Boletim GEAE

Grupo de Estudos Avançados Espíritas

http://www.geae.inf.br

Fundado em 15 de outubro de 1992
Boletim Quinzenal de Distribuição Eletrônica

"Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade", Allan Kardec

Ano 11 - Número 444 - 2002            15 de outubro de 2002

Editorial
10 Anos de GEAE

Artigos
Golpe de Vista Retrospectivo, Allan Kardec, Revista Espírita
As Quatro Nobres Verdades, Carlos A. Iglesia Bernardo
Não esqueça as fontes, Geraldo Campetti Sobrinho

Comentários e Questões
Respondendo sobre a prática da mediunidade, André Luis Martins
Respondendo sobre a prática da mediunidade, Pedro Vieira
Duvida sobre o Perispírito, Vicente Lima
Reencarnação, Celso Lima

Painel
Mensagens de Além-Túmulo, Marcus Venicius




Editorial

10 Anos de GEAE

    Com esta edição, o Grupo de Estudos Avançados Espíritas, completa seu décimo ano de existência.  Da mensagem inicial, transmitida na Brasnet pelo Raul Franzolin, propondo a formação de um grupo de estudos usando uma tecnologia nova e avançada para a época, até este Boletim, foram anos de muita atividade, alguns contratempos, mas aprendizado contínuo. Graças a Deus, foram anos onde tivemos a felicidade de aprender um pouco mais sobre a Doutrina Espírita, doutrina que, descerrando as verdades da vida eterna, abre novas etapas no progresso da humanidade.

    Tivemos também a felicidade de ver, durante estes anos, crescer a comunicação entre os Espíritas, com a utilização da Internet grupos de quase todas as partes do mundo passaram a se comunicar assiduamente entre sí ; espíritas nas mais distantes localidades passaram a ter contato com a Doutrina e uma proximidade dificil de imaginar anos atrás.

    Se costuma ouvir, entre os trabalhadores da seara espírita, que o plano espiritual considera que o seareiro está verdadeiramente empenhado em suas tarefas, e não é apenas movido por um entusiasmo passageiro, quando completa 10 anos de serviço ininterrupto.  Também se diz que atingida esta marca, demonstrados sua seriedade e compromisso com o serviço do bem, se torna merecedor de pedir algo em seu favor.

    Não sabemos bem qual a origem desta informação, mas caso seja verdadeira e aplicável a um grupo, gostariamos de pedir - em nome de todos os participantes - a oportunidade de continuarmos reunidos, por mais uma década pelo menos, neste esforço conjunto de estudo. Que o "Espírito da Verdade" e a falange de espíritos iluminados, que com ele  participam do esforço para a construção de um mundo melhor, aos quais somos agradecidos do mais fundo do nosso coração, nos permitam continuar neste aprendizado de que tanto carecemos.

    A todos os amigos que conosco participam deste grupo, nossos votos de Muita Paz,

    Feliz Aniversário GEAE
    Os Editores

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Artigos


Golpe de Vista Retrospectivo, Allan Kardec, Revista Espírita

Este artigo foi publicado na edição de Janeiro de 1868 da "Revue Spirite". Nesta edição a Revue Spirite completou 10 anos de publicação (transcrevemos o texto da coleção da EDICEL com as obras Completas de Allan Kardec, tradução de Julio Abreu Filho). Transcrevemos este texto, nesta edição comemorativa, como uma homenagem a Allan Kardec. Aproveitamos para lembrar a importância da "Revista Espírita" dentro da obra de Kardec e a recomendar a todos sua leitura.  Os textos em francês da Revue Spirite foram colocados na Internet por Charles Kempf e podem ser consultados no endereço http://perso.wanadoo.fr/charles.kempf/rs140.htm
    O ano de 1867 tinha sido anunciado como devendo ser particularmente proveitoso para o Espiritismo, e essa previsão realizou-se plenamente. Ele viu aparecerem várias obras que, sem lhe trazer o nome, popularizaram os seus princípios, e entre as quais lembramos Mirette, do sr. Sauvage; Le Roman de l'Avenir, do sr. Bonnemère; Dieu dans la nature, pelo sr. Camille Flammarion. La Raison du Spiritisme , pelo sr. juiz de instrução Bonnamy, é um acontecimento nos anais da doutrina, porque a bandeira é alta e corajosamente arvorada por um homem cujo nome, justamente estimado e considerado, é uma autoridade, ao mesmo tempo que sua obra é um protesto contra epítetos com que a crítica gratifica geralmente os adeptos da idéia. Todos os Espíritas apreciaram esse livro  como o merece, e lhe comprenderam o alcance. É uma resposta peremptória a certos ataques.  Assim, pensamos que considerarão como um dever propagá-lo no interesse da doutrina.

    Se o ano  só tivesse tido esses resultados, era para nos felicitarmos. Mas os produziu mais efetivos. O número das sociedades ou grupos oficialmente conhecidos não aumentou sensivelmente, é verdade; antes até diminuiu, por força das intrigas, com cujo auxílio procuraram miná-los, neles introduzindo elementos de dissolução. Mas, em compensação, o número de reuniões particulares, ou de família, cresceu numa grande proporção.

    Além disso é para todos notório e da própria confissão dos nossos adversários, que as idéias espíritas ganharam terreno consideravelmente, como o constata o autor da obra a que nos referimos adiante. Elas se infiltram por uma porção de brechas; tudo concorre para isso; as coisas que, à primeira vista, a elas pareciam mais estranhas, são meios com a ajuda dos quais essas idéias vêm a luz. É que o Espiritismo toca em tão grande número de questões, que é muito difícil abordar seja o que fôr sem ver aí surgir um pensamento espírita, de tal sorte que, mesmo nos meios refratários, essas idéias brotam sob uma ou outra forma, como essas plantas de cores variadas, que crescem por entre as pedras. E como nesses meios geralmente repelem o Espiritismo. por espíritos de prevenção, sem saber o que ele diz, não é surpreendente que, quando pensamentos espíritas aí aparecem, não os reconhecem, mas, então, os aclamam, porque os acham bons, sem suspeitar que é Espiritismo.

