Ano 15 Número 526 2007



30 de Junho de 2007
 

"Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão, 
face a face,
em todas as épocas da humanidade"

Allan Kardec



 ° EDITORIAL

Os Fundamentos da Ética Espírita


      


 ° ARTIGOS

Bondade

Corpo mental, uma expressão clínica da mente
 

 ° HISTÓRIA & PESQUISA

Cronologia Espírita


          Referências Bibliográficas
 

 ° QUESTÕES & COMENTÁRIOS

Estudando o Livro dos Espíritos
 

 ° PAINEL

O Espiritismo abordado na mídia Portuguesa

Voluntários: Um Estudo sobre a Motivação de Pessoas e a Cultura de uma Organização do Terceiro Setor
5º Simpósio Paulista de Comunicação Social Espírita
 


 ° EDITORIAL

Os Fundamentos da Ética Espírita

Amigos,

A definição clássica da Ética é a de que ela é a ciência da moral, investiga o que é bom, está relacionada com a arte de viver. A moral, por sua vez, são os usos e costumes estabelecidos em um grupo humano, em um determinado contexto histórico. A ética estuda a moral, buscando-lhe as justificativas e não impõe regras. Mostra o que é adequado ou não e as conseqüências de tal ou qual comportamento.

A moral espírita é a moral evangélica, a que está nas regras de conduta contidas nos ensinamentos de Jesus. A ética espírita fundamenta a adoção desse código de conduta pelas luzes trazidas pela ciência espírita. Fazer o bem, amar o próximo, praticar a caridade, abandonar o orgulho e o egoísmo, almejar em primeiro lugar os bens da alma e tantas outras lições ensinadas por Jesus, fundamentam-se no fato de que somos espíritos em trânsito pela terra. Estamos aqui para aprender e evoluir, sujeitos as leis universais como a de ação e reação.

O Universo que percebemos é apenas parte da Criação. Ele se estende por outros domínios que escapam aos nossos sentidos e instrumentos. As leis físicas apresentadas pela ciência comum e usadas na tecnologia moderna representam uma parte pequena da realidade maior. São modelos que, ao longo do tempo, evoluirão e, em novas formulações, que surgirão com a evolução da humanidade, abarcarão muito do que hoje consideramos fora de seus domínios. Dia virá em que a ordenação moral do Universo, embutida na sua estrutura fundamental, estará tão clara para nossos cientistas quanto a lei da gravitação ou as modernas teorias da relatividade. A ciência espírita, no estudo dos fenômenos mediúnicos e das comunicações dos espíritos, nos permite avançar alguns passos na compreensão dessa realidade maior.
 
Hoje nos faltam sentidos que permitam compreender a Deus, qual sua natureza e a forma completa das leis universais pelas quais age. Mas Ele existe, essa é a mensagem trazida na codificação espírita. Ele é a inteligência suprema, a causa primária[1] de todas as coisas e age incessantemente. Todos os fenômenos conhecidos do homem e os ainda desconhecidos, todas as leis que os descrevem, toda a ordenação física e moral do Universo têm nele sua origem.

Essa conceituação de causa primária e da existência de uma ordenação moral do Universo, tão natural quanto a ordenação física percebida pela ciência da matéria, dá a ética espírita um instrumental de análise bastante poderoso. A conduta correta não se baliza apenas pelo costume, pelo pecado ou pela santidade, mas no que torna o ser mais equilibrado em relação ao Universo, no que o aproxima mais da felicidade e o afasta do sofrimento, no que agiliza sua caminhada rumo a perfeição ou no que dificulta e atrasa essa escalada.

Kardec iniciou o Livro dos Espíritos pelo capítulo do que é Deus. Muito longe do conceito antropomórfico de um Deus semelhante a um imperador, que gratifica e castiga, ao qual se deve temer e bajular a fim de conseguir sua graça, este Deus que os espíritos nos apresentam é a fonte permanente de tudo o que existe e cabe ao homem se aproximar Dele pela adequação de sua conduta. O destino de cada um de nós é de nossa inteira responsabilidade, resultado de nossas ações e de nosso estado de espírito, de como aproveitamos os recursos incessantemente oferecidos igualmente a todos por Ele. 

Nesta edição o estudo conduzido pelo Christiano fecha justamente esse capítulo! 
 
Que a Paz de Deus esteja com todos,
Carlos A. Iglesia Bernardo
editor@geae.inf.br

____________________________________
   
[1] Prefiro usar a palavra "primária" para traduzir a idéia apresentada pelos Espíritos na resposta a "O que é Deus" (Dieu est l´intellinge suprême, cause premiére de toutes choses) porque dá a idéia de que Ele é uma causa permanente, incessante. Se uma bola de neve é atirada do alto de uma montanha, o atirador será a causa primeira da avalanche que provocará, mas poderá sair de seu lugar sem que a avalanche deixe de existir. A energia elétrica que alimenta a lâmpada de uma sala é a causa primária da claridade ali existente, se o interruptor for desligado e a energia deixar de fluir pelo filamento da lâmpada a luz cessará. Se, por absurdo, Deus deixar de existir, todo o Universo deixará de existir.

