===================================================================== _|_|_| _|_|_| _|_|_| _|_|_| GRUPO DE ESTUDOS AVANCADOS ESPIRITAS _| _| _| _| _| fundado em 15 outubro de 1992 _| _| _|_| _|_|_| _|_| _| _| _| _| _| _| boletim semanal _|_|_| _|_|_| _| _| _|_|_| de distribuicao eletronica --------------------------------------------------------------------- Ano 05 - Numero 234 - 1997 01 de abril de 1997 ===================================================================== |=========================| INDICE |============================| TEXTO Rivalidades entre sociedades, por Allan Kardec Bibliografia de pesquisas cientificas Espiritas, por Luiz Otavio AVISOS DO CONSELHO EDITORIAL Uma pausa no tema Espiritismo e Religiao |====================================================================| ______________________________________________________________________ TEXTO --------- Rivalidades entre sociedades, por Allan Kardec ______________________________________________________________________ (Trecho transcrito do "Livro dos Mediuns", cap. XXIX, Reunioes e Sociedades, Allan Kardec, traducao de J. Herculano Pires, Editora EDICEL) 348 As reunioes que tratam exclusivamente de comunicacoes inteligentes e as que se entregam ao estudo das manifestacoes fisicas tem, cada qual, a sua propria missao. Nem umas nem outras concordariam com o verdadeiro espirito do Espiritismo se quisessem olhar-se com rivalidade. Aquela que atirasse a primeira pedra ja provaria, simplesmente por isso, estar dominada por mas influencias. Todas devem concorrer, embora por vias diferentes, ao objetivo comum que e' a pesquisa e a divulgacao da verdade. Seu antagonismo, que seria apenas um efeito da excitacao do orgulho, forneceria armas aos detratores, so' podendo assim prejudicar a causa que elas pretendem defender. 349 Estas ultimas reflexoes se aplicam igualmente a todos os grupos que possam divergir sobre alguns pontos da doutrina. Como dissemos no capitulo sobre _Contradicoes_, essas divergencias tem por motivo, na maioria das vezes, questoes acessorias ou ate' mesmo simples palavras. Seria pueril, portanto, cindirem o grupo, formando outro `a parte por nao pensarem exatamente da mesma maneira. Haveria ainda coisa pior se os diversos grupos ou sociedades de uma mesma cidade se olhassem reciprocamente com inveja. Compreende-se a inveja entre pessoas que disputam entre si e podem causar-se prejuizos materais. Mas quando nao ha' especulacao a inveja ou o ciume nada mais sao do que mesquinha rivalidade provocada pelo amor-proprio. Como nao pode haver, de maneira alguma, uma sociedade que possa reunir todos os adeptos, as que realmente desejam propagar a verdade, que tem um objetivo exclusivamente moral, devem ver com prazer o aparecimento de novos grupos e, se houver concorrencia entre eles deve ser apenas uma emulacao no campo do bem. Aquelas que pretendessem estar na posse exclusiva da verdade deveriam prova-lo tomando por divisa: _Amor e caridade_, porque essa e' a divisa de todo o verdadeiro espirita. Querem elas se vangloriar da superioridade dos Espiritos que as assistem ? Que o provem pela superioridade dos ensinos que recebem e pela pratica dos mesmos. E' esse um criterio infalivel para se distinguir as que estao no melhor caminho. Alguns Espiritos, mais presuncosos do que logicos, tentam as vezes impor sistemas estranhos e impraticaveis, sob o prestigio de nomes veneraveis com os quais se enfeitam. O bom senso logo faz justica a essas utopias, mas enquanto se espera elas podem semear a duvida e a incerteza entre os adeptos. Essa e' frequentemente uma causa de perturbacao momentanea. Alem dos meios que indicamos para avaliar esses sistemas, ha' outro criterio que pode dar a medida exata do seu valor: e' o numero de partidarios que eles recrutam. Diz a propria razao que o sistema mais aceito pelas massas deve estar mais proximo da verdade que aquele repelido pela maioria, que ve suas fileiras se desfalcarem. Tende assim por certo que os Espiritos que repelem o exame dos seus ensinos e' porque compreendem a fraqueza dos mesmos. 