    A literatura comtemporânea, grande ou pequena, séria ou leviana, semeia essas idéias em profusão; é por elas esmaltada e não lhe falta senão o nome. Se se reunissem todos os pensamentos espíritas que correm o mundo, constituir-se-ia o Espiritismo completo. Ora, aí está um fato considerável e um dos mais característicos do ano que se findou. Isto prova que cada um tem em si alguns de seus elementos, no estado de intuição, e que entre os seus antagonistas e ele não há, o mais das vezes, senão uma questão de palavras. Os que o repelem com perfeito conhecimento de causa são os que tem interesse em o combater.

    Mas, então, como chegar a fazê-lo conhecer para triunfar dessas prevenções ? Isto é obra do tempo. É preciso que as circunstâncias para aí levem naturalmente, e para isto pode-se contar com os Espíritos, que sabem fazê-las nascer em tempo oportuno. Essas circunstâncias são particulares ou gerais. As primeiras agem sobre os indivíduos e as outras sobre as massas. As últimas, por sua repercussão, fazem o efeito das minas que, a cada explosão, arrancam alguns fragmentos do rochedo.

    Que cada Espírita trabalhe de seu lado sem desanimar com a pouca importância do resultado obtido individualmente, e pense que à força de acumular grãos de areia se forma uma montanha.

    Entre os fatos materiais que assinalaram este ano, as curas do zuavo Jacob ocupam o primeiro lugar. Tiveram uma repercussão que todo o mundo conhece. E, pôsto o Espiritismo aí só tinha figurado incidentemente, a atenção geral não deixou de ser vivamente atraída para un fenômeno dos mais sérios, e que a ele se liga de maneira direta. Esses fatos, produzindo-se em condições vulgares, sem aparelho místico, não por só um indivíduo, mas por diversos, por isto mesmo perderam o caráter miraculoso, que até então lhes haviam atribuído. Como tantos outros, entraram no domínio dos fenômenos naturais. Entre os que os rejeitavam como milagres, muitos se tornaram menos absolutos na negação do fato e admitiram sua possibilidade como resultado de uma lei desconecida da natureza. Era um primeiro passo numa via fecunda em consequências, e mais de um céptico ficou abalado. Certamente nem todos ficaram convencidos, mas a coisa deu muito que falar. Daí resultou num grande número um impressão profunda, que fez refletir mais do que se pensa. São sementes que, se não dão uma colheita abundante imediata, não estão perdidas para o futuro.

    O sr. Jacob mantem-se afastado de maneira absoluta. Ignoramos os motivos de sua abstenção e se deve ou não retornar o curso de suas sessões. Se há intermitência em sua faculdade, como acontece muitas vezes em casos semelhantes, é uma prova de que ela não se deve exclusivamente à sua pessoa, e que fora do indivíduo há qualquer coisa, uma vontade independente.

    Mas, perguntarão, porque essa suspensão, desde que a produção desses fenômenos era uma vantagem para a doutrina ? Tendo as coisas, atá aqui, sido conduzidas com uma sabedoria que não é desmentida, há que supor que os que dirigem o movimento julgaram o efeito suficiente pelo momento, e que seria útil pôr um tempo de espera na efervescência. Mas a idéia foi lançada e se pode estar certo de que não ficará no estado de letra morta.

    Em suma, como se vê, o ano foi bom para o Espiritismo. Suas falanges recrutaram homens sérios, cuja opinião é tida por alguma coisa num certo mundo. Nossa correspondência assinala quase por toda a parte um movimento geral de opinião por essas idéias e, coisa bizarra neste século positivo, as que ganham mais terreno são as idéias filosóficas, muito mais que os fatos materiais de manifestação, que muitas pessoas ainda se obstinam em rejeitar. De sorte que, perante o maior número, o melhor meio de se fazer proselitismo é começar pela filosofia, o que se compreende. Sendo as idéias fundamentais latentes na maioria, basta despertá-las. Compreendem-nas porque possuem em si os seus germes, ao passo que os fatos, para serem aceitos e compreendidos, demandam estudos e observações que muitos não querem se dar o trabalho de fazer.

    Depois o charlatanismo, que se apoderou dos fatos para os explorar em sua proveito, os desacreditou na opinião de certas pessoas, dando margem à critica. Assim não se podia dar com a filosofia,  que não era tão fácil de contrafazer, e que, aliás, não é matéria explorável.

    Por sua natureza, o charlatanismo é turbulante e intrigante, sem o que não seria charlatanismo. A crítica, que geralmente pouco se preocupa em ir ao fundo do poço buscar a verdade, viu o charlatanismo em parada, e se esforçou para a ele ligar a etiqueta de Espiritismo. Daí, contra esta palavra, uma prevenção que se apaga à medida que o Espiritismo verdadeiro é melhor conhecido, porque não há ninguem, que o tendo estudado seriamente, o confunda com o Espiritismo grotesco de fantasia, que a despreocupação ou a malevolência procuram àquele substituir. É uma reação neste sentido que se manifestou nestes últimos tempos.

