Ano 14 Número 507 2006



30 de janeiro de 2006


"Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão, 
face a face,
em todas as épocas da humanidade"

Allan Kardec



 ° EDITORIAL

Os espíritas aguentam melhor ...





 ° ARTIGOS

A Comunicação Entre os Planos Físico e Espiritual, Grupo ComCiência, Brasil


Entrega, Yogashririshnam (médium Elzio Ferreira de Souza), Brasil




 ° HISTÓRIA & PESQUISA

Cronologia Espírita, Carlos Iglesia, Brasil




 ° QUESTÕES & COMENTÁRIOS

Caboclos e Pretos Velhos, Alexandre Fontes da Fonseca, Brasil





 ° PAINEL

TV Mundo Maior, Fundação Espírita André Luiz, Brasil


2006 - Ano Internacional da Evangelização, Grupo de Apoio a Evangelização, Brasil

Evento Espírita em Baltimore, Daniel Santos, EUA






 ° EDITORIAL

Os espíritas aguentam melhor ...

Amigos,

Alguns dias atrás estava cortando o cabelo e conversando com o barbeiro sobre um conhecido nosso que desencarnou recentemente. Pessoa bastante respeitada no bairro, ele era médium e atuava no receituário mediúnico, tendo proporcionado alivío e cura à inumeráveis doentes que o procuravam para consultas no centro que frequentava. Ele era médico também e exercia a profissão normalmente em seu consultório, que estava aberto a todos, pudessem ou não pagar as consultas, que inclusive eram de valor acessível a maioria das pessoas. Não raro fornecia os remédios para os que precisassem.

Sua desencarnação ocorreu após um doloroso processo de luta contra o câncer - doença possivelmente ligada ao fato de ter fumado na juventude - processo pelo qual passou com a maior resignação. Pessoa muito boa, porém de gênio forte, nunca demonstrou impaciência com a doença ou revolta com a situação que gradualmente o levou a diminuir o ritmo de seu trabalho até que foi obrigado a parar já nos últimos dias de sua estadia neste mundo.

A conversa corria justamente por esse ponto, pela sua luta contra o câncer, quando o barbeiro que me atendia - de formação católica porém com simpatia pelo Espiritismo - saiu-se com uma frase que me deixou pensativo: "Coitado, ainda bem que ele era espírita, os espíritas aguentam melhor estes sofrimentos".

Realmente não tenho como afirmar categoricamente que a frase é verdadeira, seria necessária uma vasta pesquisa entre espíritas e não espíritas, que passam por situações difíceis como a descrita, para embasar tal conclusão. Mas em uma primeira análise, mais subjetiva, ela é bastante razoável e parece corresponder as observações do dia-a-dia. A experiência cotidiana parece mostrar que o sofrimento tem um componente psicológico muito forte, que ele é maior ou menor em relação ao modo como a pessoa que passa por ele encara a vida. A percepção de que estamos em um processo de aprendizado, do qual a estadia neste mundo material é apenas uma etapa muito curta, muda razoavelmente a relação entre o doente e a doença. E muda mais ainda quando sabemos o que nos espera do outro lado da sepultura, que não há o que se temer porque é apenas a vida melhorada e adequada ao nosso grau de maturidade espiritual.

Mas, independentemente do fato da frase ser mais ou menos verdadeira, há uma outra questão interessante na reflexão do barbeiro que me atendia. Em essência ele deixou transparecer que a admiração que tem pela Doutrina é causada pelo efeito que ela tem na vida de seus adeptos. A vida de nosso amigo médico, que atuava como mensageiro do mais alto, transformou-se na própria mensagem.

Assim, pensando posteriormente na frase, não pude deixar de sorrir diante da simples constatação de que por mais que falemos, que escrevamos, que divulguemos o Espiritismo por todos os meios de comunicação existentes, será sempre na forma como aplicamos o Espiritismo na nossa vivência cotidiana que passaremos realmente aos nossos conhecidos a mensagem que queremos transmitir.

Não que a comunicação não seja importante, ela o é efetivamente, apenas é necessário que nossa vida reflita aquilo que comunicamos.

Muita Paz,
Carlos Iglesia

Índice

 ° ARTIGOS

A Comunicação Entre os Planos Físico e Espiritual, Grupo ComCiência, Brasil

(Texto extraído do Informativo ComCiência Ano I nº 2 - Grupo ComCiência de Estudos Filosóficos e Científicos à Luz do Espiritismo)

Geralmente, a primeira questão que surge em nossa mente, quando se fala em comunicação mediúnica, sobretudo em se tratando da psicofonia, é como ocorre ou se há de fato a “incorporação” do Espírito pelo médium.

Primeiramente, é importante deixar claro que a literatura Espírita classifica como inadequado o termo incorporação, utilizando os termos passividade ou, mais apropriadamente, oportunidade, para designar a comunicação mediúnica, seja por psicografia ou psicofonia. Novamente recorremos à literatura espírita para tentar esclarecer como é o elo deligação que se estabelece entre o médium e o comunicante, ou seja, entre os planos físico e espiritual, e porque a designação de incorporação é inadequada para descrever a comunicação mediúnica.

