faz tempo! - foi o Aécio Chagas, cujo contato eu perdi desde sua aposentadoria da UNICAMP... tabém sou professor de química!

Alvaro Chrispino
Rio de Janeiro

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O Aborto e a Posição do Espiritismo, Ronaldo Brito, Brasil

Caro senhor,

Agradeço imensamente a atenção concedida à minha questão sobre inseminação artificial. Tenho algumas objeções à resposta aprensentada, mas deixarei para aprensentá-las quando eu mesmo tiver pesquisado melhor o assunto. No momento estou um pouco preocupado com outra questão relacionada à reprodução humana: o problema do aborto. (...). Eu gostaria de saber se o espiritismo tem algum posicionamento oficial sobre o aborto e como a comunidade espírita vê a legalização do aborto no Brasil (...).

Obrigado,
Rbr

Caríssimo Ronaldo,

A Doutrina Espírita tem uma característica que a distingue em muito das religiões ortodoxas e dogmáticas. Seus ensinamentos, os quais nos foram legados por uma plêiade de Espíritos Superiores, não nos impõe absolutamente nada, até mesmo porque é ela própria que nos revela com muita clareza que o Lívrio Arbítrio é um dom que recebemos do Criador e deve ser respeitado. O que ela faz é nos mostrar com muita clareza e à luz da razão, o caminho que devemos seguir para evitar o sofrimento e conquistarmos o progresso que é uma responsabilidade intransferível de cada um de nós.

Assim, não existe no Espiritismo essa coisa de “posicionamento oficial”, e em última análise, façam os homens o que fizerem, isto não alterará em nada os resultados da Lei de Causa e Efeito que é também um ensinamento claro na Doutrina Espírita.

Especificamente com relação à questão do aborto, objeto da sua pergunta, a Doutrina dos Espíritos é muitíssimo clara em seus ensinamentos, e apenas nos mostra o caminho a seguir, sem impor absolutamente nada. A questão 358 do Livro dos Espíritos nos ensina que:
358: Constitui crime a provocação do aborto, em qualquer período da gestação?
Há crime sempre que transgredís a lei de Deus. Uma mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança antes do seu nascimento, por isso que impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava formando.

Divaldo Pereira Franco no livro Atualidade do Pensamento Espírita, ditado pelo Espírito Vianna de Carvalho, respondendo à questão 73, torna a questão ainda mais clara:
73) Não tem a mulher o direito sobre a vida do ser que traz no ventre, já que é parte do seu corpo?
O direito de dispor da vida pertence a Deus, que é o seu Autor. Em momento algum, ninguém pode pretender direcionar a vida para a morte. No caso específico, a mulher é co-criadora, não lhe cabendo, em hipótese alguma, abortar o ser que alberga no seio. Certamente, quando a sua vida estiver em perigo, compreende-se que seja necessário interromper aquela que está em formação, portanto, uma nova reencaranção.
Dessa forma, abortar em outras circunstâncias provocadas, nunca!

Ainda, no livro Leis de Amor, Emmanuel nos adverte:
 “... o aborto provocado, mesmo diante de regulamentos humanos, é um crime perante as Leis de Deus (...).
Os pais que cooperam nos delitos do aborto, tanto quanto os ginecologistas que o favorecem, vêm a sofrer os resultados da crueldade que praticam”.
Recomendamos ainda a leitura do livro O Clamor da Vida – Reflexões contra o Aborto Intencional, de autoria da confrade Marlene Nobre, o qual nos dá uma dimensão exata da gravidade do problema do aborto. Estaremos também, brevemente, veiculando no boletim do GEAE um artigo muito esclarecedor sobre a questão do Aborto. Fique pois de olho nos próximos exemplares.

Finalizando, meu caro Ronaldo, não tenhamos dúvidas que todos nós estaremos sujeitos à Lei de Causa e Efeito. Somos responsáveis pelas nossas ações. E é evidente que uma investidura num cargo público não nos eximirá dessa responsabilidade.

Cabe a nós espíritas que temos consciência dessa realidade, procurar levar essa mensagem esclarecedora, na medida do possível, sem no entanto violarmos o sagrado direito do Lívre Arbítrio que é patrimônio inalienável de cada um de nós.