    Os princípios que se acreditam com mais facilidade são os da pluralidade dos mundos habitados e o da pluralidade das existências ou reencarnação . O primeiro pode ser considerado como admitido sem contestação pela ciência e pelo assentimento unânime, mesmo no campo materialista. O segundo está no estado de intuição numa porção de indivíduos, nos quais é uma crença inata; encontra numerosas simpatias, como princípio racional de filosofia, mesmo fora do Espiritismo. É uma idéia que sorri a muitos incrédulos, porque aí encontram imediatamente a solução das dificuldades que os haviam levado à duvida.  Assim, essa crença tende a se vulgarizar de mais a mais. Mas para quem quer que reflita, esses dois princípios tem consequências forçadas, que desembocam em linha reta no Espiritismo. Pode-se, pois, considerar o progresso dessas idéias como o primeiro passo para a doutrina, desde que dela são partes integrantes.

    A imprensa que, mau grado seu, sofre a influência da difusão das idéias espíritas, porque estas penetram até no seu seio, em geral se abstém, senão por simpatia, ao menos por prudência; quase que já não é de bom gôsto falar dos Davenport. Dir-se-ia mesmo que ela afeta evitar abordar a questão do Espiritismo. Se, de vez em quando, ela atira algumas flechas contra os seus aderentes, são como os últimos fios de um ramalhete de artifício. Mas não há mais esse fogo rolado de invetivas que se ouvia há dois anos. Posto que ela tenha feito quase tanto ruído do sr. Jacob, quanto dos Davenport, sua linguagem foi muito outra, e é de notar que, na sua polêmica, o nome do Espiritismo só figurou muito acessoriamente.

    No exame da situação, não só há que considerar os grandes movimentos ostensivos, mas há, sobretudo, que levar em conta o estado íntimo da opinião e das causas que a podem influenciar. Assim como dissemos alhures, se se observar atentamente o que se passa no mundo, reconhecer-se-á que uma porção de fatos, em aparência estranhos ao Espiritismo, parecem vir de propósito para lhe abrir as vias. É no conjunto das circunstâncias que se devem procurar os verdadeiros sinais do progresso.  Deste ponto de vista, então, a situação é tão desarmada e que, de agora em diante, as coisas vão marchar sem combate ? Guardemo-nos de o crer e de dormir numa enganadora segurança. O futuro do Espiritismo, sem contradita, está assegurado; e seria preciso ser cego para o duvidar; mas os seus piores dias não passaram; ainda não recebeu o batismo que consagra todas as grandes idéias. Os Espíritos são unânimes para nos pressentir contra uma luta inevitável,  mas necessária, a fim de provar sua invulnerabilidade e a sua força; dela sairá maior e mais forte; somente então conquistará o seu lugar no mundo, porque os que tiverem querido derrubá-lo terão preparado o seu triunfo. Que os Espíritas sinceros e devotados se fortifiquem pela união e se confundam numa santa comunhão de pensamentos. Lembremo-nos da parábola das dez virgens e velemos para não sermos tomados desprevenidos.

    Aproveitamos esta circunstância para exprimir toda a nossa gratidão àqueles dos nossos irmãos espíritas  que, como nos anos anteriores, por ocasião da renovação das assinaturas da Revista, nos dão novos testemunhos de sua afetuosa simpatia. Somos felizes com os penhores que nos fazem de seu devotamento à causa sagrada que todos defendemos, e que é a da humanidade e do progresso. Aos que nos dizem: coragem ! diremos que jamais recuaremos diante de nenhuma das necessidades de nossa posição, por mais duras que sejam. Que contem conosco, como nós contamos, no dia da vitória, neles encontrar os soldados da véspera, e não os soldados do amanhã.

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As Quatro Nobres Verdades, Carlos A. Iglesia Bernardo

(Série de artigos iniciada no Boletim GEAE número 428)

VI - Anexos


Vocabulário

    O Budismo tem uma história de 2.500 anos, sendo que parte de seu vocabulário vem das filosofias muito mais antigas da India, cujas origens se perdem na noite dos tempos. Desta maneira é preciso ter em mente que qualquer tradução para o nosso idioma é sempre aproximada, que não temos termos exatos para traduzir palavras que acumulam signficados de milênios de estudos ininterruptos.

    Na relação abaixo indicamos se os termos são usados por apenas uma das duas doutrinas, ou se são comuns as duas. No texto procuramos indicar as variações de sentido quando existirem.



Animismo:
Espiritismo - Como o homem nada mais é do que um espírito encarnado, ele tem as mesmas capacidades que um espírto liberto, apenas reduzidas pelo efeito do corpo físico. Desta maneira existem fenômenos, bastante similares aos mediúnicos, que tem sua origem no próprio "sensitivo" - ele não atua propriamente como médium, pois não está atuando como intermediário, mas nem por isso estes fenômenos são menos válidos para o estudo do espírito e do mundo espiritual.

Também pertencem a esta categoria, os fenômenos produzidos pelo espírito encarnado sob o controle do seu inconsciente.

