Ano 14 Número 516 2006



15 de junho de 2006


"Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão, 
face a face,
em todas as épocas da humanidade"

Allan Kardec



 ° EDITORIAL

Melindre e Desilusão





 ° ARTIGOS

Raphael Gurgel - O Espiritismo nos Presídios, José Ricardo Basilio da Cunha, Brasil

Fenômenos psico-físicos de natureza espiritual, Nubor Orlando Facure, Brasil





 ° HISTÓRIA & PESQUISA

Cronologia Espírita










 ° QUESTÕES & COMENTÁRIOS

Reencarnação de Emmanuel, Alvaro Justi, Brasil





 ° PAINEL

AÇÃO 2.000 - A Visão Espírita da Notícia, ADE-SP, Brasil


Dia Nacional da Imprensa Espírita, ABRADE, Brasil

O Aborto: Aspectos Jurídico, Médico e Espiritual, IPEPE, Brasil






 ° EDITORIAL

Melindre e Desilusão

Minha terceira máxima era a de procurar sempre antes vencer a mim próprio do que ao destino, e de antes modificar os meus desejos do que a ordem do mundo; e, em geral, a de habituar-me a acreditar que nada existe que esteja completamente em nosso poder, salvo os nossos pensamentos, de maneira que, após termos feito o melhor possível no que se refere às coisas que nos são exteriores, tudo em que deixamos de nos sair bem é, em relação a nós, absolutamente impossível. E somente isso me parecia suficientemente para impossibilitar-me, no futuro, de desejar algo que eu não pudesse obter, e, assim, para me tornar contente. René Descartes – Discurso sobre o Método (1637)

Frequentemente somos atacados por esses problemas... Infestam eles instituições, lares e organizações públicas ou privadas, como praga psicológica que debilita o andamento de trabalhos e a conquista de objetivos traçados a muito custo. Geram surdas revoltas que acabam por explodir mais a frente com patente mal estar entre todos. O indivíduo por eles atacado muitas vezes não reage de imediato, mas sua descida na zona da falta de ação ou vácuo de boa vontade acaba se somando a outras forças negativas que comumente trabalham contra tais instituições, lares, organizações e empresas.

Qual a sua causa? Nasce da tentativa que fazemos de projetar nossos desejos e expectativas internas sobre o mundo exterior. Quando esse mundo não reflete essas expectativas ou quando ele francamente nos coloca em posição contrária, o melindre surge, o que nos leva a rejeitar ou classificar como indignos ou inapropriados esses aspectos externos.

É pela mesma força que gera o melindre que escolhemos as situações ou as pessoas com as quais vamos estar em contato, simplesmente escolhemos aquelas que sejam mais convenientes a nossa expectativa ou ânsia de projeção. Qual é o motor que alimenta essa força? Fácil ver que se trata do orgulho...

No melindre, a reação tem caráter negativo, pois leva ao combate sistemático ou não na tentativa infrutífera de fazer valer essa visão inicial, o que gera por sua vez situações pouco compreensíveis do ponto de vista daqueles que estão a nossa volta.

Na desilusão não há força reativa, pois não nasce de uma projeção ativa de nossos desejos no exterior, mas sim de um ponto de vista errôneo, de uma visão interna equivocada a respeito de situações ou contextos exteriores. Na desilusão sofre o indivíduo por ver-se de repente preso a realidade muito diferente daquela previamente imaginada.

Tanto em um caso como em outro, o verdadeiro culpado é o indivíduo que falha em perceber o mundo que o cerca, que acredita poder modificá-lo a toda força, para além de suas próprias forças, quase sempre em período de tempo incompatível com o verdadeiro fluxo de causas e efeitos que caracteriza a realidade.

“Nada existe que esteja completamente em nosso poder, salvo nossos pensamentos”, afirmou o famoso filósofo francês. Essa é também uma regra áurea para a conquista da felicidade na Terra. O mundo segue de maneira independente e somos apenas convidados a dar nossa contribuição, se necessária, completamente inconscientes das reações ou conseqüências dessas ações.

Ao encetar qualquer obra, dar início por comando próprio a qualquer iniciativa, importa saber separar os objetivos claros à mente num momento inicial, de todos os detalhes e das vias tortuosas necessárias para que o objetivo seja cumprido. Importa igualmente medir todas as possibilidades e recursos disponíveis a fim de que o objetivo seja alcançado. Se esses recursos forem inexistentes ou imaginários, é pouco provável que os correspondentes objetivos sejam realizados. A causa do malogro deve ser imediatamente identificada, e novos objetivos, mais condizentes com os recursos, devem ser traçados.

Antes de mais nada, importa separa o mundo interno do externo. Compreender que o mundo que existe continuará a existir sem dependência de nossos desejos e aspirações é de fundamental importância para combater as reações do melindre ou da desilusão.

Ademir
Editor GEAE

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 ° ARTIGOS

Raphael Gurgel - O Espiritismo nos Presídios, José Ricardo Basilio da Cunha, Brasil


Raphael Justino Gurgel Encarnação nasceu na capital paulista em 14 de agosto de 1938.

Filho de José Justino Encarnação e de Dona Ruth do Amaral Gurgel Encarnação, casou-se em 1959 com Dna Maria Aparecida dos Santos Encarnação com quem teve seis filhos. Foi avô de dez netos, que o presentearam com três bisnetos.

Aluno em colégio de padres, sua formação religiosa foi católica.

Teve problemas com o álcool e outros distúrbios graves na saúde, que culminaram com a sua aposentadoria por invalidez, como Carteiro, nos Correios.

Com o tempo foi buscar ajuda. De lugar em lugar, conheceu a Federação Espírita do Estado de S. Paulo com o Sr. Silvio Pelicano. Tratou-se também no Instituto de Laborterapia de São Paulo, conseguindo afastar-se definitivamente do álcool.  Uma vitória!.

Foi então que se tornou Espírita.

Mais tarde, por volta de 1974, conheceu o Sr. Gilberto Ayelo, espírita idoso que trabalhava divulgando o Espiritismo na Penitenciária do Estado de S. Paulo (P.E.) que o convidou para fazer parte da equipe. Na PE, Raphael freqüentou junto aos presos aulas de pintura, inglês, desenho, etc. Fez muitas amizades entre os detentos, o que facilitou a propagação da Doutrina no ambiente carcerário.

O Sr. Ayelo, já com idade bem avançada, transferiu a tarefa espírita da PE para Raphael, que assumiu com muita naturalidade e responsabilidade a nobre missão.

Raphael visitava diariamente o presídio. Era prazeroso conversar com os presos em suas celas, participar de suas vidas, conhecer suas famílias, seus problemas, suas mágoas, seus projetos, sem se importar com a religião ou com a índole do preso. Ia a todas as festas e comemorações dos presos. Acompanhava o andamento dos processos dos detentos e ajudou sempre que possível, sem comprometer-se com o regulamento interno.