Segundo Hermínio Miranda, em Diversidade dos Carismas - Volume II, o processo da comunicação pode ser resumido da seguinte forma: o Espírito comunicante pensa e este pensamento é captado pelo médium através do que o autor designa por canais condutores, os quais localizam-se no seu perispírito. A seguir, o pensamento é dirigido através destes canais, até aos chamados canais expressores, localizados no cérebro físico do médium, os quais são encarregados de acionar os mecanismos orgânicos necessários para se efetivar a comunicação. Visando apresentar a comunicação estabelecida entre o Espírito comunicante e o médium, de forma mais didática, lançaremos mão de uma representação esquemática do mecanismo da comunicação mediúnica, apresentada nas figuras 1(a) e 1(b) a seguir.

Figura 1(a)


Figura 1(b)


Figura 1. (a) Descrição artística que visa facilitar a compreensão dos elementos envolvidos na comunicação. Vemos primeiramente que a comunicação é estabelecida de perispírito6 a perispírito e que é o perispírito do médium quem atua no seu corpo físico. (b) Descrição esquemática7, na qual podemos observar que o pensamento originado no Espírito do comunicante é transmitido ao seu perispírito. Este pensamento é então transmitido ao perispírito do médium, e é encaminhado ao Espírito do médium, onde é, por assim dizer, processado. O pensamento então segue do Espírito do médium ao seu perispírito, que por sua vez atua nos órgãos do corpo físico, estabelecendo efetivamente a comunicação.

Nesta representação, a comunicação se estabelece da seguinte maneira: o pensamento que se origina no Espírito do comunicante é enviado ao seu perispírito, a partir do qual é transmitido por meio de vibrações. Em condições adequadas, como em uma reunião mediúnica por exemplo, este pensamento pode ser captado pelo perispírito do médium, o qual é responsável pela transmissão de tais impressões e idéias e sentimentos ao seu Espírito. Este, por sua vez, assimila as informações de acordo com o cabedal de conhecimento adquirido em múltiplas existências e as filtra de acordo com a sua condição moral. Após esta avaliação por parte do Espírito do médium, a informação é novamente transmitida ao seu perispírito e redirecionada para o corpo físico, na forma de comandos motores, para expressar fisicamente o pensamento original, limitado no entanto, às condições morais, éticas, culturais e orgânicas do médium. Embora tenhamos dividido o processo de forma esquemática para maior clareza, a comunicação ocorre instantaneamente, sem que o médium tenha clara noção dos processos envolvidos.

O mecanismo descrito acima é geral para a comunicação mediúnica e demonstra que há sempre a interferência do médium na comunicação, ainda que este não se lembre dos fatos ocorridos durante a manifestação mediúnica, neste caso, denominado médium inconsciente. Por esta razão, é que Kardec afirma ser inadequado o termo incorporação, pois o médium atua ativamente em todo o processo, sendo, portanto, responsável por suas ações. Ainda segundo Hermínio Miranda, existem duas situações básicas que podem ocorrer nas comunicações mediúnicas: na primeira, o Espírito comunicante induz o médium a se expressar, convertendo seus pensamentos em palavras; no segundo caso, o Espírito comunicante se apossa mais amplamente nos controles mentais do médium, podendo manifestar não somente suas idéias como também sua língua, seu tom de voz, seu sotaque, trejeitos e demais características pessoais. Pode parecer contraditório que, sendo o pensamento a real linguagem dos Espíritos, que estes utilizem características comuns à comunicação dos encarnados como o sotaque, trejeitos e expressões regionais.

Esta contradição é apenas aparente. No primeiro caso, o Espírito comunicante transmite seus pensamentos puros, deixando ao encargo do médium convertê-lo em palavras. Já no segundo caso, é o comunicante quem se encarrega de converter seus pensamentos em palavras, utilizando-se do
instrumental de expressão do médium. Mas, em ambos os casos, a fonte geradora do pensamento é a mente do manifestante.

Dentre as possíveis finalidades para que a comunicação apresente as citadas características do comunicante têm-se: a necessidade de confirmar a identidade do Espírito, fazendo com que seus aspectos de expressão, principalmente de linguagem, sejam reconhecidos; a ligação ainda forte do Espírito comunicante com a matéria ou falta de conhecimento sobre o processo de comunicação através do pensamento, ressaltando seus caracteres presentes enquanto encarnado devido a um maior controle da aparelhagem física do médium; a viciação do médium com a forma de comunicação habitual dos Espíritos, criando nele, médium, reflexos condicionados que marquem a comunicação com um formato já abandonado pelo Espírito comunicante.

É interessante ressaltar a atuação da equipe espiritual nas comunicações mediúnicas onde os companheiros do plano espiritual podem, por exemplo, estabelecer um elo de comunicação entre o Espírito comunicante e o médium e, desta forma, traduzir, quando necessário, as informações apresentadas numa língua desconhecida ao médium, para uma forma que ele compreenda, principalmente transformando a linguagem articulada em pensamentos puros. Estes companheiros de trabalho são também conhecidos como controles e sua atuação é bastante detalhada por Hermínio Miranda, em Diversidade dos Carismas, Volume II, principalmente no capítulo IV – Seminologia da Comunicação Mediúnica, item 12 – Guias e Controles.


