Ano 14 Número 512 2006



15 de Abril de 2006


"Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão, 
face a face,
em todas as épocas da humanidade"

Allan Kardec



 ° EDITORIAL

Caridade e Estudo





 ° ARTIGOS

Pensamento e Ação, Boletim CEI 19, Conselho Espírita Internacional


Vibração, Informativo Consciência, Brasil




 ° HISTÓRIA & PESQUISA

Cronologia Espírita










 ° QUESTÕES & COMENTÁRIOS

Biografia de Hercilio Maes?, Fernando Khaph, Brasil


Alimentação?, Edson Outtone, Brasil





 ° PAINEL

Um clássico do Espiritismo publicado em inglês, Yvonne Limoges, EUA


5.o Congresso Espírita Mundial, Conselho Espírita Internacional, Colombia


Site da Comunidade Espírita "A Casa do Caminho", Marcílio Dias Henriques, Brasil

Transcomunicação Instrumental, Sonia Rinaldi, Brasil





 ° EDITORIAL

Caridade e Estudo
 
Nem sempre compreendemos o alcance dos ensinamentos dos Espíritos quando lemos as Obras Básicas. Por essa razão, o estudo dessas obras constitui-se num dever constante para todo espírita que sinceramente deseja se aprimorar para melhor servir ao próximo e a si mesmo.

No entanto, é comum o questionamento sobre a necessidade do estudo doutrinário mais aprofundado. Muitos defendem a idéia de que o amor vale mais do que todo o conhecimento adquirido e que, por isso, vale mais “por as mãos na massa” do que perder tempo estudando livros. De fato, Paulo de Tarso disse “... ainda que tivesse o dom da profecia, que penetrasse todos os mistérios, e tivesse perfeita ciência de todas as coisas, (...), se não tiver caridade, nada sou.” (1ª Epístula aos Coríntios, cap. XIII, vv. 1 a 7). Kardec analisa essa passagem nos ítens 6 e 7 do cap. XV de O Evangelho Segundo o Espiritismo [1], dizendo que Paulo de Tarso “... Coloca, assim, sem equívoco, a caridade acima até da fé.”

Entretanto, curiosamente, outras duas frases de Paulo de Tarso, na mesma passagem acima, chamam a nossa atenção para o significado da palavra “caridade”: 1ª frase: “E, quando houvesse distribuído os meus bens para alimentar os pobres e houvesse entregado meu corpo para ser queimado, se não tivesse caridade, tudo isso de nada me serviria.” 2ª Frase: “A caridade é paciente, é branda e benfazeja; a caridade (...) não se rejubila com a injustiça, mas se rejubila com a verdade; (...)”. (grifos em negrito, nossos).

A 1ª frase, comentada por Kardec no ítem 7 do cap. XV do Evangelho Segundo o Espiritismo, simplesmente diz que a verdadeira caridade não significa apenas o gesto de dar coisas aos pobres, ou simplesmente ter, mecanicamente, as mãos na massa, mas, como Kardec conclui, “mostra-a também no conjunto de todas as qualidades do coração, na bondade e na benevolência para com o próximo.”

A 2ª frase contém uma afirmativa muito importante: “mas se rejubila com a verdade”. Como saber o que é a verdade para que nós possamos nos rejubilar com ela? Não disse Jesus (Jo 8:32) “Conhecereis a verdade e ela vos libertará” ? Aí entra a necessidade do ESTUDO! Estudar a Doutrina Espírita também faz parte da verdadeira caridade.

Fica mais fácil, agora, conciliar a necessidade da caridade (mãos na massa com sentimento de amor) com a necessidade do estudo cada vez mais aprofundado do Espiritismo. Tanto isso é verdade que Bezerra de Menezes, a mais de 30 anos, nos chama a atenção para o aprofundamento no estudo da Doutrina Espírita [2]: “Jesus, meus amigos, é mais do que um símbolo. É uma realidade em nossa existência. Não é apenas um ser que transitou da manjedoura à cruz, mas o exemplo, cuja vida se transformou num Evangelho de feitos, chamando por nós. Necessário, em razão disso, aprofundar o pensamento na Obra de Allan Kardec para poder viver Jesus em toda a plenitude.” (grifos em negrito, nossos).

A necessidade de estudo doutrinário é tão prezada pela Espiritualidade superior que ainda recentemente, Yvonne do Amaral Pereira, pela psicografia de Emanuel Cristiano [3], nos alertou: “Estudemos Kardec, a fim de permanecermos fiéis ao Evangelho .”

Portanto, “estudar Kardec para viver Jesus”. Essa é a solução para que nossas mãos atuem de forma verdadeiramente cristã. Temos, sim, que por a mão na massa, mas é preciso que aprendamos com a Doutrina Espírita como fazê-lo de forma a melhor aproveitar nossas possibilidades e ajudar de modo mais eficiente o nosso próximo. Não foi a toa que o Espírito de Verdade, no ítem 5 do cap. VI de O Evangelho Segundo o Espiritismo, não expôs somente a necessidade de amarmo-nos, mas também a de nos intruirmos.

Referências

[1] A. Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, 118ª Edição, FEB (2001).
[2] B. de Menezes, psicofonia de Divaldo P. Franco, Reformador, Fevereiro (1976).
[3] Y. A. Pereira, psicografia de Emanuel Cristiano, Yvonne Entre Nós, 1ª Edição, Editora Allan Kardec (2006).

Alexandre Fontes da Fonseca
Editor GEAE


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 ° ARTIGOS

Pensamento e Ação, Boletim CEI 19, Conselho Espírita Internacional

(Editorial do Boletim CEI número 19 - 1.o Trimestre 2006 - Conselho Espírita Internacional - www.spiritist.org)

O pensamento é sinônimo de essência, de alma, de proposta, de interpretação de um autor. O pensamento deve anteceder a ação. O pensamento deve ser encarado como a base e a motivação para se imprimir movimento, canalisar a vontade, gerar ações.

O pensamento se manifesta primeiramente no campo mental, se patenteia e se mostra como uma vibração e que produz vários efeitos. Pode-se evocar o "conjunto de fenômenos psíquicos produzidos com a cooperação consciente ou inconsciente das pessoas" (André Luiz) e também que tais fenômenos "podem ser explicados por uma ação que o homem vivo exerce além dos limites do corpo" (Aksakof).

