Ano 16 Número 532 2008



29 de fevereiro de 2007
 

"Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão, 
face a face,
em todas as épocas da humanidade"

Allan Kardec



 ° EDITORIAL

Planos para 2008


       


 ° ARTIGOS

Disciplina, Fundamento da Educação

Como Fazer as Pazes com os Opositores Falecidos

Reflexões Críticas sobre o Perispírito e sua Influência na Formação e Manutenção do Corpo Físico
       

 ° HISTÓRIA & PESQUISA

Cronologia Espírita


          Referências Bibliográficas
   

 ° QUESTÕES & COMENTÁRIOS

Estudando o Livro dos Espíritos
   

 ° PAINEL

The Times of India divulgando o Além

   



 ° EDITORIAL

Planos para 2008

Amigos,

Há alguns dias fizemos uma reunião do Conselho Editorial do GEAE com o objetivo de avaliar o trabalho do grupo e fazer os planos para 2008. Apesar das dificuldades recentes de mantermos a periodicidade quinzenal do Boletim, acreditamos que os resultados dos estudos são positivos e vamos nos empenhar para manter-lhes a continuidade. Queremos também modernizar nossa página web e, se Deus permitir, retomar a publicação do Boletim em espanhol.

O trabalho no grupo é voluntário, nos reunimos pela Internet e os principais requisitos para participar são a vontade de aprender e o respeito a outras formas de pensar. Convidamos os amigos que tiverem interesse em se juntar a nós. Há tarefas que precisam ser feitas e que demandam colaboradores de boa vontade. Apenas exemplificando algumas das possibilidades que se abrem diante de nós:


    - A modernização da página e a manutenção de links com outros sites espíritas;
    - A elaboração do Boletim em espanhol e a manutenção da correspondência com nossos irmãos de língua espanhola;
    - A colaboração no estudo e divulgação da Língua Fraterna, o Esperanto;
    - Estudos e pesquisas espíritas.

 Que a Paz de Deus esteja com todos,
 Os Editores

Índice

 ° ARTIGOS
Disciplina, Fundamento da Educação

(O Cristiano Torchi nos enviou a mensagem abaixo, transcrita do site "Momento Espírita". Como ele observou, todos aqueles que são pais devem refletir muito sobre a questão colocada nela, sobretudo aqueles que têm filhos pequenos. Lembremo-nos que os pais têm a missão importantíssima de educar os filhos. Educar, comenta o Cristiano, é a arte de formar o carácter, de contruir o conjunto de hábitos que a criança levará pela vida afora. No site não há a indicação do autor)

Quando se fala em delinqüência, muitos pais sofrem só em pensar no que esse termo representa.

Alguns de nós pensamos e repensamos em como pode uma criança cordata, amável durante a infância, tornar-se um delinqüente na adolescência e juventude.

Nós não nos damos conta, mas somos, enquanto educadores, os maiores responsáveis pela delinqüência que vige no mundo.

O Departamento de Polícia de Houston, Texas, elaborou uma lista enumerando 9 MANEIRAS FÁCEIS DE COMO CRIAR UM DELINQÜENTE. A lista é a seguinte:

1 - comece, na infância, a dar ao seu filho tudo o que ele quiser. Assim, quando crescer, acreditará que o mundo tem obrigação de lhe dar tudo o que deseja.

2 - quando ele disser palavrões, ache graça. Isso o fará considerar-se interessante.

3 - nunca lhe dê orientação religiosa. Espere até que ele chegue aos 21 anos, e "decida por si mesmo".

4 - apanhe tudo o que ele deixar jogado: livros, sapatos, roupas. Faça tudo para ele, para que aprenda a jogar sobre os outros toda a responsabilidade.

5 - discuta com freqüência na presença dele. Assim não ficará muito chocado quando o lar se desfizer mais tarde.

6 - dê-lhe todo o dinheiro que quiser. Nunca o deixe ganhar seu próprio dinheiro. Por que terá ele de passar pelas mesmas dificuldades por que você passou?

7 - satisfaça todos os seus desejos de comida, bebida e conforto. (Negar pode acarretar frustações prejudiciais).

8 - tome o partido dele contra vizinhos e policiais. (Todos têm má vontade para com o seu filho).

9 - quando se meter em alguma encrenca séria, dê esta desculpa: "nunca consegui dominá-lo."

Aja assim, e prepare-se para uma vida de desgosto. É o seu merecido destino.
 
Quando nos queixamos do desgosto por que nos fazem passar os filhos, normalmente esquecemos todos esses detalhes enumerados pela polícia de Houston. Enquanto ainda são crianças imaginamos que jamais venham a delinqüir. Em verdade é esse o nosso mais profundo desejo. No entanto, é bem possível que nos equivoquemos procurando acertar. Procurando fazer o melhor para os rebentos tão queridos aos nossos corações.

Se temos a intenção de fazer de nossos filhos cidadãos responsáveis e dignos, comecemos a prestar mais atenção na forma de educação que lhes damos.

Ensinar-lhes a tolerar frustações, estabelecer regras a serem respeitadas, limites a serem observados, é sempre de bom alvitre.

Consideremos sempre que nossos filhos são Espíritos reencarnados, e como tal, trazem consigo a bagagem de erros e acertos conquistados ao longo das existências.

