Ano 14 Número 517 2006



30 de junho de 2006


"Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão, 
face a face,
em todas as épocas da humanidade"

Allan Kardec



 ° EDITORIAL

Atraso nas edições dos Boletins





 ° ARTIGOS

Eu e a Idéia de Deus, Vera Meira Bestene, Brasil


Fenômenos psico-físicos de natureza espiritual, Nubor Orlando Facure, Brasil





 ° HISTÓRIA & PESQUISA

Cronologia Espírita










 ° QUESTÕES & COMENTÁRIOS

Material em vídeo sobre Jerônimo Mendonça?, Cássio, Brasil


Uma pequena correção no texto sobre Raphael Gurgel, Amorim, Brasil





 ° PAINEL

A primeira WebTV Espírita do mundo

Novo livro de Eduardo Carvalho Monteiro, CCDPE, Brasil 





 ° EDITORIAL

Atraso nas edições dos Boletins

Caros Amigos,

Estamos com um atraso nas edições do Boletim GEAE que esperamos superar em breve. Devido a uma fase de grande demanda de tempo nas atividades do dia-a-dia enfrentamos algumas dificuldades em alocar o tempo necessário para a preparação dos Boletins.

A preparação do Boletim é um trabalho que nos traz grande satisfação e oportunidade de aprendizado, mas precisa ser feita com atenção. Principalmente a escolha dos textos e os comentários complementares. Por isso temos preferido estender o trabalho em cada uma das edições por mais dias, mesmo que atrasando sua data de distribuição, para poder finalizá-las dentro dos padrões costumeiros do grupo.


Contamos com a compreensão de todos e agradecemos pelos textos e e-mails que nos tem enviado mesmo com o atraso das edições.

Muita Paz,
Carlos Iglesia
editor@geae.inf.br

Índice


 ° ARTIGOS

Eu e a Idéia de Deus, Vera Meira Bestene, Brasil

"Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até o fim.” (Eclesiastes 3:11)

Eu... Quem sou eu? Sou o que penso, o que aprendo, o que sinto. Sou a consciência ininterrupta da individualidade que cada um tem. Eu existo, vivo, vivencio toda realidade concreta. Tenho potencial de conhecimento latente, não utilizado no presente; tenho também o potencial de conhecimento do que está sendo construído, alcançado. Tenho, portanto, um conjunto de conhecimentos que devem ser levados em conta para superar os problemas do cotidiano.

E o que eu penso de Deus? Sei que Deus é imutável, pois que as leis do universo têm estabilidade; é imaterial, sua natureza difere de tudo que chamamos matéria; é único, se houvesse vários deuses não haveria unidade de poder no ordenamento do universo; é onipotente, porque sendo único tem somente ele o soberano poder; é soberanamente bom e justo, porque a sabedoria das leis divinas se revela nas pequenas e nas grandes coisas e, essa sabedoria não nos permite duvidar nem de sua justiça, nem de sua bondade e também é infinito em todas as suas perfeições.

Assim me ensinaram a ver Deus. Mas eu queria descobrir Deus por mim mesma...

Um dia, quando buscava a prova da existência de Deus, lembrei-me que toda causa gera efeitos e que não há efeitos sem causa. Procurei saber a causa primeira de todas as coisas, do que existia na natureza, da minha própria existência. Procurei saber quem seria a inteligência suprema que foi capaz de criar coisas tão perfeitas como o mecanismo, a engrenagem, do ser humano; como o desabrochar de uma rosa; como o nascer do sol e a existência de todas as estrelas no firmamento. Aí encontrei Deus.

Mas continuei minha busca e mais uma vez a razão me mostrou que tudo o que não era obra do homem, era obra de Deus. Assim vejo em cada obra da criação, em cada ser da natureza, uma prova da existência de Deus, sua natureza infinita.

Segui meu caminho de interrogações. Ainda não estava convencida, embora já tivesse chegado a ponto de ver nitidamente a grandeza da criação.

Verifiquei que Deus é o princípio inteligente que rege a matéria, o ser humano, o pensamento, a razão... Ele não está limitado à humanidade, ao planeta Terra ou mesmo à Via Láctea. Deus abrange todas as coisas, todos os seres vivos, inteligentes ou não.

Encontrei em Deus a verdadeira expressão de amor e caridade.

Na criação encontrei, além do amor e da caridade, o objetivo final de todo ser que nada mais é senão a perfeição, que tem como resultado o gozo da felicidade suprema.

Passei a ver que Deus é a própria expressão da vida, é a dinâmica da vida que se revela todos os dias em nós mesmos. É nossa capacidade de amar e de fazer coisas boas.

A visão histórica mostra que Deus está ligado aos mais variados conceitos, conforme a capacidade de compreensão dos povos, conforme o período em que viviam, e estes conceitos foram variando, mudando, na medida em que iam escapando às expectativas das pessoas, dos grupos sociais.

Aos poucos, Deus foi deixando de ser Deus entre outros deuses; Deus de um só povo, o que comandava os exércitos e esmagava seus inimigos. Deixou de ser o Deus que castiga, que provoca medo e controla a vida das pessoas.

Comecei, então, a perceber que Deus não se relaciona com o mágico ou o místico. Vi que se Ele não era matéria, nem tinha forma definida e tampouco estava restrito a uma pessoa, e também não se confunde com coisas ou pessoas, mas é a essência de todos, percebi que Deus é amor e perdão.

Assim compreendi, finalmente, que Deus não aceita ser comprado por promessas vãs, que não aceita oferendas ou sacrifícios. Não concede favores ou protege alguém em especial. Deus abrange todas as coisas e pessoas, sem punir, sem castigar ou mesmo executar sentenças.

A compreensão que o ser vai tendo de Deus é construída gradativamente, e assim passamos a ter a perfeita relação do eu com a idéia que fazemos de Deus que, na visão simples, pode-se perceber que Deus é essencialmente vida, amor, paz e compreensão; é inteligência, justiça, caridade suprema, onipotência, onipresença, onisciência, verdade universal. É, portanto, a unidade que se revela todos os dias quando procuramos o mais profundo de nós mesmos, nossos melhores sentimentos, nossas alegrias e manifestações de amor.