É um conceito muito diferente da idéia medieval de um Deus que criou o mundo em sete dias e passou a administrá-lo de seu trono celeste. Esse Deus poderia deixar de existir sem que sua criação o percebesse. Também é muito diferente da idéia mecanicista do Deus relojoeiro que criou o Universo como um engenhoso mecanismo e o colocou em movimento obedecendo as leis da física newtoniana. Esse Deus relojoeiro também é desnecessário para a manutenção do Universo.


Índice

 ° ARTIGOS

Bondade

Cláudio Fajardo
(http://espiritismoeevangelho.blogspot.com/)

"Sê firme em teu sentimento e seja uma a tua palavra." (Eclesiástico, 5: 10)

Nenhum de nós pode duvidar que uma flecha lançada no espaço tenha a direção dada pelo arqueiro e o desenvolvimento diretamente proporcional à força usada para o seu lançamento. Desse modo, seu curso só findará quando cessar a energia que a faz mover.

Da mesma forma são as ações tomadas pelo homem comum. Enquanto durar o impulso que as emitiu, elas trarão conseqüências boas ou más, determinadas pela qualidade do ato, e nesse caso com um agravante, pois a elas são acrescidos outros estímulos recebidos pelo caminho.

O que não se pode esquecer, é que temos pleno domínio da situação somente enquanto não exteriorizamos nossos sentimentos, pois a partir daí, fica por conta de vários fatores que nem sempre temos condições de avaliar.

O que hoje para nós é dor, sofrimento, perda, iniciou talvez numa errônea avaliação de uma ocorrência, e a conseqüente atitude tomada baseada na conclusão a que se chegou. Assim, tenhamos diante das situações desagradáveis que nos acontecem, o hábito de avaliá-las buscando as causas. Quando foi que tudo começou? Não terá sido eu mesmo quem atirou a primeira pedra, ou se não, pelo menos alimentou o processo desencadeador dos fatos como eles se apresentam hoje?

Nada acontece ao acaso, e se determinada dificuldade vem bater em nossa porta é porque, num dado momento, fomos partícipes da causa que a originou. Se o amanhã nos é ainda desconhecido e se o ontem é passado não possível de ser modificado, é no hoje que semeamos a felicidade ou a tristeza que nos advirá.

Assim, diante do momento que exige tomada de decisão, não esqueçamos da orientação, "sê firme em teu sentimento", pois se é verdade que o pensamento é que ativa a ação, não é menos sábio dizer que o desejo, movido pelo sentimento, é que dá ímpeto ao pensamento.

Cultivemos dessa forma, a bondade, alijando de nossas cogitações qualquer atitude desagregadora, assim estaremos dando o melhor passo em favor de uma palavra justa e edificante.

E não esqueçamos, do mesmo modo que a flecha que partiu do arco ferindo corações teve seu início no projeto do atirador, a atitude que ocasionou o dano de que tanto lamentamos, foi gerada no sentimento negativo, que por sua vez determinou a palavra destrutiva do agressor.

Sim, "sê firme em teu sentimento e seja uma a tua palavra"; porém complementamos com as sábias palavras do apóstolo:

"… o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, autodomínio. Contra estas coisas não existe lei." (Gálatas, 5: 22 e 23)

Índice

Corpo mental, uma expressão clínica da mente

Nubor Orlando Facure

(Artigo publicado na  "Revista de Ciências Médicas de Campinas", 14(1):97-101,jan/fev.,2005)

O “corpo mental” como expressão clínica da mente.
Uma hipótese alternativa para o estudo da mente.



RESUMO
 
O autor apresenta o “corpo mental” como uma hipótese alternativa para a abordagem da mente. Na atualidade a mente é vista como um conjunto particular de funções desempenhadas pelo cérebro. Esse modelo parece não dar à mente uma noção compatível com o organismo como um todo.

Usando como método a semiologia neurológica, procuramos demonstrar a existência de um “corpo mental” que se revela em diversas situações clínicas como na histeria, na hipnose, na narcolepsia, no membro fantasma e nas chamadas experiências fora do corpo.

Essa forma de estudar a mente sob a perspectiva de um corpo que se identifica semiologicamente, pode abrir um vasto campo de experimentação, e de interpretação de fenômenos tanto psicológicos como neurológicos.
 
Termos de indexação: Mente, corpo mental, histeria, hipnose, narcolepsia, membro fantasma, experiências fora do corpo.

INTRODUÇÃO
 
A matemática nos ensina que os elementos de um conjunto não conseguem explicar a natureza inteira desse conjunto. O conceito do todo escapa ao que cada uma das partes isoladamente possa representar (Bertrand Russell 1,2).  Considerando os neurônios cerebrais como elementos de um conjunto que se pressupõe conter a mente, poderemos questionar se será possível uma compreensão completa do conceito de mente baseado nas funções dos neurônios. Essa interrogação nos autoriza, pelo menos teoricamente, colocarmos a mente, como situada, tanto fora quanto dentro do conjunto dos neurônios cerebrais.

Por outro lado, novas teorias (Ilya Prigogine in Del Nero 3), sugerem que “sistemas de alta complexidade” têm capacidade de se auto-organizarem. O sistema nervoso, além da sua estrutura física, pode ser visto como um biossistema altamente complexo, dotado de particularidades e propriedades específicas dos seres vivos. Uma “teoria da mente”4, tida como monista, materialista e “emergentista”, identifica os “estados mentais” como sendo um subconjunto distinto dos “estados cerebrais”, que são claramente de natureza física, e que seriam, por sua vez, um subconjunto de estados do sistema nervoso. Segundo essa teoria, as atividades dos neurônios nas suas trocas eletroquímicas produziriam uma nova qualidade de fenômenos que “emergem” como função mental, semelhante à ordem que resulta nos sistemas de alta complexidade.

