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  .---  .-- .--. .--     GRUPO  DE  ESTUDOS  AVANCADOS  ESPIRITAS
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`---' `--/  /  `--                06 (191) 96   4 Junho 96
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COMENTARIOS
 DO ADEMIR, NOVOS COMENTARIOS SOBRE A RELACAO ESPIRITISMO X CIENCIA
 DO SERGIO, SOBRE A ATUALIZACAO DE ALGUMAS ATIVIDADES DO GEAE

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                      C O M E N T A R I O S
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DO ADEMIR, NOVOS COMENTARIOS SOBRE A RELACAO  ESPIRITISMO X CIENCIA

No boletim 172 tive a oportunidade de expor  algumas  ideias  sobre  a
questao  "Qual  o  significado  correto  da  relacao   Espiritismo   X
Ciencia", que receberam comentarios por parte do  Mario  Fontes  e  do
Mattos no boletim 187.  Aqui  tentarei  comentar  algumas  das  ideias
colocadas nesse ultimo  boletim  que  me  pareceram  resultar  de  uma
compreensao parcial do que expus no n.  172  e  dos  trabalhos  de  S.
Chibeni  [``A  Excelencia  Metodologica  do  Espiritismo  I  e   II'',
publicado em Reformador 1988, p.328 e  Dezembro  1988,  p.  373],  que
tambem se encontram disponiveis via WWW em

 http://www.ifi.unicamp.br/~xavier/articles/episana.html

Apesar de o acesso  a  www.unicamp  ser  dificil,  desminto  quaisquer
ideias de que o endereco  e'  inexistente.  `As  pessoas  interessadas
posso enviar via e-mail as versoes .txt  dos  aquivos  que  contem  os
principais trabalhos. O leitor tambem pode ler os ultimos boletins  do
GEAE, onde o Luis Otavio fez uma exposicao resumida mas excelente  das
aplicacoes recentes das novas ideias da Epistemologia da  Ciencia  aos
postulados espiritas (boletins ns. 172, 173, 175, 179, 180,  181,  183
e 185).

                                -- oOo --

                        A questao sobre o dogmatismo

As mudancas ocorridas na sociedade ocidental com  o  Renascentismo  no
campo do pensamento  fizeram  que  as  palavras  dogmatismo,  dogma  e
dogmatico  adquirissem  um  significado  pejorativo,  estando  ligadas
univocamente aos religiosos.

Se admitirmos que um individuo, estando convencido por  fatos,  e  por
uma solida argumentacao baseada na  logica  e  na  razao  que  explica
esses fatos, se recuse a abandonar os principios em que acredita  pela
simples exposicao mal feita de aparentes argumentos  por  aqueles  que
detem opiniao adversa, seja  considerado  dogmatico,  entao  todos  os
cientistas  serios   sao   dogmaticos.   Assim   tambem   Kardec.   E'
interessante lembrar que Conan Doyle  em  sua  obra  ``A  Historia  do
Espiritismo''  assim  trata  Kardec  quando   toca   na   questao   da
Reencarnacao  (que  na  epoca   nao   era   aceita   pelos   espiritas
britanicos). Kardec foi considerado dogmatico porque  <se  recusara  a
ouvir os Espiritos que nao  fossem  seus  guias>,  obviamente  um  mal
entendido quanto ao criterio Karquiano de nao  se  acreditar  em  tudo
que os Espiritos dizem.  Kardec  foi  considerado  dogmatico  por  que
tinha  uma  doutrina,  uma  exposicao  sistematizada   de   principios
concatenados de forma logica  que  explicavam  fenomenos  estranhos  e
davam razao `a  vida,  `as  vicissitudes  de  nossa  existencia  e  `a
existencia do Ser. Os outros nada  disso  explicavam.  E'  importante,
assim, dar o significado real `a  palavra  dogmatismo.  Os  principios
espiritas e das ciencias bem fundamentadas como a Fisica, a Quimica  a
Biologia nao sao dogmaticos porque  se  assentam  em  fatos  naturais,
acessiveis a observacao de todos, e sujeitos ao julgamento livre.
 Por outro lado, uma crenca baseada na tradicao ou  na  autoridade  de
certos individuos pode ser considerada  dogmatica.  E'  por  isso  que
Kardec chama de doutrina dogmatica a que fixa um  destino  irrevogavel
para a alma apos a morte (Ver Obras  Postumas,  primeira  parte,  ``As
cinco alternativas da Humanidade''). Vejamos tambem a questao  n.  171
em  O  Livro  dos  Espiritos:  <<Em  que  se  funda   o   _dogma_   da
Reencarnacao?>>. Obviamente, a palavra dogma aqui e' usada no  sentido
de `principio' ou ideia base.  Essa  diferenca  fundamental  entre  os
dois sentidos da palavra dogma e' que  gera  a  distincao  entre  "fe'
cega"  e   "fe'   raciocianada",   esta   ultima   caracteristica   do
Espiritismo.