Muita Paz,
Antonio Leite
   
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Painel

Jornal de Espiritismo da ADEP – Associação de Divulgadores de Espiritismo de Portugal

Dia 19 de Novembro é uma data importante para o Espiritismo em Portugal. Nasceu mais uma publicação espírita: o JORNAL DE ESPIRITISMO.

Editado pela ADEP - Associação de Divulgadores de Espiritismo de Portugal - que é uma associação espírita portuguesa vocacionada para a área da divulgação, este projecto há muito acalentado, foi agora possível ser levado a cabo tendo-se conjugado muitos esforços no sentido da sua edição.

JORNAL DE ESPIRITISMO será isso mesmo, mais um jornal que versará sobre Espiritismo, a doutrina codificada por Allan Kardec, e pretende servir todos aqueles que se interessem pela Doutrina Espírita, apresentando-a com seriedade, isenção e profundidade. De início sairá bimestralmente, esperando, logo que possível, passar a ter uma periodicidade mensal, sendo o seu custo de 0,5 euro.

Quem desejar contactar com a administração do jornal poderá fazê-lo para

JORNAL DE ESPIRITISMO
Apartado n.º 161 - 4711-910 BRAGA
E- mail: jornal@adeportugal.org 

Assinaturas:
E-mail: noemia.margarido@clix.pt
Tel: 351 - 93 825 61 34

Publicidade:
E-mail: vasco@tecnetel.com 
Tel: 351 - 93 326 47 03

SOS ABRADE, Gezsler Carlos West, Brasil


Amigos,
 
O  projeto estrutural SOS ABRADE tem como objetivo entrar em contato, pela Internet e outros meios possíveis, com os responsáveis pelos programas espíritas em TV, Rádio, Jornais, Internet, etc no Brasil e em outros países, visando apoiar e interagir com os mesmos. É um processo de parceria, sem nenhuma ingerência da Associação Brasileira de Divulgadores do Espiritismo (ABRADE) nas decisões dos referidos programas.
 
O SOS ABRADE é um dos 05 (cinco) projetos estruturais da ABRADE e está sendo coordenado por um Núcleo formado pelas seguintes pessoas: Carlos Pereira (PE), Júlia Nezu (SP) e Éder Fávaro (SP).

Com o objetivo de agilizar a interação e agregar as atividades acima, foram criadas as seguintes Listas Específicas de Apoio na Internet:
  1. Lista SOS ABRADE - TV -> Para apoio sobre tecnologias e metodologias de comunicação social espírita na televisão. Aberta ao público;
  2. Lista SOS ABRADE - Rádio -> Para apoio sobre tecnologias e metodologias de comunicação social espírita na rádio. Aberta ao público;
  3. Lista SOS ABRADE - Mídia Impressa -> Para apoio sobre tecnologias e metodologias de comunicação social espírita na mídia impressa. Aberta ao público;
  4. Lista SOS ABRADE - Internet -> Para apoio sobre tecnologias e metodologias de comunicação social espírita na Internet. Aberta ao público.
Como se inscrever nas Listas acima:

Envie mensagem para abrade@abrade.com.br com os seguintes dados: *   Seu nome completo  -->
*   Cidade / Estado / País  -->
*   Endereço eletrônico
*   Nome da Lista  -->
*   Motivo da inscrição  -->

 Contamos com vocês. Favor divulgarem esta mensagem para os seus endereços pessoais. Grato!

Paz,
 
Gezsler Carlos West
Presidente da ABRADE

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GRUPO DE ESTUDOS AVANÇADOS ESPÍRITAS

O Boletim GEAE é distribuido por e-mail aos participantes do Grupo de Estudos Avançados Espíritas
Inscrição/Cancelamento - inscricao-pt@geae.inf.br

Informações Gerais - http://www.geae.inf.br/pt/faq
Conselho Editorial - editor@geae.inf.br
Coleção dos Boletins em Português - http://www.geae.inf.br/pt/boletins
Coleção do "The Spiritist Messenger" - http://www.geae.inf.br/en/boletins
Coleção do "Mensajero Espírita" - http://www.geae.inf.br/el/boletins