As diversas teorias da mente4 disponíveis na atualidade não conseguem, entretanto, passar de hipóteses com boa estruturação teórica, sem que possam dar conta de toda uma série de fenômenos conhecidos que a atividade mental expressa. Nenhuma teoria conseguiu até agora efetuar predições específicas sobre os fenômenos mentais e muito menos nos garantiu a possibilidade de testá-la na clínica ou no laboratório.
 
OBJETIVO E MÉTODO
        
É exatamente pela possibilidade de testar a hipótese tanto do ponto de vista clínico como laboratorial, que estou sugerindo o conceito de “corpo mental” em substituição ao de mente. Apresento diversas situações onde a semiologia neurológica pode confirmar essa hipótese como compatível com as expressões clínicas. Nesse trabalho, considero o corpo mental como um modelo que tem uma identidade clínica, que pode ser revelada pelos instrumentos de avaliação que a semiologia neurológica oferece.
 
MODELOS SEMIOLÓGICOS
 
Histeria – Pacientes histéricos que apresentam distúrbios sensitivos ou motores revelam um padrão semiológico típico, notando-se, antes de mais nada, que eles não obedecem as distribuições anatômicas adequadas às diversas vias de inervação do sistema nervoso.

Por outro lado, nas lesões orgânicas do cérebro, o mapa das anestesias revela distribuições muito conhecidas dos neurologistas, que aprenderam a constatar os níveis de anestesia metaméricos ou haloméricos e as síndromes chamadas de alternas, caracterizadas pelo comprometimento anestésico na hemiface de um lado e do tronco e membros no hemicorpo contralateral.

Os estudos semiológicos mostram que o paciente histérico faz um padrão de anestesia diferente, comprometendo, às vezes, todo seu corpo; ele não sabe que a inervação sensitiva da face percorre o nervo trigêmeo, enquanto as regiões posteriores do couro cabeludo, na nuca, seguem inervações muito distantes, situadas ao nível da medula cervical. As anestesias nos membros do histérico não poupam nenhuma forma de sensibilidade, havendo comprometimento global das sensibilidades superficiais e profundas. A organização dessa “anatomia” elaborada pelo histérico é produto da concepção mental que ele faz do seu corpo. O histérico se expressa semiologicamente como se possuindo um “corpo” organizado por sua mente e não pelo seu cérebro. Essa atitude é conhecida na história da histeria e, sem dúvida é universal, como se pode ler num dos tratados clássicos da neurologia, o “Sémiologie des affections du système nerveux” de J. Dejerine (1914)5. Na avaliação semiológica do histérico podemos identificar como ele expressa seu corpo mental.

A paralisia histérica também revela contrastes com a semiologia das síndromes lesionais orgânicas. A flacidez é extravagante, a hipertonia costuma ser difusa em toda musculatura, não respeitando a distribuição entre agonistas e antagonistas que o sistema gama exige. A perna desse paciente oferecerá resistência tanto para ser flexionada como para ser estendida. O hemiplégico ou o paraplégico histérico constrói uma deficiência dentro de um modelo imaginário obedecendo a uma construção mental e não a uma perda de vias nervosas.

Hipnose – indivíduos que assimilam as sugestões que induzem à hipnose podem produzir tanto paralisias como anestesias. A experiência médica, vasta nessa área6, tem demonstrado que as paralisias e as anestesias seguem o mesmo padrão dos quadros histéricos7,8,9. Em um e outro quadro podemos perceber que o “corpo” construído pelo histérico e pelo hipnotizado tem origem nos seus “modelos mentais” e não obedece a sistematização das vias neurais.

As memórias do hipnotizado – Na experiência comum do transe hipnótico sabemos que, ao despertar, o hipnotizado não retém as lembranças do que ele ouviu ou desempenhou durante o transe. Uma segunda indução, feita logo a seguir, o faz resgatar essas memórias retornando à cena do primeiro transe, sem se dar conta agora do que ouviu ou fez no intervalo entre os dois transes. Essa experiência parece nos revelar dois arquivos distintos de memorização. Eu diria que um deles se localiza no cérebro físico, quando ele está desperto, e outro no corpo mental, quando ele está em transe. Essa situação pode ser comparada ao que fazemos no computador: um arquivo que criamos para determinado texto, não abre o texto de outro. Para que isso aconteça, é preciso copiar e colar um no outro para se proceder a essa leitura. No caso da hipnose, podemos usar a sugestão hipnótica para transferirmos as memórias de um ambiente para outro, o que se consegue com certa facilidade.