Consideremos ainda, que todos renascemos para galgar degraus na escala evolutiva, e sejamos os impulsionadores daqueles a quem Deus nos confiou a educação. Dessa forma, de nada teremos que nos arrepender mais tarde, quando tivermos que prestar contas às Leis divinas.

***

Você sabia que é na adolescência que o espírito retoma a bagagem de experiências acumuladas ao longo da sua caminhada evolutiva?

É que na adolescência o corpo e o psiquismo já estão preparados para receber essas informações.

Não é outro o motivo pelo qual muitos pais desconhecem os filhos, que passam a ser outra pessoa, dizem, quando chegam à adolescência.

E você sabia que até aos 7 anos de idade a criança é mais suscetível aos ensinamentos?

Por isso devemos nos esmerar para dar-lhes uma educação efetiva, de forma que esta possa suplantar as informações equivocadas que por ventura traga o nosso filho, de existências anteriores."

www.momento.com.br

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Como Fazer as Pazes com os Opositores Falecidos

(O texto abaixo nos foi enviado por e-mail e não traz a indicação de seu autor original)

Você detecta alguém no seu caminho, que não veste mais  o corpo físico, e que procura lhe prejudicar. O que fazer? Qual a melhor conduta? Fiz algumas anotações sobre o assunto na esperança de que lhe sejam úteis.
 
Você aprende com os ensinamentos de "O Evangelho Segundo o Espiritismo" que a dívida caminha com o devedor. Não há presença incômoda sem motivo justo, nem  aproximação destituída de finalidade. O adversário foi atraído pela lei da ação e reação, sendo assim, a presença dele se justifica pela necessidade de reajuste.

O ensinamento de Jesus fala em reconciliação, perdão das ofensas, mas você não conseguiu entender-se com ele, enquanto estava no mundo à mesma época. A situação complicou-se, portanto, devido à sua inércia.

O que fazer, então, diante da atitude hostil? Como aplicar o ensinamento de Jesus nos dias de hoje, com a situação agravada? Da noite para o dia, não se consegue  lidar satisfatoriamente com erros cometidos, mas o que vem em primeiro lugar é a necessidade de cultivar a humildade.
   
Palavras de arrependimento constituem o primeiro passo, mas por si só não bastam. Se você estivesse no lugar do ofendido, não se contentaria com palavras. O que seria capaz de abalar a estrutura do seu ódio? Sem dúvida, a ação positiva no campo do bem - instrumento poderoso de transformação e mudança.

Experimente fazer o bem e oferecer ao inimigo como prova de mudança. Faça-o, não como quem ensina, mas como quem aprende. A melhor forma de fazer o bem é trabalhar pelos outros sem exigir nada em troca.

Faça da leitura sadia e da meditação um compromisso de hora marcada. O fortalecimento da mente leva mais facilmente à compreensão e ao  perdão.

Suporte com paciência e resignação as provas da existência. Os testes diários constituem oportunidade de crescimento, que incluem experiências com o próprio  adversário.

Faça a caridade como rotina. O serviço de amor ao próximo opera maravilhas. Com ele, o obsediado cresce moralmente aos olhos do obsessor, obrigando-o a reconhecer que não tem influência total sobre ele.

Não se desespere com as armadilhas em que se vê envolvido. Tenha certeza de que a calma e a resignação abrirão novos caminhos de libertação.

Não creia que você está abandonado do Amor Divino, entregue a uma existência de isolamento, distante da proteção superior. Por amor, Deus aproxima seus filhos para que o perdão mútuo se concretize. Dessa forma, serão mais felizes na rota evolutiva.

Você tem aí alguns pontos a considerar no caso do inimigo desencarnados.

Não se esqueça, porém, de que tudo depende de você. Nessa questão de inimizade, é preciso que o coração vença o cérebro, porque só o amor resgata e revigora.

Aproveite, pois, a oportunidade que o Pai lhe oferece, acerte suas contas, e seja feliz.

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Reflexões Críticas sobre o Perispírito e sua Influência na Formação e Manutenção do Corpo Físico

Alexandre Fontes da Fonseca, Antonio Cunha Lacerda Leite e Christiano Torchi

(Continuação do artigo iniciado no Boletim 531)

4. Idéia do Modelo Organizador Biológico (MOB)

Hernani G. Andrade talvez tenha sido pioneiro na formulação de uma teoria para o perispírito, com base em conceitos da Física. Ao que nos consta, foi ele quem cunhou a expressão “Modelo Organizador Biológico” (MOB) [1,2], que seria “uma unidade autônoma e evolutiva, capaz de interagir com a matéria orgânica e, desse fato, resultar o ser biológico” [2].
 
Entre suas características principais, o MOB seria portador de um campo biomagnético capaz de interagir com a matéria. O MOB teria uma função que se espera de um molde, porém ele não seria algo rígido e estático e pode evoluir adquirindo novas propriedades de acordo com a evolução moral do ser.
 
Uma característica importante do MOB é a capacidade de organizar a matéria viva. O campo biomagnético seria responsável por influenciar o corpo físico em sua formação e manutenção e é sugerido que isso ocorra de modo análogo à organização de punhado de limalha de ferro sob ação de um campo magnético comum.
 
De fato, os sistemas vivos são considerados sistemas auto-organizados. Porém, apesar da complexidade, ainda não existe uma demonstração absoluta de que a vida decorre apenas das interações puramente materiais entre as partículas que compõem o corpo físico. Entretanto, o Prof. Ilya Prigogine, prêmio Nobel de Química em 1977, formulou a teoria da Termodinâmica de Processos Irreversíveis [13], em que ele mostra as condições para a existência de sistemas auto-organizados. Essa teoria é um forte argumento dos materialistas para a não existência do Espírito ou de um MOB, responsável pela formação e manutenção do corpo físico.
 