REFERÊNCIAS

KARDEC, Allan, O Livro dos Médiuns. 62a ed., Rio de Janeiro: FEB, 1996.
U.E.M., Mediunidade – Reuniões Mediúnicas, série Evangelho e Espiritismo. v.6, Belo Horizonte: União Espírita Mineira, 1999.
MIRANDA, Hermínio C., Diversidade dos Carismas: Teoria e Prática da Mediunidade. 3a ed., v.2, Niterói: Lanchâtre, 2000. O Espiritismo de A a Z. 3a ed. Rio de Janeiro: FEB, 1999.

NOTAS

6 O perispírito é o envoltório do espírito (ou alma), de natureza semi-material, isto é, mais sutil que a matéria conhecida atualmente. É o que dá forma ao espírito e quando encarnado o liga ao corpo físico. É importante o seu entendimento para compreender não somente a Doutrina Espírita, mas também diversos aspectos da vida humana. Para seu estudo recomendam-se os livros O que é o Espiritismo e O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, e o livro Perispírito, de Zalmino Zimmermann.

7 O esquema foi extraído de notas de aula do curso básico da Doutrina Espírita - módulo 2, realizado no Grupo de Fraternidade Espírita Albino Teixeira, 2005.


Grupo ComCiência de Estudos Filosóficos e Científicos à Luz do Espiritismo
Email: comcienciaespirita@yahoogrupos.com.br
Site: http://br.groups.yahoo.com/group/comcienciaespirita/

Índice

Entrega, Yogashririshnam (médium Elzio Ferreira de Souza), Brasil

(Texto extraído do livro "Divina Presença - Comentários Mediúnicos a João da Cruz, espírito Yogashririshnam, médium Elzio Ferreira de Souza, editora Circulus)


"Sê tu o mensageiro e as mensagens"
Cântico Espiritual - VI: 7.
João da Cruz

Alguém pode informá-lo sobre o sol, a chuva, o mar, o rio e os ventos, mas você só os conhecerá quando entrar em contato direto com cada um deles. Poderá travar algum conhecimento sobre eles com professores e livros, mas coisa alguma substituirá a experiência direta. Não pense que com o Divino possa ser diferente.

Não são os mensageiros que lhe podem transmitir a mensagem do Divino. Tudo quanto eles podem fazer é orientá-lo para que possa encurtar distâncias, diminuir desvios, ativar o discernimento. Mesmo quando eles já possuam algum conhecimento, nunca podem dizer-lhe o real sabor do fruto, nem fazer com que absorva o alimento que não digeriu. A experiência do Divino é única.

Não se engane, pois, com a fenomenologia. Os fênomenos podem ser sinais indicadores, todavia você não se deslocará para lugar algum, só por conhecer os sinais de trânsito, nem continuará paralisado, conquanto se desloque, só porque eles não existam. Muitos sinais geralmente significam a existência de múltiplos perigos. Não acredite que só os fenômenos podem ser sinais da presença divina ou de sua aproximação.

A vida encontra-se plena de maravilhosos fenômenos físicos-químicos, mas você não consegue ver a Deus, embora as leis que os regem indiquem a sabedoria de quem as formulou. Você deve ir além do fenômeno: vá para o silêncio de si mesmo na obra de transformação, se quer marcar o Encontro.

Ninguém pode conceber o Divino, se apenas recebe mensagens de intermediários. Os estafetas não são o Senhor, e as cartas nunca podem traduzir a Presença.

Se você quer o Encontro, não se contente com nada, respeite a tudo e a todos, agradeça todas as mensagens e mensageiros, mas não se dê por safisfeito. O Senhor aguarda apenas a sua perseverança. Você não deve contentar-se com menos. Não acredite em distâncias, quando falar de Deus. O longe pode estar perto. O caminho é não ter caminho.

Você não pode dizer - "agora". Mas se você não se contentar com mensagens e mensageiros, se estiver pronto para aceitar todas as condições que são não ter qualquer condição, não fazer qualquer exigência, se você for capaz de entregar-se e confiar, então poderá ir além das notícias que lhe trazem, para viajar dentro do silência divino.

Você não deve contentar-se com simples notícias, por mais alta que seja a mensagem. Rogue ao Senhor que Ele seja o Mensageiro e a Mensagem, porque só assim conhecerá realmente quem a recebe.

Índice

° HISTÓRIA & PESQUISA

(Seção em parceria com a "Liga de Historiadores e Pesquisadores Espíritas")

Cronologia Espírita, Carlos Iglesia, Brasil

(Texto iniciado no Boletim 505)

Primeiro Capítulo

1795-1856 Prof. Rivail e sua Época

Lista de Eventos

1801

10 de setembro de 1801

Assinada a "Concordata de 1801" entre Napoleão e o Papa Pio VII. A concordata vinha sendo discutida desde novembro de 1800. Ela foi assinada nos termos de Napoleão e, se este reconheceu o Catolicismo como principal religião da França, não lhe concedeu o status de "religião do estado". Foi garantida a liberdade de religião e o Estado continuou laico. Esta concordata permaneceu em vigor até 1905. A concordata encerrava um conflito entre a França e a Igreja surgido com a Revolução Francesa de 1789. Em 1795 a República Francesa chegou a proibir toda manifestação exterior de culto e impôs aos bispos e padres um juramento de submissão e obediência às leis da República.