350 Se o Espiritismo deve, como foi anunciado, realizar a transformacao da humanidade, so' podera' faze-lo pelo melhoramento das massas, o qual so' se dara' gradualmente, pouco a pouco, pelo melhoramento dos individuos. Que importa crer na existencia dos Espiritos, se essa crenca nao tornar melhor, mais bondoso e mais indulgente para os seus semelhantes, mais humilde e mais paciente na adversidade aquele que a adotou ? De que serve ao avarento ser espirita se continuar sempre avarento; ao orgulhoso, se continuar sempre cheio de si; ao invejoso, se permanecer sempre ciumento ? Todos os homens poderiam crer nas manifestacoes, como vemos, e a humanidade continuar estacionaria. Mas esses nao sao os designios de Deus. E' com um fim providencial que devem agir todas as sociedades espiritas serias, agrupando em seu redor todas as que tem os mesmos sentimentos. Entao havera' uniao entre elas, simpatia e fraternidade, e nunca um vao e pueril antagonismo provocado pelo amor proprio, mais de palavras que de razoes. Entao elas serao fortes e poderosas, porque apoiadas numa base inabalavel: o bem para todos. Entao elas serao respeitadas e imporao silencio `as tolas zombarias, porque falarao em nome da moral evangelica respeitada por todos. Essa e' a via pela qual nos temos esforcado para levar o Espiritismo. A bandeira que arvoramos bem alto e' a do _Espiritismo cristao e humanitario_ , em torno da qual somos felizes de ver desde ja' tantos homens se juntarem em todos os pontos da Terra, porque compreendem que esta' nela a ancora de salvacao, a salvaguarda da ordem publica, o signo de uma nova era para a humanidade. Convidamos todas as sociedades espiritas a participarem desta grande obra. Que de um extremo do mundo ao outro elas se estendam a mao fraterna e assim apanharao o mal nas malhas de uma rede inextricavel. ______________________________________________________________________ TEXTO --------- Bibliografia de pesquisas cientificas Espiritas (151-250) por Luiz Otavio Saraiva Ferreira ______________________________________________________________________ (Item Bibliografia do artigo de Luiz Otavio, cuja publicacao vem sendo feita mensalmente desde o boletim 198. A Bibliografia completa vai ate' a referencia 370) 151. Zoellner, Karl Gustav, Transcendental Physics. 152. Wallace, Alfred Russell, Spectator, (UK), vol. Oct./07, 1877. 153. Barrett, William, S. P. R. Proceedings, (London, UK), vol. IV, p. 38 (foot). 154. Lodge, Oliver, Journal S. P. R., (UK), vol. VI, p. 334, 1894. 155. Lodge, Oliver, "Some Recent Thought Trensference Experiments," Proceed. S. P. R., (GB), vol. 7, part. 20, 1892. 156. Lodge, Myers, V. Edden, Wilsons, Piddington, Hodgson, Mrs. Verrall, "The Trance Phenomena of Mrs. Thompson," Proceed. S. P. R., (GB), vol. 17, part. 44, 1902. 157. Lodge, O., "An Account of Some Experiments of Thought Transference," Proceed. S. P. R., (GB), vol. 2, part. 6, 1884. 158. Verrall, Mrs., "On a Series of Automatic Writing," Proceed. S. P. R., (GB), vol. 2, part. 53, p. , 1906. 159. Sidgwick, E., "An Examination of Book-Tests Obtained in Sittings with Mrs. Leonard," Proceed. S. P. R., (GB), vol. 31, part. 81, 1921 160. Sidgwick, H., Sidgwick, E., Smith, G. A., "Experiments in Thought Transferences," Proceed. S. P. R., (GB), vol. 6, part. 15, 1890. 161. Gurney, E., "The Stages of Hypnotism," Proceed. S. P. R., (GB), vol. 2, part. 5, p. , 1884. 162. Gurney, Myers, Podmore, Phantasms of the Living, 2 vols., Trubner, Londres, GB, 1886. 163. Gurney, Myers, "On Apparitions Occuring Soon After Death," Proceed. S. P. R., (GB), vol. 5, part. 14, 1889. 164. Podmore, F. , Myers, F. W. H., "Phantasms of the Dead," Proceed. S. P. R., (GB), vol. 6, part. 16, 1890. 