A primeira dificuldade desse modelo é que, se por hipótese o MOB possui um campo biomagnético capaz de interagir com a matéria, teria que ser possível medi-lo com instrumentos terrestres. A teoria do “Psi Quântico” [14] é muito qualitativa e ainda precisa ser melhor analisada em vista de algumas críticas [15]. Até o momento, o que se sabe, por exemplo, da bioeletrografia (ou fotos Kirlian) é que ela expressa apenas o chamado efeito corona, que é a radiação emitida pelos elétrons do objeto perante os altos campos eletromagnéticos produzidos pelo aparelho Kirlian. Em outras palavras, ainda não se consegue detectar a existência de um campo cuja causa não possa ser explicada por nenhum fenômeno físico normal.
 
Uma outra dificuldade do MOB, porém não absoluta, decorre das heranças genéticas. Se o modelo é organizador num sentido absoluto, como os fatores hereditários surgem na formação do novo corpo? A própria semelhança física entre pais, avós e filhos sugere que fatores materiais preponderam em determinadas partes da formação do corpo físico. Aliás, a idéia de molde discutida na seção anterior também não explica a origem dessa semelhança. O instrutor Alexandre, em Missionários da Luz [12], no capítulo 13, diz que “Os contornos e minúcias anatômicas vão desenvolver-se de acordo com os princípios de equilíbrio e com a lei da hereditariedade. A forma física futura de nosso amigo Segismundo dependerá dos cromossomos paternos e maternos; adicione porém, (...), a influência dos moldes mentais de Raquel, a atuação do próprio interessado, o concurso dos Espíritos Construtores, que agirão como funcionários da natureza divina (...).” (Grifos em negrito, nossos).
 
Percebemos, portanto, que a própria Espiritualidade nos informa que os fatores materiais não podem ser negligenciados.
 
A situação apresentada na questão 356 de O Livro dos Espíritos também mostra que é possível formar um corpo físico sem a presença do perispírito ou, no caso, do MOB.
 
É importante mencionar a seguinte afirmativa do referido instrutor, ainda no capítulo 13 da obra referida: “O organismo maternal fornecerá todo o alimento para a organização básica do aparelho físico, enquanto a forma reduzida de Segismundo, como vigoroso modelo, atuará como imã entre limalhas de ferro, dando forma consistente à sua futura manifestação no cenário da Crosta.” (Grifos em negrito, nossos). 
 
Destacamos a palavra “como” na citação acima, para enfatizar que o processo de influência do perispírito sobre a matéria é semelhante à atuação de um imã sobre limalha de ferro, porém não é exatamente o mesmo processo. Como elucidamos acima, para que esse processo de influência seja do mesmo jeito que a influência de campos magnéticos sobre objetos metálicos, seria preciso medir tais campos magnéticos e mostrar que sua causa não esteja na própria organização da matéria.
 
Por essas razões, nós ponderamos que a influência do perispírito sobre o corpo físico ainda não seja totalmente bem representada pela idéia de um modelo organizador em fenômeno totalmente análogo ao de um campo magnético atuando sobre a limalha de ferro. Adiante, exporemos uma proposta que pode conciliar a possibilidade de influência do perispírito com as características científicas dos sistemas vivos.  
 
5. A influência dos fatores puramente materiais
 
A semelhança entre avós, pais e filhos sugere que fatores puramente materiais dirijam o processo de formação do corpo físico. Certamente, que isso ocorre em muitos outros aspectos além da semelhança física.

André Luiz, na obra Evolução em Dois Mundos [16], explica que o automatismo presente em diversas funções fisiológicas como, por exemplo, as funções vegetativas do nosso corpo, é o resultado do acúmulo de experiências do princípio inteligente no seu corpo espiritual, através dos séculos. Entretanto, no cap. IV, ele ressalva que:

(...), em qualquer estudo acerca do corpo espiritual, não podemos esquecer a função preponderante do automatismo e da herança na formação da individualidade responsável, para compreendermos a inexeqüibilidade de qualquer separação entre a Fisiologia e a Psicologia, (...).”(Grifos em negrito, nossos).

Essa afirmativa de André Luiz é clara no sentido de que não se deve excluir os fatores materiais em todos os processos biológicos, assim como não se deve excluir os fatores espirituais. A citação feita na seção 4, do livro Missionários da Luz, reforça isso. O próprio Hernani G. Andrade reconhece (p. 51 de [2]) que:

“Se admitíssimos, (...), a existência de estruturas de campo pré-existentes e ligadas aos processos biológicos, talvez pudéssemos, reforçando as teorias evolucionistas, dar-lhes melhor explicação, sem ferir os bem firmados princípios da genética. (...) O fenômeno ao qual denominamos vida resultaria, segundo uns, exclusivamente das propriedades físico-químicas da matéria. Mas, segundo este outro ponto-de-vista, ele se originaria da conjugação de duas categorias de fatores: as propriedades físico-químicas da matéria e um modelo organizador biológico (MOB).” (Grifos em negritos nossos).

Percebe-se, portanto, que André Luiz e Hernani não desprezam os fatores materiais na formação e manutenção do corpo físico.

