Boletim GEAE
Grupo de Estudos Avançados
Espíritas
http://www.geae.inf.br
Fundado em 15 de outubro de 1992
Boletim Quinzenal de Distribuição
Eletrônica
"Fé inabalável é
somente aquela que pode encarar a razão, face a face, em todas
as épocas da humanidade", Allan Kardec
Ano 11 - Número
454 - 2003
29 de abril de 2003
Editorial
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A Poltrona dos Antepassados – Revista Espírita
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Artigos
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Enquanto Vivem na Escuridão, Rubens
Santini, Brasil
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Pais e Filhos: Princípio, Meio e Fim, Vera
Bestene, Brasil
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História
& Pesquisa
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Desencarnação do
Dr. Hernani Guimarães Andrade
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II Encontro Nacional da Liga de Historiadores e Pesquisadores
Espíritas, Christian Brounder, Brasil
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As Irmãs Fox, Conan Doyle e
o Espiritismo Brasileiro, Jáder Sampaio, Brasil
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Questões
e Comentários
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Os Centros de Forças ou Centros Vitais, Jussara,
Brasil
|
Solicitação de Informações
acerca do Conde de Rochester, Bettina Mueller, Brasil
|
Painel
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GAE - Grupo de Apoio à Evangelização
|
Divaldo Pereira Franco profere palestra em Hoorn,
Holanda
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Vídeos e Programas
de TV Disponíveis no site Plenus-Net, Luis Hu Rivas, Brasil
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A Poltrona dos Antepassados – Revista Espírita
A propósito do extraordinário
trabalho que vem sendo eficientemente conduzido pelos membros da Liga de
Historiadores e Pesquisadores Espíritas – LIHPE, publicamos o texto
abaixo como nosso Editorial. Este texto nos faz refletir sobre
a importância da preservação da memória do Movimento
Espírita, bem como a importância de estarmos em permanente sintonia
com os nossos irmãos que continuam, do outro plano, trabalhando pelo
seu progresso espiritual e tentando a todo istante nos ajudar, através
da intuição. O mesmo foi extraído da Revista Espírita,
Volume XI, mês de Setembro de 1868, página 264, Edicel.
Os Editores
A Poltrona dos Antepassados
Contaram-nos que em casa de um escritor-poeta
de grande renome, há um costume, que parece bizarro a quem quer que
não seja Espírita. À mesa da familia há sempre
uma cadeira vasia; essa poltrona é fechada por um cadeado e ninguém
nela se senta: é o lugar dos antepassados, dos avós e dos amigos
que deixaram o mundo; lá está como respeitoso testemunho de
afeição, uma piedosa lembrança, um apêlo à
sua presença e para lhes dizer que vivem sempre no espírito
dos sobreviventes.
A pessoa que nos relatou o fato,
como vindo de boa fonte, acrescentou: "Os Espíritas repelem, com razão,
as coisas de puro formalismo. Mas se há uma que possam adotar sem
derrogar seus princípios é esta, sem a menor dúvida."
Seguramente eis um pensamento que
jamais brotaria do cérebro de urn materialista; êle não
só atesta a idéia espiritualista, mas é eminentemente
Espírita e não nos surpreende absolutamente da parte de um homem
que, sem arvorar abertamente a bandeira do Espiritismo, muitas vêzes
afirmou sua crença nas verdades fundamentais que dêle decorrem.
Há nesse uso algo de tocante,
de patriarcal e que impõe respeito. Com efeito, quem ousaria metê-lo
a ridículo? Não é uma dessas fórmulas estéreis,
que nada dizem à alma: é a expressão de um sentimento
que parte do coração, o sinal sensível do laço
que une os presentes e os ausentes. Essa cadeira, aparentemente vasia, mas
que o pensamento ocupa, é toda uma profissão de fé e,
mais, todo um ensinamento, tanto para os grandes, quanto para os pequenos.
Para as crianças, é uma eloquente lição, pôsto
que muda, e que não pode deixar de produzir salutares impressões.
Os que forem educados nessas idéias jamais serão incrédulos,
porque, mais tarde, a razão virá confirmar as crenças
com que terão sido embaladas. A idéia da presença, em
torno deles, dos seus avós ou de pessoas veneradas, será para
êles um freio mais poderoso que o mêdo do diabo.
Retorno ao Índice
Enquanto
vivem na escuridão, Rubens Santini, Brasil
Orientações
Práticas para Atividades de Desobsessão
Série de
artigos iniciada no Boletim 449
XI - Sintomas de envolvimento com a Entidade
(20)Ӄ
preciso, aqui, lembrar que, freqüentemente, o Espírito manifestante
é parcialmente ligado ao médium, horas, e até dias inteiros,
antes da sessão.
Nesses casos, quando se trata de um Espírito desarmonizado,
embora a manifestação não se torne ostensiva, porque
isto implicaria admitir mediunidade totalmente descontrolada, o médium
sofre inevitável mal-estar físico, dor de cabeça, pressão
sobre a nuca, sobre os plexos, sensação de angústia
indefinível e, até mesmo, estado febril, prostração,
irritabilidade, agressividade e vários outros sintomas de desarmonização
psicossomática.
O médium experimentado e responsável deve
estar preparado para isto. Não se assuste, não se apavore,
não tema e, sobretudo não deixe de comparecer ao trabalho por
causa dessas dissonâncias psicofísicas, pois é isso mesmo
que desejam os companheiros desequilibrados, ou seja, afastá-lo dos
trabalhos.”
“Obsessão é escravização temporária do
pensamento, imantando credores e devedores, que inconscientemente ou não
se buscam pelas leis cármicas. Pelo pensamento nós nos libertamos
ou nos escravizamos.” Obsessão/Desobsessão – Suely Caldas
Schubert
XII - Orai e Vigiai, pois estamos sendo espionados
(21)”Todos
nós, lidadores da desobsessão, não ignoramos que somos
vigiados atentamente pelos obsessores. Ao nos ligar a algum caso de obsessão,
automaticamente passamos a receber vibrações negativas dos perseguidores
invisíveis, que estão atuando na área sob nosso interesse.