Índice

Fenômenos psico-físicos de natureza espiritual, Nubor Orlando Facure, Brasil

(Parte Final do artigo iniciado no Boletim 515)


A corrente sanguinea e a energia vital   

É muito fácil de se aceitar a idéia de que nossa vida está intimamente ligada ao coração. Aristóteles afirmava que a Alma aí se localiza porque qualquer ferimento nele leva imediatamente à morte.

Nos dias de hoje, alunos do primário já aprendem que os batimentos do coração impulsionam o sangue pelas artérias, que depois se difundem pelos capilares e retorna pelas veias. Nesse retorno, o sangue passa pelos pulmões de onde retira o oxigênio que a respiração fornece. Temos cerca de seis litros de sangue circulando pelo nosso corpo e mais ou menos vinte por cento dele vai para o cérebro. Enquanto entra pelas artérias e sai pelas veias, o sangue circula dentro do cérebro em exatos seis segundos.


Assim que ocorre a morte, as artérias do cadáver estão vazias, já que a última batida impulsiona todo sangue para as veias. Essa observação levou Galeno a sugerir que as artérias estariam sempre cheias de ar. Ele propunha, também, que circula junto com o sangue um elemento imaterial que denominou pneuma vital. Esse fluido  nasce no coração, distribui-se pelo corpo e, se transforma no pneuma animal ao atingir o cérebro, nos permitindo perceber o mundo pelos sentidos e a reagir com os nossos movimentos aos seus estímulos. A idéia de um “espírito animal” produzindo nossos reflexos, foi também adotada por René Descartes e por Thomas Willians, tendo aceitação médica por muitos séculos. Para Willians, os corpúsculos do “espírito animal”, percorreriam os nervos para pôr em ação os nossos movimentos.


Nos dias de hoje, sabemos da importância da circulação sanguínea distribuindo por todo organismo não só o oxigênio que nos sustenta a vida mas um número insuspeitável de substâncias ligadas à manutenção do metabolismo celular e de todo sistema imunológico.


André Luiz nos traz conhecimentos novos nessa área também. Diz o conhecido Espírito que junto com a circulação sanguínea circula o “princípio vital” indispensável à sustentação da vida. Ensina Kardec que é o princípio vital quem dá vida à matéria orgânica. Cada um de nós o tem disponível enquanto encarnados, consumindo nossa cota com o decorrer dos anos. Ele procede do “fluido cósmico universal” que nos abastece conforme nossas atitudes nos compromissos da vida. A meditação, a prece e o impulso que nos predispõe a amar ao próximo, fornecem a substância e a renovação do princípio vital. Ele nos penetra pela respiração, o que nos faz lembrar um dos mais belos versos da Bíblia – E Deus fez o Homem do barro da Terra e soprou em suas narinas o sopro da vida.


Anaxágoras considerava que o ar era a substância primitiva de onde procede tudo que existe. A relação do ar com a vida sempre foi aceita em muitas culturas. Nos livros de Galeno, as expressões espíritos e pneumas (ar) são equivalentes.


Aprendemos com André Luiz que o princípio vital é absorvido pela respiração e percorre todo organismo acompanhando a circulação do sangue.


A Glândula Pineal e sua fisiologia espiritual

Essa glândula situada no meio do cérebro já é conhecida há mais de dois mil anos e, mesmo assim, o que sabemos sobre ela é tão pouco que, nos tratados clássicos da neurologia, ela ainda não despertou interesse para merecer mais que citações curtas de algumas linhas sobre o hormônio que ela secreta  -  a melatonina.

A pineal é o relógio biológico que sinaliza um dos momentos mais importantes da vida, o despontar da sexualidade. Por ocasião da adolescência a pineal reduz a produção da melatonina ocorrendo, a partir daí, o desenvolvimento dos órgãos externos ligados a atividade sexual.


Até hoje é possível de se perceber, em determinados animais, que a pineal pode se comportar funcionalmente como um terceiro olho. Nesses animais a pineal está situada acima do crânio funcionando a modo de um periscópio que exerce um papel de vigilância para o animal. Não se deve estranhar, portanto, a forte sensibilidade que a nossa pineal tem para com a luz. A entrada da luz, que atinge a pineal pelas fibras nervosas que nosso nervo óptico conduz, reduz a produção de melatonina. No ambiente escuro, aumenta acentuadamente a produção do hormônio. Todos sabemos que os ursos hibernam em cavernas durante meses de escuridão e, nessa ocasião, o aumento da melatonina produz o entorpecimento do seu interesse sexual, que depois volta a se revelar no alvorecer da primavera.


O hormônio da pineal tem ligação direta com o depósito de melanina na nossa pele. Ele tem um efeito clareador diminuindo a pigmentação da pele. Isso justifica, por exemplo,  a cor esbranquiçada dos bagres que vivem nas profundezas de águas escuras.


A melatonina tem sido utilizada como tranqüilizante produzindo relaxamento e sonolência. Foi experimentada também no tratamento de dores de cabeça e de epilepsia, mas em todos esses quadros o efeito da melatonina é muito pobre.


André Luiz, através de Chico Xavier, trouxe-nos informações inéditas e surpreendentes sobre o papel da pineal quando observada a partir do plano espiritual.


Sensível às irradiações eletromagnéticas, nossa pineal é sintonizador dos fenômenos de comunicação mental, mantendo-nos em permanente ligação com todos aqueles que compartilham conosco a mesma faixa de vibração.


Nos processos mediúnicos, a aproximação espiritual se vale da pineal para difundir sua mensagem até as diversas áreas cerebrais que ressoam sua transmissão.


Nas encarnações, que a misericórdia divina nos permitiu transitar pela Terra, nos enredamos em situações onde tivemos oportunidade de cultivar relações afetivas profundas, ao mesmo tempo em que fomentamos rivalidades e discórdias das mais variadas conseqüências. Como a Lei divina não exclui ninguém dos reajustes necessários, será através da pineal que iremos encontrar, mais cedo ou mais tarde, aqueles mesmos amores sinceros que nos incentivarão a progredir e os inimigos do passado que nos exigirão saldar as dívidas e os compromissos.