Anota Emmanuel que "definindo-a por espelho da vida,
reconhecemos que o coração lhe é a face e que o cérebro é o centro de suas ondulações, gerando a força do pensamento que tudo move, criando e transformando, destruindo e refazendo...".

O pensamento gera ação, inclusive deve haver compatibilidade, coerência entre pensamento e ação. O pensamento também pode gerar luz, inclusive no sentido simbólico da luz e de suas relações com o pensamento.

A essa altura, é oportuna a lembrança sobre a
parábola da candeia: "não coloqueis a candeia debaixo do alqueire" (Lucas) e também a advertência: "Vós sois o sal da Terra. Vós sois a luz do mundo" (Mateus).

A tarefa principal das instituições espíritas é divulgar o
Espiritismo, ou seja, concretizar e compatibilizar o pensamento da Doutrina Espírita e a ação dos espíritas.

Assessoria de Comunicações

CONSELHO ESPÍRITA INTERNACIONAL
E-mail: spiritist@spiritist.org
www.spiritist.org

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Vibração, Informativo Comciência, Brasil

(Introdução do Informativo Comciência número 3, Março/Abril de 2006, comcienciaespirita@yahoogrupos.com.br)

Segundo Borges, em Doutrina Espírita no Tempo e Espaço, vibração “consiste na reunião de algumas pessoas que, em prece e pela ação da vontade, emitem pensamentos benevolentes para uma pessoa que esteja, física ou moralmente doente, ou mesmo sã, mas atravessando período de dificuldades. (...) O pensamento é vida, dinamicidade e, dessa forma, qualquer pessoa pode emitir vibração em benefício ou prejuízo de outrem, de acordo com os sentimentos próprios; porém, a vibração propriamente dita tem sempre a finalidade de auxiliar alguém”. O mesmo autor define médium vibracional como sendo “aquele que emite vibrações magnéticas, através do pensamento (...). O médium vibracional espírita procura envolver o irmão necessitado, encarnado ou desencarnado, em ondas de energia eletromagnética imbuídas de afeto, bem estar, saúde, através da oração e do pensamento em Deus”. E por fim, menciona Borges, que “vibrar é emitir pensamentos de amor, saúde, equilíbrio, em benefício de uma ou mais pessoas que estejam à distância ou mesmo presentes. Essa atitude provoca emissão de fluidos1 salutares em maior ou menor intensidade, conforme a vontade e preparo espiritual de cada médium vibracional”.


O termo “vibracional” ou “médium vibracional” possui sinônimos na literatura espírita, tais como os apresentados na apostila Médium de Sustentação, da União Espírita Mineira. São eles: “participante”, “assembléia”, “assistente”, “apoio” e “médium de sustentação”. Segundo o trabalho citado, “modernamente o termo médium de sustentação, vem sendo aplicado, entre outros, ao encarnado que, participando de uma reunião mediúnica, não sinta qualquer influência significativa à presença de um espírito desencarnado”.

Surge então uma dúvida: por que é chamado o participante que realiza vibrações, de médium vibracional ou médium de sustentação, sendo que o termo “médium” é comumente usado para caracterizar aquela pessoa que possui mediunidade ostensiva2? Inicialmente é importante lembrar que “médium”, segundo o Livro dos Médiuns3, uma das obras básicas da Doutrina Espírita, é “Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos” e que “Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo”. E na mesma obra conclui-se que:

“Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns”. Mesmo não sendo, muitas vezes, um médium ostensivo, o vibracional é um médium, pois é influenciado pelos Espíritos, como todo ser humano. Portanto, os termos “médium de sustentação” ou “médium vibracional” são adequados.

Todo ser humano emite vibrações que estão relacionadas diretamente à capacidade de pensar. Pensar é vibrar. De acordo com o conteúdo e características dos pensamentos de uma pessoa, pode-se, de forma simplificada, classificá-la como possuidora de uma vibração baixa ou elevada. A vibração elevada é característica de espíritos esclarecidos e evangelizados, os quais exercitam constantemente o amor, a caridade, a benevolência, o devotamento, a abnegação e o auto-conhecimento. Possuem interesses voltados principalmente para a vida espiritual. Já a vibração baixa é característica de espíritos ignorantes e pouco evangelizados, nos quais predomina ainda o orgulho, o egoísmo, o ódio, o rancor, a inveja e o fato de estarem ligados principalmente à vida material.

Na maioria de nós ainda há o predomínio das vibrações baixas na maior parte do tempo e possuímos momentos de vibrações “um pouco mais elevadas”. Portanto, quando nos candidatamos a ser médiuns vibracionais em qualquer tarefa espírita, inclusive em reuniões mediúnicas4, temos pela frente o desafio de sustentar, por uma ou algumas horas, boas vibrações que possibilitem o desenvolvimento harmonioso dos trabalhos. É importante lembrar que o alcance dos objetivos traçados pela espiritualidade5 para a reunião depende desse esforço.

Finalizando estas reflexões iniciais sobre vibração e vibracionais, resta uma questão: Quem são os médiuns vibracionais em uma reunião mediúnica? A resposta é simples: são todos os presentes, não importando qual função desempenhem (dirigente, esclarecedores, médiuns ostensivos, médiuns de sustentação e inclusive visitantes). E vale lembrar que não são, necessariamente, aqueles que há meses ou anos freqüentam a reunião, uma vez que aquele que visita a reunião pel primeira vez pode vibrar mais adequadamente que o próprio tarefeiro. Isso ocorre quando o tarefeiro passa, ao longo dos meses ou anos, a realizar sua tarefa de forma automática, sem amor, sem carinho, como uma simples rotina. E então passa a vibrar menos intensamente acreditando que toda reunião é igual às anteriores, ou seja, acomoda-se.

__________________________


1 - Fluído, de acordo com o entendimento espírita, é matéria em uma forma mais sutil, sendo difícil inclusive observá-la com nossos equipamentos atuais. Por exemplo, o ar é matéria bem mais sutil que a água, e os fluídos que partem (ou saem) de nós são mais sutis que o próprio ar.

2 - A mediunidade ostensiva é, segundo o Livro dos Médiuns, capítulo XIV, item 159, aquela faculdade “bem caracterizada” e que “se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade”. Os médiuns ostensivos são, portanto, aqueles que possuem uma maior e mais evidente capacidade de serem intermediários dos Espíritos seja, por exemplo, através da psicofonia (fala), psicografia (escrita), vidência (visão) ou audiência (audição).

3 - Capítulo XIV – Dos Médiuns, Item 159.

