################################################################# GRUPO DE ESTUDOS AVANCADOS ESPIRITAS - GEAE 03(76)/94 22/03/94 ################################################################# PAPEL DOS MEDIUNS NAS COMUNICACOES Seja qual for a natureza dos mediuns escreventes, sejam mecanicos, semi-mecanicos, ou simplismente intuitivos, nossos processos de comunicacao com eles nao variam essencialmente. Com efeito, comunicamo-nos com os Espiritos encarnados, como com os Espiritos propriamente ditos, pela simples radiacao de nosso pensamento. Nossos pensamentos nao necessitam da vestimenta da palavra para serem compreendidos pelos Espiritos e todos eles percebem o pensamento que lhes desejamos comunicar, simplesmente por lhes dirigirmos esse pensamento e em razao de suas faculdades intelectuais; isto e, tal pensamento pode ser correspondido por tais ou quais, conforme o seu adiantamento, ao passo que em outros, tal pensamento, nao despertando nenhuma lembranca, nenhum conhecimento no fundo de seu coracao ou de seu cerebro jamais e por eles percebido. Neste caso, o Espirito encarnado, que nos serve de medium, e mais adequado a transmitir o nosso pensamento aos outros encarnados embora nao o compreenda, do que um Espirito desencarnado e pouco adiantado poderia faze-lo, se fossemos forcados recorrer a sua interrencao. Porque o ser terreno poe seu corpo, como instrumento, a nossa disposicao, o Espirito errante nao o pode fazer. Assim, quando encontramos num medium o cerebro aparelhado de conhecimentos adquiridos na vida atual e o Espirito rico de conhecimentos anteriores latentes, adeqandos (a facilitar as nossas comunicacoes, dele nos servimos de preferencia, porque com ele o fenomeno da comunicacao nos e muito mais facil do que com um medium cuja inteligencia fosse limitada, e cujos conhecimentos anteriores tivessem ficado insuficientes. Vamos nos fazer compreender por algumas explicacoes claras e precisas. Com um medium cuja inteligencia atual ou anterior se ache desenvolvida, nosso pensamento se comunica instantaneamente de Espirito a Espirito por uma faculdade propria a essencia mesma do Espirito. Neste caso, encontramos no cerebro do medium os elementos proprios para revestir nosso pensamento com a vestimenta da palavra que a ele corresponde, e isso quer seja o medium intuitivo, semi- mecanico ou mecanico puro. Eis por que, seja qual for a diversidade dos Espiritos que se comunicam a um medium, os ditados por ele obtidos, embora de Espiritos dlversos, tem na forma e no tom o cunho pessoal do medium. Sim, embora o pensamento lhe seja inteiramente estranho, o assunto surja do seu proprio meio habitual, e o que lhe desejamos dizer nao provenha dele de maneira alguma, ele entretanto influencia a forma pelas qualidades e as propriedades inerentes a sua individualidade. E precisamente como se olhassemos diferentes lugares com lunetas multicores, verdes, brancas ou azuis, Embora esses lugares ou objetos olhados sejam inteiramente opostos e independentes uns dos outros, nem por isso deixam de ter um tom que provem da cor das lunetas. Ou melhor, comparemos os mediuns a esses vidros cheios de liquidos coloridos e transparentes, que se veem nas farmacias. Ora, nos somos como as luzes que esclarecem certos pontos de vista morais, filosoficos e intimos, atraves dos mediuns azuis, verdes ou vermeIhos, de tal modo que nossos raios luminosos, obrigados a passar atraves dos vidros mais ou menos bem lapidados, mais ou menos transparentes, isto e, por mediuns mais ou menos inteligentes, nao chegam aos objetos que queremos iluminar senao tomando a coloracao ou a forma propria e particular desses mediuns Enfim, para terminar por uma ulltima comparacao, nos, Espiritos, somos como compositores de musica que temos composto ou queremos improvisar uma aria e nao temos a mao senao um piano, um violino, uma flauta um contra-baixo ou um apito barato. E incontestavel que com o piano, a flauta on o violino executamos nosso trecho de maneira mais compreensivel para os ouvintes. Embora os sons do piano, do contrabaixo ou da clarineta sejam essencialmente diferentes uns dos outros, nossa composicao nao deixara de ser a mesma, salvo as nuancas do som. Mas se dispusermos apenas de um apito barato ou de uma gaitinha, ai esta a nossa dificuldade. Com efeito, quando obrigados a usar um medium pouco adiantado, nosso trabalho e muito maior, mais penoso, pois somos obrigados a recorrer a formas incompletas, o que nos e uma complicacao. Porque, dessa forma, somos forcados a decompor o nosso pensamento e a proceder palavra por palavra, letra por letra, o que nos e um aborrecimento e uma fadiga e um verdadeiro entrave a presteza e ao