Napoleão, pelas frases que deixou para a posteridade, acreditava em Deus mas não nas religiões contituidas. Visivelmente via a concordata como uma solução política. Eis algumas [PERFETTI, 1996]:

"Toda coisa proclama a existência de Deus, é verdade, mas todas as religiões são filhas do homem".

"Não sou ateu mas não posso acreditar no que me querem ensinar contra minha inteligência, sem sentir-me falso e hipócrita".

"Sem duvida minha incredulidade foi, sendo eu o imperador, um bem para os povos; caso contrário como poderia ter exercido a verdadeira tolerância apropriada?".

"A falta de fé religiosa não me influenciou de modo algum. Nunca duvidei de Deus. Se minha razão não tivesse sido suficiente para compreendê-lo, meu espírito o teria honrado do mesmo modo".

"Mudar de religião é inadmissível por interesses privados mas é compreensível se estão em jogo importantes ganhos políticos".

Este evento é importante para a história do Espiritismo. Foi no período posterior à concordata que passaram a existir as condições propícias ao estudo e divulgação de fenômenos e ensinamentos que contrariavam dogmas estabelecidos da Igreja. Nem o extremismo anti-clerical de 1795 nem o tradicionalismo do Antigo Regime, com reis governando por "direito divino" sob as benções de uma religião oficial, eram ambientes culturais em que o Espiritismo poderia se desenvolver livremente.


DURANT, 1994
GOYAU, 2006
PERFETTI, 1996

SOBOUL, 1981
WIKIPEDIA, 2006
   

1802

França

Publicado o livro "O Gênio do Cristianismo" de François-René de Chateaubriand (1768-1848). O livro introduziu o "Romantismo" na França, seguindo o caminho do movimento "Sturm und Strang"* alemão. Chateaubriand apresenta nesta obra o período medieval como uma época de ouro do cristianismo e da vida fraternal, era uma reação ao racionalismo iluminista e uma idealização da idade média que seriam a marca da literatura romântica.

Tristão de Athayde, prefaciando uma edição brasileira da tradução de Camilo Castelo Branco, observa que "A fé que Chateubriand representa é muito mais sentimental que racional. A apologética que este livro inicia, nos tempos modernos, também é do mesmo tipo. É uma apologética histórica, estética, afectiva, idealista" [Chateaubriand, 1960].

Chateaubriand inicia o prefácio da edição francesa de 1828 com uma explicação da finalidade de sua obra:

"Ressurgia a França do caos revolucionário, quando o Gênio do Cristianismo apareceu; todos os elementos da sociedade estavam confusos: a mão terrível que intentará ordená-los, não conseguira ainda seu intento: despotismo e glória não tinham podido criar a ordem.

Foi, pois, entre as ruínas dos nossos templos que eu publiquei o Gênio do Cristianismo, chamando a estes templos as pompas do culto e dos ministros dos altares. S. Dinis estava deserto: era cedo ainda para que Bonaparte se lembrasse de que havia mister uma sepultura: dificil lhe seria vaticinar o torrão em que a providência lha destinara. Reliquias de igrejas e mosteiros, que se esboroavam, era o que em toda a parte se via: vaguear por entre essas ruínas era uma espécie de recreio" [Chateaubriand, 1960]

A obra de Chateaubriand é assim um reflexo do seu tempo, de um século que se inicia em meio as guerras napoleônicas, guerras que - fechando o ciclo revolucionário de 1789 - levaram de roldão o velho mundo europeu. O mundo que se abre nesse novo século tem diante de si diversas opções: Ir adiante no caminho das Luzes e da Razão equilibradas por uma fé raciocianda, desviar-se pela trilha da Razão ensoberbada em si mesma e enceguecida pelos sucessos materiais da Revolução Industrial ou retornar ao passado, buscando refugio nas certezas dos tempos idos.

Cada um destes caminhos foi seguido no século XIX. O Espiritismo foi o prosseguimento dado pelo plano espiritual ao Iluminismo espiritualista, o materialismo que prevaleceu na ciência e na organização social foi a razão Iluminista desvirtuada pelo orgulho intelectual e as igrejas constituidas permaneceram defendendo a fé cega como único caminho de salvação.

* "Sturm und Strang" é a denominação de um movimento que marcou o pensamento e a literatura alemã no final do séc. XVIII. O movimento iniciou-se por volta de 1770. Na arte, na literatura e na musica os autores procuraram expressar o coração e os fortes sentimentos, rompendo com os padrões mais racionais e formais do período anterior. Na filosofia Immanuel Kant (1724-1804) reflete esse novo humanismo com sua "Kritik der praktisch Vernunft" (Critíca da Razão Prática - 1788). São também dessa época Friedrich Schiller (1759-1805) e Johann Wolfang von Goethe (1749-1832).