4 - Uma reunião mediúnica é aquela na qual ocorrem comunicações de espíritos desencarnados através de médiuns.

5 - É comum denominar “espiritualidade” à equipe do plano espiritual que participa e dirige uma determinada tarefa espírita.

Índice

° HISTÓRIA & PESQUISA

(Seção em parceria com a "Liga de Historiadores e Pesquisadores Espíritas")

Cronologia Espírita

(Compilação de datas siginificativas para o Movimento Espirita iniciada no Boletim 505)

Primeiro Capítulo

1795-1856 Prof. Rivail e sua Época

Lista de Eventos

1848

"Por volta de 1848, nos Estados Unidos da América, diversos fenômenos estranhos, como ruídos, batidas e movimentação de objetos, sem causa conhecida, chamaram a atenção. Esses fenômenos realizavam-se amiúde espontâneamente, com singular intensidade e persistência. Mas notou-se, também, que se produziám particularmente sob a influência de certas pessoas designadas com o nome de médiuns e que podiam, de certo modo, provocá-los à vontade, o que permitiu a repetição das experiências."  Allan Kardec - Histórico do Espiritismo.

KARDEC, 1995

2 de fevereiro de 1848
México/Estados Unidos

A assinatura do tratado de Guadalupe Hidalgo põe fim a guerra entre o México e os Estados Unidos que vinha sendo travada desde 1846. As razões e as consequências dessa guerra são bastante complexas, tendo influência sobre os destinos dos dois paises até nossos dias. Os Estados Unidos sairam vencedores da guerra e incorporaram um grande território do norte do México. A vitória trouxe um grande sentimento de orgulho nacional e influenciou a imagem que os Estados Unidos construiram durante o século XIX de potência jovem e de futuro brilhante. por outro lado acirrou a divisão interna entre os estados escravagistas do sul e os industrializados do norte. Ulysses S. Grant, militar americano que participou dos dois conflitos descreveu esta guerra como um prelúdio da Guerra Civil Americana [WIKIPEDIA, 2006].

WIKIPEDIA, 2006

21 de feveiro de 1848
Alemanha

Publicado o Manifesto Comunista de Karl Marx e Friedrich Engels. As consequências políticas deste documento são bastante complexas para serem tratadas de forma breve, mas é importante frisar que os partidos e estados que vieram a se organizar inspirando-se nesse documento - e nas idéias de Karl Marx - adotaram o materialismo como ideologia oficial. Por exemplo, no regime comunista implantado na Russia após a revolução de 1917, e que durou até 1991, os grupos religiosos foram tratados como inimigos do estado.

WIKIPEDIA, 2006

25 de fevereiro de 1848
Paris, França

Proclamada a "Segunda Republica Francesa". O Rei Luis Felipe abdicou do trono no dia 24 após varios dias de agitação. Barricadas foram levantadas em Paris e o clima era de revolta popular. As causas dessa revolução estavam na insatisfação popular com o regime monarquico e na sua incapacidade de resolver a crise econômica que iniciou em 1845. Dois anos de más colheitas agricolas seguidos de queda do valor dos salários e fechamento de inúmeras fábricas tornaram a situação bastante grave. Junte-se ao fato de que a industrialização tinha levado ao crescimento do proletariado urbano, que buscava representação política.

Os acontecimentos na França serviram de estopim para sucessivas revoltas populares que se alastraram pela Europa, atingindo até mesmo o Império Austriaco. Governado pela dinastia dos Habsburgos este império multi-nacional era uma das maiores potências da época e firme baluarte do antigo regime da monarquia absoluta.

As revoltas tomaram um forte caráter nacionalista, com os povos lutando pelo estabelecimento de estados próprios, governados por constituições elaboradas por assembléias eleitas pelo voto e não outorgadas pela nobreza. A divisão da europa central após o Congresso de Viena de 1815 não havia levado em conta as aspirações nacionais, mas sim retornar ao status quo anterior a Napoleão, com os territórios de reinos e principados definidos pelos interesses das familias reinantes.

Na França o ano de 1848 continuou em meio a turbulências políticas e a revoltas populares. Nas eleições de dezembro de 1848, Luis Napoleão, sobrinho de Napoleão Bonaparte, foi eleito presidente da França para restabelecer a ordem.

Pelo fim de 1849 as revoltas tinham sido contidas por quase toda a Europa e governos conservadores reestabelecidos, porém com acomodações políticas limitadas como a convocação de parlamentos, estabelecimento de constituições, reconhecimento de status político (o caso dos Hungaros no Império Austro-Hungaro) e a abolição de instituições feudais remanescentes.

DUBY, 2003
TAYLOR,  1988
WIKIPEDIA, 2006
ZETTI, 1993

28 de março de 1848

Hydesville, Estados Unidos da América


Casa da Familia Fox. Em 1916 a casa foi transferida de Hydesville
para Lily Dale (NY)


Iniciam os eventos em Hydesville na casa da família Fox.  

DOYLE, 2003
GOLDESTEIN, 2006
WANTUIL e THIESEN, 1979

31 de março de 1848
PoughKeepsie (povoado do estado de Nova York), Estados Unidos da América

Andrew Jackson Davis (1826-1910) registra em nota de seu diário que naquela manhã ouviu uma voz que lhe dizia "Irmão, o bom trabalho começou, uma viva demonstração nasceu" (Brother, the good work has begun-behold, a living demonstration is born").

DOYLE, 2003

Hydesville, Estados Unidos da América

O comunicante invisível de Hydesville se identifica como um caixeiro viajante assassinado no local.  

DOYLE, 2003
GOLDESTEIN, 2006
WANTUIL e THIESEN, 1979

julho de 1848
Paris, França  
Livro "Catéchisme grammatical de la langue française" por H. L. D. Rivail.  

WANTUIL e THIESEN, 1979 

Índice


Biografias

As Irmãs Fox


Margaret, Kate e Leah (1850)

(O texto "150 Anos do Episódio de Hydesville", que trata da história das Irmãs Fox, nos foi enviado por Rodrigo Farias extraido do boletim "Gotas de Luz". Sua publicação original foi no jornal "Folha Espirita" de outubro de 1995)

150 ANOS DO EPISÓDIO DE HYDESVILLE
por Karl W. Goldestein

A FAMÍLIA FOX

Em 11 de dezembro de 1847, a família Fox instalou-se em modesta casa no vilarejo de Hydesville, Estado de New York, distante cerca de 30 km da cidade de Rochester.