Somos assim espreitados, analisados, acompanhados. Meticulosamente examinados,
eles avaliam a nossa posição espiritual, a sinceridade dos
nossos propósitos, a perseverança no bem, o esforço que
estamos despendendo para melhorar e, é claro, as brechas que apresentamos.
Nossas falhas e deficiências são observadas e aproveitadas por
eles. Têm mesmo a intenção declarada de nos tirar do caminho,
empregando, para atingir tal intento, todas as armas de que dispõem.
Se estivermos invigilantes, descuidados, oferecemos campo às mentes
desequilibradas que se acercarão de nós e, encontrando desguarnecidas
as nossas defesas, terão possibilidades concretas de conseguir o nosso
afastamento e de se regozijarem com a nossa queda. Muitos são os meios
usados pelos obsessores, quase todos eles bastante estudados, pois já
sabemos que sua ação é organizada. Usam de várias
técnicas, insuflando nos integrantes dos grupos as idéias que
elaboram. Usam a idéia de comodismo para afastar as pessoas das reuniões,
gerando argumentos do tipo: “as reuniões são boas, mas hoje
eu não vou porque já trabalhei muito”, “eu já produzi
muito nas reuniões, por isto faltar hoje não faz mal”, “eu
sou muito assíduo, todo mundo falta, menos eu”, “estou cansado, vou
orar em casa, faz o mesmo efeito”, etc. São muitos, como é
fácil de se imaginar, os recursos empregados, ressaltando-se também
as manobras no sentido de aguçar o amor-próprio, o melindre,
o personalismo, a apego aos pontos de vista pessoais, a vaidade e toda coorte
de deficiências que avassalam o ser humano. Essa a razão pela
qual os Benfeitores Espirituais não se cansam de alertar-nos reiterando
a cada dia os apelos à nossa reforma íntima. Somos ainda bastante
teóricos, sabendo de cor e salteado páginas, citações,
livros, mas pouco conseguindo vivenciar os ensinamentos adquiridos.
Os perseguidores estão cientes disso. Sabem perfeitamente
o quanto nos é difícil vencer as paixões que nos escravizam,
sobretudo nas ocorrências do cotidiano.”
XIII - Postura após o encerramento da sessão
Devemos ter alguns cuidados especiais,
principalmente logo após o final do trabalho de desobsessão.
Vamos evitar fazer qualquer tipo de comentário sobre as Entidades manifestantes,
principalmente no que tange à sua moral.
Antes da manifestação, é feito um
longo trabalho de preparação pelo Plano Espiritual. O doutrinador
faz o maior esforço para que a Entidade compreenda a importância
do perdão e de estarmos nos aprimorando para o nosso desenvolvimento.
Mesmo após o encerramento das atividades, as Entidades podem
ainda estar no recinto. Muitas vezes tem a permissão para acompanhar
o médium que deu a manifestação, ou o doutrinador,
para verem o seu dia a dia e se realmente praticam tudo aquilo que pregaram
a ela.
Muitas vezes, uma frase dita impensadamente no encerramento
do trabalho, pode por tudo a perder.
Abaixo, extraímos um trecho de “Diálogo
com as sombras” (Hermínio C. Miranda) que faz alguns comentários
sobre esta temática:
“Há sempre o que comentar, após uma sessão
mediúnica. É preciso, no entanto, que tais comentários
obedeçam a uma disciplina, para que possam ser úteis a todos.
É que, usualmente, os Espíritos atendidos ainda permanecem,
por algum tempo, no recinto. Seria desastroso que um comentário descaridoso
fosse feito, em total dissonância com as palavras de amor fraterno
que há pouco foram ditas pelo dirigente durante a doutrinação.
Os manifestantes, no estado de confusão mental em que se encontram,
tudo fazem para permanecer como estão. Embora inconscientemente,
desejem ser convencidos da verdade, lutam desesperadamente para continuar
a crer ou descrer naquilo que lhes parece indicado. Se percebem que toda
aquela atitude de respeito, recolhimento e carinho é insincero, dificilmente
poderão ser ajudados de outra vez. (...) Mesmo que a sessão
tenha terminado, o comportamento de todos, ainda no recinto, deve ser discreto,
sem elevar demasiadamente a voz, sem gargalhadas estrepitosas, embora estejam
todos, usualmente, felizes e bem humorados, por mais uma noite de trabalho
redentor.”
XIV - O poder da prece
Hermínio C. Miranda, em “Diálogo
com as Sombras”, sempre nos alerta que a fé e o amor são os
dois grandes instrumentos de trabalho do doutrinador. Associados a essas
virtudes, a prece é de grande eficácia para levar os Irmãos
sofredores à reflexão de suas dores. A prece envolve a Entidade
em vibrações pacificadoras, lhe dando o carinho que há
muito tempo não encontrava.
(22)”No momento propício, e
mais uma vez temos que recorrer à intuição e ao senso
de oportunidade, convém dirigir-se ao próprio Espírito
e propor-lhe a prece. Dificilmente ele recusará, e, ainda que recuse,
devemos fazê-la, mesmo porque não devemos pedir-lhe permissão
para orar, e sim comunicar-lhe que vamos fazê-lo. Basta dizer, por
exemplo:
- Vamos orar? Ou:
- Agora vou fazer uma prece.
Como disse, dificilmente ele se oporá. Poderá,
no máximo, dar um muxoxo desinteressado, ou fazer um comentário
condescendente:
- Pode orar, se quiser ...
(...)A prece deve ser dita de preferência
de pé, ao lado do companheiro manifestado, com as mãos estendidas
para ele, com que a concentrar nele as vibrações e as benções
que invocamos. Alguns informam depois, ou durante a prece, que se acham “defendidos”,
“protegidos” por “couraças” e “capacetes” invioláveis, nos
quais, esperam eles, as energias suscitadas pela prece não poderiam
penetrar.