Narcolepsia – A narcolepsia é um distúrbio do sono no qual o paciente entra subitamente em um estado de sonolência que ele não consegue controlar. Os episódios se repetem com freqüência incômoda perturbando as atividades diárias do paciente. A duração dos episódios costuma ser variada podendo ser de alguns minutos ou horas. Ao despertar, esses pacientes fazem relatos curiosos. Podem permanecer aparentemente lúcidos durante a sonolência realizando nesse período atividades complexas. Sentem sua saída do corpo físico e convivem com cenários e personagens diversos. Alguns relatam uma experiência atemporal, podem ser testemunhas de episódios passados ou que venham a se confirmar no futuro. De qualquer forma, eles parecem ser possuidores de um corpo com o qual vivenciam suas experiências. Os clássicos da neurologia rotulam esses quadros de alucinações hipnagógicas. Aqui estariam também incluídos os chamados sonhos lúcidos que indivíduos normais relatam. Parece-nos, porém, que na narcolepsia a experiência é mais “consciente” e menos simbólica que as vivências oníricas de todos nós. Não é difícil para esses pacientes descreverem as características físicas e funcionais desse corpo mental que lhes permite transitar pelos seus “sonhos”.

Membro fantasma – amputações quase sempre ocorridas em acidentes violentos podem produzir no paciente a percepção da continuidade da existência do seu membro amputado (amputações em outras partes do corpo como mama, nariz, língua, escroto e pênis, podem produzir sintomas semelhantes ao membro fantasma)10. Melzack11, 12 acredita na existência, no cérebro, de uma imagem do corpo inteiro numa matriz neural. Ela seria composta por uma rede de interconexões neurais, organizada geneticamente e, a partir de estímulos sensoriais, criando um padrão de identificação do eu que Melzack10 chama de “neuro-assinatura”. Mesmo crianças que nascem sem membros podem revelar a existência dessa matriz corporal11. Em que pese as hipóteses neurofisiológicas que tentam justificar os sintomas do membro fantasma, sua manifestação clínica pode complementar os exemplos de corpo mental que queremos estudar. O membro fantasma dá ao paciente toda sensação de um membro real (sentiment du realité concrète, segundo Lhermitte)10 onde ele sente dor, cócegas, movimentos espontâneos e reações de evitamento como bater em um móvel. Considerando esse membro como parte do corpo mental, veremos que a consciência do paciente não exerce controle sobre suas funções, quer motoras ou sensitivas. Podemos dizer que essa falta de controle é pertinente aos quadros de histeria e hipnose que anotamos.

Uma série de outros fenômenos clínicos parece sugerir a existência dessa representação corporificada da mente que estamos analisando. A  construção da imagem corporal e as síndromes de negligência são bons exemplos. A literatura leiga e neuropsiquiátrica produziu de uns tempos para cá uma enormidade de textos referindo-se a experiências fora do corpo e experiências de quase morte. Nós neurologistas encontramos com freqüência, entre as manifestações psíquicas dos epilépticos, a chamada “noção de uma presença”, onde uma “entidade” parece acompanhar como testemunha o desenrolar da crise epiléptica.
 
COMENTÁRIOS
 
Não temos dúvida de que o dilema cérebro/mente é inesgotável, contraditório e, às vezes, irreconciliável. Ao propor discutir o tema em termos de corpo mental, sabemos da dificuldade de se introduzir uma idéia nova num contexto de tamanha complexidade. Lembramos, porém, de uma afirmação do evolucionista Stephen Jay Gould13 que propôs a evolução pontual das espécies. “Novos fatos, coletados à moda antiga, sob a tutela de velhas teorias, raramente levam a qualquer revisão substancial do pensamento. Os fatos não “falam por si só”; são lidos à luz da teoria. O pensamento criativo, tanto na ciência quanto nas artes, é o motor para a mudança de opinião”

A discussão da mente parece se esgotar entre a Filosofia e a Ciência sem chegar a um fim. O “corpo mental” parece-me que tem o mérito de especificar um objeto de estudo mais adequado devido seu comportamento clínico e experimental.

Esperamos que estudos subseqüentes possam comprovar a validade da nossa proposta. Ainda precisamos aprofundar as características semiológicas sobre o corpo mental e identificarmos suas características anatômicas e funcionais fundamentais, já que ele pode ser avaliado clinicamente na histeria, testado experimentalmente na hipnose, reconhecido no membro fantasma, confirmado na narcolepsia e nas experiências fora do corpo, conforme exemplificamos.

REFERÊNCIAS:

 1 – Russel B. História do pensamento ocidental: a aventura dos pré-socráticos a Wittgenstein. Rio de Janeiro - Ediouro 2001

2 – Macrone M.  Eureka! Um livro sobre idéias –São Paulo Ed. Rótterdan 1997 pag. 121 e 122.

3 – Del Nero H.S.  O sítio da mente: pensamento, emoção e vontade no cérebro humano. São Paulo: Collegium Cognitio, 1977 Pag 193.

4 - Tripicchio A, Tripicchio AC.  Teorias da mente - Ribeirão Preto, S.P. Ed Tecmedd 2003 Pag 72 a 77

5 - Dejerine J.  Sémiologie dês affections du Systeme nerveux  12 ed - Masson et Cie Éditeurs   Paris 1914 pag 540 a 549 e 927.