Visitou outros presídios pelo Estado de S. Paulo e até da Bahia. Conquistava rapidamente a simpatia dos presos e dos funcionários dos presídios.

A campanha do Livro Espírita era seu ponto forte. Levava sempre muitos livros onde fosse. Dizia sempre: ”O melhor presente que se pode dar a alguém é um bom livro”.

O entrosamento de Raphael com os detentos era muito natural. A sua maneira de evitar confrontos era inusitada. Certa ocasião, Raphael almoçava com um grupo de presos quando um deles, um pouco afastado, demonstrou estar insatisfeito com a comida e jogou violentamente o prato no chão. Tal atitude gerou uma reação imprevista em um outro colega seu que, já não sendo muito seu amigo, partiu para “furar” o companheiro. Raphael (que falava a linguagem dos presos) na mesma hora com seu jeito meio paternal e “malandro” sussurrou ao ouvido do agressor: ”Deixa pra lá meu irmão... a atitude desse cara não merece uma bala !!“.  Surtiu o efeito que ele queria!!.  Nada ocorreu entre eles!. Raphael tinha moral (na linguagem dos presídios – era respeitado).

Em 2003, com o processo de desativação da PE, começou a trabalhar na Penitenciária Parada Neto (Guarulhos-SP), município vizinho à capital paulista, onde já havia um pequeno grupo espírita implantado. A integração foi imediata. Muitas experiências foram trocadas e o ganho foi de todos.
 
Muitos presos, já conhecidos de Raphael na PE, estavam agora participando do novo grupo. Entre eles Luiz do Vale, detento antigo do sistema, coordena a divulgação do Espiritismo entre outros colegas presos até hoje já ao final de sua longa sentença.

A aceitação do Espiritismo nas prisões é algo impressionante!. Os presos querem questionar, querem saber, querem formular sem censura suas perguntas e questionar os textos lidos o que é mais difícil em outras religiões, devido aos dogmas. A Doutrina encaixa-se como uma luva ao presidiário. Raphael entendia-os só pelo olhar. Ficava muitas vezes para almoçar com os detentos nas celas - vivia a vida delas, ou dos “barracos” com são conhecidas nos presídios.

Almoçava com os funcionários também. Conhecia os diretores de cada área. Adentrava às prisões como se fosse um convidado especial. E era mesmo, hoje eu sei...

Quando um preso conhecido ia ganhar liberdade, Raphael fazia questão, caso ele quisesse, de buscá-lo na saída.  Em todos os momentos possíveis, lá estava Raphael apoiando o detento.

Cada dia que Raphael entrava na Penitenciária levava, como disse antes, uma pilha de livros o que acabou por compor, junto com outras obras já existentes, uma bela biblioteca espírita com acesso a todos os presos daquela unidade.

Raphael tinha uma visão panorâmica da vida. Nunca teve receio do seu trabalho nos presídios. Sabia que, acima de tudo, estava Deus a lhe garantir os meios. Não podia ficar parado, fazendo da Doutrina uma bela teoria. A pratica o encantava e realizava.

Com sua filha Yara, iniciou em 2004, um Curso de Pintura muito disputado no presídio. Quadros e mais quadros foram produzidos com os parcos recursos angariados por eles mesmos. A ajuda do Estado é quase nula, mas a satisfação de ver as mentes esclarecidas com os ideais espíritas e com o trabalho é algo indescritível – a felicidade estava ali mesmo. Raphael sabia disso.

Em 2005 veio uma notícia fatal: Raphael tinha câncer bucal. Precisava ser operado. Não devia esperar mais. A cirurgia em si correu bem, mas durante a sua saída da anestesia geral, houve uma parada respiratória que o levou ao desencarne em 22 de abril do mesmo ano.

Raphael Gurgel tem consigo a lembrança dos corações aquecidos com as ações junto aos seus irmãos nas situações mais árduas de suas vidas terrenas.
 
Temos certeza absoluta que bons amigos o cercam.

Raphael – Homem de bem, de bom caráter e de proceder gentil e modesto. Dotado de distinta e larga sabedoria, era o bom humor encarnado. A humildade e a simplicidade com que ele encarava os problemas da vida me impressionavam!!!” – Moacir Ambrózio, presidiário.

Autor e organizador:

José Ricardo Basilio da Cunha
Obs: Com a preciosa e imprescindível colaboração de Yara Gurgel, Luiz do Vale, o estímulo de Carlos Iglesia e de outros amigos.

__________________________

Nota do Autor:

Nosso trabalho prossegue...

Você que leu esta biografia poderá fazer parte dela ao colaborar com livros.

A coleta de livros espíritas destinados aos presídios poderá ser feita através da Yara, filha de nosso companheiro Raphael. Livros podem ser enviados (em qualquer quantidade) para o seguinte endereço:

Yara Gurgel
Caixa Postal 10
Poá – S. Paulo-SP
CEP 08550-970

Epístola aos Hebreus 13:

"Permaneça o amor fraternal. Não vos esqueçais da hospitalidade, porque por ela alguns, sem o saberem, hospedaram anjos. Lembrai-vos dos presos, como se estivésseis presos com eles, e dos maltratados, como sendo-o vós mesmos também no corpo."

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Fenômenos psico-físicos de natureza espiritual, Nubor Orlando Facure, Brasil

2ª Parte

A fixação do pensamento

A neurofisiologia sugere que o pensamento é um processo contínuo que se expressa na atividade dos neurônios do cérebro. Nossas idéias nascem a partir de estímulos externos que atingem os órgãos dos sentidos ou por mecanismos internos de percepção e memórias acumuladas no decorrer da vida. 

O neurônio foi identificado como célula fundamental a partir do momento que técnicas de coloração permitiram o reconhecimento da sua estrutura. Quando Camillo Golgi em 1873 usou uma tintura de prata para corar o cérebro, foi possível perceber que alguns neurônios se impregnavam com essa coloração revelando o corpo celular e seus prolongamentos, inaugurando, a partir daí, uma revolução extraordinária no conhecimento do cérebro.

Nessa mesma época (final do século XIX), Franz Nissl, consegui corar os neurônios com o violeta de cresil, descobrindo no citoplasma o amontoado de uma substância de aparência “tigroide” que ficou conhecida como “corpúsculos de Nissl”. Os estudos atuais revelaram que esses corpúsculos correspondem a uma estrutura membranosa denominada Retículo Endoplasmático Rugoso que tem a função de construir proteínas dentro dos neurônios. Algumas dessas proteínas farão parte das membranas celulares e outras participarão de enzimas que atuam na produção de neurotransmissores.