Entretanto, por mais que a anatomia cerebral possa nos revelar, não reconhecemos nas vias que emergem da pineal qualquer indicação dessa extraordinária participação da glândula em nossa vida mental. Como explicar, em vista disso, o que nos esclarece André Luiz? Pressuponho que será necessário conhecermos qual é o mecanismo de atuação do Espírito sobre o cérebro. Daí, nosso propósito de reunirmos esse conjunto de fenômenos que sugerimos tratar-se de fenômenos “espírito-somáticos”.


No quadro dessa notória “fisiologia espiritual” que André Luiz dá destaque, creio que a chave para sua compreensão está na participação do chamado “fluido universal”, tão conhecido no meio espírita.


Ensinam os Espíritos que elaboraram a doutrina com Allan Kardec que os fluidos servem de veículos para a transmissão do pensamento. Derivado do fluido cósmico universal, ele inunda o Universo, nos envolvendo a todos, nos permitindo compartilhar do “Hálito Divino” que nos alimenta.


Na vida física, atuamos pelas vias nervosas que nos estrutura os neurônios, suas imensas redes de comunicação e sua extraordinária química que sintetiza e conjuga os neurotransmissores. Na dimensão espiritual estaremos usando esse elemento sutil, fluídico, que obedece a vontade que a mente direciona, permitindo-nos criar através da fisiologia espiritual uma dispersão muito mais ampla nos seus efeitos fisiológicos.


Quando Louis Pasteur descortinou o imenso campo da microbiologia, esse conhecimento novo nos permitiu esclarecer a dinâmica da etiologia das doenças infecciosas. A descoberta do DNA abriu novas áreas para esclarecimento das chamadas doenças de origem genética. Entretanto, o estudo dos fluidos e suas propriedades poderá nos revelar uma nova fisiologia e, como conseqüência, as doenças que seus desvios provocam. A presença desses fluidos, está intimamente relacionada com nosso padrão de atividade mental. A literatura espírita é farta em afirmar que, todos nós, somos expressão da vida mental que nós mesmos escolhemos construir e refletimos em nossa aparência a composição fluídica que selecionamos.


Os desequilíbrios mentais, que a neurobiologia de hoje entende como decorrentes das alterações em neurotransmissores, com certeza, iniciam sua perturbação a partir dos fluidos que permitimos nossa mente projetar no cérebro, desviando a química que nos preside o equilíbrio do pensamento.


A Ectoplasmia

A partir dos fenômenos das mesas girantes, a mediunidade proporcionou aos pesquisadores do Século XIX uma imensa variedade de manifestações físicas, entre elas a materializações de entidades espirituais. Nessa fenomenologia é mobilizada uma grande quantidade de ectoplasma permitindo o estudo da sua elaboração e constituição química. Todos os que estão presentes no ambiente da experimentação estarão doando uma cota maior ou menor de fluidos mas é do médium que sae, por todos seus poros e orifícios de excreção, o material mais ou menos denso que permitirá a presença das silhuetas que se corporificarão no ambiente onde o público aguarda.

No âmbito do estudo que estamos abordando, interessa anotar que o conteúdo bioquímico do ectoplasma procede na esfera física, do citoplasma das células do aparelho mediúnico. Em conjugação com os fluidos dos dois planos da vida é que o fenômeno adquire as propriedades de transição que permitem aos espíritos adentrarem a nossa dimensão.


A Respiração restauradora

O ar, como fonte insubstituível  de vida, é percepção do senso comum a qualquer de nós. O ato de respirar está intimamente ligado a nossa sobrevivência. Anaxágoras atribuía ao ar a origem de tudo. A Bíblia registra que recebemos a vida a partir do sopro de Deus. Nos textos de Galeno, como já notamos, as expressões espírito e pneuma (ar) eram equivalentes. Para ele o pneuma vital era absorvido pelos pulmões e circulava do coração até ao cérebro para nos manter vivos. Na cultura oriental os exercícios respiratórios têm indicação mais importante que a atividade muscular.

Um dos fundamentos da Doutrina Espírita é de que a vida decorre da presença do principio vital que vivifica a matéria orgânica dando-lhe a propriedades de reagir.


A atividade constante dos nossos órgãos se faz as custas desse princípio vital e seu esgotamento leva o corpo a morte. Por outro lado, nossa atividade mental nos permite absorver da espiritualidade os fluidos que agregam elementos para sustentação do principio vital. Mais atividade corresponde a mais vida, tanto do ponto de vista físico como espiritual.


André Luiz nos aponta em seus textos que a respiração é porta de entrada restauradora pare realimentação de nossas energias vitais.


Índice

° HISTÓRIA & PESQUISA

(Seção em parceria com a "Liga de Historiadores e Pesquisadores Espíritas")

Cronologia Espírita

(Compilação de datas siginificativas para o Movimento Espirita iniciada no Boletim 505)

Primeiro Capítulo

1795-1856 Prof. Rivail e sua Época

Lista de Eventos


1856

O ano de 1856 é de grande importância para a história do Espiritismo. Durante esse ano o prof. Rivail continou a participar das reuniões na casa do Sr. Baudin, onde apresentava questões e analisava as respostas dos Espíritos. As médiuns eram as filhas do Sr. Baudin, Caroline de 17 anos e Julie de 14, e as comunicações se deram por meio da "Corbella Tupia". Era um tipo de pequena cesta na qual as médiuns tocavam as bordas e na ponta da qual havia um lápis preso.

Ele também continuou frenquentando as sessões na residência do Sr. Roustan, onde a médium era a menina Japhet, e nas quais levava os textos que estava preparando para estudo. Os Espíritos orientaram para que fossem feitas reuniões especiais para esse fim e designaram os dias em que elas seriam conduzidas.