O nome da família Fox origina-se do sobrenome Voss, depois Foss e finalmente Fox. Eram de origem alemã, da parte paterna; e francesa, holandesa e inglesa, da parte materna. Seus antecessores foram notoriamente dotados de faculdades paranormais.

O grupo compunha-se do chefe da família, Sr. John D. Fox, da esposa D. Margareth Fox e mais duas filhas; Kate, com 7 anos e Margareth, com 10 anos. O casal possuia mais filhos e filhas. Entre estas, convém destacar Leah, que morava em Rochester, onde lecionava música. Devido aos seus casamentos, foi sucessivamente conhecida como Mrs. Fisch, Mrs. Brown e Mrs. Underhill.

Leah escreveu um livro, "The Missing Link", New York, 1885, no qual ela faz referência as faculdades paranormais de seus parentes anteriores.
Inicialmente, tomaram parte nos acontecimentos somente Kate e Margareth, mas posteriormente Leah juntou-se a elas e teve participação ativa nos episódios subseqüentes ao de Hydesville.

A CASA DE HYDESVILLE JÁ ERA ASSOMBRADA

Lucretia Pulver era jovem que servira como dama de companhia do casal Bell, quando elas habitavam a referida casa até 1846. Ela contou uma curiosa história de um mascate que se hospedara com os Bells. Na noite em que o vendedor passou com aquele casal, Lucretia foi mandada a dormir na casa dos pais. Três dias depois tornaram a procurá-la. Então disseram-lhe que o mascate fora embora. Ela nunca mais viu esse homem.

Depois disso, passado algum tempo, aproximadamente em 1844, começaram a dar-se fenomenos estranhos naquela casa. A mãe de Lucretia, Sra. Ann Pulver, que mantinha relações com a família Bell, relata que, em 1844, quando visitara a Sra. Bell, indo fazer tricô em sua companhia, ouvira desta uma queixa, Disse-lhe que se sentia muito mal e quase nao dormia à noite. Quando lhe perguntou qual a causa, a Sra. Bell declarou que se tratava de rumores inexplicáveis; parecera-lhe ter ouvido alguém a andar de um quarto para outro; acordou o marido e fe-lo levantar-se e trancar as janelas. A princípio, tentou afirmar à Sra. Pulver que possivelmente se tratasse de ratos. Posteriormente, confessou não saber qual a razão de tais rumores, para ela inexplicáveis.

A jovem Lucretia Pulver também testemunhou os fenômenos insólitos observados naquela casa.

Os Bells terminaram por mudar-se.

Em 1846, instalou-se ali a família Weekman: Sr. Michael Weekman, Sra. Hannah Weekman e suas filhas. Alguns dias após terem-se alojado na referida casa, passaram a ser perturbados por ruídos insólitos: batidas na porta da entrada, sem que ninguém visível o estivesse fazendo; passos de alguém andando na adega ou dentro de casa.

A família Weekman, como era de esperar-se, não permaneceu muito tempo naquela casa sinistra. Em fins de 1847 deixou-a vaga, saindo de lá definitivamente.

Desse modo, atingimos a data de 11 de dezembro de 1847, quando a referida casa passou a ser ocupada pela família Fox, conforme já mencionamos no início deste artigo.

A NOITE DAS PRIMEIRAS TRANSCOMUNICAÇÕES

Inicialmente os Fox não sofreram nenhum incômodo em sua nova residência. Entretanto, algum tempo depois, mais precisamente nos dois primeiros meses de 1848, os mesmos ruídos insólitos que perturbaram os antigos inquilinos voltaram a manifestar-se outra vez. Eram batidas leves, sons semelhantes aos arranhões nas paredes, assoalhos e móveis, os quais poderiam perfeitamente ser confundido com rumores naturais produzidos por vento, estalos do madeiramento, ratos, etc. Por isso a família Fox não deveria ter-se sentido molestada ou alarmada. Entretando, tais ruídos cresceram de intensidade, a partir de meados de março de 1848. Batidas mais nítidas e sons de arrastar de móveis começaram a fazer-se ouvir, pondo as meninas em sobressalto, ao ponto de negarem-se a dormir sozinhas no seu quarto, e passarem a querer dormir no quarto dos pais. A princípio os habitantes da casa, ainda incrédulos quanto à possível origem sobrenatural dos ruídos, levantavam-se e procuravam localizar a causas natural dos mesmos.

Na noite de 31 de março de 1848, desencadeou-se uma série de sons muito forte e continuados. Aí, então, deu-se o primeiro lance do fantástico episódio, que ficou como um marco inamovível na história da fenomenologia paranormal. A garota de sete anos de idade - a Kate Fox - em sua espontaneidade de criança teve a audácia de desafiar a "força invisível" a repetir, com os golpes, as palmas que ela batia com as mãos! A resposta foi imediata, a cada estalo um golpe era ouvido logo a seguir! Ali estava a prova de que a causa dos sons seria uma inteligência incorpórea. Para apreciar-se bem o sabor desta incrível aventura, vamos transcrever alguns trechos do depoimento da Sra. Margareth Fox.

"Na noite de sexta-feira, 31 de março de 1848, resolvemos ir para a cama um pouco mais cedo e não nos deixamos perturbar pelos barulhos; íamos ter uma noite de repouso. Meu marido que aqui estava em todas as ocasiões, ouviu os ruídos e ajudou a pesquisar. Naquela noite fomos cedo para a cama - apenas escurecera. Achava-me tal alquebrada e com falta de repouso que quase me sentia doente. Meu marido não tinha ido para a cama quando ouvimos o primeiro ruído naquela noite. Eu apenas me havia deitado. A coisa começou como de costume. Eu distinguia de qualquer outro ruído jamais ouvido. As meninas, que dormiam em outra cama no quarto, ouviram as batidas e procuraram fazer ruídos semelhantes, estalando os dedos. Minha filha menor, Kate, disse, batendo palmas: "Senhor Pé Rachado, Faça o que eu faço." Imediatamente seguiu-se o som, com o mesmo número de palmadas. Quando ela parou, o som logo parou. Então Margareth disse brincando: "Agora faça exatamente como eu. Conte um, dois, três, quatro" e bateu palmas. Então os ruídos se produziram como antes. Ela teve medo de repetir o ensaio. Então Kate disse, na simplicidade infantil: "Oh! mamãe! eu já sei o que é. Amanhã é primeiro de abril e alguém quer nos pregar uma mentira."