A membrana que reveste os neurônios é formada por duas camadas de uma substância gordurosa fosfolipídica. Essa camada é impermeável, isolando o conteúdo interno dos neurônios dos fluidos extracelulares. Ela é, porém, interrompida por “portões” de proteínas que constroem os canais que permeabilizam as membranas. É através desses canais de constituição protéica que entram ou saem íons e substâncias que afetam a atividade dos neurônios (sódio, potássio, cálcio, neurotransmissores, tranqüilizantes, antidepressivos e drogas como a cocaína, para citar exemplos mais conhecidos).

Por outro lado, as enzimas são indispensáveis para a produção dos neurotransmissores que realizam toda  transmissão da informação entre os neurônios.

Pode-se depreender que os corpúsculos de Nissl, estando diretamente ligados a produção de proteínas, exercem um papel  fundamental na fisiologia cerebral.

André Luiz, em psicografia de 1958  (Evolução em dois Mundos), destacou a importância dos corpúsculos de Nissl ensinando que aí a mente fixa seus propósitos transmitindo pelo pensamento as idéias que o Espírito projeta no cérebro. A partir das percepções dos sentidos, o Espírito renova suas idéias, projeta na rede de neurônios sua energia que resulta em pensamentos capazes de se adequarem no cérebro, produzindo nossos atos.
 

Um neurônio, em constante atividade, vai expandindo suas sinapses fixando o aprendizado que a experiência vai lhe fornecendo. Em cada sinapse, se ajustam os canais de transporte químico fundamentais à troca de informações entre os neurônios. Tanto esses canais, como os neurotransmissores, são construídos a partir de proteínas montadas, principalmente, dentro dos corpúsculos de Nissl. Portanto, afirmar que o Espírito exerce atuação direta nos corpúsculos de Nissl, como ensinou André Luiz, nos permite supor que  é o Espírito que em última análise constrói o tipo de neurônios que estrutura o cérebro de cada um de nós.

A coesão da população celular

O organismo humano é formado por mais de 300 trilhões de células em constante renovação. Os diversos órgãos que o compõem se estruturam em diferentes camadas de tecidos que reúnem células típicas e variadas. Temos em nosso corpo para mais de 250 tipos diferentes de células, incluindo os neurônios, as células da glia que sustentam o cérebro, os hepatócitos, as células musculares, as gordurosas, as epiteliais que revestem a pele e assim por diante.

A Ciência atribui ao programa impresso no genoma todo esse projeto de distribuição e organização do gigantesco universo celular que constrói nosso corpo. Falta-nos, entretanto, uma teoria adequada ao gigantismo dessa tarefa, já que, só de neurônios temos dezenas de tipos morfológicos, num total de 100 bilhões de células, exigindo conexões sinápticas que ultrapassam a trilhões de ligações absolutamente precisas. Precisamos lembrar que no útero materno o embrião constrói 250 mil neurônios por minuto. Torna-se uma tarefa espantosa para os poucos 33 mil genes que trazemos como patrimônio genético.

A doutrina espírita ensina que o molde que nos estrutura o corpo físico é função do perispírito que nos ajusta ao mundo espiritual. Estão nesse perispírito todos os traços que identificam nosso mundo mental. Entretanto, a feição física que aparentamos e os estigmas de doenças que nos marcam não se reproduzem como uma cópia fotográfica fiel do nosso perispírito. As pessoas de aparência simples mas de Espírito nobre irradiam uma tessitura espiritual que se sobressai diante das imagens de beleza que a mídia costuma dar destaque, especialmente para o corpo feminino. A presença de deformidades físicas está ligada aos nossos méritos e necessidades, adequadas aos débitos pretéritos que acumulamos, mais do que a aparência do perispírito. Nem sempre os aleijões acompanharão o Espírito após a desencarnação.

Allan Kardec sugere que o conhecimento do perispírito tem muito a colaborar com a Medicina para esclarecimento de nossas doenças. Mas recorremos de novo a André Luiz para nos surpreender com suas revelações. Ele ensina que pela atuação de nossa mente, mantemos coesas as trilhões de células que compõem o nosso corpo. Essa atividade dá às nossas atitudes uma responsabilidade enorme no compromisso que temos em zelar pelo nosso equilíbrio físico. Porém, as surpresas não param por aqui. André Luiz afirma que cada uma dessas células é um universo microscópico onde estagia o princípio inteligente, constituindo cada célula que abrigamos em nosso corpo uma unidade com individualidade própria, sobre as quais temos imensa responsabilidade de sustentar e conservar. São “Almas” irmãs, que em estágio primitivo, percorrem conosco as lutas da vida física, emprestando ao Espírito humano a dádiva do seu metabolismo.

Os centros de força

A cultura milenar do oriente registra em seus livros sagrados a existência de centros de força ou chacras, de localização constante no corpo espiritual de todos nós. Eles se localizam no cérebro e em plexos distribuídos pelo nosso corpo nas regiões da laringe, do estômago, do baço, do plexo celíaco relacionado com o trato digestivo e região genital.

São em número de dois no cérebro, o chacra cerebral localizado na região frontal e o chacra coronário nas regiões centrais do cérebro.

Os lobos frontais passaram por um processo extraordinário de expansão quando se iniciou a evolução do ser humano na Terra. O lobo frontal é a região que mais nos distingue do cérebro de um chimpanzé. Estão relacionados com nossos pensamentos abstratos, com nossa capacidade de classificar os objetos, de organizar nossos atos e programar nosso futuro. Sem o lobo frontal o homem se torna irresponsável, perde a capacidade de organizar as coisas num ambiente, deixa de se preocupar com os outros, pode se tornar jocoso e não percebe a gravidade da situação em que vive. É o lobo frontal o que mais nos torna humanos.

André Luiz nos diz que o Chacra cerebral, de localização frontal nos permite estar em união com as esferas mais altas que direcionam nossos destinos na Terra. Através da oração, projetando a súplica piedosa ou o agradecimento sincero, mantemos contato com os seres sublimes que nos orientam e protegem.

Na região coronária podemos apontar três níveis estratificados anatomicamente. O córtex, os núcleos da base e o diencéfalo. O córtex cerebral da região coronária, se relaciona com a atividade motora que nos facilita os movimentos voluntários. Nos núcleos basais (tálamo, putamem, globo pálido e caudado) são organizados nossos movimentos automáticos, que nos permitem realizar a respiração, a deglutição, a mastigação e a marcha, para citar exemplos fáceis de compreendermos. E, finalmente, o diencéfalo reune um agrupamento de células que desempenham papel importantíssimo no controle de nossas funções metabólicas, intimamente associadas a nossa sobrevivência. No hipotálamo, que compõe parte importante do diencéfalo, são produzidas dezenas de substâncias que controlam a atividade das nossas glândulas, funcionando como estimuladores da produção de hormônios na hipófise, na tireóide, na supra-renal, nos ovários e nos testículos entre tantas outras glândulas.