Dirija a sua prece a Deus, a Jesus
ou a Maria, pedindo ajuda para o companheiro que sofre. Se já dispõe
de alguma informação sobre ele, fale especificamente de seu
problema, como um intermediário entre ele e os poderes supremos que
nos orientam e amparam. Eles se esqueceram, às vezes por séculos,
e até milênios, de que esses canais de acesso estão abertos
também a eles. Não têm mais vontade, ou interesse, de
se dirigirem a Deus. Ou lhes falta coragem, por julgarem-se além de
toda recuperação, indignos e incapazes de projetarem o pensamento
a tão elevadas Entidades.
Em alguns casos, costumo orar não
apenas pelo Espírito manifestante, mas como se fosse ele próprio,
com as palavras e as emoções que ele mesmo escolheria para
dirigir-se ao Pai ou Jesus, se estivesse em condição de fazê-lo.”
“Em todos os casos de obsessão, a prece é o
mais poderoso meio de que se dispõe para demover de seus propósitos
maléficos o obsessor.” A Gênese – Allan Kardec)
O hábito da prece
O hábito da prece mantém o médium
em estado de vigilância, imprescindível ao bom êxito
de sua tarefa.
Através da oração, isolamo-nos das
influências negativas, sintonizando-nos com as forças espirituais
que iluminam.
A prece não nos isenta das provas, mas dá-nos
forças para suportá-las.
“Nos momentos de dificuldade e sacrifício, vamos
lembrar de orar para Nosso Pai.
A oração é um santo remédio
para os nossos males.
Não é só nas horas de aflição
é que devemos recorrer a esse recurso maravilhoso.
Ela deve ser feita todos os dias.
Pela manhã, agradecendo pelo descanso de nosso corpo físico,
e pedir proteção para mais um dia de trabalho aqui na Terra.
Ao anoitecer, antes de dormir, agradecendo pelo dia que tivemos, e pedindo
para que nosso Espírito possa estar com nossos Amigos Espirituais,
buscando novos esclarecimentos para nosso aprimoramento espiritual.
Lamentamos que muitas pessoas só
recorrem à oração para pedir a conquista de bens materiais.
Conquistas essas que são perecíveis com o tempo. Devemos pedir,
sim, uma boa saúde para o nosso corpo físico, para que possamos
ter a força e a energia necessária para cumprir com grande sucesso
o que nos foi planejado pelo Plano Espiritual.
Devemos pedir a proteção,
os bons conselhos e as inspirações de nossos Guias Protetores
para a resolução de nossos problemas em que, por ventura, estejamos
atravessando.
Mas, devemos orar não só para pedir,
mas também para agradecer pelas nossas conquistas do dia a dia e
pelas dádivas recebidas.
Podemos orar para emitir vibrações positivas
para aqueles entes queridos que estejam doentes ou em dificuldades.
Devemos orar, também, e isto mostra a nossa
grandeza e elevação de nossa alma, para os nossos inimigos e
por todos aqueles que nos desejam o mal. Vamos perdoar-lhes cada ato infeliz
e impensado que tenha sido desferido contra nós. Vamos mostrar-lhes
o nosso carinho, o nosso Amor, a nossa tolerância, e pedir à
Deus para que façam rever seus gestos, suas posturas. E que as Entidades
Benevolentes possam iluminá-los para a prática de atos mais
elevados.
Lembrem-se: a oração
é uma benção Divina. Podemos recorrê-la a todos
os instantes. A oração é um ato de Amor, um elo de ligação
entre o Plano Espiritual e o Terreno.
Para orar, não há necessidade
de palavras decoradas, ditas sem nenhum sentimento. Mais valem dez palavras
expressas com amor e devoção...
Muitos falam que não sabem
rezar. Basta humildemente, com suas próprias palavras, com uma devoção
muito grande, acreditando naquilo que está sendo pedido, ser concretizado.
Vamos lembrar o que o Nosso Mestre
Jesus nos disse: “Pedi e se vos dará“.
Acima de tudo, devemos orar com muita
fé!” (23)
Pais e Filhos: Princípio,
Meio e Fim, Vera Bestene, Brasil
Todo processo tem seu princípio,
meio e fim e o início desta vida está na fecundação
do óvulo pelo espermatozóide. Ai começa o relacionamento
mãe e filho, aquele que já desde a espiritualidade cumpriu uma
programação de reencarne. Com a fecundação inicia-se
a trindade do corpo se desenvolvendo, o espírito se acoplando à
ele, e a mãe promovendo o ambiente ideal para que tudo venha a se
cumprir nesta nova reencarnação. Nove meses... o ser vem ao
mundo e é alimentado por sua mãe. Já aí inicia-se
o processo da educação daquele espírito que nos foi dado
à educar e promover, fazer mesmo o impossível para facilitar
ou dar condições para seu amadurecimento no bem e o evoluir
constante.
Mas o que poderemos entender por educação?
A quem é dada a tarefa de educar, às mães, às
escolas ou a própria vida?
O processo educativo é um trabalho de equipe.
A mãe, tem o primeiro de todos eles que é o de proceder no
amor na amamentação. Uma tarefa aparentemente comum, simples
e sem significado, mas que encerra uma comunicação enorme entre
o espírito reencarnante e a mãe, pois que é o primeiro
contato físico e a troca de sentimentos profundos.
A criança cresce e começa a aprender a
linguagem da vida e cabe à mãe a tarefa de ir mostrando o
caminho do bem pela orientação e pelo exemplo. A criança
cresce um pouco mais e aquela tarefa passa a ser dividia com a escola. Os
educadores também devem entrar neste processo, complementando a educação
moral com a educação cultural, fazendo com que as crianças
que ali estão sob sua proteção tenham a confiança
de que estão aprendendo o melhor para o usufruto nesta existência
e a arrumação da bagagem para a próxima viagem. Aí
a importância do professor ou mestre que tem o verdadeiro sentido e
compreensão de seu papel, este que também é muito importante.
