Visitantes

Brazil 83,0% Brazil
United States 9,2% United States
Portugal 4,1% Portugal

Total:

45

Countries
2608118
Today: 16
This Week: 170
This Month: 1.118
Primeiro grupo espírita da internet

Henry Slade

COMPARTILHE!

Esse fabuloso médium norte-americano destacou-se principalmente pela produção – ou intermediação – de fenômenos de pneumatografia, levitação e materializações de mãos. Também exercia a clarividência. As datas exatas de seu nascimento e morte são incertas. Sabe-se apenas que desencarnou em 1905.

Slade foi experimentado por diversos pesquisadores dos fenômenos psíquicos como Paul Gibier, Stainton Moses e Friedrich Zölnner. Chegou a ser acusado de fraude, mas teve diversos defensores como Alfred Wallace e William Barret que assistiram suas sessões.

Slade é muito citado por vários outros estudiosos da fenomenologia espírita como Ernesto Bozzano, Léon Denis e Hernani Guimarães Andrade e Sônia Rinaldi aqui no Brasil.

Arthur Conan Doyle conta em seu “História do Espiritismo” que antes de chegar a Londres em 1876, Slade já havia sido estudado durante 15 anos nos Estados Unidos.

Parte da desconfiança em torno da autenticidade dos fenômenos por ele protagonizados se deve ao fato de que, ao contrário de Daniel Douglas Home que não cobrava e fazia as sessões no início da noite, Slade fazia a qualquer hora, em seu próprio quarto de hotel, de preferência com uma só pessoa e tudo muito rápido para começar e terminar em cerca de 15 minutos, além de cobrar por elas.

Uma comissão americana comprovara que duas lousas, às vezes, amarradas e seladas, apresentavam-se com escritos na face toda quando colocadas sobre a mesa, sob o tampo, sobre as cabeças dos membros da comissão ou nas mãos deles.

As mensagens escritas através da mediunidade de Henry Slade eram obtidas no âmbito externo, visível ou quase. Ele e os assistentes ficavam sentados à mesa e as lousas eram seguradas por eles sobre a mesa e a escrita aparecia na face que ficava para baixo ou entre as duas.

O reverendo Stainton Moses, por exemplo, em certa ocasião declarou que “fomos levitados com cadeira e tudo”. Obteve também com ele escritos em chinês, grego, holandês, sueco, russo, português, espanhol, árabe, alemão.

Paul Gibier, através dele, estudou a pneumatografia durante 33 sessões consecutivas. O mesmo Gibier, que era médico cirurgião, operou Henry Slade em estado de transe sem que isso causasse qualquer dano ao médium.

Em certa ocasião, uma mesinha de 77 centímetros desapareceu e reapareceu sobre os presentes a 1,5 metro e depois despencou, atingindo-os. Zölnner trabalhava com a hipótese da quarta dimensão para explicar estes fenômenos de transportes de objetos com Henry Slade. 

Quando esteve na Alemanha, em 1877, supervisionado por Zölnner, numa ocasião, duas argolas num fio foram atadas aos pulsos do médium que não podia mexer nelas. A vista de todos, de dia, as argolas desapareceram e reapareceram nas pernas da mesinha na qual ele pousara as mãos.

Em 09 de fevereiro de 1874, com Robert Dale Owen, primeiro materializou-se uma mão e depois outra pequena. Os fenômenos com Slade eram acompanhados de ruídos (arranhões) e "raps" no final como aviso. 

Sua primeira sessão na Inglaterra foi em 15 de julho do ano de sua chegada, 1876. Em plena luz do dia, ele e seus dois assistentes ocuparam três lados de uma mesa  de cerca de um metro de lado. O médium colocou um fragmento de grafite do tamanho de um grão de trigo sobre uma ardósia e a segurou por um dos cantos com uma das mãos e a encostou no tampo sob a mesa.

Pôde-se ouvir o ruído da escrita e depois verificada a existência de uma curta mensagem. As mãos dos dois assistentes e a livre de Slade haviam permanecido entrelaçadas sobre a mesa. Em dado momento, a cadeira do lado vazio da mesa saltou batendo o assento na borda da mesma.

Ali foi denunciado por fraude, levado a julgamento e condenado em 01/10/1870 a três meses de trabalhos forçados, apesar de inúmeros testemunhos fidedignos a seu favor. 

Houve a interferência de muitos espíritas junto às autoridades, incluindo a rainha, esforço recompensado, afinal. Libertado sob fiança, saiu de Londres dois dias depois, mas se ofereceu ao acusador para voltar e provar a autenticidade dos fenômenos, mas a outra parte não se manifestou. No apelo, a condenação foi anulada.

De Londres, foi a Haia, na Holanda, e realizou sessões. Em 1877, já em Berlim, apareceram escritas palavras em alemão, idioma que ele desconhecia e com caracteres do século XV.

De Berlim, ele e seu empresário foram para a Dinamarca e então, ocorreram as célebres sessões com Zölnner, em Leipzig. Eram dados nós em cordas sem fim (lacradas); houve a desmaterialização e rematerialização de uma mesinha em plena luz.

Também esteve em São Petersburgo, na Rússia onde encontrou-se com a Sra. Blavatsky e o Coronel Olcott.  Em 1878 passou novamente por Londres e no mesmo ano esteve na Austrália. Em 1887 voltaria à Inglaterra sob o nome de Dr. Wilson. 

O médium esteve também no Brasil em 20/06/1888 quando, inclusive, realizou sessões com Bezerra de Menezes e recebeu duas mensagens pneumatográficas - uma em francês (L. de Moud) e outra em inglês (Dr. Davis). 

Em 1886 sofreu nova acusação de fraude, agora nos Estados Unidos. Parece que viram os dedos do médium manuseando a ardósia sob a mesa. Slade defendeu-se argumentando que se eles haviam sido enganados, então ele também porque se fora ele que escrevera, o fizera inconsciente.

O empresário de Slade disse que até ele vira certa vez, mas eram membros ectoplasmáticos, pois uma mão do médium repousava sobre a mesa e a outra segurava a lousa no canto da mesma. A propósito disso, Arthur Conan Doyle escreveu que essas estruturas ectoplasmáticas também haviam disso observadas com Eusápia Paladino mais tarde.

Talvez por falta de convicção das autoridades quanto às acusações, Slade e o empresário foram presos e soltos sob fiança mais uma vez. Mas ficaram as suspeitas, principalmente, por causa da comercialização das faculdades, o uso de álcool e a debilidade física que teriam acabado por acabaram por induzi-lo, sim, a recorrer a truques em algumas ocasiões. Henry Slade morreu em 1905, num sanatório.


Fonte: Jornal Comunica Ação Espírita | 136ª edição | 11 de 2019.

 

Editores's Avatar

Editores