Bhiksu:
Budismo - Monge, pessoa que se retirou da vida cotidiana para se dedicar a meditação e ao estudo. Não é um sacerdote, apenas uma pessoa que dedica sua vida ao ideal Budista de libertação do sofrimento pela estrita observância dos ensinamentos de Buda. As práticas religiosas, ou rituais a que se dedica, longe de serem fins em si mesmos, são métodos para exercicío da concentração. A palavra, pelas suas origens, também tem o sentido de monge mendicante.
Bodhichitta:
Budismo - Em seus livros, como por exemplo no "A Arte de Lidar com a Raiva" (editora Campus) o Dalai Lama define Bodhichita como a aspiração altruísta de alcançar a iluminação total, em benefício de todos os seres. 
Bodhisattva:
Budismo - No Budismo Mahayana é o ser ideal, aquele que atingiu todas as condições para pretender o Nirvana, mas que adia sua libertação no objetivo de permanecer em contato com este mundo sofredor. Ele se coloca a serviço dos seres por um período de tempo que nada pode determinar, ou mesmo pode não ter fim, ajudando-os a encontrarem o próprio caminho de libertação do sofrimento. O aspirante a Bodhisattva busca atingir o despertar em benefício dos outros, e este conceito é o ponto principal que caracteriza a escola Mahayana em contraposição a escola Theravada.
Buda:
Budismo - Iluminado, que atingiu a libertação da ignorância. Titulo respeitoso dado a Sidarta Gautama, embora não seja exclusivo dele - todos os seres tem a capacidade de um dia tornarem-se iluminados (Budas). A palavra que designa tal capacidade do ser é algumas vezes (mal-) traduzida por "Budeidade".
Caminho do Meio:
Budismo - É uma expressão também usada para designar o Budismo, pois esta doutrina procura se afastar tanto dos extremos do ascetismo como do apego excessivo as coisas materiais.
Causa e Efeito:
Budismo e Espiritismo - Os nossos atos e pensamentos são ações que, dentro das leis naturais do Universo, trarão uma reação. Dentro do ordenamento moral do Universo, os atos que trazem sofrimento aos outros seres, tem como reação natural o sofrimento de quem os praticou e do mesmo modo, os atos que resultam no bem trazem o bem como retorno;

Os Budistas consideram a lei de causa de efeito como a lei básica do Universo, enquanto que os Espíritas a consideram como uma das leis através da qual Deus age sobre o Universo. Para os Espíritas outra lei universal, de igual importância, é a lei que rege o progresso do espírito.

Codificação Espírita
Espiritismo - O conjunto da obra de AllanKardec. Se convencionou chamar este conjunto de "codificação" devido ao fato destas obras, que reunem os trabalhos de pesquisa e análise desenvolvidos por Allan Kardec no estudo das comunicações espíritas,  formarem a base da Doutrina Espírita.
Dalai Lama:
Budismo - "... Já disse, na introdução " - do livro que estamos citando - " as palavras dalai-lama significam diferentes coisas para diferentes pessoas, e que para mim eles se referem apenas ao cargo que ocupo. A rigor, dalai é um vocábulo mongol que significa 'oceano', e lama é um termo tibetano que corresponde à palavra hindu guru, significando 'superior'. Juntas, as palavras dalai e lama são as vezes traduzidas como 'oceano de sabedoria'. Mas isso, acho eu, é fruto de um mal-entendido. Originalmente, Dalai era uma tradução parcial de Sonam Gyatso, nome do terceiro Dalai Lama: Gyatso significa 'oceano' em tibetano. Outro e infortunado mal-entendido se deve ao fato de os chineses darem à palavra lama o sentido de 'hou-fou', que tem a conotação de 'Buda-vivo'. Isso é um erro. O budismo tibetano não reconhece tal coisa. Apenas admite que determindados seres, dos quais o Dalai-Lama é um, podem escolher a forma de sua reencarnação. Essas pessoas são chamadas tulkus (encarnações)." Dalai Lama, "Liberdade no Exílio - Uma autobiografia do Dalai Lama do Tibet", Ed. Siciliano.
Dharma:
Budismo - Geralmente, nos livros Budistas se refere a doutrina de Buda. " Mas também pode ser usada com significado muito mais amplo - ordem universal cósmica; lei eterna; moral; dever; virtude, retidão; justiça. (Vocabulaire de l'Hindouisme de Herbert et Varenne). Os autores registram Dharma com outros significados tais como Personificação da Lei; Deus presidindo ao dharma, etc.

    No Ramakrishna-Vedanta Wordbook; a brief Dicitionary of Hinduism, editado por Usha, Brahmacharini, consta que literalmente significa "aquele que mantém sua verdadeira natureza" e que a palavra denota mérito, moralidade, justiça, verdade, dever religioso, ou o caminho da vida que uma natureza do homem lhe impõe (which a man's nature imposes upon him), etc.

    Muitas vezes, a palavra é empregada no sentido do caminho da vida próprio de um ser, como quando se diz que cada indivíduo deve cumprir seu próprio dharma." (Élzio).

Espírita:
Espiritismo - Que tem relação com o Espiritismo, partidário do Espiritismo, aquele que crê nas manifestações dos Espíritos. Allan Kardec, cap. Vocabulário Espírita, O Livro dos Médiuns.
Espiritismo:
Doutrina fundada sobre a crença na existência dos Espíritos e das suas manifestações. Allan Kardec, cap. Vocabulário Espírita, O Livro dos Médiuns.
Espírito:
Espiritismo - No sentido especial da Doutrina Espírita: os Espíritos são os seres inteligentes da criação que povoam o Universo além do mundo material e consttuem o mundo invisível. Não são seres de uma criação especial, mas as próprias almas dos que viveram na Terra ou em outras esferas tendo deixado seu envoltório corporal.  Allan Kardec, cap. Vocabulário Espírita, O Livro dos Médiuns.

O mundo invisível está além do material não só em sentido espacial, mas também qualitativo, interpenetrando-o. Comentário de Herculano Pires ao verbete "Espírito" na sua tradução do "O Livro dos Espíritos".

Karma:
Budismo - A palavra significa ação, mas, por extensão, compreende também ao resultado da ação. Não há diferença assim de causa e efeito. (Elzio)

    As vezes é empregada significando "lei de Causa e Efeito" (vide tópico correspondente) e outras como o resultado atual das ações passadas.