(Continua no próximo boletim)
Índice

 ° HISTÓRIA & PESQUISA

(Seção em parceria com a "Liga de Historiadores e Pesquisadores Espíritas")

Cronologia Espírita

(Compilação de datas significativas  para o Movimento Espírita iniciada no Boletim 505)

Terceiro Capítulo

1870 - 1913 Tempos de Pioneiros

Os anos 70 do século XIX abrem uma nova fase histórica para o movimento espírita, com duas importantes mudanças em relação a anterior, em primeiro lugar, com a desencarnação de Allan Kardec em 1869, terminou o período da Codificação Espírita. Os fundamentos foram estabelecidos e as próximas décadas veriam sua confirmação e detalhamento. Em segundo lugar, toda uma geração de pioneiros divulgaria a mensagem espírita na Europa Continental e na América Latina.

Concomitantemente o Espiritualismo Moderno se estabeleceu firmemente no Reino Unido. Sem os excessos do movimento norte-americano, criou firmes raízes e seus grupos participaram dos Congressos Internacionais Espíritas deste período. Nos Estados Unidos, a ênfase no fenômeno e o individualismo extremado de seus adeptos, que nunca chegaram a unir-se em um corpo doutrinário comum, fizeram com que o movimento entrasse em declínio. Sucessivos escândalos durante a década de 1870, com médiuns sendo envolvidos em acusações de falsificação dos fenômenos físicos, minaram a credibilidade do movimento. Efetivamente o movimento norte-americano não desapareceu, assumiu novas formas, como os campos espiritualistas, mas perdeu o vigor que tinha no seu período inicial. 

A principal diferença entre as escolas Anglo-Saxã e Latina - o Moderno Espiritualismo e o Espiritismo - residia na abordagem dos fenômenos mediúnicos. Com uma enfâse maior na comprovação da sobrevivência do espírito e nos fenômenos físicos, o mundo Anglo-Saxão posicionou-se inicialmente de forma contrária a reencarnação, enquanto que no mundo Latino a enfâse desde o início foi nas conseqüências filosóficas e morais dos fenômenos. Os fenômenos físicos logo deixaram de ser o principal foco de interesse para os espíritas e as comunicações inteligentes desde o início enfatizaram a reencarnação.

Uma diferença secundária, talvez conseqüência da primeira, era o modo como a mediunidade foi encarada. Enquanto que o Moderno Espiritualismo via com bons olhos a profissionalização dos médiuns, o Espiritismo encarou a mediunidade como uma missão que não deveria ser transformada em modo de vida.

A enfâse no fenômeno e a transformação da sessão em um espetáculo foram as causas dos sucessivos escândalos mencionados, que afetaram o movimento nos Estados Unidos. A demanda sobre os médiuns de produzirem fenômenos cada vez mais espetaculares e novos, sem que a qualidade moral da assistência e do programa da reunião fosse uma preocupação, levou alguns a cederem a tentação de incrementar sua mediunidade com recursos engenhosos e fraudulentos. Foram os que popularam as colunas dos jornais durante o período estudado. As acusações de "exposições" foram fartamente divulgadas na imprensa da época, muitas vezes de forma apressada e injusta.

A ciência comum também passou por um período de grandes mudanças, a visão Newtoniana do mundo cedeu terreno as novas concepções, que transformaram de forma surpreendente o pensamento do século XX. Na Medicina, na Biologia, na Psicologia, na Sociologia, na História, enfim em todos os campos do saber humano, ocorreu intensa atividade na criação e definição de novos conhecimentos e rumos.  

A fase que agora estudamos termina com a Primeira Guerra Mundial. Os avanços materiais mencionados acima, somados ao orgulho, levaram as potências européias a uma disputa por domínios coloniais e a corrida armamentista. A "Grande Guerra" foi a conseqüência desse choque de vaidades e resultou em um cataclisma moral sem precedentes.
 
BANGA, 2007
BEJARANO, 2000
CALVO, 1992
CARVALHO, 2003
DAMAZIO, 1994
DAVIS, 2000
DOYLE, 2003
EMMANUEL, 1975
GLEISER, 1997
IGLÉSIAS, 1989
LEONARD, 2005
MACHADO, 1996
MIQUEL, 1983
NICOLAI, 1996
PODMORE, 1902
ROBERTS, 1999
RODRIGUEZ, 2003
SCHLENSIGER, 1896
TORRES-SOLANOT, 1888
WANTUIL, 1990
Referências Bibliográficas

BANGA, Fabián. El Espiritismo en la Argentina, Cosme Mariño y el relato de los orígenes del espiritismo criollo. In Eter. Disponível em www.eter.org/fmb/articulos/espiritismo_argentina.htm. Último acesso em 2 de dezembro de 2007.

BEJARANO, M. M. Historia de La Filosofia en España hasta el siglo XX. Oviedo: Biblioteca Filosofía en Español, 2000 (In: Proyecto Filosofía en español. Disponível em: www.filosofia.org/aut/mmb/1927hfe.htm. Último acesso em 11 de julho de 2006).

CALVO, Don Liborio. Daniel Suárez Artazú. extrato de Rumo às estrelas. Araras (SP): Instituto de Difusão Espírita, 1992. Disponível em www.feparana.com.br/biografias/daniel_artazu.htm.