6 - Ferreira MV.  Hipnose na prática clínica São Paulo Ed Atheneu 2003

7 - Halligan PW, Athwal, BS Oakley, DA, Franckowiak, RSJ. Imaging hipnotic paralysis: Implications for conversion hysteria. The Lancet, 2000; 355:986-987

8 - Halligan PW. New approaches to conversion hysteria. BMJ 2000; 320: 1488-1489 (3june)

9 - Marshall JC, Halligan PW, Fink GR, Wade DT, Frackwdak, RSJ. The functional anatomy of a hysterical paralysis. Cognition 1997; 64(1) Pag. B1B8

10 - Jensen TS, Rasmussen P. Amputation. Pag 402-412. Textbook of pain Ed. Patrick D. Wall, Ronald Melzack (Churchill Livingstone) Londres 1984

11 - Melzack R, Israel R, Lacroix R, Schultz G. Phantom limbs in people with congenital limb deficiency or amputation in early childhood. Brain 1997; 120 (9) 1603-1620

12 - Melzack R. Phantom limbs. Sci Am April 1992; 266: 120-126

13 - Gould S. J. Darwin e os grandes enigmas da vida. Tradução de Maria Elizabeth Martinez 2a Ed.  São Paulo - Martins Fontes 1999 Pag. 158

 Agradecimento: `A Kátia Gomes Facure Giaretta pela colaboração e apoio.

Índice
 ° HISTÓRIA & PESQUISA

(Seção em parceria com a "Liga de Historiadores e Pesquisadores Espíritas")

Cronologia Espírita

(Compilação de datas significativas  para o Movimento Espírita iniciada no Boletim 505)


Lista de Eventos

1864

New York, USA

É publicada em Nova Iorque a autobiografia do médium Daniel Dunglass Home, com uma introdução escrita pelo juiz Edmonds. Home foi um dos médiuns mais notáveis do século XIX e suas apresentações pelos Estados Unidos e pela Europa chamaram grande atenção para os fenômenos mediúnicos. Ele chegou a se apresentar nas cortes européias, inclusive para o imperador Napoleão III, da França.

DOYLE, 2003
HOME, 1864

WIKIPEDIA, 2007

1 de janeiro de 1864
Anvers, Bélgica

Lançado o primeiro número da "Revista Espírita" de Anvers. Segundo Kardec publica na "Revista Espírita" de fevereiro de 1864, o Espiritismo estava fazendo rápidos progressos nesta cidade.

KARDEC, 1971

Março de 1864
Roma, Itália

Allan Kardec informa na "Revista Espírita" de março de 1864 que o médium D. D. Home foi obrigado a deixar Roma, onde se encontrava, por ter sua permissão de permanência retirada. Roma era então a capital dos Estados Pontifícios, sob controle direto do Papa, e as autoridades o acusaram de feitiçaria.

KARDEC, 1971
WIKIPEDIA, 2007 [2]

Turim, Itália

Kardec registra, na edição da "Revista Espírita" de março de 1864, que recebeu os dois primeiros números do periódico "Annali Dello Spiritismo" publicado em Turim na Itália. No artigo de Kardec não há menção da data em que foi iniciada sua publicação, mas por alguns textos encontrados na Internet parece que ela pode ter começado já no ano anterior (vide 1863).

KARDEC, 1971

Bordeaux, França

Na mesma edição de março, Kardec faz um comentário bastante ponderado sobre um novo jornal espírita de Bourdeaux: "O Salvador dos Povos, Jornal do Espiritismo, propagador da unidade fraterna". Ele observa que o nome escolhido implica em grandes obrigações e que aguardará para analisar seus resultados.

KARDEC, 1971

29 de abril de 1864
Paris, França  

Lançada a primeira edição do livro "O Evangelho segundo o Espiritismo" de Allan Kardec, com o título de "Imitação do Evangelho, Segundo o Espiritismo" ("IMITATION DE L'ÉVANGILE, Selon le Spiritisme"). O livro traz na primeira página, como epígrafe, a frase: "Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade" (« Il n'y a de foi inébranlable que celle qui peut regarder la
raison face à face à tous les ages de l'humanité.»)

KARDEC, 1971
WANTUIL e THIESEN, 1979
 
1 de maio de 1864
Roma, Itália  

Os livros de Allan Kardec são incluídos no "Index Librorum prohibitorum" da Igreja Católica. O Index era uma lista de livros proibidos para os católicos e seu objetivo era impedir que obras consideradas perniciosas desviassem os fiéis da doutrina da igreja ou os corrompessem. A última atualização do Index foi feita em 1948*.  Além das obras espíritas, estiveram nas edições do Index, obras de cientistas, filósofos, pensadores, romancistas e poetas como Galileu Galilei, Nicolau Copérnico, Nicolau Maquiavel, Erasmo de Roterdão, Baruch de Espinosa, John Locke, Berkeley, Denis Diderot, Blaise Pascal, Thomas Hobbes, René Descartes, Rousseau, Montesquieu, David Hume, Immanuel Kant, Laurence Sterne, Heinrich Heine, John Milton, Alexandre Dumas (pai e filho), Voltaire, Jonathan Swift, Daniel Defoe, Vitor Hugo, Emile Zola, Stendhal, Gustave Flaubert, Anatole France, Honoré de Balzac e muitos outros.

O Index sobreviveu até 1966, quando foi abolido pelo Papa Paulo VI.

DAMAZIO, 1994
WANTUIL e THIESEN, 1979
WIKIPEDIA, 2007 [3]

Agosto de 1864
Paris, França

Allan Kardec noticia na "Revista Espírita" de agosto o lançamento de uma nova publicação espírita em Paris: "O Futuro, Instrutor de Espiritismo"** (l'Avenir, Moniteur du Spiritisme). O redator chefe do novo periódico é o Sr. d´Ambel, conhecido de Allan Kardec e um dos médiuns da Sociedade Parisiense de Estudos Espírita (há mensagens recebidas por ele publicadas na "Revista Espírita" e no "Evangelho Segundo o Espiritismo").