As circunstâncias fizeram o prof. Rivail conhecer outros médiuns ao longo do ano e, cada vez que ele tinha a oportunidade, aproveitava para apresentar-lhes as questões mais espinhosas. Ele registrou (Minha primeira iniciação no Espiritismo - Obras Póstumas) que mais de dez médiuns prestaram colaboração nos estudos desenvolvidos.

Canuto Abreu, na introdução a edição comemorativa "O Primeiro Livro dos Espíritos de Allan Kardec - 1857", observa que Kardec além de aluno, colaborava como secretário. Ele recolhia as respostas, as analisava, organizava em temas e a partir delas gerava novas questões. Também resumia dissertações longas, interpolava sentenças lapidares ou desenvolvia respostas monossilábicas. O resultado da redação só era incorporado ao texto após ser cuidadosamente examinado e corrigido, palavra por palavra, pelos espíritos. No livro "Obras Póstumas" há um relato de Kardec sobre uma ocasião em que os espíritos usaram fenômenos físicos (ruídos) para chamar-lhe a atenção sobre um trecho que estava preparando e que precisava ser melhorado (25 de março de 1856).

As orientações dos espíritos durante o ano foram frequentes e a primeira edição do "Livro dos Espíritos" tomou forma.

ABREU, 1957
KARDEC, 1976
WANTUIL e THIESEN, 1979


Mar da China

A abordagem de um navio britânico serve de pretexto para a "Segunda Guerra do Ópio". As potências ocidentais, com o Império Britânico a frente, movem guerra contra a China para obrigá-la a abrir seu comércio. É uma guerra de triste memória porque o principal produto comercializado com a China - e o contra o qual seu governo lutava - era o Ópio. Este entorpecente vinha dos domínios britânicos na India e era um dos poucos "produtos" comercializados com sucesso para os chineses. Ao final da guerra (1860), entre outras concessões, a China teve que aceitar a "importação" do entorpecente.

Essa guerra foi um sintoma visível dos males decorrentes do progresso material quando este não é equilibrado pelo desenvolvimento espiritual. O poderio econômico-militar resultante da revolução industrial cegava o Ocidente e acentuava seu egoísmo e orgulho levando-o a verdadeiros desastres morais. As consequências da Guerra do Ópio continuaram a repercutir pelo final do século XIX e por boa parte do século XX. Entre as raizes da segunda guerra mundial está a invasão da Manchuria pelas tropas japonesas, que foi facilitada pela desestabilização da sociedade chinesa nas décadas seguintes a derrota na guerra do ópio.

WIKIPEDIA, 2006

Rio de Janeiro, Brasil

O Dr. Bezerra de Menezes concluiu a faculdade de medicina e abriu consultório com um colega. O consultório não foi bem sucedido, mas a quantidade de pacientes que o procuravam em sua casa, onde não cobrava, não parava de crescer. Alguns meses depois o Dr. Manoel Feliciano Pereira de Carvalho, que chefiava o corpo de saúde do exército, o convidou para médico militar. O Dr. Bezerra assumiu o cargo de cirurgião-tenente.

ABREU, 1987

Nova Iorque, Estados Unidos

O naufrágio do návio PACIFIC no oceano Atlântico é informado pelo espírito de um tripulante para a médium Mrs. Hardinge Britten. Na época as informações não eram tão rápidas e ela chegou a ser ameaçada de processo pelo proprietário da embarcação antes que o desaparecimento do navio fosse confirmado. Segundo Doyle este foi um dos casos melhor atestados e sensacionais do movimento espiritualista da época.

DOYLE, 2003

25 de março de 1856

Paris, França

Os espíritos chamam a atenção do prof. Rivail através de ruídos. No dia seguinte, em sessão na casa do Sr. Baudin, ele é informado que a razão era um trecho do texto em que estava trabalhando e que necessitava de revisão.

KARDEC, 1976
WANTUIL e THIESEN, 1979

26 de março de 1856
Paris, França

Em sessão realizada na casa do Sr. Baudin o espírito "familiar" que estava ajudando na elaboração do Livro dos Espíritos se apresenta. Perguntado sobre sua identificação responde ao prof. Rivail que usaria o nome "A Verdade" (Four toi, je m´appellerai La Verité...) e evita dar mais detalhes.

KARDEC, 1976
WANTUIL e THIESEN, 1979

9 de abril de 1856
Paris, França

Em nova comunicação, recebida na casa do Sr. Baudin pela médium Srta. Baudin, o Espírito "A Verdade" dá orientações quanto ao trabalho que estava sendo preparado e reitera seu papel como guia espiritual do prof. Rivail.

No livro "Obras Póstumas" há uma nota complementando a comunicação:

"A proteção deste Espírito, de cuja superioridade eu estava então longe de suspeitar, nunca me faltou. Sua solicitude e a dos bons Espíritos sob suas ordens fizeram-se sentir em todas as circunstâncias de minha vida, tanto levando-me a vencer dificuldades materiais como facilitando-me a realização de minhas obras e preservando-me dos efeitos da malevolência de antagonistas, sempre reduzidos à impotência. Se as tribulações inerentes à missão que eu tinha de cumprir não me puderam ser poupadas, foram sempre atenuadas e grandemente compensadas por bem agradáveis satisfações morais."

KARDEC, 1976
WANTUIL e THIESEN, 1979

30 de abril de 1856
Paris, França

Em uma sessão íntima em casa do Sr. Roustan, assistida somente por umas seis ou sete pessoas, o prof. Rivail recebe a primeira notícia sobre a missão que teria que desempenhar. Na reunião se discutiam acontecimentos que poderiam produzir uma transformação social quano a médium se manifestou espontaneamente. Um dos presentes, identificado por Kardec apenas como Sr. M..., era um rapaz de idéias radicais e envolvido na política.

Como observa a nota do revisor, na tradução da EDICEL para o português, a mensagem é em tom profético e carregada de simbolos. Ela fala do papel de Karde na preparação dos alicerces morais e espirituais de um novo mundo.