CARVALHO. Antonio C. Perri de. O Espiritismo na Argentina - Entrevista com Antonio Juan Durante. Edição de 30 de setembro de 2003.
In Boletim GEAE 463. Disponível em www.geae.inf.br/pt/boletins/geae463.html.  

DAMAZIO, Sylvia F. Da Elite ao Povo - Advento e Expansão do Espiritismo no Rio de Janeiro, Rio de Janeiro: Editora Bertrand Brasil, 1994

DAVIS, J. C. Laura de Force Gordon as a Spiritualist. Stanford: Stanford Law School, 2000 (disponível em www.stanford.edu/group/WLHP/papers/gordon.davis.pdf)

DOYLE, Arthur Conan. The History of Spiritualism - Vol I. Australia: Projeto Guttemberg, 2003. Disponível em: http://gutenberg.net.au/ebooks03/0301051.txt

EMMANUEL. A Caminho da Luz. Médium Francisco Cândido Xavier. 12.a Edição. Rio de Janeiro: FEB, 1975.

GLEISER, Marcelo. A Dança do Universo: Dos Mitos de Criação ao Big-Bang. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

IGLÉSIAS, Francisco. História Geral e do Brasil. São Paulo: Ed. Ática, 1989.

LEONARD, Todd Jay. Talking to the other side: A History of Modern Spiritualism and Mediumship. Lincoln (USA): iUniverse, 2005.

MACHADO, Ubiratan. Os Intelectuais e o Espiritismo. Rio de Janeiro: Lachâtre, 1996.

MIQUEL, Pierre. La Grande Guerre. França: Librarie Arthème Fayard, 1983.

NICOLAI, Humberto. História do Espiritismo no Brasil. 1.a edição. São Paulo: PHENIX, 1996.

PODMORE, F. General Survey of the Spiritualist Movement (1902). In: SurvivalAfterDeath.org. Disponível em http://www.survivalafterdeath.org/articles/podmore/survey.htm. ùltimo acesso em 05 de outubro de 2006.

ROBERTS, J. M. The Penguin History of Twentieth Century. Londres: Penguin Books, 1999.

RODRIGUEZ, Oscar M. Garcia. Origenes del Periodismo Espirita en España. Flama Espírita nº 109. Barcelona: Centre Barcelonés de Cultura Espírita, 2003. Disponível em: www.espiritismo.cc/modules.php?name=News&file=article&sid=125. Último acesso em 2 de outubro de 2007.

SCHLENSIGER, J. A Review of the Progress of Spiritualism. Workers in the Vineyard. São Francisco: 1896 (Trecho do texto disponível em:  http://www.spirithistory.com/96calhis.html. Último acesso em 12 de setembro de 2006).

TORRES-SOLANOT, Vizconde de. Primer Congreso Internacional Espiritista - Reseña Completa. Barcelona: Imprenta de Daniel Cortezo y C.ª - Editores, 1888. (In: Federación Espírita Española. Disponível em  http://www.espiritismo.cc/Descargas/libros/Congreso1888.pdf. Último acesso em 10 de junho de 2007)

WANTUIL, Zêus. Grandes Espíritas do Brasil. Rio de Janeiro: FEB, 1990.

Índice

 ° QUESTÕES & COMENTÁRIOS

Estudando o "Livro dos Espíritos"

Christiano Torchi

(Os textos transcritos[1] do "Livro dos Espíritos" estão em itálico, com as questões em negrito e as notas de Kardec entre aspas)

40 - Serão os cometas, como agora se pensa, um começo de condensação da matéria, mundos em via de formação?

Isso está certo; absurdo, porém, é acreditar-se na influência deles. Refiro-me à influência que vulgarmente lhes atribuem, porquanto todos os corpos celestes influem de algum modo em certos fenômenos físicos. 

De acordo com o site www.cometas.xpg.com.br, a partir de informações colhidas da Agência Espacial Norte-Americana (NASA – National Aeronautics and Space Administration):

“Essencialmente, cometas são ‘pedras de gelo sujo’. O gelo dessas pedras é formado principalmente por material volátil (passa diretamente do estado sólido para o estado gasoso) e a ‘sujeira’ é constituída principalmente por poeira e pedras (dos tamanhos mais variados).

 Cometas são objetos do Sistema Solar (estão presos gravitacionalmente ao Sol). Ao contrário dos planetas, cujas órbitas são quase circulares (a distância de um planeta ao Sol varia pouco), os cometas têm órbitas muito elípticas, o que realça o seu aproximar-afastar do Sol. Quanto mais distante for o afélio de um cometa (ponto de sua órbita mais distante do Sol) mais tempo o cometa levará para dar uma volta completa em torno do Sol.”

De acordo com as informações contidas no referido site, os cometas dividem-se em 3 (três) partes, a saber:
   
a) NÚCLEO: É a parte central [sólida] de um cometa, formada por gases congelados, gelo e restos rochosos. O núcleo é, aproximadamente, do tamanho de uma montanha da Terra. Estando bastante afastado do Sol, o cometa apresenta-se apenas com o seu núcleo.

b) COMA: É uma nuvem de gás, conhecida vulgarmente como “cabeleira”, mais ou menos esférica, que circunda o núcleo de um cometa, nuvem essa que se origina da vaporização do material congelado, graças à aproximação do Sol. O NÚCLEO e a COMA formam, juntos, a “cabeça” do cometa. As comas dos cometas podem atingir a extensão de até meio milhão de quilômetros a partir do núcleo.

c) CAUDA: A cauda de um cometa, que pode se estender por milhões de quilômetros, é constituída pelos materiais desintegrados da superfície do NÚCLEO, formando uma trilha. O cometa possui duas caudas: uma de poeira, situada ao longo da sua trajetória orbital, que é arrancada e deixada para trás, à medida que se desloca no espaço, e outra de íons ou gás, sempre apontada na direção contrária ao Sol.