KARDEC, 1971

Outubro de 1864

Bruxelas, Bélgica

Allan Kardec faz uma curta viagem pela Bélgica, visitando os grupos espíritas de Bruxelas e Antuérpia. Um relato da viagem é publicado no número de outubro de 1864 da "Revista Espírita" e, em novembro de 1864, sai o artigo "O Espiritismo é uma Ciência Positiva" com uma das palestras proferidas por Kardec. Nesse mesmo artigo aparece o registro da existência da "Revista Espírita" de Antuérpia que já havia reproduzido a palestra em sua integra.

Durante essa viagem, Kardec também visitou uma exposição de pintura em Antuérpia. Na "Revista Espírita" de outubro de 1864, ele relata que um quadro intitulado "Cena de interior de camponeses espíritas" lhe chamou particularmente a atenção. O quadro reproduzia uma sessão mediúnica e, segundo Kardec, com exceção do quadro mediúnico exposto em Constantinopla durante a exposição de arte de 1862, esta foi a primeira vez que o Espiritismo figurava tão claramente confessado em uma obra de arte.

KARDEC, 1971
WANTUIL e THIESEN, 1979

17 de dezembro de 1864
Peru, Lima

No Boletim da Biblioteca Nacional de Lima (1919) há registros de uma "Revista Espírita" que teve breve duração, apenas sete números publicados semanalmente entre 17 de dezembro de 1864 até 28 de janeiro de 1865.

GOOGLE, 2007

Índice

Referências Bibliográficas

DAMAZIO, S. F. Da Elite ao Povo - Advento e Expansão do Espiritismo no Rio de Janeiro, Rio de Janeiro: Editora Bertrand Brasil, 1994

DOYLE. Arthur Conan. The History of Spiritualism - Vol I. Australia: Projeto Guttemberg, 2003. In: Project Gutenberg of Australia. Disponível em: http://gutenberg.net.au/ebooks03/0301051.txt. Último acesso em 10 de junho de 2007.

FODOR, Nandor. Spiritualism in Italy. Verbete da Encyclopaedia of Spiritualism. In: SpiritWritings.com.  Disponível em: http://www.spiritwritings.com/fodors.html. Último acesso em 20 de maio de 2007.

GOOGLE, Boletín de la Biblioteca Nacional (Lima, Peru - 1919). In: Pesquisa de Livros Google. Pesquisa efetuada em 16 de junho de 2007.

HOME, Daniel Dunglass. Incidents in my Life. New York: 1864. (In SpiritWritings.com. Disponível em http://www.spiritwritings.com/incidentsinmylife.pdf. Último acesso em 10 de junho de 2007.)

KARDEC, Allan. Obras Completas de Allan Kardec. Trad. Julio Abreu Filho. São Paulo: EDICEL, 1971.

WANTUIL, Zêus; THIESEN, Francisco. Allan Kardec. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 1979

WIKIPEDIA. Daniel Dunglass Home. In: Wikipédia - A Enciclopédia Livre. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Daniel_Dunglas_Home. Último acesso em 10 de junho de 2007.

_______. Estados Pontifícios. In: Wikipédia - A Enciclopédia Livre. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Pontif%C3%ADcios. Último acesso em 16 de junho de 2007. [2]

_______. Index Librorum Prohibitorum. In: Wikipédia - A Enciclopédia Livre. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Index_Librorum_Prohibitorum. Último acesso em 16 de junho de 2007. [3]



____________________________________________________

* A lista dos livros existentes na versão de 1948, com o ano da inclusão, pode ser consultada em: http://www.cvm.qc.ca/gconti/905/BABEL/Index%20Librorum%20Prohibitorum-1948.htm

** Julio de Abreu Filho, em sua tradução da "Revista Espírita" para a Edicel, fez como "Avenir, Monitor do Espiritismo". Preferi traduzi-lo  literalmente para o português para que o leitor entenda o início do comentário favorável feito por Kardec sobre o periódico: "Em Paris um recém-vindo se apresenta sob o título despretensioso de O Futuro, Instrutor de Espiritismo (...)".

Índice

 ° QUESTÕES & COMENTÁRIOS

Estudando o "Livro dos Espíritos"

Christiano Torchi

Panteísmo

(Os textos transcritos[1] do "Livro dos Espíritos" estão em itálico, com as questões em negrito e as notas de Kardec entre aspas)

Ainda no capítulo sobre a divindade, o Codificador submete aos instrutores do Mundo Maior o tema “Panteísmo”, que vem do grego (pam = tudo) e (teo = Deus). De acordo com o dicionário do Aurélio, “panteísmo é a doutrina segundo a qual só o mundo é real, sendo Deus a soma de tudo quanto existe”.

14 - Deus é um ser distinto, ou será, como opinam alguns, a resultante de todas as forças e de todas as inteligências do Universo reunidas?