"Quando soar a hora o deixareis. Somente aliviareis o vosso semelhante; individualmente o magnetizarei a fim de curá-lo. Depois, cada um no posto que lhe foi preparado; todos serão necessários porque tudo será destruido, embora por um instante. Não haverá mais religião, mas uma será necessária, porém verdadeira, grande, bela e digna do Criador ... Os primeiros fundamentos já foram lançados. Rivail, é esta a tua missão  (a cesta, livre, virou-se vivamente para meu lado, como uma pessoa que me apontasse com o dedo). A ti, M..., a espada que não fere, mas que mata; contra tudo e o que és, és tu que virás primeiro. Ele, Rivail, virá em segundo lugar; é o obreiro que reconstrói, o que foi demolido."

KARDEC, 1976
WANTUIL e THIESEN, 1979

7 de maio de 1856
Paris, França

Em nova reunião na casa do Sr. Roustan, o espírito Hahnemann através da médium Srta. Japhet, confirma a comunicação anterior. Diz ao prof. Rivail que "vais realizar aquilo com que sonhaste durante longo tempo". Também afirma que "são chegados os tempos preditos de uma renovação da Humanidade". "Não haverá cataclismo material, como o entendeís, mas flágelos de toda espécie devastarão as nações. A guerra dizimará os povos. As instituições decrépitas desaparecerão num mar de sangue, É preciso que o velho mundo desmorone para abrir ao progresso uma nova era".

Questionado sobre o início destes eventos, que abarcariam a Terra, Hahnemann informa que a primeira centelha partiria da Itália. Efetivamente, poucos anos depois em 1859, ocorreu a "Guerra da Itália" opondo o Império Austro-Hungaro contra a França e o reino do Piemonte (um dos reinos em que a Itália estava dividida na época). A partir dessa guerra uma sequência de causas e efeitos levou a unificação da Itália, a derrota humilhante da França na guerra de 1870, a unificação da Alemanha, a aliança entre as potências centrais da Europa e as guerras mundiais do século XX.

A sequência de causas e efeitos ainda não terminou, pois vivemos hoje em um mundo que ainda está inserido nas consequências das guerras mundiais, da descolonização, do final da Guerra Fria e do colapso da União Soviética.

KARDEC, 1976
WANTUIL e THIESEN, 1979

12 de maio de 1856
Paris, França

Em sessão na casa do Sr. Baudim, o prof. Rivail pergunta ao Espírito "A Verdade" sobre as informações que recebeu dias antes. O Espírito explica que não se devia tomar a comunicação ao pé da letra, que personificou no senhor M... as idéias do partido que ele representava e que a marcha dos acontecimentos preditos não seria brusca. "Para coisas de tamanha gravidade, que são alguns anos a mais ou a menos? Elas nunca vêm bruscamente, como um raio. São preparadas durante muito tempo, através de acontecimentos parciais que são como que seus precursores, como os ruídos surdos que precedem a erupção de um vulcão. Podem, pois, dizer-vos que os tempos são chegados, sem que isso signifique que as coisas vão acontecer amanhã. Quer dizer que vos achais na época em que elas se realizarão".

"(...) Não deveis temer nem um dilúvio, nem um incêndio do nosso planeta, nem outras coisas do genêro. Não se podem chamar de cataclismos perturbações locais que sempre se produziram em todas as épocas. Não haverá senão um cataclismo moral, do qual os homens serão os instrumentos."

KARDEC, 1976
WANTUIL e THIESEN, 1979

10 de junho de 1856
Paris, França

Em casa do Sr. Roustan, através da médium Srta. Japhet, o prof. Rivail obtém orientações sobre o texto em que estava trabalhando (O Livro dos Espíritos)

KARDEC, 1976
WANTUIL e THIESEN, 1979

12 de junho de 1856
Paris, França

O prof. Rivail consulta o Espírito "A Verdade" novamente sobre sua missão. Sua preocupação é que, apesar do desejo de contribuir com a propagação da verdade, se vê como um simples obreiro e não como uma pessoa capacitada a liderá-la. Ele supõe que a menção a missão pelos espíritos seja apenas uma prova para testar seu amor-próprio. O Espírito lhe responde que "Confirmo o que te foi dito, mas aconselho-te a maior discrição se queres ser bem sucedido. Saberás, mais tarde, coisas que te explicarão o que hoje te surpreende. Não te esqueças de que tanto poderás ter sucesso, como fracassar. Neste último caso, outro te substituiria, porque os designios de Deus não podem depender da cabeça de um homem. Por isso, nunca fales de tua missão, seria um meio de fazê-la malograr. Ela não pode ser justificada senão depois de a obra concluida, e tu ainda nada fizestes. Se conseguires realizá-la, os homens, cedo ou tarde, saberão reconhecê-lo, porque é pelos frutos que se conhece a qualidade da árvore."

KARDEC, 1976
WANTUIL e THIESEN, 1979

17 de junho de 1856
Paris, França

Em casa do Sr. Baudin, através da médium Srta. Baudin, o Espírito "A Verdade" transmite orientações sobre o Livro dos Espíritos e avisa que ele não seria senão a introdução do trabalho. Ele avisa ao prof. Rivail que esse trabalho "tomará proporções que hoje estás longe de suspeitar".

KARDEC, 1976
WANTUIL e THIESEN, 1979

4 de agosto de 1856
Roma, Itália  

Na carta "De magnetismi abusu" de 4 de agosto de 1856 o Santo Ofício condena o fenômeno das mesas girantes, tachando de hereges as pessoas por intermédio das quais eram produzidos. Esta condenação ainda é mencionada em textos católicos mais recentes como a "Constituição Dogmática Lumen Gentium sobre a Igreja" e o livro "Espiritismo, Orientação para Católicos".

KLOPPENBURG, 1997
PAULO VI, 1964
WANTUIL e THIESEN, 1979

11 de setembro de 1856
Paris, França

Na casa do Sr. Baudin, o  prof. Rivail faz a leitura de alguns capítulos do "Livro de Espíritos" referentes às leis morais e recebe a aprovação dos espíritos:

"Compreendeste bem a finalidade de teu trabalho. O plano foi bem concebido, estamos contentes contigo. Continua, mas principalmente, quando a obra estiver terminada, lembra-te de que te recomendamos imprimi-la e propagá-la: é de utilidade geral. Estamos satisfeitos e jamais te deixaremos. Crê em Deus e prossegue." Muitos Espíritos.