Médium
Espiritismo - (Do latim: medium = meio; intermediario; medianeiro) Pessoa que pode servir de intemediária entre os espíritos e os homens; aquele que em um grau qualquer sente a influência dos Espíritos de modo ostensivo. Todas as variedades de médiuns apresentam uma infinidade de graus em sua intensidade. Dicionário de Filosofia Espírita, L. Palhano Jr.
Mediunidade
Espiritismo - É uma faculdade inerente ao homem que permite a ele a percepção, em um grau qualquer, da influência dos Espíritos. Não constitui um privilégio exclusivo de uma ou outra pessoa, pois, sendo uma possibilidade orgânica, é hereditária e depende de um organismo mais ou menos sensitivo. Só se classificam pessoas como médiuns, se a mediunidade se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade. Essa faculdade não se revela, da mesma maneira, em todos. Geralmente os médiuns têm uma aptidão especial para os fenômenos desta, ou daquela ordem, donde resulta que formam tantans variedades quantas são as espécies de manifestações. Dicionário de Filosofia Espírita, L. Palhano Jr.
Nirvana:
Budismo -Literalmente a palavra tanto pode significar "ser extinguido" (extinção), "cessar por sopro", quanto "resfriar por sopro". O nirvana constitui a mais elevada e última meta de todas as aspirações budistas, a extinção do "fogo" de, ou o resfriamento da "febre" da avidez, ódio e delusão (os três principais males no pensamento budista); e com estes também a libertação última e absoluta de todo renascimento futuro, velhice e morte, de todo sofrimento e miséria. Dhammapada, trad. Nissim Cohen, Ed. Palas Athena.
Perispírito:
Espiritismo - (do grego, perí, ao redor) - Envoltório semimaterial do Espírito. Entre os encarnados, serve de liame ou intemediário entre o Espírito e a matéria. Entre os espíritos errantes, constitui o corpo fluídico do Espírito. Allan Kardec, cap. Vocabulário Espírita, O Livro dos Médiuns.
Reencarnação:
Budismo e Espiritismo - A continuação da existência do ser em um novo corpo material como consequencia da lei de ação e de reação. Há uma sutil diferença conceitual entre o Espiritismo e o Budismo neste ponto. Para os Budistas, o ser em sua essência é apenas um fluxo de consciência,  ao qual se agregam diversos elementos conforme o resultado da lei de causa e efeito. Não há propriamente um ser individual se reencarnando, mas seu fluxo de consciência (que resulta de uma existência para outra - e mesmo no mundo espiritual entre as encarnações - na propagação de uma consciência individual, responsável por seus atos). Para o Espiritismo, há um espírito imortal que se reencarna conforme suas necessidades de progresso espiritual. Ao espírito puro - cuja essência nos escapa - se agregam o perispiríto que é o instrumento através do qual ele atua no mundo material.
Samsara:
Budismo - Ciclo ou Roda de Renascimento. A fase da existência do ser em que ele está preso ao ciclo de renascimentos, de uma vida após a outra. O Espiritismo não tem uma palavra especifíca para este conceito.
Sangha:
Budismo - O conjunto dos monges budistas. Não é uma classe sacerdotal, tal qual a hierarquia da Igreja Católica ou os Brahmanes Hindus. É simplesmente o conjunto das pessoas que se retirou da vida comum para se dedicar a meditação e aos estudos da doutrina Budista. Pode-se dizer que corresponde ao ideal Budista de vida, mas fora isso, não há distinções fundamentais entre leigos e sangha.
Shakyamuni:
Budismo - O sábio do clã dos Shakya, outro dos nomes dados a Buda;
Sidarta Gautama:
Budismo - O nome próprio de "Buda". Também se encontram "Sidharta" e "Siddharta";
Sutra :
Budismo - A palavra "Sutra" era usada na India, na época do surgimento do Budismo, para indicar um conjunto de palavras ou frases importantes reunidas em um conjunto único.  Como muitos ensinamentos de Buda foram reunidos na forma de Sutras, o significado da palavra acabou se extendendo ao longo do tempo, vindo a ser usada para designar genericamente todos os textos que trazem sermões de Buda. Algumas vezes também é usada para outros textos Budista, inclusive modernos, que são recitados.

(Próximos boletins - Bibliografia)
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Não esqueça as fontes, Geraldo Campetti Sobrinho

(Artigo publicado originariamente em Reformador, nov. 1998, p.340-341 e atualizado pelo autor em outubro de 2002.)

    Ao redigir um texto para livro ou periódico, é importante que o autor se lembre de fazer as devidas anotações das fontes consultadas e citadas em seu trabalho.

    O registro das fontes de onde se extraíram informações para fundamentação conceitual, argumentação de idéias, oposição a teorias já expostas anteriormente é tão importante quanto o desenvolvimento do próprio assunto.

    A organização do texto com as indicações das referências bibliográficas consultadas, ou de cujas fontes foram retiradas informações, oferece um caráter de cientificidade ao documento, fundamental para seriedade do trabalho apresentado.

    O autor que está interessado em tomar público o seu texto deve considerar essas questões de normalização técnica em alto grau de importância, mesmo porque o que se escreve é para os outros lerem e não exclusivamente para satisfação do escritor.

    Apresentamos a você, prezado leitor, que gosta não só de ler, mas também de escrever, algumas sugestões de como trabalhar com os aspectos principais dessa área da documentação, sem maiores dificuldades.

CITAÇÃO

    A citação é a menção no texto de uma informação extraída de outra fonte, seja livro, folheto, periódico ou outra qualquer.

    A citação pode ser realizada de duas formas: direta (transcrição textual ipsis litteris) e indireta (utilização de idéias de outro autor).

    A fidedignidade no texto citado deve ser preservada, fazendo-se apenas a correção de eventuais erros tipográficos,

    As aspas duplas são utilizadas para destacar os trechos citados, e as aspas simples quando ocorre a inserção de uma citação em outra.