Precisa ele antes de tudo, saber que é auxílio, não
carrasco ou benfeitor; que cada ser que ali se encontra tem seu próprio
desenvolvimento espiritual e em razão disto apresenta uma bagagem
diferenciada e precisa ser tratado com adequação, individualmente
segundo seu temperamento e necessidades.
O jovem passa a ser quase adulto e tudo quer, tudo acha
que é capaz de fazer sozinho, em tudo se crê melhor. Aí
começa uma nova etapa e um novo direcionamento educacional onde a
firmeza das colocações tem que ser presentes e a verdade no
relacionamento uma confirmação de que todos estão no
caminho do entendimento. O relacionamento franco e honesto cabe sempre, pois
que dentro deste clima torna-se mais fácil estabelecer conversas e
solucionar problemas sem deixar arestas. Não é fácil
lidar com jovens neste mundo de hoje, precisa-se ter consciência disto.
Em razão desta dificuldade é que precisamos, cada vez mais,
nos fortalecer no bem e na firmeza de caráter, evitando os próprios
vícios, melhorando a conduta sempre e a cada dia, para que possamos
ser espelho e guia. A mãe sempre como figura central neste processo,
pois mais que mãe é a âncora da família, aquela
que faz com que todas as coisas tenham o seu lugar e fim. O Pai a fortaleza
que complementa e protege a família. O filho, o objetivo, a complementação
da família.
E o jovem fica adulto e depois também passa a
constituir a própria família. A mãe muitas vezes é
esquecida, os pais passam a ser “os velhos” e, se todo este processo educativo
não tiver sido muito bem feito, haverá uma aberração
onde os filhos passam a ignorar os pais acreditando que já não
servem para nada, esquecendo-se que aos pais é dado cuidar dos filhos
até que se tornem adultos e aos filhos é dado amparar os pais
na velhice.
Portanto, alertar sobre a trajetória que é
a ciência da vida e da educação, será, obviamente,
a busca de maiores chances de êxito diante dos filhos recebidos.
Filhos, devidamente instruídos terão bem
mais oportunidades de acertarem seus passos, de retomarem caminhos que por
algum deslize tenham sido desviados da rota, sendo muito mais fácil
a compreensão de que as paixões e excessos levam, muitas vezes,
a caminhos sem volta.
Pais e filhos, lado a lado, crescendo juntos e aprendendo
sempre, podem através desta união e da busca da verdade, montar
um exército de PAZ.
Filhos acertados, tarefa cumprida, consciência
livre para o amor.
(Seção em parceria com a "Liga de Historiadores
e Pesquisadores Espíritas" -
Comitê Editorial da LIHPE)
Desencarnação
do Dr. Hernani Guimarães Andrade
Aos amigos da Liga,
Tenho uma triste notícia: Desencarnou hoje à tarde talvez o maior cientista
espírita brasileiro o Dr. Hernani Guimarães Andrade. Oremos
por esse grande seareiro que retorna à Pátria Espiritual.
Pai: MISSÃO CUMPRIDA!
Eduardo
(e-mail de Eduardo C. Monteiro em 25/04/2003)
Amigos da LIHPE,
Será uma ausência bastante sentida.
Não só pela profundidade de seu trabalho na área
de Parapsicologia, Psicobiofísica, Poltergeist, TCI e Pesquisas sobre
Reencarnação. Mas também e principalmente pela pessoa
cordial, amável, bem humorada e sempre disposta a atender todos que
o solicitavam seja por carta, onde respondia de próprio punho uma
série delas, como por telefone ou mesmo pessoalmente. Um modelo de
cientista e homem.
Trilhou árduo caminho que passou pelo preconceito dentro
do próprio movimento espírita. Atuou como consultor inclusive
no meio acadêmico na assessoria a mestrandos com teses acadêmicas
e temáticas relacionadas à parapsicologia e ao Espiritismo.
Através de intercâmbio firmado entre a USP e o IBPP em 1997,
Hernani ajudou a formar a primeira turma de Pós-Graduação
do Grupo de Pesquisas Psicobiofísicas da USP, em lato sensu, no campo
da Integração Cérebro-Mente-Corpo-Espírito. Conquistou
respeito dentro da comunidade científica e seu trabalho teve abrangência
internacional. Sua produção intelectual foi riquíssima
e uma das teses mais bem fundamentadas dentro do ME é a do Modelo
Organizador Biológico, de sua autoria.
A melhor homenagem que podemos prestar é, de alguma maneira
e dentro de todas as nossas limitações, darmos continuidade
ao trabalho de pesquisa que ele magistralmente realizou durante toda sua vida.
Que nossa LIHPE possa dar sua parcela de contribuição.
Fraternalmente,
Milton B. Piedade
Retorno ao Índice
II Encontro Nacional da
Liga de Historiadores e Pesquisadores Espíritas, Christian Brounder,
Brasil
No dia 19.04.2003, realizou-se na cidade de Campinas,
Estado de São Paulo, o Segundo Encontro Nacional da Liga de Historiadores
e Pesquisadores Espíritas - LIHPE, durante o 12º Congresso da
USE-SP, União das Sociedades Espíritas do Estado de São
Paulo.
Numa equilibrada união entre
ciência e filosofia, os pesquisadores e historiadores espíritas
despertaram em seus ouvintes a sede pelo conhecimento das coisas e o amor
pela sabedoria. A pesquisa passou a fazer parte do universo de interesse
de um grande número de pessoas. Objetivo atingido!
De volta ao passado, mergulhamos em particularidades
da vida do Monsieur Denisard Hypolite Leon Rivail, que alguns chamam de Hypolite
Leon Denisard Rivail, o nosso querido Allan Kardec, que nasceu em Lyon, mas
sua família era de Bourg-en-Bresse, no departamento de L´Ain,
a cerca 60 km de Lyon. Esclareceram-se dúvidas em relação
à sua data de nascimento, porque o seu registro foi realizado no dia
quatro de outubro, apesar de fazer referência ao nascimento "ocorrido
ontem". O conhecimento histórico é importante para que possamos
comemorar as coisas certas em datas corretas, além de propiciar reflexões
sobre nosso ME hoje. A história na sala da LIHPE foi encarada como
algo que deve ser resgatado, preservado mas também analisado e compreendido.