KARDEC, 1976
WANTUIL e THIESEN, 1979

Índice


Biografias



(Texto elaborado por José Basílio, baseado no livro Personagens do Espiritismo de Antônio de Souza Lucena e Paulo Alves Godoy Ed. FEESP - 1ª Ed. - 1982 - SP - BRASIL. Disponível em http://www.geae.inf.br/pt/biografias)

Adolfo Bezerra de Menezes nasceu na antiga Freguesia do Riacho do Sangue (hoje Jaguaretama), no Estado do Ceará, no dia 29 de agosto de 1831, desencarnando no Rio da Janeiro, no dia 11 de abril de 1900.

No ano de 1838 entrou para a escola pública da Vila do Frade, onde, em dez meses apenas, preparou-se, suficientemente, até onde dava os conhecimentos do professor que dirigia a primeira fase de sua educação. Muito cedo revelou a sua fulgurante inteligência, pois aos 11 anos de idade iniciava o curso de Humanidades e, aos 13 anos, conhecia tão bem o latim que ele próprio o ministrava aos seus companheiros, susbtituindo o professor da classe em seus impedimentos.

Seu pai era um homem relativamente abastado, porém, por efeito de seu bom coração, comprometeu sua fortuna, dando abonos em favor de parentes e amigos, que o procuravam, a fim de explorarem os seus sentimentos de caridade. Percebendo, então, que seus debitos igualavam seus haveres procurou os credores e lhes propôs entregar sua fazendas de criação e tudo o mais que fosse suficiente para integralizar a divida.

Os seus credores recusaram a proposta, dizendo-lhe que pagasse quando e como pudesse. O honrado cidadão insistiu, mas não conseguindo demover seus credores decidiu-se a tornar mero administrador do que fora a sua fortuna, retirando apenas o que fosse necessario para a manutenção de sua familia, que passou da abundancia as privacoes.

Foi nessa fase que Adolfo Bezerra de Menezes, formulando os mais veementes votos de orientar-se pelo carater integro de seu pai, e com minguada quantia que seus parentes lhe deram, partiu para o Rio de Janeiro, a fim de seguir a carreira que sua vocação lhe inspirava - a Medicina.

Ingressou em novembro de 1852 como praticante interno no Hospital da Santa Casa de Misericordia. Doutorou-se em 1856, pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Em 1858, concorreu a uma vaga de lente substituto da Seção de Cirurgia da Faculdade de Medicina. Nesse mesmo ano, o mestre Manuel Feliciano Pereira de Carvalho, então Cirurgião-Mor do Exercito, fe-lo nomear seu assistente, com o posto de Cirurgião-Tenente.

Eleito vereador municipal pelo Partido Liberal, em 1861, teve sua eleição impugnada pelo chefe conservador Haddock Lobo, sob a alegação de ser medico militar. Com o objetivo de servir o seu partido, que necessitava dele para ter maioria na Camara, resolveu afastar-se do Exército. Em 1867, foi eleito Deputado Geral, tendo ainda figurado numa lista triplice para uma carreira no Senado.

Quando politico, levantaram-se contra ele, a exemplo do que sucede com todos os politicos honestos, rudes campanhas de injuria, cobrindo seu nome de improperios entretanto, a prova da pureza de sua alma, deu-a, quando deliberou abandonar a vida publica e dedicar-se aos pobres, repartindo com os necessitados o pouco que possuia. Corria sempre ao casebre do pobre onde houvesse um mal a combater, levando ao aflito o conforto de sua palavra de bondade, o recurso da sua profissão de medico e o auxilio da sua bolsa minguada e generosa.

Afastado interinamente da atividade politica, dedicou-se a empreendimentos empresariais criou a Companhia Estrada de Ferro Macae-Campos, na então provincia do Rio de Janeiro. Posteriormente, empenhou-se na contrução da via ferrea de Santo Antonio de Padua, pretendendo leva-la ate o Rio Doce, desejo que não conseguiu realizar. Foi um dos diretores da Companhia Arquitetonica que, em 1872 abriu o Boulevard 28 de Setembro , no então bairro de Vila Isabel. Em 1875, foi presidente da Companhia Carril de São Cristovão. Voltando a politica, foi eleito vereador em 1876, exercendo o mandato ate 1880. Foi ainda presidente da Camara e Deputado Geral pela Provincia do Rio de Janeiro, no ano de 1880.

Quando o Dr. Carlos Travassos empreendeu a tradução de O Livro dos Espiritos , de Allan Kardec, ofereceu um exemplar, com dedicatoria, a Bezerra de Menezes. No dia 16 de agosto de 1886, um auditorio com cerca de duas mil pessoas da melhor sociedade, que enchia o salão de honra da Velha Guarda, ouviu, em silencio, emocionado, atonito, a palavra de ouro do eminente politico, do eminente medico, do eminente cidadão, do eminente catolico, Dr. Adolfo Bezerra de Menezes, que proclamava aos quatro ventos a sua adesão ao Espiritismo. Ela era um autentico religioso, no mais alto sentido. Sua pena foi, por isso, desde o primeiro artigo assinado, em janeiro de 1887, posta ao serviço do aspecto religioso do Espiritismo.

Demonstrada a sua capacidade literaria no terreno filosofico, que pelas replicas, quer pelos estudos doutrinarios, a Comissão de Propaganda da União Espirita do Brasil incumbiu Bezerra de Menezes de escrever, aos domingos, no O Paiz , tradicional orgão da imprensa brasileira, dirigido por Quintino Bocaiuva, uma serie de artigos sob o titulo O Espiritismo - Estudos Filosoficos . Os artigos de Max , pseudonimo de Bezerra de Menezes, marcaram a epoca de ouro da propaganda espirita no Brasil. Esses artigos foram publicados, ininterruptamente, de 1886 a 1893.

