################################################################# GRUPO DE ESTUDOS AVANCADOS ESPIRITAS - GEAE 12(63)/93 21/12/93 ################################################################# Caro(a) amigo(a) do GEAE: Sabemos que o tempo nao existe. Perante o infinito, nao sabemos aonde estamos. Estamos num ponto, isto e' certo. Olhar para tras, pode nao interessar nada. Olhar para frente, pode ser um excitante prazer. Cabe exclusivamente a nos, decidir o que fazer, conforme nossa pura vontade. Neste ponto e momento desejo que voce veja, olhando o futuro, aquilo que desejas e decidas pelo melhor caminho a seguir na eterna jornada da vida, qual seja, o mais curto de todos. F E L I Z N A T A L E P R O S P E R O 1 9 9 4 franz VERSAO MODERNA E, respondendo ao companheiro que lhe havia solicitado a traducao do Sermao do Monte, em linguagem moderna, o velhinho amigo deteve- se no capitulo cinco do Apostolo Mateus, e falou, com voz cheia e vibrante: - Bem aventurados os pobres de ambicoes escuras, de sonhos vaos, de projetos vazios e de ilusoes desvairadas, que vivem construindo o bem com o pouco que possuem, ajudando em silencio, sem a mania da glorificacao pessoal, atentos 'a vontade do Senhor e distraidos das exigencias da personalidade, porque viverao sem novos debitos, no rumo do Ceu que lhes abrira as portas de ouro, segundo os ditames sublimes da evolucao. Bem aventurados os que sabem esperar e chorar, sem reclamacao e sem gritaria, suportando a maledicencia e o sacarsmo, sem odio, compreendendo nos adversarios e nas circunstancias que os ferem abencoados aguilhoes do socorro divino, a impeli-los para diante, na jornada redentora, porque realmente serao consolados. Bem aventurados os mansos, os delicados e os gentis que sabem viver sem provocar antipatias e descontentamentos, mantendo os pontos de vista que lhes sao peculiares, conferindo, porem, ao proximo, o mesmo direito de pensar, opinar e experimentar de que se sentem detentores, porque, respeitando cada pessoa, cada coisa em seu lugar, tempo e condicao, equilibram o corpo e a alma, no seio da harmonia, herdando longa permanencia e valiosas licoes na Terra. Bem aventurados os que tem fome e sede de justica, aguardando o pronunciamento do Senhor, atraves dos acontecimentos inelutaveis da vida, sem querelas nos tribunais e sem papelorios pertubadores que somente aprofundam as chagas da aflicao e aniquilam o tempo, trabalhando e aprendendo sempre com os ensinamentos vivos do mundo, porque, efetivamente, um dia serao fartos. Bem aventurados os misericordiosos, que se compadecem dos justos e dos injustos, dos ricos e dos pobres, dos bons e dos maus, entendendo que nao existem criaturas sem problemas, sempre dispostos 'a obra de auxilio fraterno a todos, porque, no dia de visitacao da luta e da dificuldade, receberao o apoio e a colaboracao de que necessitem. Bem aventurados os limpos de coracao que projetam a claridade de seus intentos puros sobre todas as situacoes e sobre todas as coisas, porque encontrarao a "parte melhor" da vida, em todos os lugares, conseguindo penetrar a grandeza dos propositos divinos. Bem aventurados os pacificadores que toleram sem magoa os pequenos sacrificios de cada dia, em favor da felicidade de todos, e que nunca aticam o incendio da discordia com a lenha da injuria ou da rebeliao, porque serao considerados filhos obedientes de Deus. Bem aventurados os que sofrem a perseguicao ou a incompreensao, por amor 'a solidariedade, 'a ordem, ao progresso e 'a paz, reconhecendo, acima da epiderme sensivel, os sagrados interesses da Humanidade, servindo sem cessar ao engrandecimento do espirito comum, porque, assim, se habilitam 'a transferencia justa para as atividades do Plano Superior. Bem aventurados todos os que forem dilacerados e contundidos pela mentira e pela calunia, por amor ao ministerio santificante do Cristo, fustigados diariamente