André Luiz ensina que no chacra coronário estão situadas as forças que mantém em equilíbrio a atividade dos trilhões de células que obedecem nosso comando mental, mantendo a forma e as funções do nosso corpo físico.

Os milhares de anos que nos separam do espiritualismo oriental não trouxeram maiores esclarecimentos à Ciência Médica, que não consegue identificar em seus fundamentos qualquer sinal da existência dos chacras. Mesmo assim, convém considerarmos alguma hipótese para tentarmos relacionar os chacras com a atividade cerebral. É clássico estudarmos o cérebro em seu aspectos modulares destacando as funções motoras, sensoriais, linguagem, memória, cálculo, emoções entre tantos outros. Essas atividades são processadas por circuitos limitados a uma determinada área cerebral. Existe, porém, um outro arranjo funcional que a neurologia destaca como um conjunto de agrupamentos neurais que exercem sua ação de modo difuso, incluindo múltiplas vias neurais e suas áreas de repercussão. É o caso, por exemplo, dos sistemas de ativação ascendente que tem a propriedade de nos manter alertas ou em pleno sono.

De maneira simplificada, podemos considerar pelo menos três sistemas de atuação global, habitualmente rotulados de “sistemas modulatórios de projeção difusa”.  O sistema hipotálamo-secretor, o sistema neurovegetativo e o sistema de relação com neurotransmissores como o dopaminérgico, o seratoninérgico e o noradrenérgico, estando os três fortemente relacionados com transtornos mentais diversos. São eles que, nesse artigo, queremos sugerir, como hipótese, estarem relacionados com os chacras cerebral e coronário.

Considerando os chacras que se expressam no cérebro, podemos notar sua coincidência com os “sistemas de atuação difusa”. No chacra frontal, predomina o sistema dopaminérgico responsável pela expressão do pensamento abstrato e insersão na realidade física. Doenças como a epilepsia e as demências frontais levam a uma deteriorização da mente desses pacientes que se tornam completamente dissociados do mundo físico em que vivemos. Na região do chacra coronário, vimos o significado do controle endócrino realizado pelo eixo diencéfalo-hipofisário. Essa atividade glandular orquestrada é indispensável para a manutenção do nosso metabolismo, sem o qual a vida nos seria impossível.

(continua no próximo Boletim)

Índice

° HISTÓRIA & PESQUISA

(Seção em parceria com a "Liga de Historiadores e Pesquisadores Espíritas")

Cronologia Espírita

(Compilação de datas siginificativas para o Movimento Espirita iniciada no Boletim 505)

Primeiro Capítulo

1795-1856 Prof. Rivail e sua Época

Lista de Eventos

1855

Cadiz, Espanha

O historiador e político espanhol Mario Méndez Bejarano (1857-1931) menciona em sua "Historia de la filosofía en España hasta el siglo XX" (1927) que a primeira sociedade espiritista espanhola foi criada em Cadiz em 1855. Esta sociedade foi dissolvida em 1857 por pressão das autoridades eclesiásticas.

Talvez se trate do mesmo grupo que Kardec menciona na Revista Espírita de Abril de 1868 (O Espiritismo em Cadiz, em 1853 e 1858). Ele menciona que já conhecia de muito tempo a existência do grupo de Cadiz e que em 1867 uma pessoa desse grupo visitou Paris. As reuniões de estudos dos fenômenos mediunicos e das comunicações dos espíritos, vinham ocorrendo de forma regular desde 1853. Kardec ainda informa que os espíritas de Cadiz reivindicavam para sua cidade a honra de ter sido uma das primeiras, senão a primeira na Europa, a possuir uma reunião espírita constituida. A reivindicação era apoiada por um livro impresso em Cadiz em 1854.

O mesmo artigo da Revista Espírita traz trechos de comunicações obtidas em Cadiz em 1853 através de uma "mesa girante" (uma pequena mesa de três pés que com seu movimento indicava as letras do alfabeto).

BEJARANO, 2000
KARDEC, 1976 [1]

New York, Estados Unidos


O Prof. Emérito de quimica da Universidade de Pensilvânia, Dr. Robert Hare (1781-1858), publica o livro "Experimental Investigation of the Spirit Manifestations" (Investigação experimental das manifestações de espíritos) com uma cuidadosa pesquisa sobre os fenômenos mediúnicos. O Dr. Hare começou suas pesquisas com a expectativa de provar que os fenômenos eram falsos, mas chegou a provas conclusivas de sua veracidade.

Os dados completos do livro são:

"Experimental investigation of the spirit manifestations, demonstrating the existence of spirits and their communion with mortals. Doctrine of the spirit world respecting heaven, hell, morality, and God. Also, the influence of Scripture on the morals of Christians. by Robert Hare."
Hare, Robert, 1781-1858.
New York: Partridge & Brittan, 1855.

DOYLE, 2003
HARE, 1855
ISS, 2006

Yorkshire, Inglaterra

Em
Keighley (Yorkshire) começa a publicação do primeiro jornal dedicado ao Espiritualismo Moderno na Inglaterra: THE YORKSHIRE SPIRITUAL TELEGRAPH.

DOYLE, 2003
WIKIPEDIA, 2006

Início de 1855
Paris, França

Um velho amigo do Prof. Rivail, o Sr. Carlotti, lhe fala com entusiasmo dos fenômenos de mesa girante. Ele foi o primeiro a falar para o Prof. Rivail sobre a intervenção dos espíritos no fenômeno. Ele lhe contou tantas coisas surpreendentes que, em vez de convencê-lo, aumentou suas duvidas.

KARDEC, 1976 [2]

9 de Abril de 1855

Liverpool, Inglaterra

O médium americano Daniel Dunglas Home (1833-1886) chega a Liverpool na Inglaterra. A mudança foi feita por recoendação médica devido ao seu estado de saúde, bastante debilitado por uma infecção pulmonar.

DOYLE, 2003
EDMONDS, 1979
HOMES, 1864


Maio de 1855
Paris, França

O Prof. Rivail presencia pela primeira vez o fenômeno das mesas girantes. A reunião foi na casa da Sra. Plainemaison, à rua Grange-Batelière, n° 18. Posteriormente ele registrou:

"Ali, pela primeira vez, fui testemunha do fenômeno das mesas que giravam, saltavam e corriam, em condições tais que não me era possível haver mais dúvidas. Presenciei igualmente alguns ensaios, bastante imperfeitos, da escrita mediúnica numa ardósia, com o auxílio de uma cesta. Minhas idéias não estavam ainda definidas, mas ali estava um fato que devia ter uma causa. Entrevi, debaixo da aparente futilidade e da espécie de diversão que faziam com aqueles fenômenos, algo de sério e como que a revelação de uma nova lei que prometi a mim mesmo investigar a fundo" (Minha primeira iniciação no Espiritismo - Obras Póstumas).