A história deve ser viva
e atuante em nosso dia a dia. Se o processo evolutivo se faz num continuar
interminável, o conhecimento de dados biográficos da vida do
prof. Rivail nos faz colocá-lo dentro de contexto específico.
Somente assim teremos possibilidade de compreender melhor sua obra. Pensar
Kardec fora de seu contexto é estar distante de sua obra.
Logo depois, viajamos até
o final do século XIX, no Estado do Rio de Janeiro, numa pequena localidade
chamada inicialmente Entre-Rios, atual Três Rios, originada de terras
de sesmaria no sertão entre os rios Piabanha, Paraibuna e Paraíba
do Sul, obtidas por Antônio Barroso Pereira, por requerimento de 16
de setembro de 1817, revivendo as lutas, dificuldades e resistências
que o Movimento Espírita enfrentou desde a sua chegada ao local,
por volta de 1895, assim como as contribuições que deixou
para o progresso da cidade e dos seus cidadãos. Como um Movimento
Espírita que carregava as características de uma cultura européia
foi assimilada num pais como o nosso? Os fatos de Entre-Rios nos revelaram
um pouco deste processo de confronto cultural que as idéias espíritas
trouxeram para uma sociedade de época.
Adentramos ao século XX e nos deparamos com uma
pseudo "Fábrica de Loucos" nutrida pelo Movimento Espírita
Brasileiro, na visão crítica e materialista dos altivos psiquiatras
e cientistas da época, que chegaram ao extremo de constituir uma entidade
voltada para a eugenia. Evidentemente, os médiuns não atendiam
às exigências da "raça saudável" que esse movimento
pretendia. Ficou claro neste momento da sala da LIHPE, com que dificuldade
lidávamos com a mediunidade. Pouco estudo, pouco conhecimento, pouca
experiência dentro do próprio movimento espírita. Mas
a ignorância era ainda muito maior no meio médico. Se vemos
ainda hoje hospitais psiquiátricos internando "pacientes" que simplesmente
tem aflorada sua mediunidade, nesta palestra a platéia ficou estarrecida
pelos absurdos que se cometia em nome da boa "saúde mental". Um passado
um tanto quanto presente!
Vimos então o desfile de evidências científicas
da reencarnação, comprovadas por exames periciais datiloscópicos
e grafotécnicos, permeadas de conhecimentos acerca de outros métodos
rigorosos de identificação pessoal (DNA, arcada dentária,
traços faciais e "birth marks"). Daí para os contatos com o
além, por computador e por telefone, foi um pulo. As pesquisas na
área da transcomunicação instrumental são levadas
a efeito com rigor científico. São replicantes, quer dizer,
elaboradas de forma que a experiência possa ser repetida por outros
cientistas. Quanto consolo os resultados dessas pesquisas não distribuem
entre aqueles que sofrem de reminiscências de vidas passadas e com
o desencarne de entes queridos! Uma ciência preocupada com o ser humano.
Uma ciência humanizada e buscando sempre análises filosóficas
e as conseqüências morais de suas conquistas. Entristecidos hoje
pela perda de nosso Dr. Hernani G. Andrade podemos acenar-lhe carinhosamente
mostrando-lhe que pesquisadores algumas vezes dispersos hoje se reúnem
em torno de um ideal de ajuda mútua nas pesquisas.
Mas, de que vale tudo o que apreendemos em nosso dia-a-dia
se não deixarmos um registro, para que as gerações futuras
possam perquirir o quê, quem, quando, onde, como e por quê? Nesse
sentido nossa viagem chegou aos dias de hoje e na palestra que demonstrou
a atualidade da proposta de elaboração de uma enciclopédia
espírita internacional. O nosso testemunho da civilização,
segundo o palestrante. Uma proposta de reunir numa única obra, atualizada
anualmente, todo o conhecimento espírita adquirido. Uma forma de facilitar
a pesquisa o estudo e as reflexões de todos aqueles que se propõem
a este labor. A idéia já em curso busca adesões. Sonho?
Talvez mas, que grande realização não se iniciou desta
forma?
Voltamos a viajar, desta vez na companhia de Eusápia
Paladino, Camille Flammarion, Alfred Russel Wallace e William Crookes, que
levavam em suas bagagens fenômenos de efeitos físicos e telecinéticos.
Pousamos no aeroporto da Metapsíquica e embarcaram os ilustres passageiros
Charles Richet, Gustave Geley e o Barão Albert von Schrenk-Notzing,
levando suas bagagens de mão abarrotadas de fenômenos subjetivos
e objetivos de ectoplasmias. No último trecho, subiu Rhine, distribuindo
aos passageiros noticias sobre a situação atual da parapsicologia
no campo dos estudos psíquicos. Uma pesquisa de fôlego com profundas
reflexões sobre nós hoje. Sobre nós sempre.
Em meio a este reencontro com nossas origens espíritas
deixamos a sala das palestras e nos deparamos com uma exposição
no saguão do hotel. De apresentação impecável
e com todas as características de uma viagem de primeira classe. Exposição
de periódicos raros do final do século XIX e início
do século XX. Toda a história da imprensa espírita contada
através de fotos, fac-símile, relatos, depoimentos e reproduções
de trechos importantes. Sentimo-nos folheando páginas em seus originais.
Os livros "O Spiritismo no Brasil e em Portugal" do prof. Torteroli, "A
Sciencia Espiritualista" de Antonio P. Araújo. Na seção
onde estavam expostos os jornais nos deparamos com "Lumen" de Maceió
1908. "O Mundo Occulto" de Campinas 1904. "Polyanthea Spirita" de Campos
1882. A grande surpresa foi encontrarmos "O Fantasma" de 1850 sendo anterior
ao próprio Livro dos Espíritos. Jornal espiritualista que
abria árduos caminhos para aceitação das idéias
que viriam a partir de Kardec. O "Echos" também estava lá,
mas anterior ao Echos encontramos "Jornal Scientifico sobre as Sciencias
Occultas" de 1862 do Rio de Janeiro. Um passeio inesquecível pela
nossa história.