Segundo consta em “A Gênese” (cap. VI, Uranografia Geral, itens 28 a 31), os cometas são denominados “astros errantes”, cuja natureza intrínseca é diversa da dos corpos planetários, não tendo por destinação, como estes, servir de habitação a humanidades. O papel dos cometas, embora modesto, é muito útil, pois estes servem de “exploradores” dos impérios solares.

Como se vê, tudo tem uma utilidade na Natureza. Sendo assim, Deus não criaria os cometas ou qualquer outra coisa inutilmente. É o que se infere do item 30, cap. VI, de “A Gênese”:

“[Os cometas] vão sucessivamente de sóis em sóis, enriquecendo-se, às vezes, pelo caminho, de fragmentos planetários reduzidos ao estado de vapor, haurir, nos focos solares, os princípios vivificantes e renovadores que derramam sobre os mundos terrestres. (Cap. IX, nº 12.)”

Não se atribua, porém, a estes astros qualquer papel místico ou catastrófico, como se acreditava antigamente. No cap. IX, item 12, de “A Gênese” (Revoluções do Globo), colhemos a seguinte informação:

“Quanto aos cometas, estamos hoje perfeitamente tranqüilizados com relação à influência que exercem, mais salutar do que nociva, por parecerem eles destinados a reabastecer os mundos, se assim nos podemos exprimir, trazendo-lhes os princípios vitais que eles armazenam em sua corrida pelo espaço e com o se aproximarem dos sóis. Assim, pois, seriam antes fontes de prosperidades, do que mensageiros de desgraças.”

Entretanto, não cabe aos Espíritos revelar aos homens aquilo que eles podem descobrir por si mesmos.

No mês de janeiro de 2005, a NASA lançou uma sonda (Deep Impact) conduzida por um foguete (Delta 2), que decolou da Base Aérea do Cabo Canaveral, destinada a colidir com o cometa “Tempel 1”, há mais de 132 milhões de quilômetros da Terra, a fim de estudar o interior do astro. A missão tinha por objetivo ajudar os cientistas a descobrir mais informações sobre a formação do Sistema Solar e o papel dos cometas no desenvolvimento da Terra.

O encontro da sonda com o cometa, que estava previsto para ocorrer no prazo de 6 (seis) meses, a partir do lançamento, já aconteceu, estando sendo examinados os dados colhidos.

41 - Pode um mundo completamente formado desaparecer e disseminar-se de novo no Espaço a matéria que o compõe?

Sim, Deus renova os mundos, como renova os seres vivos. 


No cap. VI de “A Gênese”, no item 48 e seguintes, sob o título “A Eterna Sucessão dos Mundos”, verificamos que a destruição dos astros, tanto quanto a formação destes, é presidida por “uma única lei, primordial e geral”, que foi “outorgada ao Universo, para lhe assegurar eternamente a estabilidade, e que essa lei geral nos é perceptível aos sentidos por muitas ações particulares” designadas como “forças diretrizes da Natureza”, cuja harmonia, “considerada sob o duplo aspecto da eternidade e do espaço, é garantida por essa lei suprema” (ob. cit., p. 131).

O desaparecimento dos mundos, tal como acontece com os seres vivos, é “uma transformação da matéria inanimada” e “não menos exato é dizer-se que para a substância é de toda necessidade sofrer as transformações inerentes à sua constituição” (ob. cit., p. 132).

Essas mesmas leis e forças “vão também presidir à desagregação de seus elementos constitutivos, a fim de os restituir ao laboratório onde a potência criadora haure incessantemente as condições de estabilidade geral. Esses elementos vão retornar à massa comum do éter, para se assimilarem a outros corpos, ou para regenerarem outros sóis. E a morte não será um acontecimento inútil, nem para a Terra que consideramos, nem para suas irmãs. Noutras regiões, ela renovará outras criações de natureza diferente e, lá onde os sistemas de mundos se desvaneceram, em breve renascerá outro jardim de flores mais brilhantes e mais perfumadas.” (ob. cit, p. 133).

Por isso, “a eternidade real e efetiva do Universo se acha garantida pelas mesmas leis que dirigem as operações do tempo. Desse modo, mundos sucedem a mundos, sóis a sóis, sem que o imenso mecanismo dos vastos céus jamais seja atingido nas suas gigantescas molas.” (ob. cit., p. 134).

Estes ensinamentos, bem compreendidos, constituem grande estímulo para nós outros, encarcerados, temporariamente, no escafandro do corpo físico.

Eles são um convite permanente de renovação e de esperança, estimulando-nos sempre a meditar na sabedoria do Criador, cujos desígnios, profundamente sábios, foram concebidos para a nossa ventura, que repousa nas forças do Amor indelével que nos irmanará num mundo ditoso ou feliz, mundo esse que começa em nosso interior, em cada pensamento, em cada ato que praticamos diariamente.