A presença do Sr. Rivail foi combinada alguns dias antes, quando a Sra. Plainemaison e o Sr. Pâtier lhe falaram sobre os fenômenos e o convidaram para assistir as experiências que realizavam. O Prof. Rivail era um estudioso do Magnetismo e o convite se deu na casa da Sra. Roger. Ela entrava no estado de sonambulismo por ação do magnetizador Sr. Fortier, o mesmo que no ano anterior já havia falado das mesas girantes para o Prof. Rivail.

Rivail voltou a assistir outras experiências com a mesa girante na casa da Sra. Plainemaison e foi numa dessas reuniões que veio a conhecer a família Baudin. Os Baudin realizavam reuniões semanais em sua residência, onde recebiam comunicações e respostas a questões propostas. As mensagens eram escritas em uma ardósia com auxílio de uma pequena cesta onde o lapís era preso. As médiuns, as meninas Baudin, colocavam as mãos nas bordas da cesta e esta se movia escrevendo os textos. O processo, e o fato de algumas perguntas serem feitas mentalmente, excluiam a possibilidade de participação das médiuns na resposta. Os assuntos tratados nessas reuniões eram geralmente frivolos e se ocupavam de acontecimentos da vida material ou de acontecimentos futuros.

O Prof. Rivail, a convite do Sr. Baudin, passou a frequentar as reuniões em sua casa e foi ali que iniciou seus estudos sobre o Espiritismo. O espírito que habitualmente se comunicava nestas reuniões se apresentava como Zéfiro. Bem humorado e muito bom, ele dizia ser o protetor da família Baudin. Este espírito acompanhou as primeiras obras de Kardec até que avisou que se afastaria porque iria reencarnar.

Rivail aplicou aos fenômenos que observava o método científico e passou a direcionar as reuniões para temas mais sérios. Um dos primeiros resultados foi descobrir o fato de que os Espíritos não possuiam nem a suprema sabedoria, nem a suprema ciência. Seu saber era limitado ao seu grau de adiantamento e que sua opinião, tomada isoladamente, tinha o valor de uma opinião pessoal. Essa descoberta foi importante, pois evitou que o Prof. Rivail formasse teorias prematuras com base no que dizia um ou outro.

KARDEC, 1976 [2]
WANTUIL e THIESEN, 1979

11 de dezembro de 1855
Paris, França

O Prof. Rivail pergunta ao espírito Zéfiro se tem um espírito protetor e recebe a informação de que sim. Zéfiro não fornece maiores detalhes além de que esse espírito foi em sua existência terrena um homem justo e sábio. Em outra resposta Zéfiro informa que Rivail contribuiria para a propagação das verdades sobre o nosso destino futuro.

KARDEC, 1976 [2]

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Biografias


Daniel Dunglas Home



(fonte do texto: Wikipedia - http://pt.wikipedia.org/wiki/Daniel_Dunglas_Home)

Daniel Dunglas Home (20 de Março de 1833 - 21 de Junho de 1886) foi um espiritualista escocês, famoso durante sua vida pelos seus alegados poderes como médium e por sua relatada habilidade de levitar até várias alturas, esticar-se e manipular fogo e carvões em brasa sem se machucar. Ele conduziu centenas de sessões durante um período de 35 anos — às quais compareceram muitos dos mais conhecidos nomes do período Vitoriano — sem ter sido exposto de forma conclusiva ou pública como uma fraude.

Primeiros Anos de Vida

Daniel Home nasceu em Currie, próximo a Edinburgo. Ele alegava que seu pai era filho nautral de Alexander Home, 10o Conde de Home, e que sua mãe pertencia a uma família que se acreditava ser dotada de faculdade premonitória. Sobre o primeiro ponto pode haver alguma disputa, pois até que sua carreira florescesse como um médium na Inglaterra, seu sobrenome era sempre escrito como "Hume" e ele teve, na verdade, que negociar com o ministro da paróquia onde se casou o uso do seu sobrenome.

Quando fez nove anos, ele foi levado com sua tia e seu tio para os Estados Unidos. Em 1850 sua mãe morreu e em breve a casa de sua tia começou a ser perturbada com batidas semelhantes às que tinham ocorrido dois anos antes na casa das Irmãs Fox. Sua tia, com medo de o menino ter feito entrar o demônio, expulsou o jovem Home de casa, o que fez com que ele se visse vagando pelo país, parando nas casas dos amigos que queriam ver suas habilidades como médium. Esse modo de vida iria durar por mais de 20 anos, uma vez que ele nunca pediu dinheiro para as suas sessões, apesar de ter sempre vivido muito bem com os presentes, as generosas doações e a hospedagem que recebia de seus muitos admiradores ricos. Há aparentemente duas razões pelas quais Daniel Home se recusava a receber pagamento direto: a primeira é que ele se via como em uma "missão para demonstrar a imortalidade" e a segunda, a que ele queria interagir com seus clientes como entre um cavalheiro e outro e não como um empregado deles (Doyle 1926: volume 1, 186-190).

Sua Carreira na Europa

Em 1855, em uma viagem financiada por espiritualistas americanos, ele foi à Inglaterra. Ele é descrito nessa época como alto e magro, com olhos azuis e cabelo ruivo, vestido displicentemente e com uma séria doença pulmonar. Daniel Home fazia sessões para pessoas notáveis a plena luz do dia e produzia fenômenos tais como mover objetos à distância (Doyle 1926: volume 1, 188-192). Alguns dos primeiros convidados às suas sessões incluíam o cientista Sir David Brewster, os romancistas Sir Edward Bulwer-Lytton e Anthony Trollope, o socialista Robert Owen, e o Swedenborgiano James John Garth Wilkinson (Doyle 1926: volume 1, 193-195). Daniel Home parecia ter o talento de converter os mais céticos, mas Robert Browning, o poeta, provou ser mais obstinado. Browning compareceu a uma sessão e a seguir manifestou sua impressão no poema não elogioso Sludge the Medium (Lama o Médium), de 1864.

Sua fama cresceu, impulsionada particularmente pelos seus extraordinários feitos de levitação. William Crookes alegou saber de mais de 50 ocasiões nas quais Home tinha levitado, muitas das quais a uma altura de um metro e meio a dois metros do solo e "a plena luz do dia" (Doyle 1926: volume 1, 195-197). Talvez os feitos mais comuns fossem como esse, relatado por Frank Podmore: "Todos o vimos elevar-se do chão até uma altura de um metro e oitenta, ficar lá por cerca de dez segundos e, depois, descer vagarosamente" (Podmore 1902, p.254).