desenvolvimento de nossas manifestacoes. Eis por que nos sentimos felizes ao encontrar mediuns bem apropriados, bem munidos de material, proprios para funcionar, numa palavra, bons instrumentos, porque, entao, nosso perispirito agindo sobre o perispirito daquele que mediunizamos, so tem que dar o impulso a mao que nos serve de caneta ou de portalapis; ao passo que com os mediuns insuficientes somos obrigados a fazer um trabalho analogo ao que fariamos quando nos comunicassemos por batidas, isto e, designando letra por letra, palavra por palavra, cada uma das frases que traduzem os pensamentos que queremos comunicar. E por estas razoes que nos dirigimos de preferencia as classes esclarecidas e instruidas, para a divulgacao do Espiritismo e o desenvolvimento das faculdades mediunicas escreventes, embora nestas classes se encontrem individuos mais incredulos, os mais rebeldes e os mais imorais. Assim como hoje deixamos aos Espiritos pelotiqueiros e pouco adiantados o exercicio das comunicacoes tangiveis de batidas e transportes, tambem os homens pouco serios entre vos preferem ver fenomenos que ferem a vista e os ouvidos ao inves dos fenomenos puramente espirituais, puramente psicologicos. Quando queremos proceder por ditados espontaneos, agimos sobre o cerebro, sobre as reservas do medium e reunimos nossos materiais com os elementos que ele nos fornece e tudo isto malgrado seu, como se tirassemos de seu bolso o dinheiro que nele pode ter e arranjassemos as moedas segundo a ordem que nos parece mais util. Mas quando o proprio medium nos quer interrogar desta ou daquela maneira, e bom que reflita seriamente, a fim de nos interrogar de modo metodico, assim nos facilitando o trabalho das respostas. Porque, como te disse Erasto em instrucao precedente, vosso cerebro muitas vezes esta numa desordem inextricavel e nos e tao penoso quanto dificil mover-nos no dedalo de vossos pensamentos. Quando as perguntas devem ser feitas por terceiros, e bom e util que a serie de perguntas seja lida previamente ao medium, para que este se identifique com o Espirito do evocador e, por assim dizer, delas se impregne. Assim, nos mesmos temos muito mais facilidade para responder, pela afinidade existente entre o nosso perispirito e o do medium que nos serve de interprete. Certamente podemos falar de matematicas atraves de um medium que a elas parece totalmente estranho. Mas, muitas vezes, esse medium possui tal conhecimento em estado lalente, isto e, peculiar ao ser fIuidico e nao ao ser encarnado, porque seu corpo atual e um instrumento rebelde a tal conhecimento. Da-se o mesmo com a Astronomia, a poesia, a Medicina e as diversas linguas, bem como com todos os outros conhecimentos particulares da especie humana. Enfim, ainda temos o meio de elaboracao penosa em uso com mediuns completamente estranhos ao assunto tratado, reunindo letras e palavras como em tipografia. Como dissemos, os Espiritos nao necessitam de revestir seu pensamento: percebem e comunicam o pensamento pelo simples fato de o possuirem. Ao contrario, os seres corporeos so o percebem quando revestido. Ao passo que a letra, a palavra, o substantivo, o verbo, a frase enfim, vos sao necessarios para o perceber, mesmo mentalmente, nenhuma forma visivel ou tangivel nos e necessaria. Erasto e Timoteo Espiritos protetores dos mediuns. Transcrito por Jose Cid da Revista Espirita de 1861, traduzida por Julio Abreu Filho e publicada pela FEB. SER MEDIUM A mediunidade e registro paranormal que se encontra insito na criatura humana, a semelhanca da inteligencia, da razao. Todo individuo que, conscientemente ou nao, capta a presenca de seres espirituais e portador de mediunidade, cabendo-lhe a tarefa de desdobrar os recursos parafisicos, atraves de conveniente educacao, gracas a qual se tornara intrumento responsavel para o ministerio superior a que a mesma se destina. Inicialmente confundida com varias patologias, sejam de ordem mental ou organica, a mediunidade fez-se meio para demonstrar o equivoce em que teimavam permanecer os seus adversarios gratuitos ou os investigadores apressados. Caracterizando uma funcao sempre presente no homem em todas as epocas, so a partir de Allan Kardec passou a receber estudo profundo e consideracao, vindo, entao, a ocupar o lugar que lhe e devido, como ponte para o intercambio entre os espiritos de ambos os lados da vida com aqueles que se encontram mergulhados na mesma faixa das percepcoes psiquicas no corpo fisico. Espontanea, surge em qualquer idade, posicao social, denominacao religiosa ou cepticismo no qual se encontre o individuo. Normalmente chama a atencao pelos fenomenos insolitos de que se faz portadora, produzindo efeitos