                                -- oOo --

                 Epistemologia da Ciencia e Espiritismo

Particularmente merecedor de algum comentario este trecho  do  boletim
187 do Mario Fontes:

<<Lembro-me de ter lido nos artigos de Chibeni que o  Espiritismo  foi
concebido a 100 anos atras ja' atendendo `as mais modernas  exigencias
dos filosofos das ciencias de  hoje,  como  Lakatos,  e  que  nada  e'
necessario fazer para atualizar a Doutrina,  ela  ja'  esta  perfeita.
Nao concordo. O Espiritismo e' ciencia, mas muito e' necessario  fazer
ainda para compatibilizar com outros ramos do conhe  cimento,  e  quem
fara isso sao os cientistas espiritas. Talvez alguns de nos, ou  todos
nos, em colaboracao com o plano  espiritual,  atraves  da  Mediunidade
(nosso telescopio, segundo Kardec).>>

Esse trecho bem sintetiza  a  presente  divergencia  de  opinioes.  Em
primeiro lugar, quanto `a referencia a Chibeni,  nao  foi  bem  o  que
esta' acima que se pode concluir  dos  trabalhos  desse  filosofo.  De
fato, a  estrutura  com  que  a  Doutrina  Espirita  esta'  organizada
satisfaz `as modernas descobertas feitas por varios  epistemologos  no
campo das teorias do conhecimento, e isso e'  um  ponto  muitissimo  a
favor da doutrina, que os espiritas deveriam prestar  melhor  atencao.
Dai a se dizer que o Espiritismo de Kardec e'  uma  doutrina  perfeita
ha' um severo exagero. Primeiro porque nao existem teorias  perfeitas,
nem mesmo dentro das ciencias mais bem  conceituadas  como  a  Fisica,
por  exemplo.  Todo  cientista  serio  sabe   dos   limites   do   seu
conhecimento, dentro do campo de seu estudo. Como nossa  linguagem  e'
imperfeita - e nos faltam sentidos especiais - as visoes do mundo  que
tendemos a construir sao inerentemente imperfeitas. Os  Espiritos  que
auxiliaram a Kardec sempre se esforcaram para deixar isso  bem  claro.
Da analise epistemologica do Espiritismo concluimos que o  Espiritismo
constitui, em termos de teoria genuinamente cientifica, o  maximo  que
podemos conceber -  leia-se  tambem  compreender  -  acerca  do  mundo
espiritual, o que o coloca bem afrente de outras tentativas  paralelas
de se explicar os mesmos fenomenos que ele explica.  O  segundo  ponto
importante e' sobre a questao de se <<compatibilizar  [o  Espiritismo]
com outros ramos  do  conhecimento>>.  O  que  critico  e'  a  postura
daqueles que acham que o Espiritismo _precisa_ dessa  compatibilizacao
para receber algum valor,  e  o  Mario  Fontes  parece  endossar  essa
opiniao. Repito novamente que ainda ha' muito a se aprender acerca  do
verdadeiro valor do pensamento de Kardec. E'  bem  comum  a  visao  de
espiritas (dos chamados  "cientistas  espiritas"),  sintetizada  neste
trecho:

<<(...) Enquanto nao desenvolvermos uma boa  metodologia  espirita  de
teste de hipotese, a sobrevivencia, comunicacao e  reencarnacao  serao
apenas questoes de conviccao pessoal, como as crencas  e  as  opinioes
sobre politica e futebol, ou seja,  nao  se  discute  porque  e'  pura
paixao e gosto pessoal ou fe' dogmatica. Nao ha' criterio  como  saber
quem tem a melhor.>>