Desembarcamos ao início da noite daquele sábado
maravilhoso, rememorando as origens e objetivos dessa Liga informal que chamamos
carinhosamente de LIHPE. Relembramos aquele pequeno grupo de amigos que
despretensiosamente sem um desígnio premeditado e sem um projeto preconcebido
se reuniu para ajuda mútua nas pesquisas. Em pouco tempo acabaram
criando um cadastro nacional de pesquisadores que por sua vez criou uma
Liga que hoje tem representantes em 5 países. Estes verdadeiros formadores
de opinião se reuniram em Campinas e demonstraram o que um ambiente
fraterno e seriamente comprometido com a pesquisa é capaz de propiciar
a seu público.
Eu que
sou novo nas lides da LIHPE, saí batizado do Segundo Encontro Nacional.
Mais cientista do que quando entrei, mais filósofo do que fui até
os dias de hoje. E, de hoje em diante, a história será viva
e atuante em minha existência.
Retorno ao
Índice
As Irmãs
Fox, Conan Doyle e o Espiritismo Brasileiro, Jáder Sampaio, Brasil
2ª Parte do artigo iniciado no Boletim 453
Pesquisas e Relatos sobre as Irmãs Fox
No seu capítulo, amplamente
documentado com declarações assinadas, Doyle vai mostrando
ao leitor as investigações a que foram submetidas e as perseguições
que as Irmãs Fox sofreram. A obsessão da grande maioria dos
pesquisadores que as estudariam focalizava-se em descobrir as origens físicas
ou fisiológicas das batidas.
Conan Doyle recuperou um episódio
da vida de Margareth Fox onde ela se interessou e foi correspondida por um
médico puritano chamado Kane, com quem veio a casar posteriormente,
e as pressões que ele exerceu para que ela desmentisse a comunicação
com os espíritos. A partir da análise das cartas, o criador
de Sherlock Holmes conclui que ele “pensava de modo vago que houvesse alguma
fraude” mas que “nos anos de sua maior intimidade Margareth jamais admitiu”,
que “ele jamais pode sugerir no que consistia a falcatrua” e que “ela empregou
as suas forças de maneira que os espírita sérios deploram”.
(DOYLE, 1926. p. 97)
Assim como outros médiuns do século XIX,
as Fox tiveram dúvidas quanto à origem espiritual dos fenômenos,
e pode ser que houvessem praticado algum tipo de fraude em momentos isolados
de sua carreira, especialmente porque passaram a viver da demonstração
dos fenômenos. Conan Doyle transcreveu a seguinte frase do livro do
Dr. Kane:
“...“Ela dizia sempre que nunca tinha realmente acreditado que
as batidas fossem obra de espíritos, mas pensava que nisso havia uma
relação com certas leis ocultas da natureza.” Esta foi sua
atitude posterior na vida, pois em sua ficha profissional dizia que o povo
devia por si mesmo julgar da natureza de suas forças.” (DOYLE, 1926.
p. 97)
O banqueiro Charles Livermore, de
Nova York, afirma que recebeu comunicações de sua esposa falecida,
Estelle, num período de dez anos, mensagens através de Kate
Fox, algumas escritas em francês, espanhol e italiano, idiomas desconhecidos
pela médium.
O Sr. Cromwell Varley (eletricista
responsável pelo lançamento do cabo submarino no atlântico)
realizou esperiências sobre eletricidade com Kate Fox.
Em sua visita à Inglaterra
Kate foi estudada por um conhecido membro da Sociedade Dialética de
Londres, o Dr. William Crookes. Transcrevo abaixo um relato de um dos resultados
obtidos por ele:
“O relatório de Crookes das observações
na presença de Kate Fox continua sendo um claro exemplo de evidência
para “raps” paranormais, exceto pela falta de múltiplas testemunhas.
Ele obteve “raps” em vários objetos e materiais – um pedaço
de vidro, um pandeiro, uma árvore, um pedaço de papel suspenso
por uma linha.” (RUSH, 1986. p. 241`)
Sir Arthur Conan Doyle relatou um
episódio da pesquisa de Crookes onde estavam presentes sua esposa
e uma parente:
“Eu segurava ambas as mãos da médium numa das minhas
enquanto seus pés estavam sobre os meus. Havia papel sobre a mesa
em nossa frente e eu tinha um lápis na mão livre.
Uma luminosa mão desceu do alto da sala e, depois de oscilar
perto de mim durante alguns segundos, tomou o lápis de minha mão
e escreveu rapidamente numa folha de papel, largou o lápis e ergueu-se
sobre as nossas cabeças, dissolvendo-se gradativamente na escuridão”
(DOYLE, 1926. p. 101)
O Prof. Russo, Dr. Butlerof, da Universidade
de São Petersburgo, teve seu relato transcrito no trabalho de Conan
Doyle.
“De tudo quanto me foi possível observar em presença
de Mrs Jencken, sou levado à conclusão de que os fenômenos
peculiares a esse médium são de natureza fortemente objetiva
e convincente e que, penso, seriam suficientes para levar o mais pronunciado
céptico, desde que honesto, a rejeitar a ventriloquia, a ação
muscular e semelhantes explicações dos fenômenos.” (DOYLE,
1926. p. 103)
Seguem-se outros relatos e poderíamos
ainda transcrever mais citações de outros livros, mas estas
são suficientes para afirmar-se que as Fox foram estudadas por cientistas,
em ambientes controlados e apresentaram resultados satisfatórios,
não apenas de “raps”, como de outros fenômenos de efeitos físicos.
Aqui temos um capítulo de suas vidas que não pode ser atribuído
à imaginação dos espíritas norte-americanos e
que se acha bem documentada, ainda nos dias de hoje. Vemos também
que as hipóteses de ação muscular eram conhecidas e
controladas pelos cientistas que as estudaram, da mesma forma que o foram
pelas comissões do Corinthians Hall.
