Esta pergunta foi feita a si mesma por uma mãe que não pode engravidar. Esmagadora maioria das mulheres deseja ser mãe, mas existem igualmente vários casos de impossibilidade, por várias razões.
Diante das frustrações seguidas, a busca aos exames trouxe o diagnóstico: esterilidade de ambos os cônjuges. Decepção, frustração, tristeza, e em muitos casos até mágoas e revoltas, nas variadas circunstâncias com tantos casais.
O tempo, todavia, abre novas perspectivas. E as reflexões surgem, naturalmente, quando nos fazemos sensíveis e abertos às alternativas à disposição.
E aqui trago a conclusão de uma mãe estéril: “(...) Na minha situação particular, o que me ajudou nesse processo doloroso de não poder conceber um filho biológico, foi de refletir depois de algum tempo que recebemos o diagnóstico de esterilidade: “Eu quero ser mãe ou eu quero ser gravida?” Eu encontrei a resposta no fundo de minha alma e a dor tomou outro rumo (QUERO SER MÃE, e essa porta Deus talvez ainda não tenha fechado, vou buscar minhas alternativas…(...)”.
Essa resposta está numa das respostas da entrevista que fiz com uma mãe adotiva, e ainda inédita. E aí buscou e alcançou a alternativa da adoção. Hoje está feliz com o filho que dissipou mágoas e tristezas, fazendo a felicidade do casal.
E tal reflexão encontrou ainda maior respaldo num trecho que encontrou em afirmativa do Prof. Divaldo Pereira Franco (no Programa Transição, em 2009): "Na adoção, o amor não é menor do que o do filho biológico, creio que seja até maior, porque o filho biológico nós temos porque temos, e o adotado nós temos porque queremos, nós vamos buscá-lo. Feliz daquele que é capaz de adotar o amor, trazer para dentro de casa os seres queridos ou os seres problemas que os recursos orgânicos não permitiram que viessem pelas vias biológicas. Terá lucidez, de que indo buscar alguém necessitado de amor, já se estará integrando na consciência cósmica.”
E aí, na sequência da entrevista perguntei o que diria agora para as mães que adotaram filhos?
Ela respondeu: Eu então diria que abracem a oportunidade iluminativa de experimentar o amor além dos laços corporais. A maternidade é uma benção divina, quando é pelo coração, então, sinto que é um processo de busca ainda mais profunda aos pequenos tesouros de nossa alma.
A pergunta ecoou fundo e eu pensei em homenagear as mães adotivas, que oferecem de seu amor aos pequeninos órfãos. Um amor verdadeiro a quem nos curvamos pela nobreza do gesto!
Gravidez, infertilidade, aborto espontâneo, adoção ou “perda” de bebês prematuros são temas sempre muito abrangentes que abrem vastas perspectivas de análises da experiência de viver, com suas lutas e desafios, alegrias, tristezas, decepções, mas também crescimento intelecto-moral e emocional. Sigamos adiante, a vida é intensivo curso de aprendizado.
A entrevista na íntegra breve estará disponível na revista eletrônica o consolador.