Justamente por nao se entender o  aspecto  verdadeiramente  cientifico
do Espiritismo e' que opinioes como essa tem eco dentro do  movimento.
O que e' desejado na maioria das vezes nao e' a "compatibilizacao"  da
doutrina com outras areas do conhecimento,  mas  sim  o  aplauso  e  a
aceitacao do Espiritismo pelas  academias,  o  que  ja'  Kardec  tinha
analisado. Repito que se a crenca espirita e' uma simples  questao  de
conviccao pessoal, entao  muitas  outras  posicoes  da  ciencias,  com
relacao a questoes  fundamentais  tambem  o  sao.  Tomando  o  caminho
contrario, na verdade, as afirmacoes espiritas  com  relacao  `a  area
para a qual foram articuladas tem tanto valor quanto as afirmacoes  da
Fisica, por exemplo, tambem  quanto  `as  questoes  que  essa  ciencia
tenta responder. O Mario tambem fala  de  uma  aplicacao  do  <<metodo
teorico-experimental em questoes do espirito, que resulta  e  resultou
numa enorme reacao por parte do dogmatismo religioso e  do  cientifico
materialista>>.  Na  verdade  nao  parece  ter   havido   um   "metodo
teorico-experimental", ou "metodo de teste de hipoteses". O que  houve
foi o bom senso de Kardec. Se chegar as conclusoes que  Kardec  chegou
dependesse de alguma "receita" entao outros  tambem  haveriam  de  ter
chegado. Na epoca de Kardec haviam outros tantos  homens  de  ciencia,
perfeitamente  gabaritados,  que  conheciam  tal  "metodo",  mas   que
chegaram a conclusoes francamente  adversas  das  que  Kardec  chegou.
Vejam as tentativas frustradas com a Metapsiquica de  Richet  e,  mais
recentemente, com a Parapsicologia de Rhine. E'  importante  aqui  nao
confundir o proposto "metodo teorico-experimental" com o  o  "criterio
da  concordancia  universal"  que  foi  usado  muito   particularmente
durante a codificacao.  Por  outro  lado,  analisando  a  Historia  da
Ciencia nos vemos que nao existe "receita" para se fazer  Ciencia.  Na
verdade a chamada "metodologia cientifica",  e'  uma  ficcao  presente
nas ideias mais classicas do conhecimento. O leitor e'  mais  uma  vez
convidado a dar uma olhada no livro de A. F. Chalmers [``What is  this
thing called Science ?'' St. Lucia, University  of  Queensland  Press,
1978] para uma revisao das ideias  recentes  sobre  a  questao,  e  os
artigos do Luis Otavio de boletins anteriores.

O Mario Fontes tambem diz nos trechos:

<<Alias nos artigos de Chibeni vejo  muito  a  citacao  de  Lakatos  e
outros que sao aceitos pela comunidade  cientifica  com  aplauso,  mas
nao vejo a citacao de obras mediunicas modernas de Chico Xavier.

O Espiritismo e' a DOUTRINA ESPIRITOS  [sic]"  codificada  por  Kardec
numa colaboracao conjunta, como  na  verdade  todo  conhecimento,  mas
isso ainda nao  e'  aceito  por  nenhum  dos  renomados  filosofos  da
ciencia, nos e' que escreveremos a Epistemologia  Espirita  com  ajuda
dos espiritos.>>

Deixando de lado o sentimentalismo evidente nessas  palavras,  nao  e'
licito achar que as citacoes de Lakatos, Popper,  Kuhn  e  outros  nos
artigos  de  Chibeni  estejam  desvalorizando  as   obras   mediunicas
modernas ou mesmo antigas. Mesmo porque Andre Luiz, Emmanuel e  outros
tratam de assuntos de interesse doutrinario, questoes  de  Etica  pelo
Evangelho, da interacao dos Espiritos com os homens etc, e acho que  a
tarefa de analisar e estudar a Doutrina Espirita seja bem nossa e  nao
deles. Uma prova  da  coerencia  dos  ensinos  de  Kardec  e'  que  os
modernos autores espirituais nunca chegaram ao  atrevimento  de  dizer
que Kardec estivesse ultrapassado.  Nao  encontramos  em  nenhuma  das
obras de Chico Xavier, abalizadas e de  grande  autoridade,  um  frase
que  contrarie  os  principios  fundamentais  do   Espiritismo,   como
estabelecidos por Kardec, nao porque tenha  sido  Kardec,  mas  porque
sejam logicos, porque explicam coisas, porque  representam  um  avanco
real, porque, alem de  explicarem,  predizem  outros  fatos,  em  suam
porque sao genuinamente cientificos. Kardec em uma dezena de anos  fez
o conhecimento humano  evoluir  mais  do  que  seculos  de  pensamento
filosofico e estudos psicologicos. Agora, se as academias  nao  querem
aceitar os principios espiritas, se  ainda  a  questao  e'  vista  com
desdem por parte dos sabios, isso e' problema dos sabios, e os que  se
esforcam para compreender o sentido da vida que o Espiritismo  da'  ao
homem nao tem que se preocupar com a oposicao dos cientistas.  Segundo
Kardec a tao querida aceitacao vira' com  o  tempo,  nao  feita  pelos
"cientistas espiritas", mas pela propria forca das ideias:

<<Quando  as  crencas  espiritas  se  houverem   vulgarizado,   quando
estiverem aceitas pelas massas humanas (e, a julgar pela  rapidez  com
que se propagam, esse tempo nao vem longe), com elas se  dara'  o  que
tem acontecido a todas as ideias novas que  hao  encontrado  oposicao:
os sabios se renderao `a  evidencia.  La'  chegarao,  individualmente,
pela forca das coisas. Ate' entao sera'  intempestivo  desvia'-los  de
seus trabalhos  especiais,  para  obriga-los  a  se  ocuparem  com  um
assunto estranho, que nao  lhes  esta  nem  nas  atribuicoes,  nem  no
programa. (...)>>

(``O Livro dos Espiritos'', introducao, 4 paragrafo, item VII)

Talvez isso ja' esteja ocorrendo, mas, de qualquer forma vemos  que  o
campo se abrira' na medida que _divulgarmos_ o Espiritismo. Mas,  para
tanto, e' preciso estuda'-lo com afinco e,  acima  de  tudo,  adquirir
uma conviccao nele que esteja bem alem de uma mera conviccao  pessoal,
como em questoes de futebol, politica ou amor.  Ha'  sim  um  criterio
para convalidar a  fe'  espirita:  sao  suas  consequencias.  E'  pela
capacidade que uma teoria tem de explicar o maior numero  possivel  de
fenomenos (note bem, com o menor numero de  principios),  pelos  novos
fatos que ela e' capaz de predizer, e' que adquirimos  essa  conviccao
maior de que falo acima. Como o Espiritismo tem um  carater  triplice,
sua doutrina em muito excede os quisitos fundamentais desse  criterio.
Ele da' ao individuo a conviccao que e' eterno, que e' um Espirito,  o
que vem de uma analise isenta de preconceitos dos fenomenos  espiritas
- os fenomenos nao provam,  mas  evidenciam,  como  qualquer  fenomeno
natural nas  ciencias  ordinarias.  Das  consequencias  filosoficas  e
morais do Espiritismo e' possivel extrair elevadas licoes no campo  da
Etica que possibilitam ao individuo ter uma vida  pacifica,  cumprindo
seu papel  na  natureza  e  perante  a  sociedade  em  que  vive.  Uma
verdadeira  revolucao  se  opera  na  mente  daquele  que  adquiriu  a
conviccao da sua verdadeira vida, de sua vida maior: ele  ve  o  mundo
como um estagio transitorio de aprendizado, faz com que  aproveite  ao
maximo a sua verdadeira liberdade. Ser livre verdadeiramente e' o  que
se alcanca com a compreensao dos principios espiritas. E  na  hora  da
morte, um sentimento suave do dever cumprido vem ao apoio do  espirita
verdadeiro, se esse cumpriu as licoes da etica espirita,  fundamentada
na conviccao maior na Imortalidade. Tudo isso ja'  nao  e'  suficiente
para  caracterizar  o  grau  de  sofisticacao  que  adquirimos  com  o
Espiritismo? Que "compatibilizacao" e' essa, tao necessaria,  que  va'
satisfazer  a  certas  mentes  de  natureza  rebelde  `as  ideias   de
Imortalidade, capaz  de  acrescentar  um  til  na  logica  espirita  e
convalidar algo ja' inerentemente  racional  e  de  acordo  aos  fatos
observados?


                                -- oOo --

O que quis dizer  no  n.  172,  sobre  <<[a  metodologia]  criada  por
conveniencia para nao se estudar os fatos espiritas.>>

O Mattos conseguiu, de fato, perceber um  erro  de  expressao  no  meu
artigo do n. 172, quando comenta no boletim n. 187:

<<Claro que o "foi dito" se refere a mim. Disse-o,  sim,  como  bem  o
sabe qualquer cientista profissional. Mas, afirmar que essa ideia  foi
criada para  combater  o  Espiritismo...  francamente...  nonsense.  A
Metodologia Cientifica vem surgindo desde o tempo dos gregos  antigos,
sendo muito anterior ao Espiritismo de Kardec (~1850).  E,  por  outro
lado, nao existe isso de criar uma  Lei  para  combater  um  fato,  no
mundo cientifico. Tal conduta e' normal no mundo politico, mas nao  no
ientifico. Eu afirmara  que  o  arcabouco  da  Metodologia  Cientifica
talvez haja que ser revisto. O problema e'  o  Como.  Como  revisa-la?
Ninquem ao certo sabe. Mas que um upgrade se faz  necessario,  pas  de
question.>>