pela reacao das trevas, mas agindo valorosos, com paciencia, firmeza e bondade pela vitoria do Senhor, porque se candidatam, desse modo, 'a coroa triunfante dos profetas celestiais e do proprio Mestre que nao encontrou, entre os homens, senao a cruz pesada, antes da gloriosa ressureicao. A essa altura, o iluminado pregador passeou o olhar percuciente e limpido pelo nosso grupo e, finda ligeiroa pausa, fixou nos labios amplo e belo sorriso, rematando serenamente: - Rejubilem-se, cada vez mais, quantos estiverem nessas condicoes, porque, hoje e amanha, sao bem aventurados na Terra e nos Ceus ... Em seguida, retomou o passo leve para a frente, deixando-nos na estranha quietude e na indagacao oculta de quem se dispoe a pensar. Transcrito do livro Cartas e Cronicas, de Irmao X, psicografado por Francisco C. Xavier, editora da FEB. O FILHO DO HOMEM ... nao tinha onde reclinar a cabeca. Nasceu numa manjedoura. Nao tinha onde descansar a cabeca. Morreu numa cruz, escarnecido e humilhado. Eis a historia, comovente e bela, sublime e incompreendida, do Cristo de Deus ... Daquele que estava no mundo, o mundo foi feito por intermedio dele, mas o mundo nao o conheceu. A licao e', inegavelmente, profunda. Do estabulo ao Calvario, sua vida foi um cantico de misericordia e amor, simplicidade e compreensao, indulgencia e grandeza. Na manjedoura - nasceu entre pacificos animais e singelos pastores. No mundo - viveu no meio de mulheres, criancas e homens infelizes. Na cruz - morreu entre ladroes vulgares, escrevendo, contudo, no Golgota, a mais deslumbrante epopeia de luz que a Humanidade ja presenciou. Muitos homens nasceram em bercos de ouro, mas encarnaram existencias nulificadas. Viveram no mundo cercados de honrarias, ostentando titulos e galardoes pomposos, disputando laureis e consideracoes, mas tiveram seus nomes esquecidos tao logo desceram ao tumulo. Tiveram os seus corpos guardados em caixoes riquissimos, mas, apesar das pompas funereas, nada fizeram para que o mundo lhes perpetuasse o nome, a obra, a memoria. O homem nao vale nada pela casa, nem pelo berco onde nasceu. Nao importam as consideracoes de que foi alvo, espontaneas ou provocadas. Nao tem valor intrinseco a imponencia do mausoleu que lhes acolhe os despojos carnais, no devido tempo. Nao tiveram os pais de Jesus uma tradicao de aristocracia genealogica que lhes facilitasse os passos na caminhada pelo mundo e lhe favorecesse o triunfo e a gloria, o poder e o mando. Nada que O preservasse do acinte e da crueldade, do achincalhe e do oprobio da populaca inconsciente, desvairada e perversa. Jose, seu pai, carpinteiro anonimo em Nazare, nao desfrutava do prestigio temporal. De manha 'a noite, manejando o enxo' e o formao, ganhava, com o suor do rosto, o alimento de cada dia. Nao era de familia nobre, segundo a conceituacao humana; nao conhecia as altas rodas do seu tempo, mas era rico de qualidades superiores, de bens espirituais. A sua vida e o seu programa eram simples: a Igreja, a oficina e o lar humilde, honrado. Maria sua mae, era mulher sem renome social, mas virtuosa e pura, imaculada e santa. Seu mundo, era o lar. Sua felicidade, o esposo e o filho. So o lar era-lhe um santuario, a sinagoga era-lhe um paraiso. No lar e na sinagoga conversava com Deus, diariamente, em silenciosa e divina comunhao. Como se ve, nao vale o homem pela riqueza do berco em que dormiu o primeiro sono; pela opulencia em que viveu; nem pela suntuosidade com que o sepultaram. Vale o homem - e disso da exemplo a vida do Senhor - pela valorizacao que procura ou sabe dar aos minutos, 'as horas, 'a existencia, enfim. **** O Mestre nao tinha onde descancar a cabeca. "As feras - asseverava ele - tem os seus covis". "As aves - continuava - tem seus ninhos." "Mas o filho do Homem - concluia - nao tem onde reclinar a cabeca." O Redentor da Humanidade, a Luz de Todos os Seculos, nao conhecia um minimo