    A composição dos trechos que superam a cinco linhas deve ser feita com recuo em relação à margem esquerda, e em tipo menor que o do restante do texto. Para os artigos de periódicos, considerando-se a formatação utilizada, os editores poderão optar em destacar o texto citado, adotando-se um tipo menor de fonte ou apenas a inclusão das aspas.

    As omissões feitas em um texto citado são indicadas por reticências entre parênteses (...) e as interpolações, por colchetes [  ].

    Caso exista algum erro ou impropriedade, emprega-se em seguida ao texto citado, entre colchetes, a palavra latina [sic], que significa como impresso.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

    A referência bibliográfica é um conjunto de elementos que permitem a identificação, no todo ou em parte, de documentos impressos ou registrados em diversos tipos de material.

    Quando a citação de uma obra é realizada pela primeira vez, a sua referência bibliográfica deve ser completa.

Ex: PEREIRA, Yvonne A. A voz do Consolador. 2. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1997.
As iniciais das palavras que compõem o título devem ser maiúsculas apenas quanto a primeira letra da primeira palavra e dos nomes próprios.

    A referência bibliográfica de uma obra mediúnica é feita assim:

XAVIER, Francisco Cândido. A caminho da luz: história da civilização à luz do Espiritismo. Ditada pelo Espírito Emmanuel. 20.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1994.
Cabe aqui uma explicação. Qualquer informação incluída em uma referência bibliográfica não extraída da folha de rosto, que se constitui no principal elemento de informações para a referência, deve ser citada entre colchetes. Portanto, para os livros editados pela FEB que não trazem o local de publicação "Rio de Janeiro", mas apenas "Rio", é necessário que se anote assim: Rio [de Janeiro]. Os lançamentos da editora e reedições já estão trazendo a catalogação na fonte, incluindo o local por completo. Em tais casos, dispensam-se os colchetes.
   
    Sugerimos que a entrada da referência seja feita pelo médium para efeito de simplificação e cite-se, posteriormente, "pelo Espírito tal".

    A expressão latina Opus citatum (obra citada), na forma abreviada Op. cit., será incluída após o nome do autor sempre que uma obra for citada mais de uma vez, desde que não haja intercalações de outras publicações do mesmo autor.

    Para obras diferentes de um mesmo autor já referenciado em nota imediatamente anterior, usa-se o termo latino Id. (mesmo autor), de forma abreviada, segundo do título e demais elementos da referência.

    Ex.: Id. Religião dos Espíritos. Pelo Espírito Emmanuel. Rio [de Janeiro]: FEB. 1993, p. 29.

    Quando se vai citar novamente a mesma obra do mesmo autor e sendo esta citação imediatamente posterior, na mesma página ou em página não distante, emprega-se a expressão latina Id. Ibid. (mesmo autor e mesma obra), na forma abreviada.

    Ex.: Na mesma página: Id. Ibid; em página diferente da citada: Id. Ibid., p. 195.

    É importante ainda saber que a referência bibliográfica pode aparecer em nota de rodapé ou de fim de texto.

NOTAS

    Notas são informações ou observações acrescentadas ao texto, seja no rodapé da página, no final do artigo/capítulo, ou em seção especial no final da obra.

    Elas têm como objetivo: indicar as fontes da citação por meio das referências bibliográficas; completar as referências indicadas no texto; apresentar esclarecimentos e comentários do autor ou do editor.   Geralmente, esta última vem seguida da abreviatura N.E. no final da nota; remeter o leitor a outros documentos ou a outra parte do próprio texto.  São notas remissivas, indicadas com a abreviatura Cf. (conferir), Cfr. (confrontar) e V. (ver., ver também); traduzir texto de língua estrangeira ou indicar que a tradução foi feita pelo próprio autor da obra. São as N.T. (notas de tradução).

    A indicação das notas pode ser realizada por meio de numeração seqüencial, com os números registrados em sobrescrito, fonte menor - os editores de texto em computador já executam tais procedimentos automaticamente - precedendo ou não o sinal de pontuação que fecha o texto.

    Outros sinais como asteriscos, letras e números romanos em minúsculos podem indicar as notas, preferencialmente as de rodapé, sendo que os respectivos símbolos deverão ser repetidos no rodapé da página.

    A chamada para a nota em textos acadêmicos, geralmente no tópico de um projeto de pesquisa denominado revisão de literatura, é feita pela citação do nome principal do autor, o sobrenome, seguida do ano de publicação da obra.
   
    Quando a citação é ipsis litteris, o nome e o ano serão registrados entre parênteses, após o trecho citado. Ex: (Miranda, 1994).

    Em caso de citação mais livre, normalmente iniciada pelo autor citado, recomenda-se o registro do nome e, logo após, o ano entre parênteses, antecedendo o trecho a ser citado. Ex.: Miranda (1994) informa sobre o assunto que "(...)".

    Para os textos da literatura espírita, sugerimos que se faça a indicação numérica, pela simplicidade que ela oferece.

ALGUMAS DICAS IMPORTANTES

p ou pp?

    Não há necessidade de duplicação do p na identificação do número de páginas ou intervalo das páginas referenciadas.

    Exemplos errados: 150pp; pp. 8-15.

    Exemplos certos: 150p.; p.8-15.

O "azinho" da edição

    Citar a edição de um livro é muito fácil. Basta colocar o número da edição seguido de ponto e da abreviatura ed. Exemplos: 2.ed.; 3.ed.; 4.ed.; 5.ed.; 10.ed...

    O azinho é dispensável e incorreto.

    Em tempo: não se deve citar a primeira edição (1.ed.). Quando inexiste especificação do número da edição, subentende-se que é a primeira.