165. Hodgson, R., "A Case of Double Consciousness (Ansel Bourne)," Proceed. S. P. R., (GB), vol. 7, part. 19, 1891. 166. Salter, E., "A Further Report on Sittings with Mrs. Leonard," Proceed. S. P. R., (32, part. 82), 1921. 167. Hyslop, J. H., "Report on the Trance Phenomena of Mrs. Smead," Proceed. Am. S. P. R., (USA), vol. 1, part. 3, 1907. 168. Hyslop, J. H., "The Smead Case," Proceed. Am. S. P. R., (USA), vol. 12, 1918. 169. Troubridge, Lady, "On a Series of Sittings with Mrs. Osborne Leonard," Proceed. S. P. R., (GB), vol. 30, part. 78, 1919. 170. Thaw, B., "Some Experiments in Thought Transference," Proceed. S. P. R., (GB), vol. 8, part. 23, 1892. 171. Sidgwick and Johnson, "Experiments in Thought Transference," Proceed. S. P. R., (GB), vol. 8, part. 23, 1892. 172. Backman, A., "Experiments in Clairvoyance," Proceed. S. P. R., (GB), vol. 7, part. 19, 1891. 173. Ochorowicz, J., De la suggestion mentale, Doin, Paris, Franca, 1887. 174. Ochorowicz, J., Les rayons rigides et les rayons XX, Paris, 1910. 175. Ochorowicz, J., "Radiographies des mains," Annales des sc. psych., (Franca), Nos. 10 a 12 de 1911 e No. 1 de 1912. 176. Dessoir, M., "Experiments in Muscle-Reading and Thought Transference," Proceed. S. P. R., (GB), vol. 4, part. 19 e vol. 5, part. 13, 1887-1888. 177. Notzing, Schrenck, "Experimental Studies in Thought Transference," Proceed. S. P. R., (GB), vol. 7, part. 18, 1891. 178. Hodgson, R., "A Record of Observations of Certain Phenomena of Trance," Proceed. S. P. R., (GB), vol. 8, part. 21, 1892. 179. James, William, "Report on Mrs. Piper's Hodgson-Control," Proceed. S. P. R., (GB), vol. 23, 1909. 180. Sidgwick, Mr., "A Contribuition to the Study of the Psychology of Mrs. Piper's Trance-Phenomena," Proceed. S. P. R., (GB), vol. 28, 1915. Obs: contem vasta literatura do assunto. 181. Flournoy, T., Des Indes a la planete Mars. Etude sur un cas de somnambulisme avec glossalalie, Eggiman, Genebra, Suica, 1900. 182. Flournoy, T., Nouvelles observations sur un cas de somnambulisme avec glossolalie, Eggiman, Genebra, Suica, 1902. 183. Flournoy, T., Esprits et mediums. Melanges de metapsychique et de psychologie, Kundig, Genebra, Suica, 1911. 184. Johnson, A., "On the Automatic Writing of Mrs. Holland," Proceed. S. P. R., (GB), vol. 21, part. 55, 1908. 185. Gibier, Paul, Le spiritisme ou fakirisme occidental, Durville, Paris, 1886 e 1922. 186. Gibier, Paul, Analyse des choses, physiologie transcendentale, essai sur la science future, Durville, Paris, 1890 e 1921. 187. Gibier, Paul, "Recherches sur les materialisations de fantomes, la penetration de la matiere et atres phenomenes psychiques,"Ann. de sc. psych., 1901. 188. Carrington, Hereward, Eusapia Palladino and Her Phenomena, London, UK, 1909. 189. Bartlett, George C., The Salem Seer. 190. d'Esperance, Elisabeth, The Shadow Land, London, UK. 191. Oxley, William, Angelic Revelations. 192. Farmer, J. E., Twist Two Worlds. 193. Myers, F. W. H., Journal S. P. R., (UK), vol. IX, p. 245. 194. Myers, F. W. H., Journal S. P. R., (UK), vol. XI, p. 24. 195. Myers, F. W. H., "Automatic Writing," Proceed. S. P. R., (GB), vol. 3, part. 8, vol. 4, part. 11, 1885-1887. 196. Myers, F. W. H., "On Alleged Movements of Objects Without Contact Occurring ot in the Presence of a Paid Medium," Proceed. S. P. R., (GB), vol. 7, part. 19 e 20, 1892. 197. Hyslop, James Hervey, Proceed. S. P. R., (UK), vol. XVI. 198. Richet, Charles, "Relation de diverses experiences sur la transmission mentale, la lucidite et d'autres phenomenes non explicables para les donnees scientifiques actuelles," Proceed. S. P. R., (GB), vol. 5 part. 13, 1888. 199. Richet, Charles, Thirty Years of Psychical Research, London, UK. 200. Richet, Charles, Annals of Psychical Science, (UK), vol. II, p. 273. 201. Richet, Charles, Annals of Psychical Science, (UK), vol. II, p. 288. 