Por que insistimos tanto em dizer
que cientistas estudaram a mediunidade de Kate Fox? Um dos argumentos mais
empregados por aqueles que querem desmerecer uma fonte histórica,
repousa na idealização e na mitificação que geralmente
acompanha movimentos sociais e culturais onde as opiniões se polarizam
e o componente emocional se torna muito influente. No calor das discussões
do Corinthians Hall, por exemplo, suas testemunhas poderiam se ater a eventos
isolados ou contar a sua versão, profundamente marcada pela simpatia
com as idéias espiritualistas. Embora este fenômeno seja um
fenômeno humano, o cientista foi treinado a tentar ser o mais descritivo
possível, a evitar suas simpatias e ater-se aos fatos para construir
e reconstruir suas teorias. Ele depende profundamente de sua reputação
no meio acadêmico para que suas comunicações tenham credibilidade.
Todos sabemos que no século passado o clima vigente nas academias
era de uma compreensão empírica das ciências, especialmente
das ciências naturais. Ademais, os pesquisadores em questão
apresentam sua metodologia de trabalho e os seus cuidados para evitar a ocorrência
das principais hipóteses alternativas como a fraude e as ocorrências
naturais.
Passamos agora à declaração de Margareth
Fox, seus motivos e sua retratação.
Por que Margareth Fox afirmou que fraudava?
Margareth Fox-Kane deu uma declaração
em setembro de 1888 ao jornal New York Herald denunciando o culto espiritualista,
mas preservando a idéia de que os raps “eram a única parte
dos fenômenos digna de registro”. (DOYLE, 1926. p. 105)
Alguns escritores como INARDI (1979) destacaram
suas palavras mais duras e de efeito:
"Encontro-me aqui, nesta noite, na qualidade de uma das fundadoras
do Espiritismo, para denunciá-lo como fraude absoluta do princípio
ao fim, como a mais doentia das superstições e a mais maligna
heresia que o mundo já conheceu..." (Margareth Fox-Kane apud INARDI,
1979. p. 89)
Ao contrário do que afirma
nossa jornalista brasileira, Kate Fox ficou aborrecida com as declarações
da irmã. Observe o leitor a correspondência que ela escreveu
à senhora Cottel em novembro do mesmo ano:
“Eu lhe deveria ter escrito antes, mas minha surpresa foi tão
grande, ao chegar e saber das declarações de Maggie sobre o
Espiritismo, que não tive ânimo de escrever a ninguém.
(...)
Agora penso que podia fazer dinheiro, provando que as batidas
não são produzidas pelos dedos dos pés. Tanta gente
me procura por causa da declaração de Maggie que me recuso
a recebe-los.” (DOYLE, 1926. p. 107)
Doyle apresenta três razões
para a conduta de Margareth Fox-Kane. A primeira razão envolve uma
discussão entre Kate e Leah em decorrência ao alcoolismo da
primeira. Kate e Margareth se tornaram alcoólatras e Leah fez pressões
para que parassem de beber, chegando a ameaçar Kate com a perda da
guarda dos filhos. Ao que parece, ela chegou a ser presa por algum tempo
em decorrência de uma denúncia da irmã mais velha, que
teria alegado maus tratos para com os filhos. (DOYLE, 1926. p. 106) Margareth
se indispôs contra Leah em defesa da irmã, ofendendo-lhe em
sua crença no espiritualismo. RINN (1954) transcreveu algumas declarações
que ela lhe deu sobre o desentendimento com a irmã. Deixo ao leitor
a tradução de um deles, que nos esclarece sobre o seu estado
de perturbação interior:
"Outra irmã minha, Leah, maldita seja, me fez aceitar
isto. Ela é minha maldita inimiga. Eu a odeio. Meu Deus! Eu a envenenaria!
Não, eu não, mas eu a açoitaria com a minha língua.
Leah tinha 23 anos no dia em que eu nasci. A filha de Leah, Elisabeth, tinha
sete anos no dia em que nasci. Rá, rá! Eu já era tia
sete anos antes de ter nascido!" (RINN, 1954. p. 55)
O segundo motivo repousa na pressão
que sofria por parte dos profitentes de religiões protestantes e católicas.
Em sua retratação, Margareth refere-se à influência
que sofreu de pessoas que tinham por interesse “esmagar o Espiritismo”. Conan
Doyle chega a apresentar nomes de membros do clero que a fizeram crer que
tratava com o demônio. Margareth houvera se convertido ao catolicismo
alguns anos antes da declaração, o que foi confirmado por Rinn
(1954), ao entrevistar um padre da igreja de São Pedro, em Barclay
Street, Nova York.
Finalmente, houve a proposta financeira do jornal, interessado
em um “furo” jornalístico, não importando se estaria ou não
praticando “imprensa marrom”. As Fox viviam dos fenômenos que produziam,
prática em que são criticadas até por Conan Doyle, que
morava em um país onde a remuneração de médiuns
é uma prática aceita.
Embora não tenha encontrado em minhas fontes uma
transcrição exata da declaração de Margareth
Fox-Kane, com base na correspondência de Kate, transcrita acima, ela
parece ter “explicado” os fenômenos a partir da teoria dos “músculos
estalantes”. No texto de Rinn (1954) se vê algumas outras explicações
aos fenômenos. Ela dizia que os sons nas paredes do "cottage" de Hydesville
vinham de maçãs que as irmãs deixavam cair, enganando
seus pais, e que os fenômenos de escrita direta eram fraudados com
um giz entre os dentes, enquanto os pesquisadores as retinham pelas mãos.
Convenhamos que estas explicações, face aos relatórios
de pesquisas realizados desde a demonstração em Rochester,
são bastante insatisfatórias. Como elas teriam produzidos os
sons nos vidros, paredes e papéis distantes de seus próprios
corpos, estalando músculos? Como responderiam a perguntas mentais?
Como forneceram respostas corretas a perguntas que desconheciam, como o número
de conchas tomadas ao acaso de um montinho, por um de seus investigadores?