Houve claramente um erro de expressao por minha parte, e onde  se  le:
criada,  quis  dizer,  usada.  Nao  so'  isso,  afirmo   que   a   tal
"metodologia"  e'  constantemente  jogada  para   descaracterizar   os
fenomenos espiritas como dignos de  estudos  e  o  leitor  interessado
pode ler no boletim 172 quais as consequencias negativas da  aplicacao
desse  "criterio  metodologico"  (o  da  repetibilidade  exaustiva  do
fenomeno) a outros fenomenos naturais, nao espiritas.  O  sentido  que
quis dar pode ser apreciado na  sequencia  da  citacao  do  Mattos  no
boletim 172: <<(...) aqueles que  nao  estao  dispostos  a  fazer  tal
revisao [a do sentido maior da Vida levados pela  conviccao  espirita]
lancam e lancaram mao de diversos argumentos,  desde  a  negacao  pura
dos fatos, os argumentos de charlatanismo e  truque,  ate'  argumentos
aparentemente mais sofisticados como esse.>> A "receita" de  se  fazer
Ciencia nao surgiu  desdo  os  gregos  como  o  Mattos  diz,  mas  foi
elaborada apartir do  sec.  XVII  e  constitui  a  visao  classica  de
Ciencia.

Gostaria de deixar bem claro que nao estou dizendo aqui que  o  Espiri
tismo nao deva ter nenhuma relacao com  as  ciencias  ordinarias,  mas
sim que a  tentativa  de  forcar  essa  relacao  (quando  as  ciencias
ordinarias e o Espiritismo tratam de questoes  tao  diversas)  e',  no
minimo, precipitada e, na verdade, esconde a tentativa de  valorizacao
do Espiritismo (por parte daqueles que nao o aceitam com  o  valor  de
conhecimento que ele genuinamente tem) via  o  que  chamaria  `leitura
pela  Ciencia'  (a  proposta  "compatibilizacao").   Em   nome   dessa
tentativa uma quantidade de  bobagens  tem  vindo  a  tona  dentro  do
movimento espirita,  na  forma  de  afirmacoes  quixotescas  tipo:  "a
Ciencia esta' comprovando mesmo que o  Espirito  existe",  "a  Ciencia
comprova  o  Livro  dos  Espiritos",  "os  cientistas  chegam  la'...,
equipamentos sofisticados serao nossos mediuns", e  por  ai  afora.  A
onda  de  modismos  e'  ainda  bastante  comum  no  meio  espirita.  A
proposito, o leitor se lembra das fotos Kirlian ?  -  as  "fotografias
da alma", ou,  desculpe,  "do  perispirito",  que  comprovavam,  assim
diziam os mais entusiastas, a existencia do  perispirito...  E'  comum
tambem as  interpretacoes  espiritas  do  hiperespaco  de  Eistein,  a
"teoria corpuscular do  Espirito"  e,  agora,  modernamente,  a  fusao
espirito-quantica  com   um   futuro   promissor.   Afirmo   que   tal
comportamento, materializado na forma  de  frases  como  essa,  textos
etc, esconde, na verdade, uma deficiencia de  aprendizado  seria,  que
temos que nos esforcar para suprimir.

Um abraco a todos,

Ademir


DO SERGIO, SOBRE A ATUALIZACAO DE ALGUMAS ATIVIDADES DO GEAE

Caros amigos,

O  "projeto  entrevista  eletronica"  continua.   Atualmente   estamos
coletando perguntas  (ate'  dia  31  de  Julho)  dirigidas  a  DIVALDO
PEREIRA FRANCO. Para enviar perguntas escreva um e-mail para:

ent@kholosso.fct.unl.pt

Coloque no subject: "Entrevista Eletronica: DIVALDO P.  FRANCO"  e  no
corpo da mensagem as perguntas.

Tambem ja se encontra disponivel o  resultado  da  ultima  entrevista:
RICHARD SIMONETTI e da anterior: HERMINIO C. MIRANDA.

O nosso proximo entrevistado (de 1 de Agosto a  30  de  Setembro)  vai
ser JACOB MELO, autor do livro "O PASSE".

Para  aqueles  que  querem  conhecer  um  pouco  mais  sobre  o  GEAE,
aconselhamos a leitura do FAQ do GEAE,  que  foi  atualizado,  em  sua
ultima versao, pelo Carlos Iglesias.  O Faq pode ser lido no  seguinte
endereco:

http://zen.fct.unl.pt/~saf/geae-www/portugues/faq

Agradecemos a valiosa cooperacao do Eugenio Lysei que converteu o  FAQ
texto em WEB FAQ.

Um abraco a todos,

Sergio.


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