202. Richet, Charles, Traite de Metapsychique, Felix Alcan, Paris, Franca, 1923. 203. Notzing, Schrenck, Physikalische Phanomene des Mediunismus. Studien zr Erforschung der telekinetischen Vorgange, Reinhardt, Munique, Alemanha, 1920. 204. Notzing, Schrenck, Materializations Phanomene. Ein Beitrag zur Erforschung der demiumistischen Teleplastie, II Rerhardt, Munique, Alemanha, 1923. 205. Notzing, Schrenck, Esperimente der Fernbewegung (Telekinese) im psychologischen Institut der Munchner Universitat und im Laboratorium des Verfassers, U. D. Verlag, Stuttgart, Alemanha, 1924. 206. Longaud, T., Les phenomenes physiques de la mediumnite, Payot, Paris, 1925. 207. Geley, Gustave, De l'inconscient au conscient, Felix Alcan, Paris, Franca, 1921. 208. Geley, Gustave, L'ectoplasmie et la clarvoyance, Felix Alcan, Paris, Franca, 1924. 209. Crawford, W. J., The Reality of Psychic Phenomena, 1917. 210. Crawford, W. J., Experiments in Psychical Science, 1910. 211. Crawford, W. J., The Psychic Structures at the Goligher Circle, 1921. 212. Mumler, William H., Personal Experiences of William H. Mumler in Spirit Protography, Boston, USA, 1875. 213. Wallace, Alfred Russel, Miracles and Modern Spiritualism, London, UK, 1901, pp. 196-197. 214. Boldero, General, S. P. R. Journal, (UK), vol. IV, p. 127. 215. Damiani, Report of the London Dialectical Society, (UK), p. 201, 1871. 216. Hyslop, James Hervey, Proc. Am. S. P. R., (USA), vol. VII, p. 570, 1913. 217. Barety, A., Le magnetisme animal etude sous le nom de force neurique ryonnante et circulante, Doin, Paris, Franca, 1887. 218. Geley, Gustave, Revue Metapsychique, (Franca), June, 1921. 219. Lombroso, Cesar, Hipnotismo e Mediunidade, FEB, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 1975. 220. Rochas, Albert de, L'exteriorisation de la sensibilite (ha traducao em portugues), Chamuel, Paris, Franca, 1895. 221. Rochas, Albert de, L'exteriorization de la Motricite, recuel d'experiences et d'observations, Chamuel, Paris, Franca, 1896. 222. Rochas, Albert de, Les vies successives, Charconat, Paris, Franca, 1911. 223. Rochas, Albert De, Le fluide des magnetiseurs, Carre, Paris, Franca, 1891. 224. Blondlot, Comptes rendus de l'Academie des sciences, passim., Paris, Franca, 1904. 225. Kilner, W. J., The Human Atmosphere, or the Aura Made Visible by the Aid of Chemical Screens, Rehman, Londres, GB, 1912. 226. Haschek, Ueber die von Reichenbach beobachteten Lichterscheinungen, Ac. des sc. de Vienne, 123, Viena, Austria, 1914. 227. Hofmann, A., Die odische Lohe, Baum, Pfullingen, Alemanha, 1920. 228. Fontenay, G. de, "Le role de la plaque sensible dans l'etude des phenomenes psychiques," Ann. des sc. psych., (Paris), vols. Nos 1, 4, 11, e 12 de 1911 e No 1 de 1912. 229. Zoellner, K. F., Die transzendentale Physik und die sogenannte Philosophie, Stachmann, Leipzig, Alemanha, 1878-79, p. 41. 230. Sokolowski, Revue metapsychique, (Franca), p. 322, 1922. 231. Boirac, E., La psychologie inconnue, Alcan, Paris, Franca, 1908. 232. Boirac, E., L'avenir des sciences psychiques, Alcan, Paris, Franca, 1916. 233. Alrutz, S., "Une nouvelle espece de rayonnement de l'organisme humain," Arch. de neurologie et psychiatrie, (Zurique), 1922. 234. Favre, Louis, Bulletinde l'Institut general psychol., (Franca), p. 282, 1904. 235. Favre, Louis, Bulletin de l'Institut general psychol., (Franca), p. 135, 1905. 236. Vasse, Paul, Revue metapsychique, (Franca), p. 2, 1948. 237. Clarac & Llaguet, Les radiatios humaines, Gounouilhou, Bordeus, 1921. 238. Grunewald, Compte rendu du Congres de Copenhague, p. 287. 239. Gasc-Desfosses, Le Magnetisme vital, Rudeval, Paris, 1897. 240. Imoda, Annales des sc. psych., (Franca), p. 196, 1908. 241. Bozas, Du Bourg de, Compte rendu du Congres de Copenhague, (Franca). 242. Bozas, Du Bourg de, Etude sur le fluide d'un medium a effets physiques, Terrier, Etampes, Franca, 1921. 