Chateubriand, 1960
Wikipedia, 2006
Zetti, 1993

1804


21 de fevereiro de 1804
País de Gales

A locomotiva a vapor criada por Richard Trevithick roda por um percurso de 9 milhas. Esta demonstração bem-sucedida inicia uma revolução nos transportes terrestres que ao longo do século XIX mudaria a paisagem do ocidente. A ferrovia se tornou o simbolo do progresso e da pujança econômica, por seus vagões passaram tanto a nobreza européia como a matéria prima para a industrialização do continente. Ela também secundou a conquista do Oeste Americano e ajudou na transformação dos Estados Unidos da América em uma possante nação.

O pai de Léon Denis e o próprio Léon Denis trabalharam em ferrovias, provavelmente Allan Kardec as usou para suas viagens pela França e deve ter sido por elas que viajaram muitos dos que foram de outras partes da Europa e da França para Paris conversar com Kardec ou participar das reuniões da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas.

Kardec, ?
Luce, 2003
Wikipedia, 2006

3 de outubro de 1804

Lion, França

Nasce Hypolite Leon Denisard Rivail (1804-1869). De família tradicional na magistratura e na tribuna jurídica, desde cedo se sentiu atraído para o estudo das ciências e da filosofia, tornando-se mais conhecido sob o pseudônimo Allan Kardec utilizado nas obras da codificação espírita.

É interessante observar que a grafia utilizada no nome da certidão de nascimento, não é a mesma utilizada nos demais documentos onde aparece o nome do prof. Rivail. Ele próprio, em suas obras pedagógicas, assinava Hippolyte Léon Denizard Rivail.

MARTINS e BARROS, 1999
WANTUIL, 1990
WANTUIL e THIESEN, 1979

2 de dezembro de 1804
Paris, França

Napoleão Bonaparte é coroado Imperador da França. Não só faz com que o Papa Pio VII se desloque a Paris para a coroação, como lhe toma a coroa das mãos e coroa a sí próprio.

DURANT, 1994
PERFETTI, 1996
WIKIPEDIA, 2006

1805

1 de janeiro de 1805
Yverdon, Suíça


Castelo de Yverdon

Criação do instituto de educação no castelo de Yverdon por Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827). Nesse instituto, que funcionaria até 1825, o notável educador suiço pode colocar em prática suas idéias sobre o ensino, contribuindo não só para a formação de grandes nomes da cultura européia, como influenciando profundamente futuros educadores, entre eles H. L. D. Rivail.

DURANT, 1994
RODRIGUES, 1996
SOËTARD, 1994
WANTUIL e THIESEN, 1979

1808

5 de novembro de 1808
Madri, Espanha

As tropas francesas invadem a Espanha e instalam o irmão de Napoleão, José Bonaparte, em seu trono. Quase que imediatamente se inicia a resistência do povo espanhol e, o que teve grandes consequências para o futuro, o processo de autonomia das colônias que resistem a aceitar José I como rei legítimo. Em 1810 uma insurreição geral nas colônias estabelece juntas autonômas que, a partir de 1814 se transformam em governos independentes. Até 1825 quase todas as antigas colônias espanholas se tornam nações independentes.

DURANT, 1994
TERRERO, 1988
WIKIPEDIA, 2006

1810

Berlim, Alemanha

O General Noizet apresenta sua pesquisa sobre o Magnetismo Animal na Academia de Berlim. A edição francesa deste trabalho seria publicada em 1814 em Paris.

LAPPONI, 1979


Biografias

Allan Kardec




(Texto de José Cid originalmente publicado no site do GEAE e revisado para este Boletim. José Cid utilizou como fonte de referência a biografia escrita por Henri Sausse publicada no livro "O que é o Espiritismo" editado pela FEB)

Hyppolyte Leon Denizard Rivail, este foi o nome civil de Allan Kardec. Nasceu em 3/10/1804, em Lion, França e desencarnou em 31 de março de1869, em Paris.

Fez seus primeiros estudos em Lion e os completou em Yverdun (Suiça), com o Professor Pestalozzi, de quem se tornou um dos seus mais eminentes discípulos, colaborador inteligente e dedicado. Aplicou-se na propaganda do sistema de educação que exerceu tão grande influência sobre a reforma nos estudos na Alemanha e França. Muitas vezes, quando Pestalozzi era chamado a outras cidades, confiava a Denizard Rivail a direção da sua escola. Denizard foi linguísta, conhecendo a fundo o alemão, inglês, italiano e espanhol, tendo também conhecimento do holandês. Além disso, tinha maneiras distintas, humor jovial, era bom e obsequioso. Mais tarde fundou em Paris um instituto semelhante ao de Pestalozzi, tendo como sócio um de seus tios.  


Casou-se em 1832 com Amélie Boudet (A certidão de casamento registra o dia 9 de fevereiro de 1832 [MARTINS e BARROS, 1999]). Poucos anos depois, seu tio perdeu grande soma de dinheiro no jogo, levando o Instituto a falência. O restante de dinheiro que coube ao casal foi aplicado no comércio de um amigo, cuja falência terminou com o dinheiro.  

Para superar esta fase ruim o casal lançou-se ao trabalho, sendo que Denizard encarregou-se da contabilidade de três casas, e terminando o dia, escrevia a noite, gramáticas, aritméticas, livros para estudos pedagogicos; traduzia obras inglesas e alemãs e preparava os cursos de Levy-Alvares. Organizou também em sua casa cursos gratuitos de química, física, astronomia e anatomia, de 1835 a 1840.  