"Então pensei em fazer um teste que ninguém seria capaz de responder. Pedi que fossem indicadas as idades de meus filhos, sucessivamente. Instantaneamente foi dada a exata idade de cada um, fazendo pausa de um para outro, a fim de separar, até o sétimo, depois do que se fez uma pausa maior e três batidas mais fortes foram dadas, correspondendo a idade do menor, que havia morrido.

"Então perguntei: Eh um ser humano que me responde tão corretamente? Não houve resposta. Perguntei: É um espírito? Se for, de duas batidas. Duas batidas foram ouvidas assim que fiz o pedido. Então eu disse: Se for um espírito assassinado dê duas batidas. Essas foram dadas instantaneamente, produzindo um tremor na casa. Pergutei: Foi assassinado nesta casa? A resposta foi como a precedente. A pessoa que o assassinou ainda vive? Resposta idêntica, por duas batidas. Pelo mesmo processo verifiquei que fora um homem que o assassinaram nesta casa e os seus despojos enterrados na adega; que a família era constituída de esposa e cinco filhos, dois rapazes e três meninas, todos vivos ao tempo de sua morte, mas que depois a esposa morrera. Então perguntei: Continuará a bater se chamarmos os vizinhos para que também escutem? A resposta afirmativa foi alta."

Desse modo foram chamados vários vizinhos, os quais por sua vez convocaram outros, de maneira que, mais tarde e nos dias subseqüentes, o número de curiosos era enorme. Naquela noite compareceram o Sr. Redfield, o Sr. e Sra. Duesler e os casais Hyde e Jewell.

"Mr. Duesler fez muitas perguntas e obteve as respostas. Em seguida indiquei vários vizinhos nos quais pude pensar, e perguntei se havia sido morto por algum deles, mas não obtive resposta. Após isso, Mr. Duesler fez perguntas e obteve as respostas. Perguntou: Foi assassinado? Resposta afirmativa. Seu assassino pode ser levado ao tribunal? Nenhuma resposta. Pode ser punido pela lei? Nenhuma resposta. A seguir disse: Se seu assassino não pode ser punido pela lei de sinais. As batidas foram ouvidas claramente. Pelo mesmo processo Mr. Duesler verificou que ele tinha sido assassinado no quarto do leste, a cinco anos passado, e que o assassínio fora cometido à meia noite de uma terça-feira, por Mr......; que fora morto com um golpe de faca de açougueiro na garganta; que o corpo havia sido enterrado; tinha passado pela dispensa, descido a escada e enterrado a dez pés abaixo do solo. Também foi constatado que o móvel fora dinheiro.

"Quanta a quantia: cem dólares? Nenhuma resposta. Duzentos? Trezentos? etc. Quando mencionou quinhentos dólares as batidas confirmaram.

"Foram chamados muitos dos vizinhos que estavam pescando no ribeirão. Estes ouviram as mesma perguntas e respostas. Alguns permaneceram em casa naquela noite. Eu e as meninas saímos. Meu marido ficou toda a noite com Mr. Redfield. No sábado seguinte a casa ficou superlotada. Durante o dia não se ouviram os sons, mas ao anoitecer recomeçaram. Diziam que mais de trezentas pessoas achavam-se presentes. No domingo os ruídos foram ouvidos o dia inteiro por todos quantos se achavam em casa".

Estes são os principais trechos do depoimento da Sra. Margareth Fox, que mais nos interessam para dar uma descrição viva dos acontecimentos de Hydesville, na sinistra noite de 31 de março de 1848.

AS ESCAVAÇÕES NA ADEGA

Os mais interessados em esclarecer o caso resolveram escavar a adega, visando encontrar os despojos do suposto assassinado. Eis que, através de combinação alfabética com as pancadas produzidas, chegaram à identidade da vítima. Tratava-se de um mascate de nome Charles B. Rosma, o qual tinha trinta e um anos quando, há quatro anos passado, fora assassinado naquela casa e enterrado na adega. O assassino fora um antigo inquilino. Só poderia ter sido o Sr. Bell... Mas onde a prova do fato, o cadáver da vítima? A solução seria procurá-lo na adega, onde estaria enterrado.

As escavações, porém, não levaram a resultados definitivos, pois deram n'água, sem que se tivessem encontrado quaisquer indício. Por essa razão foram suspensas.

No verão de 1848, o próprio Sr. David Fox auxiliado por alguns interessados retomou o empreendimento. A uma profundidade de um metro e meio, encontraram uma tábua. Aprofundada a cova, encontraram o carvão, cal, cabelos e alguns fragmentos de ossos que foram reconhecidos por um médico como pertencentes a esqueleto humano; mais nada.

As provas do crime eram precárias e insuficientes, razão talvez pela qual o Sr. Bell não foi denunciado.

A DESCOBERTA DO ESQUELETO

Em o número de 23 de novembro de 1904, do Boston Journal, foi notificada a descoberta do esqueleto de um homem cujo Espírito se supunha ter ocasionado os fenômenos na casa da família Fox em 1848. Meninos de uma escola achavam-se brincado na adega da casa onde moravam os Fox. A casa tinha fama de ser mal-assombrada. Em meio aos escombros de uma parede - talvez falsa - que existira na adega, os garotos encontraram as peças de um esqueleto humano.

Junto ao esqueleto foi achada uma lata de uma espécie costumeira usada por mascates. Esta lata encontra-se agora em Lilydale, a sede central regional dos Espiritualistas Americanos, para onde foi transportada a velha casa de Hydesville.

Como pode ver-se, cinquenta e seis anos depois, em 22 de novembro de 1904 (data do encontro do esqueleto do mascate), parece não haver dúvida de que foram confirmadas as informações obtidas em 1848 a respeito do crime ocorrido naquela casa. Este episódio constitui-se em um notável caso de TCD (transcomunicação direta). As evidências são muito fortes.