Bezerra de Menezes tinha o encargo de medico como verdadeiro sacerdocio por isso, dizia: Um medico não tem o direito de terminar uma refeição, nem de escolher hora, nem de perguntar se e´ longe ou perto, quando um aflito qualquer lhe bate a porta. O que não acode por estar com visitas, por ter trabalhado muito e achar-se fatigado, ou por ser alta noite, mau o caminho ou o tempo, ficar longe ou no morro o que, sobretudo, pede um carro a quem não tem com que pagar a receita, ou diz a quem chora a porta que procure outro, esse não e´ medico, e´ negociante de medicina, que trabalha para recolher capital e juros dos gastos da formatura. Esse e´ um infeliz, que manda para outro o anjo da caridade que lhe veio fazer uma visita e lhe trazia a unica esportula que podia saciar a sede de riqueza do seu Espirito, a unica que jamais se perdera nos vais-e-vens da vida.

No ano de 1883, reinava um ambiente francamente dispersivo no seio do Espiritismo no Brasil, e os que dirigiam os nucleos espiritas do Rio de Janeiro sentiam a necessidade de uma união mais estreita e indestrutivel.

Os Centros Espiritas, onde se ministrava a Doutrina, trabalhavam de forma autonoma. Cada um deles exercia sua atividade em um determinado setor, despreocupado em conhecer as atividades dos demais. Esse estado de coisas levou-os a fundação da Federação Espirita Brasileira (FEB).

Nessa epoca, ja existiam muitas sociedades espiritas, porem as unicas que mantinham a hegemonia eram quatro: a Academica, a Fraternidade, a União Espirita do Brasil e a Federação Espirita Brasileira. Entretanto, logo surgiram entre elas rivalidades e discordias. Sob os auspicios de Bezerra de Menezes, e acatando importantes instrucoes, dadas por Allan Kardec, atraves do medium Frederico Junior, foi fundado o famoso Centro Espirita porem nem por isso deixava Bezerra de dar a sua cooperação a todas as outras instituicoes.

O entusiasmo dos espiritas logo se arrefeceu, e Bezerra de Menezes se viu desamparado dos seus companheiros, chegando a ser o unico frequentador do Centro. A cisão era profunda entre os espiritas que se dividiam em misticos e cientificos .

Em 1893, a convulsão provocada no pais, pela revolta da armada, provocou o fechamento de todas as sociedades espiritas. No Natal do mesmo ano, Bezerra encerrava a serie de artigos que vinha publicando em O Paiz .

Em 1894, o ambiente demonstrou tendencias de melhora e o nome de Bezerra foi lembrado como o único capaz de unificar a família espírita. O infatigável batalhador, com 63 anos de idade, assumiu a presidência da FEB, cargo que ocupou até 11 de abril de 1900, quando desencarnou, vítima de violento ataque de congestão cerebral.

Devido ao seu Espírito caridoso e prestativo, Bezerra de Menezes mereceu o cognome de O Médico dos Pobres .

Índice

Referências Bibliográficas

ABREU, C. O Primeiro Livro dos Espíritos de Allan Kardec - 1857. São Paulo: Companhia Editora Ismael, 1957.

_______, Bezerra de Menezes. São Paulo: Edições FEESP, 1987.

DOYLE, A. C. The History of Spiritualism - Vol I. Australia: Projeto Guttemberg, 2003. Disponível em: http://gutenberg.net.au/ebooks03/0301051.txt.


KARDEC. Obras Póstumas (Coleção das Obras Completas de Allan Kardec - Volume XIX). São Paulo: EDICEL, 1976.

KLOPPENBURG, B. FREI. Espiritismo - Orientação para Católicos. 6.a ed. São Paulo: Edições Loyola, 1997

PAULO VI, PAPA. Constituição Dogmática Lumen Gentium sobre a Igreja. In: A Santa Sé. Disponível em: http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_const_19641121_lumen-gentium_po.html. Acesso em 8 de agosto de 2006.

WANTUIL, Z.; THIESEN, F. Allan Kardec. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 1979

WIKIPEDIA. Guerras do Ópio. In: Wikipédia - A Enciclopédia Livre. Disponivel em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerras_do_%C3%93pio. Acesso em 9 de agosto de 2006.

Índice

 ° QUESTÕES & COMENTÁRIOS


Material em vídeo sobre Jerônimo Mendonça?, Cássio, Brasil

Boa tarde, colegas.
 
Gostaria de saber se é possível divulgar entre os participantes do GEAE se alguém, por um acaso, tem algum material em vídeo para disponibilizar referente ao colega espírita Jerônimo Mendonça, de Ituitaba/MG (que desencarnou em 1989).
Sds
 
Cássio

Índice

Uma pequena correção no texto sobre Raphael Gurgel, Amorim, Brasil

Ademir, bom dia!

Na reportagem sobre Raphael Gurgel (Boletim 516) notei uma imprecisão: cita-se o contato de Raphael com Roberto Ayelo na visita a presidiários. Acredito ter acontecido algum desencontro, pois era Gilberto Ayelo o responsável por esse trabalho na Penitenciária do Estado. À época ele era, também, membro da USE Distrital Santana, e dispunha de dois horários na Rádio Boa Nova, e o conhecemos pessoalmente e convivemos por vários anos, por também dispormos de horário no mesmo dia (domingo), que permanece até hoje, com o programa Momento Espírita, da USE (12:30h às 14:00h, domingos, pela atual Rede Boa Nova de Rádio- está também convidado a conhecer). Creio adequadamente fundamentada a observação.


Saudações fraternais,
Amorim
________________

Senhores,

De fato ocorreu um lamentável engano meu - o nome correto é Gilberto Ayelo.
 
Tem toda razão Sr Amorim ao corrigir-me - grato pela intervenção.
 
Em contato com Yara, filha do Raphael, ela confirmou a informação e acrescentou que algumas vezes o Raphael participou do programa de rádio na Boa Nova. No restante, a biografia encontra-se correta.
 
Peço desculpas pelo engano e anexo o texto com a correção necessária*.
 
Grato,
José Ricardo B Cunha
 
* Vamos corrigir a cópia do Boletim 516 disponível no site do GEAE (Editor GEAE).