Nos anos seguintes ele viajou pela Europa continental, sempre como convidado de patrocinadores ricos. Em Paris ele foi convocado às Tulherias para desempenhar uma sessão para Napoleão III. Ele desempenhou para a Rainha Sofia da Holanda que escreveu sobre a experiência: "Eu o vi quatro vezes ... eu senti uma mão tocando a ponta dos meus dedos, vi um sino dourado pesado movendo-se sozinho de uma pessoa para outra, vi meu lenço mover-se sozinho e retornar para mim com um laço... Ele mesmo é um jovem pálido, doentio e bastante bonito mas sem uma aparência ou qualquer coisa que pudesse quer fascinar quer assustar alguém. É maravilhoso. Eu me sinto tão feliz de ter visto isso..."

Em 1866 a Sra. Lyon, uma viúva rica, adotou-o como filho e lhe concedeu £ 60.000, em uma aparente tentativa de obter ingresso na alta sociedade. Descobrindo que a adoção não tinha alterado sua situação social, ela se arrependeu do que havia feito e entrou com uma ação para obter de volta o seu dinheiro sob a alegação de que ele tinha sido obtido por influência espiritual. Sob a lei britânica, à defesa cabe o peso de provar contra nesses casos e provar contra era impossível por falta de evidências físicas. Concordantemente, o caso foi decidido contra Daniel Home, o dinheiro da Sra. Lyon foi devolvido e a imprensa aproveitou para ridicularizá-lo. É de se notar que os conhecidos de Daniel Home na alta sociedade entenderam que ele se havia comportado como um completo cavalheiro e ele não perdeu um único de seus amigos importantes (Doyle 1926: volume 1, 207-209).

Home encontrou-se com um dos amigos mais próximos em 1867, o jovem Lord Adare (mais tarde Windham Thomas Wyndham-Quin, o Quarto Conde de Dunraven and Mount). Adare ficou fascinado por Home e começou a documentar as sessões que eles fizeram. Uma das levitações mais famosas de Home ocorreu em uma dessas seções no ano seguinte. Diante de três testemunhas (Adare, o Capitão Wynne, e James Ludovic Lindsay (Lord Lindsay), Home teria levitado para fora de uma janela de um quarto em um terceiro andar e entrado de volta pela janela do quarto ao lado (Doyle 1926: volume 1, 196-197).

Home casou-se duas vezes. Em 1858 ele se casou com Alexandria de Kroll, a filha de 17 anos de uma família nobre russa. Eles tiveram um filho, Gregoire, mas Alexandria caiu doente com tuberculose e morreu em 1862. Em outubro de 1871, Home casou-se pela segunda vez com Julie de Gloumeline, uma rica senhora russa que ele conheceu em São Petersburgo. No correr dos fatos ele converteu-se à fé grega ortodoxa. Agora, com 38 anos ele se aposentou. Sua saúde estava mal – a tuberculose, da qual ele tinha sofrido pela maior parte de sua vida, estava avançando – e seus poderes, ele afirmava, estavam falhando. Ele morreu em 21 de junho de 1886 e foi enterrado ao lado de sua filha no cemitério de St. Germain-en-Laye. (Lamont, 2005 p. 222-223)

Fraude ou Genuíno?

De acordo com Arthur Conan Doyle, Home era raro pelo fato de possuir poderes em quatro tipos diferentes de mediunidade: voz direta (a habilidade de deixar os espíritos falarem de forma audível); psicofonia (a habilidade de deixar os espíritos falarem através de si); clarividência (a habilidade de se ver coisas que estão fora de vista); e mediunidade de efeitos físicos (mover objetos à distância, levitação, etc.-- o tipo de mediunidade no qual Home não tinha igual). Home suspeitava de qualquer médium que alegasse possuir faculdades que ele não possuia (tal como os Irmãos Eddy, que alegavam ter a habilidade de produzir formas sólidas de espíritos), e ele taxava esses médiuns como fraudulentos. Uma vez que os médiuns de materialização sempre trabalhavam em locais escurecidos, Home cobrava que todas as sessões fossem feitas à luz do dia (Doyle 1926: volume 1, 204-205). Home, no seu livro de 1877 Lights and Shadows of Spiritualism (Luzes e Sombras do Espiritualismo), detalhou os truques empregados por falsos médiuns.

O próprio Home, naturalmente, foi amplamente suspeito de fraude mas essa jamais foi comprovada (Doyle 1926: volume 1, 207). Frank Podmore (1910, 31-86 e 1902, 223-269) e Milbourne Christopher (1970, 174-187) apresentam uma particularmente rica fonte de especulação sobre as maneiras com as quais Home teria iludido seus assistentes. Alguns testemunhos sugerem que Home costumava conduzir suas demonstrações com luz fraca. São discutidas as condições de luz nos mais famosos feitos de levitação de Home, e certas testemunhas dizem que estava bem escuro. Podmore (1910, p. 45) registra que Home tinha um companheiro constante que sentava do lado oposto a ele durante as suas sessões.

Entre 1870 e 1873, William Crookes conduziu experimentos para determinar a validade dos fenômenos produzidos por três médiuns: Florence Cook, Kate Fox e D.D. Home. O relatório final de Crookes em 1874 concluiu que os fenômenos produzidos pelos três médiuns eram genuínos (Crookes 1874), um resultado que foi alvo de deboche pelo establishment científico (Doyle 1926: volume 1, 230-251). Crookes registrou que ele controlou e segurou Home colocando seus pés encima dos dele (Crookes, 1874). Esse método de controle com os pés provou ser inadequado quando usado com Eusapia Palladino. Ela simplesmente deslizava seu pé para fora e para dentro de seu resistente sapato.