de conforto. Apesar disso, o Farol que acendeu no topo do Calvario, quando parecia derrotado e vencido, continua iluminando os eternos caminhos da Humanidade planetaria. Os homens, todavia, ludibriados, buscam a fortuna e o poder, na doce ilusao de que o poder e a fortuna podem assugurar, na vida espiritual, a gloria que se nao extingue. Quem nao busca, avidamente e a qualquer preco, inclusive da propria dignidade, a riqueza e a evidencia, e' categorizado, no mundo, 'a conta de insensato, sonhador, idealista. O mundo nao compreende o homem que se limita a obter o indispensavel ao seu e ao sustento dos que lhe constituem o instituto familiar. Assim como Ele veio "para o que era seu" e os seus "nao o receberam", a mentalidade humana nao pode entender aquele que se nao obstina em acumular tesouros que a traca consome, o ladrao rouba e o tempo destroi. Admiravel homem de hoje e' o que sabe amealhar fortuna, mesmo que a vida desse homem seja inocua, vazia, egoista. O Cristo, evidentemente, nao foi um mendigo; mas, tambem, nao foi um milionario dos bens terrenos. Os tesouros de Deus estavam no seu coracao. Tesouros que distribuia com abundancia, fartamente, prodigamente, na consolacao aos desalentados e no esclarecimento aos ignorantes. O Cristo - "Medium de Deus", segundo Kardec e Emmanuel - nao tinha onde reclinar a cabeca. Aquela cabeca que supervisionara, dos Celestiais Paramos, a formacao da Terra. Utilizando singelas alpercatas, percorria, incansavelmente, as estradas palestinenses, as praias do Tiberiades. Trajando simplesmente uma tunica desprovida de quaisquer ornamentos que revelassem superfluidade, podia, no entanto, ofertar a homens e mulheres, anciaes e jovens, as moedas da Fe' e da Esperanca na Vida imperecivel. Assinalava o valor dos patrimonios espirituais repetindo, inumeras vezes: "A tua fe' te salvou." Lembrava o perigo dos bens pereciveis, advertindo: "Nao vos afadigueis por possuir ouro, ou prata, ou qualquer outra moeda em vossos bolsos." A Judas, o discipulo afanoso, recomendava: "...a bolsa e' pequenina; contudo, permita Deus nunca sucumbas ao seu peso." Se desejarmos a gloria da Vida Imortal, o que nos compete, sem duvida, e' o cumprimento de todos os deveres que a vida nos sugere, mesmo que, igualmente, nao tenhamos onde reclinar a cabeca. Gloria que se obtem com a vivencia crista. Escrevendo, diuturnamente, no Livro da Vida, as obrigacoes que assegurem o nosso e o equilibrio de quantos evolucionam, como nos, em busca da perfeicao com Jesus. Transcrito do livro Estudando o Evangelho, de Martins Peralva, editado pela FEB. REFLEXOES DE OSCAR FERREIRA CARNEIRO Quem faz o exercicio da prece nao se atemoriza diante do obstaculo. Jesus e' nossa forca - Kardec o nosso reforco - Deus a nossa seguranca. Ninguem deve se enganar, porque aos outros nao engana e a Deus muito menos. Corrigir-se dia-a-dia, hora-a-hora e' exercicio cristao do verdadeiro espirita. Incapacidade para o bem e' sinal vermelho parando o nosso transito para Deus. E' de bom alvitre analisarmo-nos sempre, diante dos casos alheios para nao julga-los com severidade. Atenuantes e agravantes sao paragrafos da Lei Divina - nos seremos reus quando vacilarmos em optar pelo valor espiritual. Nenhum erro e' irremissivel. Porem que nao nos prejudique sempre a nossa ignorancia, pois temos obrigacao de irmos ao encontro da verdade e aceita-la de frente para nos libertarmos. __________________________________________________________________ ADESOES AO GEAE: Envie seus dados, tais como: Nome: Endereco: fone: E.mail: Profissao: COMENTARIOS: Envie seus comentarios diretamente para o GEAE. EDICOES ANTERIORES: Solicitacoes de edicoes anteriores do GEAE podem ser feitas para Jose Cid. ############################################## GRUPO DE ESTUDOS AVANCADOS ESPIRITAS - GEAE E. mail: Jose Cid: jac14@po.cwru.edu ##############################################