Em 1824 publicou, segundo o metodo Pestalozzi, o Curso prático e teorico de aritmética. Em 1828, Plano spresentado para melhoramento da instrução publica, em 1831, Gramática francesa clássica, 1846 o Manual de exames para obtenção dos diplomas de capacidade, em 1848 o Catecismo gramatical da língua francesa. Finalmente, em 1849, tornou- se professor no Liceu Polimático, nas cadeiras de Fisiologia, Astronomia, Química e Física. Depois publicou uma obra, que resumia seus cursos: Ditados normais dos exames na Municipalidade e na Sorbone; Ditados especiais sobre dificuldades ortográficas. Essas diversas obras foram adotadas pela Universidade da França, o que proporcionou ao Denizard um modesta abastança. Pode-se ver que seu nome era conhecido e respeitado, antes que imortalizasse o nome Allan Kardec.  

Foi em 1854 que o Sr. Rivail ouviu pela primeira vez falar nas mesas girantes, a princípio do Sr. Fortier, com quem mantinha relações em razão dos seus estudos sobre magnetismo, que disse que mesas podiam não apenas girar, mas também respondia perguntas. A essa afirmativa o Prof. respondeu que acreditaria quando o provassem que uma mesa tinha cerebro para pensar, nervos para sentir e que pode se tornar sonambula. Atá lá, permita-me ver apenas uma fabula para provocar sono.  

Tal era o estado de espírito do Sr Rivail, não negava a princípio, mas pedindo provas e querendo observar para crer; tais nos devemos mostrar sempre no estudo dos fatos Espíritas.  

E dificil resumir um fato que historicamente marca o início dos estudos de um homem Hipolyte Leon Denizard Rivail que era conhecido como grande educador e pessoa de extremo bom-senso. Mas, considero importante em qualquer estudo sistemático, conhecer como começou aquilo tudo que se vai estudar.  

Professor Rivail era um homem céptico. Não abraçava religião alguma, e, como os grandes pensadores de sua epoca, simpatizava com os pensamentos que formariam o Positivismo. Nesta mesma epoca iniciara em toda Europa uma serie de fenômenos que ficaram conhecidos como "mesas girantes". Estes fenômenos ficaram muito populares na epoca, sendo uma das atividades de entretenimento nas festas, em meio a comida, bebida e piadas. Aconteciam mais ou menos assim: algumas pessoas se sentavam em torno de uma mesa, e, com as mãos pousadas sobre ela, faziam-na girar, pular, levitar, etc. Estes fatos evoluiram um pouco, e o objeto passou a responder perguntas com pancadas no chão ou fazendo um ruído que parecia vir de dentro dela. Isso aumentou ainda mais o divertimento nas festas. Mas nosso Professor não se interessava por estas festas. Até que, um amigo, a quem tinha em elevada consideração e estima, o convidou para uma reunião com o objetivo de conhecer o fenômeno das mesas girantes. Durante essa reunião foram feitas perguntas a uma mesa, que respondia por pancadas. Então o nosso Professor percebeu o que muitos, talvez não tivessem percebido ainda, e concluiu "todo fenômeno inteligente tem que ter uma causa inteligente". Então começou a pesquisar de que forma objetos poderiam expressar inteligência. Investigou a ação do pensamento das pessoas sobre os objetos, investigou o fato de algumas pessoas produzirem fenômenos que outras não podiam, investigou a manifestação de alguma força da natureza ainda desconhecida, e, concluiu que, necessariamente, a inteligência demonstrada pelos objetos tinha uma origem externa.  

Em um trabalho extenso de compilação, analisando as informações colhidas em muitas reuniões para estudo deste fenômeno, e através do desenvolvimento do "meio de comunicação" o nosso Professor compilou "O Livro dos Espíritos". Mas não seria conveniente usar seu nome, bastante conhecido na epoca. Era importante que este livro fosse publicado por um autor desconhecido, para que o publico pudesse analisar a obra imparcialmente. Nosso professor então adotou o pseudônimo Alan Kardec.  

Com o passar do tempo as mesas girantes cairam em interesse, como acontece com todos os jogos de salão, que não conseguem entreter espectadores avidos por novidades muito tempo.

CID, 2006
MARTINS e BARROS, 1999

Referências Bibliográficas


Chateubriand. F. R. de. O Gênio do Cristianismo. Tradução de Camilo Castelo Branco e prefácio de Tristão de Athayde. São Paulo: W. M. Jackson Inc. Editores, 1960.

CID, J. Allan Kardec. In: Grupo de Estudos Avançados Espíritas. Disponível em: <http://www.geae.inf.br/pt/biografias/kardec.html>. Acesso em 21 de janeiro de 2006.

DURANT, W.; DURANT, A., The Age of Napoleon, edição eletrônica em CD-ROM. USA: World Library Inc., 1994 (The Story of Civilization, Vol. 11)


GOYAU, G. The French Concordat of 1801. In: Catholic Encyclopedia. Disponível em: <www.newadvent.org/cathen/04204a.htm>. Acesso em 21 de janeiro de 2006.