Alexander von Boutlerow, professor de química da Universidade de São Petersburgo e cunhado de Home, também obteve resultados positivos em seus testes com Home. (Lamont, 2005 p. 222)

Ligações Externas Referências
  • Crookes, William. 1874. "Notes of an Enquiry into the Phenomena called Spiritual during the Years 1870-1873." (Anotações de uma Pesquisa sobre os Fenômenos denominados Espirituais durante os anos 1870-1873) Quarterly Journal of Science. (Jornal Trimestral de Ciência)
  • Doyle, Arthur Conan. The History of Spiritualism. (A História do Espiritualismo) New York: G.H. Doran, Co. Volume 1: 1926 Volume 2: 1926 (Vide Nota)
  • Incidents in My Life (Acontecimentos na Minha Vida) por Daniel Dunglas Home, 1864
  • Lights and Shadows in Spiritualism (Luzes e Sombras no Espiritualismo) por Daniel Dunglas Home, G.W. Carleton, 1877
  • Experiences In Spiritualism with D. D. Home (Experiências em Espiritualismo com D. D. Home) pelo Visconde Adare, 1869, Arno Press, 1976, reimpressão de uma edição estendida de 1871
  • The First Psychic: The Extraordinary Mystery of a Victorian Wizard (O Primeiro Psíquico: O Mistério Extraordinário de um Bruxo Vitoriano) por Peter Lamont, Time Warner Books UK, 2005, uma extensa biografia por um historiador premiado da história britânica
  • Mediums of the Ninteeth Century (Médiuns do Século Dezenove), Segundo Volume, Livro Quarto, Capítulo Três, Daniel Dunglass Home e Capítulo Quarto, Havia Alucinação? por Frank Podmore, University Books, 1963, reimpressão da edição de 1902 de Moderno Espiritualismo
  • The Newer Spiritualism (O Espiritualismo Mais Novo) por Frank Podmore, Arno Press, 1975, reimpressão da edição de 1910
  • ESP,Seer & Psychics: What the Occult Really Is (ESP, Vidente e Psíquicos: O Que é de Fato o Oculto) por Milbourne Christopher, Thomas Crowell, 1970

Nota: O livro de Conan Doyle, The History of Spiritualism (A História do Espiritualismo) foi traduzido para o português por Júlio Abreu Filho e é editado pela Editora Pensamento com o título incorreto de História do Espiritismo. O prefácio da edição em português é de José Herculano Pires.

Leitura Adicional
  • Mediums, Mystics and the Occult (Médiuns, Místicos e o Oculto) por Milbourne Christopher, Thomas Crowell, 1975
  • Learned Pigs and Fireproof Women (Porcos Eruditos e Mulheres à Prova de Fogo) por Ricky Jay, Villard Books, 1987; Ver páginas 37-42, Fotos na página 40.
  • Revelations of a Spirit Medium (Revelações de um Médium de Espíritos) por Harry Price e Eric J. Dingwall, Arno Press, 1975 reimpressão da edição de 1891 por Charles F. Pidgeon. Esse livro raro, desprezado e esquecido fornece a visão de dentro sobre as decepções do século 19

WIKIPEDIA, 2006

Referências Bibliográficas


BEJARANO, M. M. Historia de La Filosofia en España hasta el siglo XX. Oviedo: Biblioteca Filosofía en Español, 2000 (In: Proyecto Filosofía en español. Disponível em http://www.filosofia.org/aut/mmb/1927hfe.htm. Acesso em 11 de julho de 2006).

DOYLE, A. C. The History of Spiritualism - Vol I. Australia: Projeto Guttemberg, 2003. Disponível em: http://gutenberg.net.au/ebooks03/0301051.txt


EDMONDS, I. G. D. D. Home: O Homem que falava com os espíritos. Trad. Nair Lacerda. São Paulo: Editora Pensamento, 1979

ISS (The International Survivalist Society). Robert Hare. In: SurvivalAfterDeath.org. Disponível em: http://www.survivalafterdeath.org/researchers/hare.htm. Acesso em 11 de julho de 2006.

HARE, R. Experimental investigation of the spirit manifestations. New York: Partridge & Brittan, 1855. (In: Making of America Books. Disponível em: http://www.hti.umich.edu/cgi/t/text/text-idx?c=moa&idno=ACA2384.0001.001&view=toc. Acesso em 11 de julho de 2006.)

HOMES, D. D. Incidents in my Life. Introdução do Juiz Edmonds. 5.a Ed. New York: ?, 1864. (In: SpiritWritings.com. Disponível em: http://www.spiritwritings.com/incidentsinmylife.pdf. Acesso em 11 de julho de 2006)

KARDEC, O Espiritismo em Cadiz, em 1853 e 1858. A. Coleção das Obras Completas de Allan Kardec. (Volume XVI - Revista Espírita 1868). São Paulo: EDICEL, 1976 [1]

______.
Minha primeira iniciação no Espiritismo. Coleção das Obras Completas de Allan Kardec. (Volume XIX - Obras Póstumas). São Paulo: EDICEL, 1976 [2]

WANTUIL, Z.; THIESEN, F. Allan Kardec. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 1979

WIKIPEDIA. Spiritualist Church. In: WIKIPEDIA, The Free Encyclopedia. Disponível em: http://en.wikipedia.org/wiki/Spiritualist_Church. Acesso em 11 de julho de 2006.

_______. Daniel Dunglas Home. In: WIKIPDIA, A Enciclopédia Livre. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Daniel_Dunglas_Home&oldid=2733755. Acesso em: 2 Ago 2006


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 ° QUESTÕES & COMENTÁRIOS


Reencarnação de Emmanuel, Alvaro Justi, Brasil

Estive lendo o último boletim e a pergunta sobre a reencarnação de Emmanuel trouxe-me um questionamento:
 
"A reencarnação de um Espírito dito de elevada luz, ou entendimento, o torna necessariamente um colaborador da transição para Mundo de Regeneração pela qual a Terra esteja passando ou iniciando?"
 
"Será que o "benefício" do esquecimento ocorre em diferentes níveis, conforme o grau de evolução do Espírito e sua missão na reencarnação?"
 
Fiquem com Deus.
 
Álvaro.

_________

Olá Alvaro,

Efetivamente já estamos no processo de transição, os sinais são visiveis nas transformações pelas quais a humanidade vem passando, os grandes conflitos morais que vemos são decorrentes dela. O mundo velho aos poucos é substituído pelo novo. O mal que parece predominar vai aos poucos sendo contido e transformado pelo bem que reage. Veja que mesmo nos fatos mais trágicos de nossos dias, as intermináveis guerras que afligem populações inteiras, há uma forte reação da opinião pública mundial. Se há mãos que matam, há mais ainda as que salvam, que enviam remédios, que se mobilizam para minimizar o sofrimento das vitimas, que se indignam e se mobilizam pela Paz. No passado não era assim.

A transição é a fase das provas, em que os espíritos tem a liberdade de optar pelo velho mundo ou pelo novo, e o mundo de regeneração se construirá pela opção da maioria aos caminhos do bem. Os que optarem pela permanência nos hábitos milenares de crueldade e egoísmo selvagem serão, de forma natural pelas leis da vida, realocados em mundos onde encontrem populações que se afinem com a sua situação espiritual.

Pelo que os espíritos vem informando, desde a época da Codificação Espírita, o processo é gradativo. Não haverá um corte brusco, em que dormiremos em um mundo de "expiação e provas" e acordaremos milagrosamente em um mundo de "regeneração".

A reencarnação de um espírito elevado, nesta fase de transição, contribui para o processo de transformação. Um ser iluminado é, pela própria definição, aquele que já atingiu um nível de compreensão da vida que o impulsiona a trabalhar pelo bem do próximo. Mesmo que não esteja ativamente engajado em um movimento religioso, pelo exemplo de vida, transforma os seres ao seu redor.