fisicos e intelectuais, bem como manifestacoes na area visual, auditiva, apresentando-se com gama variada conforme as diversas expressoes intelectuais, materiais e subjetivas que se exteriorizam no dia-a-dia de todos os seres humanos. Direcionando a observacao para as ocorrencias inabituais que lhe sucedam, o medium descobre um imenso veio aurifero que, penetrado, brinda-o com gemas de inapreciavel qualidade. Assim como o mergulhador educa a respiracao para descer nas aguas profundas onde espera encontrar ostras raras, portadoras de perolas onde espera encontrar ostras raras, portadoras de perolas incomuns, o medium tem o dever de disciplinar a mente, a fim de aprofundar-se no oceano intimo e dali arrancar as preciosidades que se encontram engastadas na concha bivalve das aspiracoes morais e espirituais. As vezes, quando do aparecimento da mediunidade, surgem disturbios varios, sejam na area org6anica, atraves de desequilibrios e doencas, ou mediante inquietacoes emocionais e psiquiatricas, por debilidade da sua constituicao fisiopatologica. Nao e a mediunidade que gera o disturbio no organismo, mas a acao fluidica dos espiritos que favorece a distonia ou nao, de acordo com a qualidade de que este se reveste. Por outro lado, quando a acao espiritual e salutar, uma aura de paz e de bem estar envolve o medianeiro, auxiliando-o na preservacao das forcas que o nutrem e sustentam durante a existencia fisica. A educacao ou desdobramento mediunico objetiva ampliar o campo de realizacoes paranormal, porquanto, atraves dos recursos proprios, tem a especial finalidade de instruir os homens, realizar a iluminacao de consciencias, facultar o ministerio da caridade, pelas possibilidades que proporciona aos desencarnados em aflicao de terem lenidos os sofrimentos, as magoas, a ignorancia... A faculdade de ser medium, propria dos seres inteligentes, constitui um superior instrumento de servico ao alcance de todos, dependendo de cada um atender-lhe a presenca organica ou ignora-la, apurando-lhe a sensibilidade ou perturbando-lhe o mister, deixando- a ao abandono, ai correndo riscos de ser utilizada por entidades perversas ou levianas que se encarregarao de perturba-la, entorpece-la ou torna-la meio de desequilibrio para o proprio medium como para aqueles que o cercam. Nao e, portanto, o ser medium ou nao, mas a conduta que este se aplique que atraira mentes que se irradiam no mesmo campo de vibracoes especiais. Swedenborg, ao perceber a presenca da mediunidade, cientista e culto, nao tergiversou em estudar a faculdade e dedicar-se ao seu exercicio, brindando a humanidade com valioso patrimonio de sabedoria, esperanca e paz. Edgar Cayce, constatando a manifestacao mediunica de que se tornou objeto, aplicou-se ao labor pertinente e auxiliou dezenas de milhares de pacientes que lhe buscaram o socorro... Adolf Hitler, depois de frequentar o Grupo Thule, de fenomenos mediunicos, dirigido por Dietrich Eckhart, em Berlim, ensandeceu- se, e, fascinado, acreditou-se a "mao da Providencia", tornando-se destruidor de milhoes de vidas e responsavel por males incontaveis, que ainda permanecem na Terra... A mediunidade, em si mesma, nao e boa nem e ma, antes, apresenta-se em carater de neutralidade, ensejando ao homem utiliza-la conforme lhe aprouver, desse uso derivando os resultados que acompanharao o medianeiro ate o momento final da sua etapa evolutiva no corpo. Transcrito por Jose Cid do livro Mediuns e Mediunidades de Vianna de Carvalho, psicografado por Divaldo Pereira Franco, editora Arte e Cultura. ######################################### C O M E N T A R I O S ######################################### CENTROS ESPIRITAS NOS EUA Eu recebi hoje uma Newsletter da AKES onde existe uma lista de Centros Espiritas nos Estados Unidos. Eu nao sei quao completa e esta lista, ou a qualidade dos Centros, quanto a fidelidade a Doutrina Espirita. Eu achei interessante notar que a maioria dos Centros esta localizada em cidades onde se sabe que existem muitos brasileiros e latinos. Por exemplo, em Miami existem nove Centros listados. Em New York, quatro. Se alguem se interessar, eu posso publicar a lista no proximo boletim. Um grande abraco, Jose Cid. __________________________________________________________________ ADESOES AO GEAE: Envie seus dados, tais como: Nome: Endereco: fone: E.mail: Profissao: COMENTARIOS: Envie seus comentarios diretamente para o GEAE. EDICOES ANTERIORES: Solicitacoes de edicoes anteriores do GEAE podem ser feitas para Jose Cid. ############################################## GRUPO DE ESTUDOS AVANCADOS ESPIRITAS - GEAE E. mail: Jose Cid: jac14@po.cwru.edu ##############################################