Não abuse do In

    O termo latino In é geralmente usado em duas situações: 1) quando se está referenciando um capítulo de um livro redigido pelo próprio autor da obra e 2) por outro autor, no caso de obras compiladas ou organizadas por um pesquisador que reúne trabalhos redigidos por vários autores. Ao referenciarmos um capítulo na situação 1, devemos citar o autor do capítulo, que é o mesmo da obra neste caso, e o título do capítulo seguido do termo In, sem destaque, de dois pontos e de seis toques de traços subscritos que indicam que o autor da obra é o mesmo já citado no início da referência (In: ______.). Para a situação 2, citamos o autor do capítulo, o título do capítulo, a expressão In e o autor ou organizador/compilador da obra, que não será o mesmo do capítulo. Aí sim, fazemos a referência da obra como um todo, citando-se, ao final, a(s) página(s) específica(s) do capítulo referenciado.

    Complicou tudo, não é? Então, vamos simplificar com exemplos.

Situação 1:
KARDEC, Allan. Constituição do Espiritismo: exposição de motivos. In: ______. Obras póstumas. 30.ed. Rio de Janeiro: FEB, 2001. p. 345-382.

Situação 2:
FRANZOLIM, Ivan René. Materialista ou espiritualista? In: SCHUBERT, Suely Caldas (Org.). Visão espírita para o terceiro milênio. Votuporanga, SP: Didier, 2001. p. 139-144.

    Todavia, é bom saber que a citação de capítulos de livros ainda não é comum na literatura espírita.

    O mais discreto

    O destaque dos títulos e das expressões ou termos latinos podem ser em itálico, negrito ou sublinhado. Recomendamos o uso do itálico. Ele é mais discreto. Por favor, nada de usar mais de um destaque ao mesmo tempo.



    Amigo leitor, desculpe-me. Esqueci as notas deste artigo.


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Comentários e Questões


Respondendo sobre a prática da mediunidade, André Luis Martins

 (Referente as perguntas apresentadas por Laila Abraham no Boletim 443)

    1) Se tem problema de uma pessoa deixar de trabalhar como médium ?

    Diria a você que sim e não mesmo tempo.

    Acho interessante, em que muitas vezes estamos exercendo a mediunidade e em muitas vezes não sabemos ou até percebemos.Temos que levar em consideração que trabalhar como médium, não é somente estar presente em um Centro Espírita auxiliando o Plano Espiritual nos passes, orientando amigos necessitados, etc.

    Exercer a mediunidade, também está presente num simples sorriso para com uma pessoa, ou até mesmo, num auxilio.

    Exercer a mediunidade, é exercer a vontade de Deus.

    Lembramos que a pratica da mediunidade está presente num próprio pensamento, irradiando vibrações más e boas.

    Quanto ao trabalho especificamente no próprio Centro Espírita, acredito que também é levado em consideração o livre arbítrio.

    Acho que a pessoa tem o livre arbítrio para a escolha.

    Agora é válido lembrar que a mesma poderia estar aprendendo e evoluindo muito mais trabalhando.

    Também acredito que depende muito do caso, pois existem pessoas que tem mediunidade extremamente ativa e necessita do trabalho.

    2) Se o médium tem que trabalhar em grupo ou tem pode praticar sua mediunidade sozinho ?

    A mediunidade nunca é praticada sozinho, pois sempre temos os amigos espirituais ao lado.

    Se for um trabalho sério, teremos amigos elevados e com o propósito serio de ajudar.

    Se for um trabalho cujo objetivo é causar o mal, teremos espíritos com o mesmo objetivo.

    O trabalho em grupo, junto a uma casa espírita é mais recomendado, pois lá existe todo um grupo já formado e toda uma estrutura montada pelo amigos espirituais.

    Acredito que o fator primordial para um bom trabalho dentro de um Centro Espírita é o grupo de segurança, que não permite que haja qualquer descontrole no trabalho.

    Trabalhar sozinho, é extremamente arriscado, pois pode se tornar prejudicial a você médium, pois certamente você não terá esta proteção total e por conseqüência poderá haver um descontrole.

    3) Se o médium pode formar o seu grupo dentro de casa ?

    Conforme dito acima, o ideal seria num Centro Espírita, pelo motivo de toda a segurança existente.

    Mas como aí não tem Centro Espírita acredito que você pode montar o grupo.

    Porém existe uma série de requisitos importantes a serem destacados e que os amigos do GEAE podem lhe informar melhor.

    Caro amiga, este é apenas o meu modo de pensar, mas consulte outras.

    Um grande abraço
    André Martins

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Respondendo sobre a prática da mediunidade, Pedro Vieira

 (Referente as perguntas apresentadas por Laila Abraham no Boletim 443)

 Cara Laila,

    Muito embora alguns companheiros possam julgar seus questionamentos simples, é de capital importância que continuamente reflitamos sobre eles de maneira crítica e ativa, não meramente repetindo fórmulas que ouvimos de quem ouviu, de quem ouviu, etc. Pensemos sobre eles embasadamente.

    1) O médium possui, segundo O Livro dos Médiuns, uma disposição orgânica que possibilita a manifestação de sua mediunidade. Essa disposição inclui também uma formação energética (fluídica) adaptada para o intercâmbio. Isso significa que faz parte da atividade normal do sistema fluídico do médium as trocas e as doações por meio da mediunidade. Algumas experiências demonstram que o médium, se afastando do trabalho mediúnico, submete seu corpo eventualmente a uma congestão fluídica, que pode trazer alguns males como mal estar, dores, etc. É como se se interrompesse um fluxo natural de doação/recepção e se entrasse num estado de estagnação que é estranho à estrutura dele.

    Por isso recomenda-se sempre que o médium ativo por algum motivo dedica-se afastar do trabalho mediúnico que submeta-se ao tratamento de passes espíritas de maneira a evitar esses efeitos.