Quanto a última pergunta, a pesquisa científica espírita contém registros de casos em que o grau de esquecimento do passado varia. A história também traz relatos de grandes figuras que declararam lembrar-se de suas existências anteriores. Pitagoras e Buda são dois exemplos. Sem dúvida o grau de evolução do espírito e a missão a que se propôs são fatores que influenciam o esquecimento durante o processo de reencarnação.

Muita Paz,
Carlos Iglesia

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° PAINEL

AÇÃO 2.000 - A VISÃO ESPÍRITA DA NOTÍCIA, ADE-SP, Brasil

PROGRAMA DA  ASSOCIAÇÃO DE DIVULGADORES DO ESPIRITISMO DE SÃO PAULO.
Programa - sábado - dia 29 de julho de 2006 - pela REDE BOA NOVA DE RÁDIO

Grande São Paulo: AM 1450. Sorocaba e Região Sudoeste-SP: 1080 - Brasil : Via Parabólica: Leiloação TV ( Canal do Boi ) Internet: www.radioboanova.com.br

Tel. 0880.995011. Reprise no dia 30 às 19.

Assunto a ser analisado:  MEDIUNIDADE NA MÍDIA - FALANDO COM O ALÉM -     Matéria extraída da Revista ISTOÉ, de 26 de julho/2006, de autoria dos jornalistas Celso Fonseca, Eliane Lobato e Ricardo Miranda, a ser comentada pelos comunicadores de ADE-SP, Milton Felipeli,TarcisioBasílio, Ivan Franzolin, Leonardo Kurcis,
Aglaê Silveira.

Direção : Éder Fávaro

Ouça no domingo, dia 30, pela mesma emissora, o programa Diálogos Espíritas, a entrevista com Vinicius Guarnieri, filho do conceituado jornalista e poeta espírita , Eurícledes Formiga,
desencarnado em maio de 1983.

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Dia Nacional da Imprensa Espírita, ABRADE, Brasil

Foi por ocasião do 8º Congresso Brasileiro de Jornalistas e Escritores Espíritas – CBJEE, realizado em Salvador, na Bahia, em 1982, que se fixou o dia 26 de julho como o Dia Nacional da Imprensa Espírita, numa homenagem à data de nascimento de Luis Olímpio Telles de Menezes.

Telles de Menezes, como ficou mais conhecido entre os espíritas, é o introdutor do Espiritismo no Brasil e também da imprensa espírita. Em 17 de setembro de 1865, Telles de Menezes fundou, igualmente em Salvador, o Grupo Familiar do Espiritismo, o primeiro centro espírita do País. Não ficou por aí. Sua experiência como redator e diretor do jornal “Época Literária” certamente foi o elemento motivador para que ele criasse o primeiro jornal espírita brasileiro “O ECO D’ALÉM TÚMULO – monitor do Espiritismo no Brasil”, em 1869.

Em discurso de anúncio do aparecimento do jornal, em 8 de março de 1869, Telles de Menezes, em parte dele, destacava que “A nós, que nos achamos hoje reunidos, constituindo, naturalmente, o Grêmio dos Estudos Espiríticos na Bahia, e a quem uma certa vocação do Alto cometeu o empenho desta árdua missão, árdua e até espinhosa, sim, mas irradiante de bem fundadas esperanças, incumbe, pelos meios que de mister é serem empregados, propagar essa crença regeneradora e cristã, fazendo-a chegar indistintamente a todos os homens; e o meio material que a Providência sabiamente nos oferece para levar rapidamente a palavra da verdade à inteligência e ao coração de todos os homens, é a Imprensa”.

De fato, não foram fáceis aqueles dias para Telles de Menezes, pois uma idéia nova, originalíssima, chegava ao País e batia de frente com as crenças dominantes da época, o Catolicismo Romano, que era a religião oficial do Estado brasileiro. Por mais de uma vez, teve ele a necessidade de defender a nova filosofia do clero que a rejeitava sistematicamente.

Telles de Menezes foi o primeiro presidente da Associação Espírita Brasileira que tinha como objetivo o desenvolvimento moral e intelectual do homem e a exemplificação da caridade cristã baseados na filosofia espírita.

Em 16 de março de 1893, aos 79 anos, no Rio de Janeiro, Telles de Menezes retornava à dimensão espiritual possivelmente com a consciência do dever cumprido.

Toda esta trajetória de vida mais que justifica a escolha de Luis Olímpio Telles de Menezes como patrono da imprensa espírita brasileira e o dia 26 de julho como sua data comemorativa fazendo eco hoje ao propósito de levar a toda gente a idéia imortalista do ser.

ABRADE – Associação Brasileira de Divulgadores do Espiritismo

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O Aborto: Aspectos Jurídico, Médico e Espiritual, IPEPE, Brasil

Caro(a) amigo(a),
 
O Instituto de Intercâmbio do Pensamento Espírita de Pernambuco (IPEPE), que tem como a sua razão de ser interligar o pensamento espírita às diversas áreas do conhecimento humano, colaborando para a cidadania e a paz, convida você para participar do seguinte evento:
 
Tema --> O Aborto: Aspectos Jurídico, Médico e Espiritual.
Expositores -->
                       1. Sr. José Luiz de Oliveira Júnior (Promotor de Justiça).
                       2. Sr. Ronaldo Dantas Lins (Médico).
                       3. Sra. Rosa de Lima (Bióloga).

Data -->  16 de agosto de 2006 (Quarta-feira).
Horário --> 19:30 às 21:30h
Local --> Auditório da Faculdade de Ciências Humanas de Pernambuco (Av. João de Barros, 561, Boa Vista, Recife-PE).

A entrada é franca. Aguardamos a sua presença.
 
Instituto de Intercâmbio do Pensamento Espírita de Pernambuco (IPEPE)
Rua Miranda Cúrio, nº 101, Encruzilhada, Recife-PE. CEP: 52041-570
www.ipepe.com.br   /   ipepe@ipepe.com.br


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GRUPO DE ESTUDOS AVANÇADOS ESPÍRITAS

O Boletim GEAE é distribuido por e-mail aos participantes do Grupo de Estudos Avançados Espíritas
Inscrição/Cancelamento - inscricao-pt@geae.inf.br

Informações Gerais - http://www.geae.inf.br/pt/faq
Conselho Editorial - editor@geae.inf.br
Coleção dos Boletins em Português - http://www.geae.inf.br/pt/boletins
Coleção do "The Spiritist Messenger" - http://www.geae.inf.br/en/boletins
Coleção do "Mensajero Espírita" - http://www.geae.inf.br/el/boletins