KARDEC, A. Viagem Espírita em 1862. Tradução e Prefácio de Wallace Leal V. Rodrigues. 2. ed. Matão (SP): Casa Editora O Clarim, ?.

LAPPONI, J. Hipnotismo e Espiritismo. Tradução Almerindo Martins de Castro. 2. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1979.

LUCE, G. Léon Denis - O Apóstolo do Espiritismo, Sua Vida, Sua Obra. Tradução José Jorge. Rio de Janeiro: CELD, 2003.

MARTINS, J. D.; BARROS, S. M. de. Allan Kardec – Análise de Documentos Biográficos. Rio de Janeiro: ed. Lachâtre, 1999.

PERFETTI, F. (Org.), Napoleão Aforismos, máximas e pensamentos. Tradução Annie Paulette Marie Cambè. Rio de Janeiro: Newton Compton Brasil ltda., 1996

RODRIGUES, W. L. V. Breve História de Pestalozzi. Revisão e Apresentação Dora Incontri. Franca (São Paulo): Fundação Pestalozzi, 1996

SOBOUL, A. História de Revolução Francesa. Tradução Hélio Pólvora. 3. ed. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1981.

SOËTARD, M. Johan Heinrich Pestalozzi, Perspectivas: revista trimestral de educación comparada. Paris: UNESCO – Oficina Internacional de Educación, 1994 (vol. XXIV, n. 1-2, p. 299-313. In: UNESCO. Disponível em: http://www.ibe.unesco.org. Acesso em 13 de outibro de 2003.

TERRERO, J. Historia de España. Edição revisada por Juan Regla. Barcelona: Editorial Ramón Sopena, 1988 (coleção Biblioteca Hispania)

WANTUIL, Z. Grandes Espíritas do Brasil. 3. ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 1990.

WANTUIL, Z.; THIESEN, F. Allan Kardec. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 1979.


WIKIPEDIA. Concordat of 1801. In: Wikipedia, the free encyclopedia. Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/Concordat_of_1801>. Acesso em 21 de janeiro de 2006.

______. François-René de Chateaubriand.
he free encyclopedia. Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/Fran%C3%A7ois-Ren%C3%A9_de_Chateaubriand>. Acesso em 30 de janeiro de 2006.

______. Joseph Bonaparte. In: Wikipedia, the free encyclopedia. Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/Joseph_Bonaparte>. Acesso em 21 de janeiro de 2006.

_____. Locomotive. In: Wikipedia, the free encyclopedia. Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/Locomotive>. Acesso em 30 de janeiro de 2006.

______. Napoleon I of France. In: Wikipedia, the free encyclopedia.Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/Napoleon_I_of_France#Emperor_of_the_French>. Acesso em 21 de janeiro de 2006.

ZETTI, E. Deutschland in Geschichte und Gegenwart. 6. ed. München: Max Hueber Verlag, 1993.

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 ° QUESTÕES & COMENTÁRIOS

Caboclos e Pretos Velhos, Alexandre Fontes da Fonseca, Brasil

(Respostas a algumas perguntas recebidas recentemente por e-mail sobre a comunicação mediúnica de espíritos que se identificam como "Caboclos e Pretos Velhos")

1 - "É admissível a entrada destes espíritos em uma casa espírita kardecista?"
Perfeitamente. Assim como todo encarnado é bem recebido quando chega à Casa Espírita, qualquer Espírito será atentido pelos amigos espirituais naquilo que necessitar. Além disso, todo  desejo sincero de fazer o bem é muito bem recebido pelos Espíritos superiores que cuidam de criar oportunidades de estudo e trabalho a todos.

Os bons Espíritos jamais agem com preconceito com quem quer que seja. Assim, levando-se em conta que em nosso mundo todos os Espíritos possuem, em maior ou menor grau, diversas experiências e conhecimentos adquiridos em diversas encarnações, certamente que esses Espíritos que se apresentam como caboclos e pretos velhos possuem muita coisa de si mesmos para dar. Além disso, a espiritualidade superior os ajudará a perceber, como ensina a Doutrina Espírita, que o pensamento é a liguagem por excelência no mundo espiritual e que a forma e trejeitos no falar e agir são acessórios sem maior importância e que faz parte do progresso espiritual superar esses costumes sem perder o que tem real valor: o conhecimento e o sentimento.

Portanto, duas são as formas pelas quais espíritos de caboclos ou pretos velhos podem entrar numa Casa Espírita: para receber ajuda se ainda estiverem necessitados; ou para aprender coisas novas e ajudar no bem.

2 - "Como se comportar quando é permitido a entrada deles?"

Nossa postura deve ser para com eles da mesma forma para com todo Espírito que a espiritualidade permite se comunicar: respeito, atenção, carinho, amor, sincero desejo de ajudar.

Cuidado deve ser tomado quando transmitem mensagens ou orientações ao grupo: tudo deve passar pelo crivo da razão. Note que isso não é uma recomendação isolada para Espíritos de caboclos e pretos velhos. Isso vale para TODA comunicação mediúnica. Alías, isso não é uma recomendação exclusiva do Espiritismo. O apóstolo João em sua Epístola I, Cap. IV, vers.1 disse: "Caríssimos, não acrediteis em todos os Espíritos, mas provai se os Espíritos são de Deus, porque são muitos os falsos profetas que se levantarão no Mundo". Não há razão para agir diferente com os Espíritos de caboclos e pretos velhos.