    Do ponto de vista espiritual, lembramos que o médium foi quem escolheu a mediunidade e que, por conta dela, muitos espíritos eventualmente deixaram de reencarnar porque receberam dele a promessa de trabalho em conjunto. Renunciar à mediunidade não mexe só com a própria pessoa, mas com toda a coletividade com que essa pessoa se comprometeu, gerando débitos e eventualmente obsessões motivadas pela raiva da pouca importância aos deveres assumidos.

    No entanto, a decisão está na mão do próprio médium.

    2) O Sr. Allan Kardec em O Livro dos Médiuns nos adverte que a prática da mediunidade sozinho é muitíssimo mais sucetível a fascinações e obsessões que a prática em um grupo bem estruturado, já que a experiência e a troca de informações torna-se benéfica para impedir que o médium se perca do caminho correto. É possível mas contra-recomendada a prática mediúnica sem vinculação a um grupo sério, de maneira a precaver-se de eventuais mistificações e fascinações que são comuns em pessoas que optam por trabalhar sozinhas, sem contar com o estímulo a um orgulho que acompanha os processos, fazendo perder-se o médium.

    3) Sim, pode e é até recomendável que isso ocorra. A essas reuniões familiares chamamos Estudo do Evangelho no Lar, onde, com a família reunida, debata-se do ponto de vista da moral espírita, os ensinamentos de Jesus, em ambiente de preces e união.<>
   
    Não recomenda-se a formação de grupos mediúnicos em casa pelo fato de normalmente requerer um cuidado mediúnico que só locais já preparados para isso possuem, e pelo fato de o grupo mediúnico mais experiente não normalmente se reunir na casa das pessoas.

    Mas não deve condenar-se nem "excomungar-se" alguma eventual manifestação em casa. O médium não deve fazer disso uma constante por não ser o ambiente mais adequado para tanto, principalmente no lido com Espíritos sofredores, e pelo fato de o tempo talvez ser melhor aproveitado com um bom estudo do Evangelho.

    O Centro Espírita não é um ambiente sagrado nem místico e a proteção que tem não é pela localização nem pelo letreiro onde se lê: "Centro Espírita", mas pela ação das pessoas que lá se encontram para ajudar em nome de Jesus. Quando se falar num Centro Espírita, pense num hospital-escola de almas, que merecerá a proteção que tem pelas ações que desenvolve.

    Por tudo isso, trata-se do ambiente mais adequado para tarefas que requeiram atendimento espiritual.

Muita paz,

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Duvida sobre Perispírito, Vicente Lima

Prezado Amigo,

    Sou um estudante de Doutrina Espírita e gostaria de utilizar a abrangência deste veículo de comunicação para tentar tirar algumas dúvidas que me ocorrem há algum tempo. Para não tomar muito tempo dos senhores irei colocar apenas uma delas inicialmente.

    Sei que os espíritos utilizam o corpo perispiritual para interagir uns com os outros, bem como com o mundo espiritual; que este corpo é de uma "freqüência" diferente do nosso corpo físico e não podemos percebe-lo com nossos sentidos; bem como eles podem "passar" através de nossos corpos físicos. Mas também reconheço que nós, os encarnados, temos um corpo espiritual.

    Este nosso perispírito (dos encarnados) também não pode interagir com o perispíritos dos outros espíritos desencarnados? Como pode ser caso estejamos dirigindo um carro em alta velocidade e batermos em um espírito desencarnado, com nosso corpo espiritual? O que aconteceria com este espírito desencarnado atingido? (o seu perispírito é claro) Será que os espíritos ficam desviando de nós quando estamos caminhando pelas ruas?

    E o que acontece quando existe uma construção no mundo espiritual e nós passamos por ela na nossa vida comum (encarnada)? como fica nosso perispírito neste encontro?

    Desde já agradeço a oportunidade de consulta-los.

Atenciosamente,
Vicente Lima.

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Reencarnação, Celso Lima


    Como espírita, já li vários livros, revistas e jornais espíritas.

    Lembro-me de ter lido sobre o assunto "reencarnação", que o espírito está totalmente reencarnado por volta dos 7 anos de idade e que a consolidação e o pleno comando do corpo só se dá por volta dos 21 anos de idade. Existe algum fundamento nessa afirmativa?

    Em caso afirmativo, por favor, indiquem-me a fonte.
    Antecipadamente grato, envio o meu abraço fraternal.
 
    Celso    

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Painel


Mensagens de Além-Túmulo, Marcus Venicius

    Comprovando que "Documentar é Preservar a História", o Centro de Documentação Espírita do Ceará, reuniu em livro, uma série de reportagens históricas sobre Chico Xavier realizadas em 1935 pelo repórter Clementino de Alencar, enviado especial do jornal O GLOBO, a Pedro Leopoldo.

    O livro que tem o título que encima esta nota, foi organizado pelos companheiros: Luciano Klein Filho, Marcus V. Monteiro e Rogério Silva, contendo 4 notas de apresentação; 27 capítulos; 64 notas de rodapé dos organizadores; 12 fotos da época, das quais 5 inéditas, publicadas exclusivamente no jornal O GLOBO e que ilustrarão o texto; relação dos livros psicografados; e cronologia da vida de Chico Xavier enriquecem a obra, já no prelo, com lançamento previsto para antes do final deste ano.

    Homenageando Francisco Cândido Xavier, o Chico Xavier, a obra enfoca somente o ano de 1935 na vida do médium, retratando com fidelidade uma curta etapa de sua vida missionária... Vale a pena aguardar para conferir!

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GRUPO DE ESTUDOS AVANÇADOS ESPÍRITAS

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