Índice

° PAINEL

A primeira WebTV Espírita do mundo

Espíritas do mundo inteiro agora podem assistir a uma programação essencialmente doutrinária e interagir na primeira WebTV Espírita do planeta. Desde o dia 1 de agosto de 2006 está no ar a tvcei.com. A emissora ainda está em fase de teste, mas já é pioneira: inaugura a mais nova mídia na divulgação do Espiritismo. Para assistir, basta acessar o endereço www.tvcei.com

 

A  WebTV é uma televisão interativa pela Internet. A principal vantagem é o conforto: o telespectador pode assistir à programação em sua casa, no trabalho, em horários alternativos. É necessário apenas ter acesso à Internet. Além de oferecer as opções de assistir a programas gravados e ao vivo, a WebTV permite ao telespectador optar por ver os programas em um aparelho de televisão (veja no site da tvcei.com como fazer a adaptação). Outra vantagem é a possibilidade de retransmissão da programação em um telão. Com isso, é possível fazer a exibição de programas nos Centros Espíritas ou em eventos. Com excelente qualidade de imagem.

 

A tvcei.com é uma iniciativa do Conselho Espírita Internacional – instituição resultante da união, em âmbito mundial, das Associações Representativas dos Movimentos Espíritas Nacionais, de mais de 30 paises. Atualmente, a sede do CEI é em Brasília, Brasil.

 

A programação diária da tvcei.com está disponível no portal www.tvcei.com e é composta por palestras e por diversos programas espíritas feitos por instituições e pessoas físicas de todo o Brasil. Ao acessar o portal, abre-se um player (visor) que disponibiliza dois canais de transmissão:

 

Canal 1 (24 horas no ar – Material Gravado)

Canal com programas de TV espíritas, palestras, filmes, vídeo-aulas, conteúdos exclusivos e vídeos históricos, inclusive em outros idiomas (espanhol, francês, inglês, italiano, etc.)

 

Canal 2 (Ao vivo)

Dedicado à transmissão de eventos e palestras ao vivo, tanto do Brasil como do exterior, com a possibilidade de usar uma sala interativa (Chat), para fazer perguntas ou enviar mensagens aos conferencistas, que podem responder em tempo real.


Além dos canais, a tvcei.com conta com uma agenda de eventos: congressos, seminários e workshops que serão transmitidos a partir de diversos Estados ou países contando com a participação de diversos palestrantes entre eles: Divaldo Franco e Raul Teixeira. A emissora também, oferece uma seção de vídeos para download que têm a opção de ser vistos em tela cheia.

 

A programação da tvcei.com é inteiramente gratuita e dirigida a todas as pessoas interessadas em conhecer a Doutrina Espírita. O Conselho Espírita Internacional solicita a todos os companheiros espiritistas que divulguem a tvcei.com. Nesta fase de teste, a equipe espera receber as avaliações sobre a qualidade da imagem. Para isso, basta acessar o site www.tvcei.com ou escrever para o e-mail: tvcei@tvcei.com

 

Una-se a tvcei.com - Uma nova era na divulgação do Espiritismo!

 

Equipe Multimídia do CEI

Av. L2 Norte, Q. 603, conj. F
Brasília - DF - Brasil - 70830-030
+55 (61) 2101-6170


Índice


Novo livro de Eduardo Carvalho Monteiro, CCDPE, Brasil

Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo (CCDPE)
lança mais novo livro do pesquisador Eduardo Carvalho Monteiro

 



Muitos não sabem quem foi o Marechal Ewerton Quadros. No entanto, a falta deste reconhecimento não tira a importância do seu trabalho para o movimento espírita.

Ewerton Quadros foi o primeiro presidente da Federação Espírita Brasileira (FEB), tendo participado ativamente de sua fundação. Sua história confunde-se com a dos primórdios do Espiritismo no Brasil.

Dotado de grande sensibilidade mediúnica, presenciou inúmeras manifestações do Plano Espiritual, relatadas em periódicos da época e transcritas na obra.

Além de textos de sua autoria, o livro traz inúmeras psicografias, dando mostras da dedicação do Marechal à causa espírita.

O livro Marechal Ewerton Quadros é uma obra de destaque dentre as que retratam o início da Doutrina no Brasil; é mais um fruto do criterioso trabalho do historiador Eduardo Carvalho Monteiro, pesquisador da história do Espiritismo e idealizador do Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo (CCDPE-ECM), que hoje leva seu nome, em homenagem póstuma.

Livro:
Marechal Ewerton Quadros (Primeiro Presidente da Federação Espírita Brasileira)
Edição conjunta CCDPE e Editora EME (www.editoraeme.com.br)
Autor: Eduardo Carvalho Monteiro
14 x 21 - 190 páginas - 30 ilustrações - preço de capa R$18,00

Para adquirir o livro:
Entre em contato pelo telefone: (011) 5589-0604 (Júlia) 3864-3601 (Geraldo), ou pelo e-mail: ccdpe@uol.com.br/ www.ccdpe.org    (Localização: Alameda dos Guaiases, 16 - Planalto Paulista, São Paulo/SP)

Informações para imprensa:   
Camila de Andrade - Diretora de Comunicação
Isabel Vitusso - Diretora Adjunta
Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo
Tel.: (11) – 6976-9724/ 6973-2352
E-mail – camila@porthia.com.br/ vitusso@correiofraterno.com.br
Site: www.ccdpe.org

Índice


GRUPO DE ESTUDOS AVANÇADOS ESPÍRITAS

O Boletim GEAE é distribuido por e-mail aos participantes do Grupo de Estudos Avançados Espíritas
Inscrição/Cancelamento - inscricao-pt@geae.inf.br

Informações Gerais - http://www.geae.inf.br/pt/faq
Conselho Editorial - editor@geae.inf.br
Coleção dos Boletins em Português - http://www.geae.inf.br/pt/boletins
Coleção do "The Spiritist Messenger" - http://www.geae.inf.br/en/boletins
Coleção do "Mensajero Espírita" - http://www.geae.inf.br/el/boletins