3 - "Há algum problema em trabalhar junto com eles nos diversos setores de trabalho numa casa espirita, tais como desobsessao, levando em consideraçao que eles se apresentam sem nenhum de seus costumes de trabalho em outras doutrinas como umbanda ?"

Não há problema algum em termos Espíritos de caboclos ou pretos velhos na equipe espiritual que trabalha em nossa Casa Espírita. Do lado espiritual, os amigos espirituais responsáveis pela Casa Espírita cuidarão de providenciar o que for necessário a eles. No caso deles se comunicarem em nossas reuniões mediúnicas, não haverá problema algum desde que:

i) não consideremos suas mensagens especiais só por serem caboclos ou preto velhos; Todas as mensagens devem passar pelo crivo da razão, mesmo aquelas que pareçam ser de origem elevada.

ii) busquemos auxiliá-los através do esclarecimento quando sentirmos que ainda se sentem nas condições em que viviam em sua última encarnação. Por exemplo, esclarecer sobre sua natureza como Espírito; que teve outras encarnações e, portanto, possui maior bagagem espiritual; explicar que
humildade não significa manter uma postura exterior de hábitos e maneiras mas sim em atitude íntima de respeito por todos, já que somos todos irmãos com as mesmas capacidades e o mesmo destino maior que é o progresso. Se percebermos que algum Espírito está fingindo essa aparência, alertá-lo para com a responsabilidade de seus atos e, no caso de insistência, fazer uma prece por ele e pedir aos bons Espíritos que o afastem já que não deseja aproveitar a oportunidade.

Certamente que os bons Espíritos podem aproveitar os conhecimentos que eles possuem sobre os fluidos e como manuseá-los. Mas, mesmo nesse caso, a espiritualidade cuida de permitir que eles tenham acesso a maiores aprendizados pois o objetivo maior de todo trabalho espírita é o progresso nosso (encarnados) e deles (desencarnados).

Se puder procure as seguintes obras que tocam no assunto:

- Ary Lex, Pureza Doutrinária, Cap. IV;
- Deolindo Amorim, O Espiritismo e as Doutrinas Espiritualistas, Cap. III;
- J. Herculano Pires, Ciência Espírita, cap. IX;
- Manoel P. de Miranda, psicografia de Divaldo P. Franco, Loucura e Obsessão;
- Therezinha Oliveira, Coleção: Estudos e Cursos: Reuniões Mediúnicas, cap. 20.

Espero ter ajudado.
Um abraço fraterno,
Alexandre

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° PAINEL

TV Mundo Maior, Fundação Espírita André Luiz, Brasil

www.tvmundomaior.com.br
tvmundomaior@tvmundomaior.com.br




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2006 - Ano Internacional da Evangelização, Grupo de Apoio a Evangelização, Brasil


2006 - ANO INTERNACIONAL DA EVANGELIZAÇÃO ESPÍRITA INFANTO-JUVENIL

Queridos irmãos de Ideal,
 
Após o início da campanha  2006 - ANO INTERNACIONAL DA EVANGELIZAÇÃO, o Grupo de Apoio a Evangelização, recebeu muitas sugestões de diversas partes do mundo.

Com base nessas sugestões estamos organizando um CD com atividades e subsídios para o educador espírita, em todas as áreas:  
            - sugestões de atividades para o educador
            - sugestões de atividades para a criança
            - músicas -  letras cifradas e músicas em mp3
            - peças de teatro - com ou sem ilustrações
            - desenhos, figuras dos mais diversos temas
            - contos e histórias ilustradas ou não
            - poesias - ilustradas ou não - ou formato html com efeitos
            - sugestões de atividades de artes plásticas
            - textos e artigos para estudo,
            - etc., etc.
 
Assim, rogamos o seu auxílio, enviando sugestões nesta área para compor o CD, que deverá ser distribuido com autorização para se fazer cópias para uso no trabalho de educação espírita.

No entanto, o material deverá ser enviado com os respectivos créditos (autores dos textos, desenhos, webdesigner,  etc...), autorizados para a distribuição gratuita.

Grupo de Apoio a Evangelização
www.evangelizar.org.br
secretaria@evangelizar.org.br
 
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Evento Espírita em Baltimore, Daniel Santos, EUA


Estaremos fazendo um evento com Dr. Raymond Moody Jr. e Divaldo Franco no dia 16 de Marco aqui em Baltimore, USA. As informacoes ja estao online.
 
Veja tb o calendario de eventos da SSB  e dos eventos nos EUA (mais informacoes virao em breve)
 
www.ssbaltimore.org
www.ssbaltimore.org/Seminar/Divaldo/2006/page.html
 
Um grande abraco,
-Daniel Santos (from the Spiritist Society of Baltimore)
(SSB webmaster)

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GRUPO DE ESTUDOS AVANÇADOS ESPÍRITAS

O Boletim GEAE é distribuido por e-mail aos participantes do Grupo de Estudos Avançados Espíritas
Inscrição/Cancelamento - inscricao-pt@geae.inf.br

Informações Gerais - http://www.geae.inf.br/pt/faq
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