243. Grunewald, Compte rendu du Congres de Varsovie, (Franca), p. 281. 244. Foa, P., "Seances avec Mme. Paladino," Annales des sc. psych., (Franca), vol. 4, 1907. 245. Sudre, Rene, Revue metapsychique, (Franca), vol. 3, 1924. 246. Geley, Gustave, Revue Metapsychique, (Franca), vol. 4, 1924. 247. Morselli, H., Psicologia e Spiritismo, impressioni e note critiche sui fenomeni medianici di Eusapia Palladino, 2 vols., Bocca, Turim, Italia, 1908. 248. Courtier, J., "Rapport sur les seances d'Eusapia alladino a l'Institut general psychologique," Bull. Inst. Psych., (Paris), Nos 5 e 6, 1909. 249. Bottazzi, P., "Dans las regions inexplorees de la biologie humaine. Obserations et experiences sur Eusapia Palladino," Ann. des sc. psych., (Paris), vol. Nos 8, 9, e 10, 1907. 250. Bozzano, Ernesto, Desdobramento - Fenomenos de Bilocacao, Calvario, Sao Paulo, SP, Brasil, 1972. ______________________________________________________________________ AVISO DO CONSELHO EDITORIAL ----------------------------- Uma pausa no tema Espiritismo e Religiao ______________________________________________________________________ O debate que vem se desenrolando no boletim sobre o tema "Espiritismo e Religiao" tem indubitavelmente sido muito instrutivo, tem principalmente levado a reflexoes importantes sobre como vemos a Doutrina Espirita e o papel do Espirita na sua preservacao e transmissao. Problema semelhante tem sido apresentado continuamente na historia. Cada vez que uma nova ideia ou uma nova forma de pensar e' introduzida, as geracoes que se seguem aos pioneiros defrontam-se com a dificuldade de explorar todas as suas consequencias e ao mesmo tempo de fazer uma transmissao fidedigna a posteridade. Estamos no 2.o seculo da Doutrina Espirita, Allan Kardec e os primeiros desbravadores retornaram ao plano espiritual. Passaram-se as tempestades iniciais, a doutrina estabeleceu-se e estendeu-se amplamente, nao somos mais perseguidos pela policia ou alvos de zombarias publicas. Necessaria a reflexao do que fazer, de como preservar patrimonio tao valioso e ao mesmo tempo de nao deixa-lo minguar sem aplicacao. Neste periodo ocorreram desvios do pensamento original ? Estudemos tais desvios, se existirem, procuremos compreende-los, para que possamos corrigi-los, mas tenhamos a lucidez de entender que nao existem doutrinas ou movimentos imunes as influencias do meio ou da epoca. Essas influencias nao sao simplesmente "degenerativas", sao tambem mecanismos de adaptacao e evolucao. E' um complexo mecanismo onde as ideias mudam as sociedades em que se desenvolvem e sao por elas tambem transformadas. Nesse ciclo de acao e reacao se criam as culturas, transformam-se as civilizacoes e o espirito evolui. O Espiritismo no Brasil tornou-se mais religioso ? Sua enfase Crista aumentou ? Afastou-se de sua orientacao original ? Ate' que ponto estas questoes podem ser respondidas com isencao e' dificil de dizer, mas caso sejam afirmativas as repostas, necessario se faz seguir-lhes as consequencias logicas e perguntar tambem: Ate' que ponto isso nao foi uma adaptacao necessaria ? Um Espiritismo totalmente nao-religioso teria sobrevivido ate' hoje, ou mais ainda, teria sobrevivido de modo a ter uma influencia significativa na sociedade ? Nao e' essa "variante" que esta' voltando a terras das quais a "forma original", por diversos motivos, tinha desaparecido ? Ouvem-se criticas a orgaos importantes do movimento espirita brasileiro, mas sera' que sem esses orgaos teriamos hoje uma doutrina espirita estabelecida ? Onde fica a dosagem exata de cada enfoque, para que a doutrina nao seja apenas mais uma religiao, mas que tambem nao seja simplesmente mais uma corrente filosofica de limitados adeptos ? A doutrina e' dos "Espiritos" e nao de homens pereciveis, seu planejamento e execucao e' de longo prazo, compreendemos bem os caminhos por onde eles estao nos levando ? Aos amigos que