O MOVIMENTO ESPALHA-SE

As duas garotas, Margareth e Kate, foram afastadas de sua casa, pois suspeitava-se que os fenômenos eram ligados sobretudo à sua presença. Margareth passou a morar com seu irmão David Fox. A Kate mudou-se para Rochester, onde ficou em casa de sua irmã Leah, então casada e agora Sra. Fish. Entretanto, os ruídos insistiam em acompanhar as irmãs Fox; onde elas se achavam, ocorriam os fenômenos. Parece que agora se observava uma espécie de contágio, pois, Leah Fish, a irmã mais velha, passou a apresentar também os mesmos fenômenos. Logo mais, começaram a surgir em outras famílias:

"Era como uma nuvém psíquica, descendo do alto e se mostrando nas pessoas suscetíveis. Sons idênticos foram ouvidos em casa do Rev. A.H.Jervis, ministro metodista residente em Rochester. Poderosos fenômenos físicos irromperam na família do Diacono Hale, de Greece, cidade vizinha de Rochester. Pouco depois Mrs. Sarah A. Tamlin e Mrs. Benedict de Auburn, desenvolveram notável mediunidade (...)".

O movimento espalhar-se-ia, mais tarde, pelo mundo, conforme fora afirmado em uma das primeiras comunicações através das irmãs Fox. As próprias forças invisíveis insistiram para que se fizessem reuniões públicas onde elas pudessem manifestar-se ostensivamente. Era uma nova mensagem que vinha do mundo dos Espíritos, conclamando os homens para uma outra posição filosófico-religiosa.

"ESPIRITUALISMO" E ESPIRITISMO

A "Onda Espiritualista" passou da América para a Europa, cujo terreno já se encontrava preparado pelo desenvolvimento científico, e onde os fenômenos de TC (transcomunicação) iriam ser estudados mais tarde, com rigor e profundidade pelos fundadores da "Psychical Reserch" e da Metapsiquica.

A forma bastante comum sob a qual a manifestações de TC (transcomunicação) se apresentaram na Europa, foi a das "mesas girantes". Vamos focalizar mais adiante e resumidamente esse período, do qual também se originou o Espiritismo na França, graças às investigações científicas e ao método didático do ilustre intelectual liones, Denizard Hypplite Leon Rivail (Allan Kardec).

Nunca é supérfluo enfatizar que não se deve confundir o "espiritualismo" com o espiritismo. O primeiro nasceu como um movimento popular, provocado por evidências a favor da crença na existência, sobrevivência e comunicabilidade do Espírito. Posteriormente o "Espiritualismo" adquiriu a forma de uma religião organizada que aspira, também, ser uma Ciência e uma Filosofia.

Agora, um ponto importante: o "Espiritualismo" não incorporou a idéia da reencarnação. Ele admite apenas a continuidade da vida após a morte, sem inferno ou céu, porém em contínuo aprendizado e evolução no "Mundo Espiritual".

Há algumas diferenças entre os princípios básicos do "Espiritualismo" e do Espiritismo. A mais profunda é a questão da "reencarnação". O Espiritismo não só aceita o renascimento, como admite a Lei do Carma, considerando serem estes os fatores naturais da evolução do Espírito. Embora Allan Kardec, o codificador da Doutrina Espírita, considere Sócrates e Platão como os precursores da idéia cristã e do Espiritismo, a sua atenção para a realidade da comunicação dos Espíritos foi despertada pelo fenômeno das "mesas girantes".

REPERCUSÃO ENTRE INTELECTUAIS

A partir do episódio das irmãs Fox, a transcomunicação, aqui no ocidente, passou atrair a atenção de um pequeno grupo de cientistas. Inicialmente, tais investigadores achavam-se, em sua maioria, imbuídos de forte cepticismo acerca do fenômenos paranormais que passaram a ganhar popularidade inusitada na Europa. Somente a curiosidade diante da estranheza de tais ocorrências conseguiu levar esses poucos cientistas a observá-las. Logo no começo da fase, as pesquisas conduziram à formação de três categorias de pessoas, conforme suas opiniões acerca da natureza dos referidos fenômenos.

O primeiro grupo consistiu nos que viram nesses fatos uma confirmação de suas crenças na sobrevivência, na comunicabilidade e progresso dos Espíritos. A natureza do homem, para eles, era dual, e continha um componente espiritual além do material. Desta interpretação, surgiu um aspecto religioso como decorrência imediata do reconhecimento da natureza espiritual da criatura humana. O "Espiritualismo", na Inglaterra, e o Espiritismo, na França, são exemplos dessa interpretação, embora ambos reivindiquem, também, para suas doutrinas, os aspectos filosóficos e científicos.

Um segundo grupo constituiu-se, em sua maioria, por cidadãos de acentuado interesse científico. Alguns já eram cientistas profissionais, professores e investigadores em diversas áreas de conhecimento teórico e prático. Outros, com títulos e formação superior, embora não especialistas em disciplinas científicas, sentiram-se também interessados em investigar de maneira racional os referidos fatos, denominados, na época, "fenômenos psíquicos". Daí a designação usual desta atividade: "Psychical Research" (Pesquisa Psíquica). Na França, Charles Richet deu-lhe outro nome: "Metapsiquica".

No segundo grupo, figuravam, indistintamente, os espiritualistas, os indiferentes e os materialistas. Apenas os seguintes objetivos pareciam movê-los: confirmar ou negar os propalados fenômenos e, no caso afirmativo, descobrir a sua real causa eficiente.

Finalmente, um terceiro grupo, compreendendo a maioria dos interessados, colocou-se em franco antagonismo relativamente aos dois primeiros. Compunha-se de cientistas, intelectuais em geral, jornalistas e pessoas comuns. Alguns eram fiéis ou chefes de religiões instituídas. Grande número desses cidadãos, especialmente os intelectuais, achava-se impregnado de filosofias materialistas e havia absorvido as idéias positivistas. Revelaram-se profundamente cepticos e procuraram liquidar com a crença nos aludidos fenômenos. Para eles, os fenômenos paranormais eram manifestações de superstição, ilusões e fraudes, ou alienação mental. Para alguns religiosos, poderiam ser armadilhas do "demônio", ou tentativas de indivíduos mal intencionados que visavam abalar as bases das religiões tradicionais. Outros chegavam a acreditar que se tratava da revivescencia da Magia e do Ocultismo, numa tentativa de domínio de opinião pública.

CONCLUSÃO

Foi neste clima que se desenrolaram as dramáticas transcomunicações, cuja iniciativa, ao que parece, partiu do Plano Espiritual. As manifestações mais em evidência foram as chamadas "Mesas Girantes". Este episódio inaugurou o Período Espiritico, conforme a classificação de Charles Richet. Segundo este sábio, tal período vai das irmãs Fox até as pesquisas de Sir Willian Crookes, em 1872.