Não estamos à deriva nesta imensa nave espacial chamada Terra. Temos um rumo, cujo norte aponta para as luminosas lições deixadas por Jesus. Por isso, devemos prosseguir, lutando e perseverando sempre pelo bem de tudo e de todos, porque vale a pena viver, apesar das dificuldades.

Agora abordaremos a última questão do item Formação dos Mundos, que trata da idade dos mundos. Como se sabe, “as dimensões tempo e espaço constituem limites para demarcar estágios e situações para a mente, nas faixas experimentais da evolução” (In Sublime Expiação. Pelo Espírito VICTOR HUGO. Apud O Espiritismo de A a Z, FEB, p. 475).

Para Deus, que tem o atributo da Eternidade, poderíamos dizer que o tempo não existe. Espíritos em evolução que somos, estamos mergulhados na vida eterna, sendo que, para nós o tempo seria “uma dimensão física que nasce do movimento, mas quando este supera a velocidade da luz, o tempo não consegue acompanhá-lo, anula-se, extingue-se”. (In SANTANNA, Hernani T. Notações de Um Aprendiz. Apud O Espiritismo de A a Z, FEB, p. 475).

42 - Poder-se-á conhecer o tempo que dura a formação dos mundos: da Terra, por exemplo?

“Nada te posso dizer a respeito, porque só o Criador o sabe e bem louco será quem pretenda sabê-lo, ou conhecer que número de séculos dura essa formação.”


Qual é a idade do Planeta Terra? Esta é uma questão que atormenta o homem desde tempos remotos. A idade da Terra e do Universo é de grande importância para as teorias cosmológicas. (Cosmologia: “Ciência afim da astronomia, que trata da estrutura do Universo.” Dicionário Aurélio).

No decorrer do tempo, os homens idealizaram várias maneiras de “contar” o tempo geológico. (Geologia: “Ciência cujo objeto é o conjunto da origem, da formação e das sucessivas transformações do globo terrestre, e da evolução do seu MUNDO ORGÂNICO.” (Dicionário Aurélio).

De acordo com o site [www.ceticismoaberto.com/ciencia/universeage.htm], “o estudioso hebreu Dr. John Lightfoot (1602-1675), vice-chanceler da Universidade de Cambridge, construiu uma cronologia da história de genealogias bíblicas. Ele calculou que o mundo foi criado ao equinócio em setembro de 3.298 AC, à terceira hora do dia (9 da manhã).”

Segundo o site [www.seara.ufc.br/especiais/fisica/lordekelvin/kelvin2.htm], outro homem se aventurou a contar a idade da Terra, com base no critério bíblico. Teria sido o Arcebispo Usher, da Irlanda, que “fez uma árvore genealógica dos personagens da Bíblia e concluiu que a Terra foi criada às 9 horas da manhã de 26 de outubro do ano 4004 AC. Teria, hoje, portanto, 6000 anos”.

Com o progresso humano, a ciência passou a adotar métodos mais objetivos de contagem da idade do Planeta, a exemplo da observação da espessura das camadas de areia e perda de calor da Terra (Lord Kelvin ou William Thompson), os quais foram, com o passar do tempo, sendo substituídos por outros de maior precisão. Com isso, o homem foi descobrindo, gradualmente, que a idade do planeta era bem maior do que inferia, a princípio.

Departamentalizando suas descobertas, os cientistas denominaram geocronologia como a ciência que estuda os métodos de determinação do tempo geológico, registrado nas rochas.

O Instituto de Geociências da USP informa que atualmente existem dois modos de saber a idade de uma rocha: o método relativo, “que observa a relação temporal entre camadas geológicas” e o método absoluto, que “utiliza princípios físicos da radioatividade e fornece a idade da rocha com precisão. Esse método está baseado nos princípios da desintegração (ou decaimento) radioativa. Desta maneira, o uso desse método [também conhecido como ‘datação radioativa] só foi possível depois da descoberta da radioatividade (1896), no final do século XIX”. (...) Cada grão mineral é um cronômetro do tempo geológico. Assim que ele se forma, tem início o decaimento radioativo” [www.igc.usp.br/geologia/geocronologia.php].

Explica o mencionado site que, apurando a quantidade de determinado elemento presente em um mineral (chamado “elemento-pai”) e a quantidade de outro (identificado como “elemento-filho”), é possível saber há quanto tempo está acontecendo o decaimento radioativo, e, portanto, quando o mineral se formou.
 
E conclui a referida página:

“A idade da Terra foi calculada pelo método absoluto e indica que o nosso planeta tem 4,56 BILHÕES DE ANOS, portanto bem mais velho do que os estudiosos antigos imaginavam. Porém, o registro mais antigo do planeta, determinado em cristais contidos em rocha, tem 4,4 bilhões (Austrália). A Terra está em constante mudança. Sua crosta está continuamente sendo criada, modificada e destruída (saiba mais sobre o ciclo das rochas). Como resultado, rochas que registram a história embrionária do planeta não foram encontradas e provavelmente não existem mais. Portanto, a idade da Terra não pode ser obtida diretamente de material terrestre.

Então como saber que a Terra tem essa idade? Os cientistas presumem que todos os corpos do Sistema Solar se formaram na mesma época, inclusive os meteoritos (provenientes do cinturão de asteróides). Sendo assim, como os meteoritos são corpos extraterrestres que caem na superfície da Terra, eles podem ser datados e sua idade é a mesma da formação do planeta, ou seja, 4,56 bilhões de anos. Esta idade foi determinada, pela primeira vez, por Claire Patterson em 1956, usando os isótopos de chumbo (Pb).