Se fosse assim. Deus não existiria, porquanto seria efeito e não causa. Ele não pode ser ao mesmo tempo uma e outra coisa. Deus existe; disso não podeis duvidar e é o essencial. Crede-me, não vades além. Não vos percais num labirinto donde não lograríeis sair. Isso não vos tornaria melhores, antes um pouco mais orgulhosos, pois que acreditaríeis saber, quando na realidade nada saberíeis. Deixai, conseguintemente, de lado todos esses sistemas; tendes bastantes coisas que vos tocam mais de perto, a começar de vós mesmos. Estudai as vossas próprias imperfeições, a fim de vos libertardes delas, o que será mais útil do que pretenderdes penetrar no que é impenetrável. [por enquanto, acrescenta o autor deste estudo].

15 - Que se deve pensar da opinião segundo a qual todos os corpos da Natureza, todos os seres, todos os globos do Universo seriam partes da Divindade e constituiriam, em conjunto, a própria Divindade, ou, por outra, que se deve pensar da doutrina panteísta?

Não podendo fazer-se Deus, o homem quer ao menos ser uma parte de Deus.

16 - Pretendem os que professam esta doutrina acharem nela a demonstração de alguns dos atributos de Deus: Sendo infinitos os mundos, Deus é, por isso mesmo, infinito; não havendo o vazio, ou o nada em parte alguma, Deus está por toda parte; estando Deus em toda parte, pois que tudo é parte integrante de Deus, ele dá a todos os fenômenos da Natureza uma razão de ser inteligente. Que se pode opor a este raciocínio?

A razão. Refleti maduramente e não vos será difícil reconhecer-lhe o absurdo.

O comentáro de Kardec, resumido abaixo, fecha o tema panteísmo e o capítulo sobre Deus:

Esta doutrina [panteísta] faz de Deus um ser material que, embora dotado de suprema inteligência, seria em ponto grande o que somos em ponto pequeno. Ora, transformando-se a matéria incessantemente, Deus, se fosse assim, nenhuma estabilidade teria; achar-se-ia sujeito a todas as vicissitudes, mesmo a todas as necessidades da Humanidade; faltar-lhe-ia um dos atributos essenciais da Divindade: a imutabilidade. (...) [Tal doutrina] confunde o Criador com a criatura, exatamente como o faria quem pretendesse que engenhosa máquina fosse parte integrante do mecânico que a imaginou.

A inteligência de Deus se revela em suas obras como a de um pintor no seu quadro; mas, as obras de Deus não são o próprio Deus, como o quadro não é o pintor que o concebeu e executou.

________________________
Notas do GEAE
 
[1] - Os trechos do "Livro dos Espíritos" foram transcritos da edição da Federação Espírita Brasileira. Está edição está disponível para download no endereço http://www.febnet.org.br/file/135.pdf

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° PAINEL

O Espiritismo abordado na mídia Portuguesa

José Carlos


Caros amigos
 
Tudo de bom.
 
A ADEP esteve presente num debate na rádio, no "Rádio Clube Português" (RCP) de cobertura nacional, entre o seu secretário José Lucas e o padre Fontes. Esse evento decorreu no dia 22 de Abril de 2007 entre as 23h e à 0h e o nome do programa é "Oculto", subordinado ao tema "Espíritos". Esse programa em áudio estará brevemente disponível no site da ADEP em www.adeportugal.org.
   
A ADEP esteve presente num debate na televisão, em directo, na TVI, uma das televisões privadas em Portugal de maior audiência.
 
O Programa "As tardes de Júlia", entre as 15H e às 17H, do passado dia 7 de Junho de 2007, abordou o tema "Espíritos: eu acredito", onde esteve em representação da ADEP a profª Amélia Reis. Estiveram igualmente presentes uma outra espírita, uma jovem Cláudia Antunes, bem como uma médica oftalmologista que foi dar o seu testemunho em favor das teses espíritas.
   
Além desses presentes, estiveram igualmente Luísa Fernandes, pesquisadora da consciência e Vítor Rodrigues, doutor em psicologia, cujas intervenções muito abonaram em favor do espiritismo, citando inclusive os casos de Chico Xavier e a identificação de casos no que concerne à grafoscopia.
 
Após programa, a ADEP tem recebido mais de duas centenas de telefonemas a pedirem orientações e endereços de centros espíritas. Esse programa em vídeo estará brevemente disponível no site da ADEP em www.adeportugal.org.
  
Fonte: ADEP (Braga, Portugal)

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Voluntários: Um Estudo sobre a Motivação de Pessoas e
a Cultura de uma Organização do Terceiro Setor


Amigos,

A tese de Jáder Sampaio sobre a motivação de pessoas e a cultura de uma organização do terceiro setor foi colocada recentemente no site do Banco de Teses e Dissertações da USP. O estudo é feito tomando como base a ação social espírita:

http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-24052007-160054/

O resumo da Tese informa que:

"Para este trabalho realizou-se um estudo de caso em uma creche visando a identificar novas categorias de análise de cultura organizacional e motivação de voluntários em organizações de Terceiro Setor.

O Terceiro Setor é concebido como o conjunto de organizações sem fins lucrativos, autogerenciadas, integrantes da sociedade civil, com finalidade pública ou coletiva. Foram revistas as teorias de motivação de Abraham Maslow, David McClelland e Joseph Nuttin, a partir das quais se desenvolveu um modelo complexo para o estudo deste fenômeno, que contempla necessidades fisiológicas, tendências e schematas, além dos próprios motivos.