GOLDESTEIN, 2006

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Referências Bibliográficas

DOYLE, A. C. The History of Spiritualism - Vol I. Australia: Projeto Guttemberg, 2003. Disponível em: http://gutenberg.net.au/ebooks03/0301051.txt

DUBY. G. Histoire de La France. 3. ed. Paris: Larousse, 2003

GOLDESTEIN, K. W. 150 Anos do Episódio de Hydesville. In: Grupo de Estudos Avançados Espíritas. Disponível em: As Irmãs Fox - <http://www.geae.inf.br/pt/biografias>. Acesso em 10 de abril de 2006.

KARDEC, A. Iniciação Espírita (Livros de Introdução à teoria e prática da Doutrina). Tradução Joaquim da Silva Sampaio Lobo e Cairbar Schutel. Revisão, apresentação e notas de J. Herculano Pires. 13ª. ed. Sobradinho (Distrito Federal): EDICEL, 1995

TAYLOR, A. J. P. The Habsburg Monarchy 1809-1918. London: Penguim Books, 1988

WANTUIL, Z.; THIESEN, F. Allan Kardec. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 1979

WIKIPEDIA. Mexican-American War. In: In: Wikipedia, the free encyclopedia. Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/Mexican-Americanl_War>. Acesso em 12 de abril de 2006.

______. Revoluções de 1848. In: In: Wikipedia, the free encyclopedia. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Revoluções_de_1848>. Acesso em 12 de abril de 2006.

______. The Communist Manifesto. In: In: Wikipedia, the free encyclopedia. Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/The_Communist_Manifesto>. Acesso em 12 de abril de 2006.

ZETTI, E. Deutschland in Geschichte und Gegenwart. 6. ed. München: Max Hueber Verlag, 1993.

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 ° QUESTÕES & COMENTÁRIOS


Biografia de Hercilio Maes?, Fernando Khaph, Brasil

Prezados Senhores,

Sou espirita, moro em São José-SC, gosto muito dos livros de Hercilio Maes, leio sempre seu site, e no boletim 394, fala de um trabalho sobre o referido médium, porem não consigo acessa-lo, poderia me ajudar, me enviando via email o material ou indicando a pagina em que possa lê-lo. 

Agradeço a sua atenção.
Fernando Machado

__________________________


Caro Fernando,

    Realmente a página parece não existir mais e assim procurei na Internet outros sites com informações sobre Hercilio Maes. Encontrei a biografia dele nos sites:

Editora do Conhecimento: http://www.edconhecimento.com.br/autores.asp?id=45
Wikipedia:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Herc%C3%ADlio_Maes

    Muita Paz,
    Carlos Iglesia
   
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Alimentação?, Edson Outtone, Brasil

Caro editor bom dia,

Se possível gostaria de esclarecimentos e citação de bibliografia a respeito do tema ALIMENTAÇÃO E TRABALHO ESPIRITUAL, mais especificamente se há efeitos diferentes na ingestão de carne vermelha e branca e desta, a diferença entre a ave e o peixe.

Grato
Edson Outtone

__________________________

Perdoe-nos a longa demora em responder à sua questão. Na verdade, não sabemos muito sobre o assunto. Eu vou aqui expor o que eu, particularmente, penso sobre isso, com base nas poucas leituras que fiz.
 
Não conheço outras referências sobre o assunto exceto as que vou apresentar a seguir contidas na codificação.
 
Não precisamos ir muito longe para percebermos que a questão da alimentação é mesmo bem séria, ao mesmo tempo que não constitue um grave empecilho ao progresso espiritual e para os trabalhos espirituais como voce pergunta.
 
A questão sobre alimentação foi abordada na Doutrina Espírita em diversos momentos pelos Espíritos. Voce pode encontrar nas questões 723, 724 e 734, comentários muito úteis sobre o assunto. Os Espíritos não condenaram a alimentação carnívora o que já é uma informação muito importante. A questão 724, reproduzida aqui, é muito esclarecedora para nós:
 
724. Será meritória abster-se o homem da alimentação animal, ou de outra qualquer, por expiação?

Sim, se praticar essa privação em benefício dos outros. Aos olhos de Deus, porém, só há mortificação, havendo privação séria e útil. Por isso é que qualificamos de hipócritas os que apenas aparentemente se privam de alguma coisa.

Então, vejamos bem, a abstenção da alimentação animal por parte de quem ainda sente necessidade dela, só deve ser feita se isso ocorrer em "benefício de outrem". Senão, é uma auto-punição que não serve para nada e, pior, pode até atrapalhar a pessoa em suas atividades. Amigos aqui de Brotas me disseram que Raul Teixeira havia expressado a seguinte opinião sobre a alimentação carnívora antes de um trabalho espiritual: "se uma pessoa gosta muito de, por exemplo, bife acebolado, não comer o bife acebolado no dia da reunião mediúnica pode ter um efeito pior do que comê-lo pois a pessoa pode ir para a reunião e não conseguir tirar da mente o bife acebolado. Nesse caso, é preferível comer o bife e ir em paz para a reunião mediúnica já que assim seu concurso será mais eficiente." (usei minhas palavras, mas a idéia é a mesma).

Vejamos o que diz o Espírito de Lamennais, na Revista Espírita de Dezembro de 1863, p. 387 da edição produzida pela Edicel:
 
"Sobre a alimentação do Homem (Sociedade de Paris, 4 de Julho de 1863. Médium: Sr. A. Didier)
 
O sacrifício da carne foi severamente condenado pelos grandes filósofos da antiguidade. O Espírito elevado revolta-se à idéia de sangue e, sobretudo, à idéia de que o sangue é agradável à Divindade. E notai bem, que aqui não se trata de sacrifícios humanos, mas unicamente de animais oferecidos em holocausto. Quando o Cristo veio anunciar a Boa-Nova, não ordenou sacrifícios de sangue: ocupou-se unicamente do Espírito. Os grandes sábios da antiguidade igualmente tinham horror a estas espécies de sacrifícios e eles próprios só se alimentavam de frutos e raízes. Na terra os incarnados têm uma missão a cumprir: têm o Espírito que deve ser nutrido pelo Espírito, o corpo com a matéria; mas a natureza da matéria influi - compreende-se facilmente - sobre a espessura do corpo e, em consequência, sobre as manifestações do Espírito. Os temperamentos naturalmente muito fortes para viver como os anacoretas* fazem bem, porque o esquecimento da carne leva mais facilmente à meditação e à prece. Mas para viver assim, geralmente seria necessária de uma natureza mais espiritualizada que a vossa, o que é impossível com as condições terrestres. E como, antes de tudo, a natureza jamais age contra o bom senso, é impossível ao homem submeter-se impunemente a essas privações. Pode ser-se bom cristão e bom espírita e comer a seu gosto, desde que seja razoável. É uma questão algo leviana para os nossos estudos, mas não menos útil e proveitosa." (os grifos são nossos).
 