defendem o Espiritismo religioso e aos que defendem o nao-religioso, pedimos uma pausa para reflexao, meditem nos diversos aspectos do problema e aguardemos os animos serenarem para continuar o assunto. Daremos uma pausa no tema para que todos tenham tempo de refletir. Pedimos principalmente a todos que nos desculpem pelos muitos e-mails relativos ao assunto que deixaram de ser publicados por causa do volume que atingiram. Reconhecemos nossas limitacoes e aceitamos as criticas. Por hora nossa posicao no tema e' de moderacao: - Reconhecemos que o Espiritismo nao e' uma religiao na acepcao vulgar do termo, ou seja, que tem, entre outras coisas: ritos, dogmas etc., mas sim uma Religiao (com "R" maiusculo), derivado do latim "Religarae", e cujo significado e': "religar a Deus". Assim os que o veem como uma religiao, mas pensando-o como Religiao, nao estao totalmente errados.. - Que o Espiritismo nao discrimina crencas nem filosofias, podendo ser seguido sem entraves, sem necessidade de conversoes, por adeptos de qualquer religiao atual, mas que, por outro lado, seus alicerces Cristaos lhe garantem uma solidez e uma coerencia interna que dificilmente poderiam ter sido obtidas em outra seara religiosa. - O Espiritismo nao tem bases Cristas porque Kardec reencarnou em ambiente ocidental, mas sim, Kardec reencarnou em um ambiente ocidental porque ele teria o trabalho facilitado ao construir sobre bases Cristas. Ou seja, se Kardec nascesse em outro canto do mundo, em outro ambiente religioso, teria de retomar etapas ja' superadas pelo Cristianismo. (Alguem ja' parou para pensar que no seculo passado a divisao entre estado e religiao era praticamente restrita ao Cristianismo ? Que poucas das outras religioes tinham de forma clara a concepcao de um Deus "Pai Nosso" ? Que as antigas culturas da India e China estavam debilitadas por problemas internos gravissimos e que praticamente tinham estagnado ? Que o Japao estava apenas comecando a tomar consciencia do resto do mundo e emergindo de seculos de Xoguns e senhores feudais ? Que o Islam ainda nao tinha retomado seu vigor e pouco restava da civilizacao que erigiu a Mesquita de Cordoba e o Alhambra ? ...) - Chegar a um acordo sobre as palavras _religiao_ e _cristianismo_ e' dificil. Talvez se fossem utilizados os termos _moral_ (no sentido da melhoria do homem, que e' o Religarae) e _moral crista_ (no sentido dos ensinamentos morais de Jesus) nao surgissem tantas diferencas de opiniao, mas como nos disseram os Espiritos: "O problema dos termos e' vosso". Devemos entender estes termos, sempre tendo em mente que o importante em qualquer discussao e' _sentir_ qual o significado empregado; que as diferencas podem nao passar de preferencias na escolha da _vestimenta_ para o pensamento. Amigos, que a pausa sirva para seguirmos o conselho de Kardec (vide texto neste boletim) estendendo-nos as maos fraternas uns aos outros. Atenciosamente, Conselho Editorial .--- .-- .--. .-- / -, /- /__/ /- `--' `--/ / `-- GRUPO DE ESTUDOS AVANCADOS ESPIRITAS .---------------------'''''--''--'''''''--'''''''''--'''''''''-------. | . Boletim semanal de distribuicao eletronica | | . Homepage "The Spiritism Web" com informacoes espiritas em | | geral: livros eletronicos, periodicos, boletins e inscricao | | inscricao no GEAE, etc e sobre o movimento espirita mundial: | | instituicoes, eventos, paginas espiritas na internet, etc. | | | | Conselho Editorial: | | - Carlos Iglesia Bernardo (Sao Paulo - SP, Brasil) | | - Jose Cid (Rio de Janeiro - RJ, Brasil) | | - Raul Franzolin (Pirassununga - SP, Brasil) | | - Sergio A. A. Freitas (Lisboa, Portugal) | | | | Inscricoes: enviar nome, email, profissao e endereco completo para | | Email: dgeae@kholosso.di.fct.unl.pt | | Homepage: http://zen.di.fct.unl.pt/ saf/geae.html | | (The Spiritism Web) | `--------------------------------------------------------------------`