Nos Estados Unidos existem correntes religiosas que ainda defendem a idade de 6000 anos para a Terra e lutam para que isso seja ensinado nas escolas, juntamente com a TEORIA CRIACIONISTA (Deus é criador do Homem e do Planeta, como está escrito na Bíblia), em detrimento à teoria da evolução de Darwin, que com o método absoluto de datação e uma Terra com bilhões de anos, se torna incontestável.”
     
Por estas considerações emanadas dos cientistas humanos, parece-nos razoável deduzir que os Espíritos foram humildes, ao reconhecerem que somente o Criador sabe o número de séculos que dura a formação dos mundos, aí incluída a Terra, sobretudo se levarmos em consideração que o FCU – Fluido Cósmico Universal, de onde se origina a matéria densa, é imponderável aos aparelhos humanos, conforme ensinam os Espíritos Superiores.

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Notas do GEAE 

[1] - Os trechos do "Livro dos Espíritos" foram transcritos da edição da Federação Espírita Brasileira. Essa edição está disponível para download no endereço www.febnet.org.br/file/135.pdf

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° PAINEL

The Times of India divulgando o Além

André Luís - Liga de Historiadores e Pesquisadores Espíritas


Não é novidade que no Oriente existe uma convicção mais sedimentada sobre a sobrevivência de "algo" após a morte. Mas o interessante é que o assunto transita pela impressa com uma naturalidade significativa, coisa que a gente não vê aqui no Ocidente, mesmo em países subdesenvolvidos. Segue um exemplo tirado do The Times of India desta quarta-feira. Os itens em vermelho são aqueles que achei semelhantes ao Kardecismo, embora existam outros pontos de identificação entre a d. Espírita e a filosofia Indiana. 
 
Abraços,
André Luís.
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timesofindia.indiatimes.com/Speaking_Tree/Death_Is_When_You_Are_Out-of-body/articleshow/2777584.cms

Death Is When You Are Out-of-body
(Morte é quando você está fora do corpo)
 
Soma Chakravertty



Vida e a morte são dois lados de uma mesma moeda. E a moeda é a Alma. Quando a alma assume um corpo físico, é a vida, e, quando ela o descarta, uma vez que o propósito é concluído — como projetado pelo Todo-poderoso — é a morte.

A vida e a morte são fases transitórias até a alma completar seu ciclo de viver e morrer. Nossos corpos físicos são veículos para a alma, para sua jornada rumo ao último destino, unindo-se à Alma Suprema. Isto é a salvação. A vida e a morte são passos para alcançá-la.

A alma é uma incorporação da Consciência ou o fluxo da energia Suprema que mantém o corpo vivo, exatamente como o caminho da energia da luz elétrica em ventiladores, televisão ou qualquer micro-função. Nós podemos desligar qualquer mecanismo elétrico; Deus também desliga este fluxo de energia quando Seu trabalho está completo. A alma continua.

A vida, assim como a morte, está no curso de uma evolução e a evolução é um processo contínuo. Todo começo tem um fim e tudo termina no início. Algumas flores, por sua vez, abrigam pétalas que são retiradas para as frutas ou sementes. Então a planta murcha, mas continua como uma nova planta através de suas frutas ou sementes. A morte também é um processo na evolução da alma. A morte é apenas uma experiência fora do corpo.

Então por que temer a Morte? O medo da morte surge quando nós nos identificarmos com os nossos corpos físicos, esquecendo-nos que somos uma Consciência pura, que é eterna. Os sentidos e a mente controlam nosso corpo. Nós identificamos a dor e o prazer com o mundo e o corpo material ilusórios. Quando celebrarmos aniversários, de um certo modo, também estamos celebrando a morte, assim como todo ano nos carrega para uma nova vida e a conclusão do capítulo atual.

A vida pode ser comparada com as fases da lua. A lua completa alcança seu cume quando fica cheia e então mingua até se tornar àquilo que chamamos de lua nova, que é de fato uma noite sem luar. Como a vida, a morte também é uma ilusão. O que é real é que sua alma é eterna.

Sua identidade, como você é tratado, vive e morre. O real é que você continua assim como na natureza existem mudanças de estações. A vida e a morte são uma sucessão de mudanças de cenas até o fim de nosso papel no roteiro à Alma Suprema.

O fracasso em compreender a verdadeira natureza da Consciência Universal causa tumulto e tormentos em nossa vida.

Aceitar a vida com Seu desejo, deixar o fluir Dela. Quando a mente não está em paz e o corpo não está estável, a luta fica formidável. Nosso esforço devia ser viver em harmonia com a natureza. Como parte da Alma Suprema, nós temos um instinto para libertar nossa alma da existência egocêntrica.

Suryayog [uma técnica profunda de meditação] vai à escuridão profunda do materialismo bruto para achar o domínio iluminado de self interior. Suryayog pode abrir nossos corações e deixar Seu filtro da graça e nos mostrar o caminho para a realização espiritual como também expulsar as aflições e a ignorância física. Os poderes curativos dos raios do Sol e a energia do amor provocam equilíbrio e harmonia ao corpo, a mente e a alma.

Faça de sua alma a sua Sakha, uma companheira constante, que o guiará pelos altos e baixos da vida e para o mundo de felicidade onde existe paz eterna, luz e o amor.
  
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