Como elas teriam burlado os cuidados dos cientistas que as pesquisaram? Nada
disto parece satisfatório, ainda que houvessem entremeado truques
aos fenômenos, por razões financeiras.
Por fim, Margareth Fox-Kane retratou-se
um ano depois, em 20 de novembro de 1889 em entrevista dada à imprensa
de Nova York. Para que não reste dúvidas, transcrevo algumas
partes.
“Praza a Deus (...) que eu possa desfazer a injustiça
que fiz à causa do Espiritismo quando, sob intensa influência
psicológica de pessoas inimigas dele, fiz declarações
que não se baseiam nos fatos. (...)
Naquela ocasião (em que denunciou o Espiritismo) necessitava
muito de dinheiro, e criaturas, cujo nome prefiro não citar, se aproveitaram
da situação. Daí a embrulhada. Também a excitação
ajudou a perturbar meu equilíbrio mental. (...)
Aquelas acusações eram falsas em todas
as minúcias. Não hesito em dize-lo... (...) Nem todos os Hermrmans
vivos serão capazes de reproduzir as maravilhas que se produzem através
de alguns médiuns. Pela habilidade manual e por meio de espertezas
podem escrever em papéis e lousas, mas mesmo assim não resistem
a uma investigação acurada. A materialização
está acima de seu calibre mental e desafio a quem quer que seja a
produzir batidas nas condições em que as produzo.” (DOYLE,
1926. p. 108-109)
A partir deste momento ela se propôs
a fazer conferências para “refutar as calúnias” que ela própria
lançou contra o Espiritismo. Ela fez uma carta aberta ao público
assinada de próprio punho diante de testemunhas como o Sr. O’Sullivan,
Ministro dos Estados Unidos em Portugal durante vinte e cinco anos.
(Continua no próximo Boletim)
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Os Centros de Forças ou Centros Vitais, Jussara,
Brasil
Olá Amigos,
Participo de um grupo de estudos, estamos na parte dos
Centros de Força ou Centros Vitais, pois estou buscando mais conhecimento
e gostaria de indicações de matérias e livros, preciso
esclarecimento sobre qual o papel dos centros de força para vida orgânica?
Obrigada,
Jussara
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Solicitação de Informações
acerca do Conde de Rochester, Bettina Mueller, Brasil
(...) A partir dos 15 anos de idade (tenho 50), comecei
a me interessar pelo espiritismo por influência de um tio meu, que
me presenteou com o livro A VINGANÇA DO JUDEU. Foi paixão fulminante!
Tenho lido muitos livros psicografados,
dos mais variados autores e autoras, mas confesso que o Conde de Rochester
é o meu favorito.
Em março de 2000, descobri um site interessante
e completíssimo que, a meu ver, não mais existe. Por sorte,
imprimi a parte que mais me interessava: vida e obra de John Wilmot e, assim,
conservei o endereço do link, que e´(ou era): http://www.espiritismo.com/rochester/biografia.html
Infelizmente não consegui encontrá-lo
ou obter qualquer pista sobre ele. Como vocês são especialistas
em estudos espíritas, estou levando o fato a seu conhecimento, na
esperança de que vocês possam me ajudar e/ou orientar. TUDO
SOBRE O GRANDE CONDE ME INTERESSA.
Muito grata por sua paciência e compreensão.
Cordialmente,
Bettina Mueller
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GAE - Grupo de Apoio à Evangelização
O GAE - Grupo de Apoio à Evangelização
foi formado em janeiro de 1990, com o objetivo de auxiliar o trabalho de evangelização,
em todos os seus seguimentos, infância, mocidade, adulto e nas artes,
como forte estímulo à evolução do Espírito.
Conta com o apoio de diversas entidades e grupos do Brasil e de vários
outros países.
Reunimo-nos, pois, em torno de uma mesma bandeira, a bandeira de Jesus e
Kardec, auxiliando-nos uns aos outros para que este trabalho cresça
e se desenvolva dentro dos princípios básicos da Doutrina Espírita,
que é obra do Cristo.
Se você sente seu coração pulsar no mesmo ideal de servir
a Jesus na Seara Espírita, você também é parte
deste Grupo.
Bem vindo, meu irmão.
Visite o site, ajude-nos
a divulgá-lo e envie-nos suas idéias e sugestões: http://www.evangelizar.org.br/
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Divaldo
Pereira Franco profere palestra em Hoorn, Holanda
Prezados amigos,
Participem do Evento Espirita em Hoorn com Divaldo
Pereira Franco:
- Palestra - Vida e Imortalidade - Dia 12 de maio de 2003,
inicio às 19h30
- Seminario - Desperte e Seja Feliz! - Dia 13 de maio de 2003,
13h - 17h
Wijkcentrum Kersenboogerd, Brederodegracht 1, 1628 LZ
HOORN
Vídeos e Programas de TV Disponíveis no site
Plenus-Net, Luis Hu Rivas, Brasil
Amigos do Geae,
Venho até voces para informar que os videos e os programas de tv
do portal
www.plenus.net
(em espanhol:
http://www.terra.es/personal3/plenus-espanha/home.htm)
já estão funcionando. Assim também temos 4 palestras
de divaldo Franco em Espanhol, a disposição dos irmãos
da fala hispanica, que podem ser assistidos online.
Viemos solicitar aos companheiros possam enviar na sua mala direta,
o seguinte pedido:
Estamos precisando de colaboradores espiritas (tradutores
voluntários) do portugues ao espanhol, nativos ou não, que
entrem em contato conosco, para a edição de um material
espírita colorido em espanhol, para apoiar a divulgação
do movimento espirita hispano.
Para contatos podem escrever a Luis Hu Rivas:
luishu@plenus.net e quem tiver messenger
luishu@hotmail.com
Estamos aguardando para o que será um grande apoio ao movimento espirita
de fala castelhana.
Abraços,
Luis Hu Rivas
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GRUPO DE ESTUDOS AVANÇADOS
ESPÍRITAS
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Conselho Editorial - editor@geae.inf.br
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