Os motivos são concebidos como projetos de ação baseados em relações exigidas entre indivíduo e ambiente. Após a revisão das teorias de cultura organizacional de Hofstede, Schein e Fleury, adotou-se o modelo de cultura organizacional de Fleury, acrescido da análise de ethos e visão de mundo (oriundas dos trabalhos de Clifford Geertz) de movimentos políticos, religiosos ou sociais subjacentes à organização. O estudo de caso contou com o recurso de triangulação de dados, a partir de múltiplas técnicas de pesquisa: observação participante, análise de documentos, história de vida e descrição de atividades.

Na análise do movimento religioso subjacente à creche, encontra-se uma proposta de ethos e visão de mundo do Espiritismo depreendidos da leitura da obra de Allan Kardec e da revisão bibliográfica de estudos antropológicos em organizações espíritas brasileiras. A análise da história da organização mostrou existir um conflito entre um projeto de promoção social, idealizado pelo fundador, e uma obra social preocupada com o desenvolvimento pessoal e a oportunidade de realização de atividades humanitárias pelo voluntário, própria do movimento espírita, assim como convênio com o poder público municipal, que descaracterizou as atividades de creche como espaço de ação voluntária.

Observou-se que os voluntários de um dos territórios da creche associam seus motivos não apenas às tendências a estabelecer contatos interpessoais afetuosos como também à consistência interna, com a construção de uma auto-imagem mais valorizada, e justificada por muitos dos schematas estudados. Observou-se também que o trabalho voluntário é, paradoxalmente, fonte de prazer, de desligamento de problemas oriundos de outros espaços de experiência e de sofrimento. Há, ainda, o desenvolvimento de alguns mecanismos de defesa individuais e coletivos para atenuar os efeitos desses aspectos negativos.

O estudo corrobora a tese que advoga a necessidade de conhecimento mais substancial da cultura das organizações de Terceiro Setor, antes de se propor a adoção de técnicas de gestão oriundas do meio empresarial." (Resumo - Jáder Sampaio)

Muita Paz,
Carlos Iglesia

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Simpósio Paulista de Comunicação Social Espírita

Caros amigos,
 
A ADE-SP e a ADE-Campinas estarão realizando a quinta edição do Simpósio Paulista de Comunicação Social Espírita, agora totalmente voltado para o Centro Espírita.

Queremos dar uma contribuição efetiva para a melhoria da comunicação no Centro Espírita e abrir o diálogo sobre o tema, aproveitando a experiência de tantos espíritas que trabalham na área da comunicação.

Convidamos todos os trabalhadores das diversas atividades da casa espírita que dependem da comunicação para o seus sucesso, a participarem desse evento ou enviarem sua experiência para divulgação. Estamos falando de dirigentes, palestrantes, articulistas, aqueles que fazem cartazes, que dão avisos ao público, que fazem atendimento, que prestam informações, que mantém o site do Centro, seu boletim, programa de rádio e tantas outras atividades dependentes da comunicação.

Agradecemos a divulgação desse evento e nos colocamos à disposição para outros esclarecimentos.

Atenciosamente,
Ivan Franzolim
Vice-presidente ADE-SP

5º Simpósio Paulista de Comunicação Social Espírita

Um evento para o Centro Espírita melhorar sua comunicação.
São Paulo, 7 e 8 de Setembro de 2007
Rua Força Pública, 268 Metrô Carandiru – São Paulo - SP


Módulos

- Relacionamento com o público interno. Éder Favaro.
- Relacionamento com o público externo. Ivan Franzolim.
- Difusão e venda de livros espíritas. Jéferson Betarello.
- Palestras públicas. Américo Luiz Sucena de Almeida.
- Reuniões de estudos teóricos. Dermeval Carinhana Jr.
- Reuniões de estudos práticos. Milton Felipeli.

Objetivos

Aprofundar o significado da Comunicação Social Espírita e do papel do Centro Espírita como agente de divulgação da cultura espírita.

Iniciar um diálogo aberto sobre os rumos que podem ser adotados para melhorar o processo de comunicação nas diversas áreas de atividades do Centro Espírita.

 
Promoção e realização
Apoio
Valor da inscrição

O valor para subsidiar os custos do simpósio é de R$ 25, incluindo neste valor as despesas com material de apoio, cafés dos intervalos e duas refeições. Casos de exceção serão avaliados.

Contato

Entre em contato para garantir sua vaga ou para enviar sua experiência na área da comunicação.

E-mails:
sp-ade@sp-ade.org.br
contato@adecampinas.org.br


Internet:
www.sp-ade.org.br
www.adecampinas.org.br

Telefones:
(11) 6258-3782, (11) 6221-5241, (19) 3245-0637.

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GRUPO DE ESTUDOS AVANÇADOS ESPÍRITAS
 
O Boletim GEAE é distribuido por e-mail aos participantes do Grupo de Estudos Avançados Espíritas
Inscrição pelo site do GEAE

O Cancelamento pode ser feito pelo site do GEAE ou por e-mail a editor@geae.inf.br

Informações Gerais - http://www.geae.inf.br/pt/faq
Conselho Editorial - editor@geae.inf.br
Coleção dos Boletins em Português - http://www.geae.inf.br/pt/boletins
Coleção do "The Spiritist Messenger" - http://www.geae.inf.br/en/boletins
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