Essa mensagem de Lamennais publicada por Kardec no finalzinho do número de Dezembro de 1863 da Revista Espírita, é muito interessante. Ela diz com todas as letras que se pudermos evitar a carne melhor pois isso "leva mais facilmente à meditação e à prece." Mas Lamennais, de modo muito responsável, deixou claro que isso ainda não é fácil para a Humanidade terrestre. Por isso, ele disse "Pode ser-se bom cristão e bom espírita e comer a seu gosto".
 
Portanto, a alimentação carnívora não é um empecilho que impede que um trabalho espiritual possa bem ocorrer. Tanto melhor se as pessoas puderem se abster dela, mas melhor ainda se o esforço maior for o da reforma íntima.
 
Por fim, lembremos Jesus em Mateus, Cap. 15 e vers. 11: "Não é o que entra pela boca que contamina o homem; mas o que sai da boca, isso é o que o contamina." (Grifos nossos).
 
Um abraço fraterno,
Alexandre

* Anacoreta é um uma pessoa que se retira a um local isolado para dedicar-se a meditação e a oração.

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° PAINEL

Um clássico do Espiritismo publicado em inglês, Yvonne Limoges, EUA

Caros Amigos,

É com grande satisfação que anunciamos que nosso Diretor, Ed. Crespo, traduziu para o inglês o famoso clássico do espiritismo espanhol "Memorias del Padre German" em inglês.  Este livro por escrito por Amalia Domingo Soler, famosa escritora e poeta espírita nascida em Sevilha (Andaluzia), pela virada do século XIX para o XX.



Este é o primeiro dos 8 livros de Amalia Domingo Soler que está sendo publicado em inglês. O título é "Memoirs of Father Germain" e pode ser adquirido através da Amazon.com, Barnes & Nobles ou outras livrarias na Internet. O preço do livro é $ 21,95.

Esperamos que gostem da obra.

Yvonne Limoges,
The Spiritist Society of Florida

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5.o Congresso Espírita Mundial, Conselho Espírita Internacional, Colombia

¡SALUDOS HERMANOS ESPÍRITAS DEL MUNDO!

www.consejoespirita.com
5congreso@consejoespirita.com



Las informaciones podrán ser encontradas en la pagina Web www.consejoespirita.com o http://www.consejoespirita.com/portal/ y en el  correo electrónico  5congreso@consejoespirita.com   estaremos respondiendo sus inquietudes y recibiendo sus sugerencias. Le agradecemos convertirse en promotor de este 5CEM reenviando este Boletín a todos sus colegas y amigos en el ideal.

Jorge Berrio Bustillo
Secretario General
Comisión Organizadora


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Site da Comunidade Espírita "A Casa do Caminho", Marcílio Dias Henriques, Brasil

Caros irmãos,

Venho para compartilhar o site www.acasadocaminho.com.br que acompanho sempre e como poucos mantém disponíveis 4 vídeos (1 novo por semana) que são edições recentes do programa Seara Espírita, cujo objetivo é divulgar a Doutrina Espírita com toda lealdade a Jesus e a Kardec, de maneira dinâmica e interessante, contendo entrevistas com oradores e estudiosos espíritas de todo o país, matérias com temas atuais e também o quadro conhecimento espírita, com a médium Isabel Salomão de Campos.

Como espírita, digo que vale a pena assistir e divulgar. Confiram.

Saúde e paz a todos!
Marcílio Dias Henriques

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Transcomunicação Instrumental, Sonia Rinaldi, Brasil

Contatos com o Alem por equipamentos eletrônicos,
em NOVO LANÇAMENTO !

Sonia Rinaldi, que há 18 anos trabalha com o fenômeno dos contatos com outros planos dimensionais, recebidos via aparelhos eletrônicos – a chamada Transcomunicação Instrumental (TCI), publica seu mais novo projeto.

Trata-se do livro Gravando Vozes do Além em que apresenta novos casos e explica, detalhadamente, os passos para se gravar as vozes em computador, sendo um verdadeiro manual para quem quer começar ou melhorar seus processos. A obra vem ainda, acompanhada de um CD com cerca de 60 vozes paranormais.

Sonia Rinaldi possui sete obras sobre o assunto, que tratam desde o aspecto do consolo, possibilitado pelas vozes dos que faleceram, até o primeiro projeto científico realizado acerca do fenômeno em condições laboratoriais.

O livro traz como marca principal o detalhamento das técnicas que, efetivamente, funcionam para se gravar contatos com o outro lado da vida. Além do rico capítulo sobre a forma avançada de registrar esse intercâmbio, também apresenta uma vasta casuística. Isso foi possível porque nesses anos de pesquisa Sonia Rinaldi reuniu centenas de pessoas interessadas que, aprendendo as técnicas para gravar, passaram a obter seus próprios resultados de contatos com os falecidos.    

O que Sonia fez foi enfeixar os casos mais interessantes e apresentar ao leitor uma ampla visão desse fantástico fenômeno. Mas objetivo desta obra não é apenas relatar tais experiências, mas demonstrar que o contato com os mortos é mais acessível do que se imagina.

Seus 18 anos à frente de uma das maiores associações de transcomunicadores do mundo, lhe asseguram essa assertiva, pois desde que se conheça a técnica correta e se conduza com a respeitabilidade que o tema merece, dentro de parâmetros morais e éticos, o sucesso é certo. Esta obra vem para preencher uma lacuna, pois desde que se introduziu o uso do computador para as gravações de vozes paranormais os avanços se aceleraram e nada há publicado com orientações que se valham dos recursos que a tecnologia atual possibilita.

Para saber mais:  http://www.gravandovozes.kit.net

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GRUPO DE ESTUDOS AVANÇADOS ESPÍRITAS

O Boletim GEAE é distribuido por e-mail aos participantes do Grupo de Estudos Avançados Espíritas
Inscrição/Cancelamento - inscricao-pt@geae.inf.br

Informações Gerais - http://www.geae.inf.br/pt/faq
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