Ordem e Progresso

A inspirada frase, lema em nossa bandeira nacional, traz embutida – note atentamente o leitor – a síntese das leis, humanas e divinas.

Conforme indica o portal wikipedia.org, Ordem e Progresso é o lema da República Federativa do Brasil a partir de sua formação. A expressão é a divisa política do positivismo, forma abreviada de autoria do positivista francês Auguste Comte: O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim. Seu sentido é a realização dos ideais republicanos: a busca de condições sociais básicas (respeito aos seres humanos, salários dignos etc.) e de melhoramento do país (em termos materiais, intelectuais e, principalmente, morais). A expressão fora idealizada por Raimundo Teixeira Mendes e a bandeira pintada pela primeira vez pelo artista Décio Villares.

O fato em destaque, porém, é que a expressão traz em si uma síntese da lei, como indicamos acima. Note o leitor que ambas as palavras indicam o cumprimento das leis estabelecidas nos relacionamentos e ocorrências sociais. Afinal, para citar um único exemplo, o da legislação de trânsito – como amostragem para o presente comentário – significa um progresso na disposição de regras para a convivência social no trânsito. E, por extensão, a ordem, por consequência.

Mas não se restringe a isso, claro. Muitos outros exemplos poderiam ser citados. Podemos expandir o raciocínio para as leis divinas, que regulam os relacionamentos humanos no plano moral.

Se buscarmos entre as leis, a de reprodução e a de igualdade, teremos a presença da ordem que respeita a gestação e não provoca ou pratica o aborto, e a de progresso da própria gestação em si, que traz ao mundo um novo cidadão, onde todos são iguais perante a lei, apesar das manipulações humanas. Mas, não é só. Se buscarmos situar a lei de igualdade e de sociedade, teremos a ordem e o progresso presidindo os legítimos fatores da igualdade entre todas as criaturas perante Deus, sem privilégios ou preferências de qualquer espécie, e que se estendem à sociedade, onde todos precisamos uns dos outros.

E se trouxermos a lei de liberdade? Considerando a liberdade que não é absoluta, mas relativa, embute-se com tranquilidade a ordem e o progresso no devido uso da liberdade, de cuja criatividade e iniciativa humana temos o progresso a olhos vistos.

E se quisermos analisar as leis de adoração e de destruição? Ora, é tão simples e óbvio! Adorar a Deus é buscá-lO com gratidão e fé. Isso significa ordem e progresso. E a própria lei de destruição, que deve ser entendida como transformação, também se enquadra perfeitamente na ordem e no progresso que presidem os caminhos evolutivos no planeta.

Por outro lado, a lei de trabalho é a própria expressão da ordem e do progresso.

A lei de conservação e as leis de amor, justiça e caridade, traduzem por si mesmas esse pleno entendimento. E, claro, o dever moral de autoaprimoramento completa o quadro, ao lado da lei natural que estabelece o equilíbrio do Universo.

Notável perceber isso! A inspiradíssima frase resume a lei.

Se a observássemos não teríamos tantos equívocos sociais. As leis divinas são imutáveis, as humanas vão sofrendo alterações conforme o amadurecimento da mentalidade, mas são leis que devemos observar e respeitar.

No lema Ordem e Progresso, poderíamos até ousar e acrescentar Liberdade, Ordem e Progresso. A Liberdade sem moralidade tem gerado tudo que estamos enfrentando no Brasil, desde os graves desajustes sociais até a corrupção no governo.

A bandeira é um dos quatro símbolos oficiais e sua atual versão possui cores e dimensões estabelecidas pelo Decreto-Lei nº 4, de 19 de novembro de 1889, sofrendo poucas alterações desde então. Porém, há que se observar a gravidade do lema.

Euclides da Cunha, aluno de Benjamin Constant, declarou: O lema da nossa bandeira é uma síntese admirável do que há de mais elevado em política. Políticos e eleitores estamos observando esse sábio preceito? Afinal, ordem significa respeito, dignidade, solidariedade e as virtudes em geral, inclusive trabalho, que se desdobram fatalmente no progresso para todos.

Isso representa, naturalmente, paz e harmonia!

 

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Orson Peter Carrara

Nasceu em Mineiros do Tietê-SP. Orson é escritor, jornalista, editor e orador espírita, publicando artigos nos principais órgãos da imprensa espírita brasileira e internacional. Autor de vários livros e palestrante em todo o país. Seus textos caracterizam-se pela objetividade e linguagem acessível a qualquer leitor, disponíveis em vários sites de divulgação espírita. Reside atualmente em Matão-SP. Seu canal no Youtube conta com milhares de inscritos e vídeos: https://www.youtube.com/@OrsonPeterCarrara.