Ano 14 Número 505 2005



30 de Dezembro de 2005


"Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão, 
face a face,
em todas as épocas da humanidade"

Allan Kardec



 ° EDITORIAL

Hoje é o nosso dia!




 ° ARTIGOS

O Uso da Mediunidade no Dia a Dia, Renato Costa, Brasil

Vendo o Invisível, Ademir L. Xavier Jr., Brasil




 ° HISTÓRIA & PESQUISA

Ajudar é a Nossa Honra, José Gonçalves Pereira, Brasil

Cronologia Espírita, Carlos Iglesia, Brasil




 ° QUESTÕES & COMENTÁRIOS

Passagens do livro "A Gênese", Christian Kill, Brasil




 ° PAINEL

Canal de Televisão Espírita, site "Orientação Espírita", Brasil


Raul Teixeira em Foz do Iguaçu e Cascavel, Enrique Baldovino, Brasil







 ° EDITORIAL

Hoje é o Nosso Dia!

Amigos,

Estamos na virada de mais um ano e, como sempre, nesta época se refazem planos e projetam-se desejos de realizações futuras. Os homens, ainda sob a influência benfazeja das comemorações do nascimento do Cristo, constroem belos castelos nas nuvéns dos ideais e sonham com uma vida sem erros e temores.

Aos espíritas, esclarecidos nas verdades da vida eterna, esta época assume novos aspectos. Ela traz a lembrança da transitoriedade das convenções humanas. Junto aos anos que se vão, transformam-se as paisagens humanas, pessoas próximas ou não que retornam ao plano espiritual, sólidos empreendimentos do passado que deixam de existir, convenções políticas que se modificam ao sabor das paixões e da luta pelo poder, as próprias criações do espírito, na arte e na cultura, mudam segundo o gosto das novas gerações que, imperceptivelmente, vão substituindo umas as outras.

É uma lembrança que talvez pareça desanimadora ao materialista convicto, mas em verdade ela é o primeiro passo na libertação do homem. A consciência da transitoriedade da vida material permite colocá-la na verdadeira perspectiva. Perspectiva que permite percebê-la apenas como etapa educativa de um processo de crescimento milenar.

A percepção de que estamos em um processo de transformação, em que a vivência no plano material ensina o homem a conhecer a si mesmo e a equilbrar-se perante às leis eternas, dá ao ser a liberdade de ação perante a vida. Não mais a prisão aos temores do corpo que envelhece, da situação econômica que escraviza, da busca por uma estabilidade inexistente. Em seu lugar, o espírita se percebe senhor do seu destino, agindo conforme a consciência de que aquilo que semear colherá, que os bens do espírito - os tesouros que os ladrões não roubam e as traças não roem - são os únicos que realmente tem valor por si próprios.

Não que o espírita se entregará a apatia, deixando ano ir e ano vir, em ociosa negação de si mesmo e do mundo ao seu redor. Não, o espírita esclarecido verá no dia-a-dia a oportunidade do exercício consciente do seu livre arbítrio, agindo sempre dentro do que sua consciência dita e sabendo que, mais do que o que se faz, o que importa é como se faz. O espírita laboriosamente atua no mundo, a seu favor e a favor do seu próximo, transformando-o e transformando-se.

Assim, para o espírita, hoje é sempre o melhor dia para agir. No hoje trabalhamos, estudamos e ajudamos na medida de nossas forças. No hoje encontramos a oportunidade de superarmos nossas deficiências e construírmos a paz e a felicidade que almejamos. No hoje resgatamos o passado e criamos o futuro, mas é nele que vivemos e devemos fazê-lo conscientemente.

O mundo que sai de 2005 e entra em 2006 é um mundo em transformação. É um mundo em que o sofrimento e a dor ainda estão presentes no cotidiano de sua população, mas é também um mundo em que diariamente milhões de almas se transformam sob a influência da mensagem do alto, mensagem cujos porta-vozes - chamem-se eles espíritas, católicos, protestantes, budistas, hinduístas, etc... - estão presentes por toda a parte.

É um mundo onde as oportunidades de se fazer o bem e de se crescer espiritualmente são imensas. A seara é grande - talvez nunca antes na história tenha sido tão vasta - e as ferramentas ao alcance do trabalhador de boa vontade são extraordinárias. Basta vontade de trabalhar e a correta perspectiva do que fazer.

Como diz Emmanuel na mensagem transmitida ao Sr. José Gonçalves Pereira (vide artigo neste boletim): 
Hoje é o nosso dia. Agora é o momento. A luta é a nossa oportunidade. Ajudar é a honra que nos compete.

2006 seja bem-vindo!
 
Muita Paz,
Carlos Iglesia

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 ° ARTIGOS


O Uso da Mediunidade no Dia a Dia, Renato Costa, Brasil

(Artigo publicado originalmente no Informativo Meimei, órgão de divulgação da Sociedade Espírita Jesus Escola,
de Cantagalo, RJ, Ano II, no. 2, de Fevereiro/Março de 2005
)


Não resta dúvida de que, como nos ensinou a mediunidade de nosso saudoso Chico, a enxada que não trabalha enferruja. Não resta dúvida, tampouco, que, em um país como o Brasil, em que a Doutrina Espírita está tão bem divulgada, onde existem tantas Casas Espíritas e tantas obras de caridade, onde há tantos desencantados e doentes do corpo e da alma, não faltam oportunidades de auxílio aos necessitados, encarnados e desencarnados. Só não se envolve em atividades mediúnicas em nosso país quem não quer, é mal informado ou desconhece o fator mediúnico em nossas vidas, a mediunidade como ela realmente é.

Entretanto, situação bem diversa se dá em certos países ditos “de primeiro mundo”. Minha experiência em websites espiritualistas estrangeiros deu-me a oportunidade de travar contato com inúmeros médiuns perturbados habitando em países onde a mediunidade deles é incompreendida e as oportunidades de auxílio que abundam no Brasil simplesmente  inexistem. Em tais países desenvolvidos não existe pobreza material, a religião existente é dogmática e estagnada e ensinamentos esotéricos desencontrados são misturados de modo comercial e confuso, em um quadro de desamparo e desalento para tais médiuns sofredores, isolados em seus conflitos e simplesmente dados como loucos ou perturbados.

Como a Justiça Divina é perfeita, não há como supor que alguém reencarne com mediunidade em tal situação sem ter como utilizá-la com bom proveito. Desse modo, parece-me evidente que a mediunidade possa ser exercida qualitativamente a contento e em intensidade satisfatória não só em atividades tradicionalmente entendidas como mediúnicas, mas, também e, até mesmo principalmente, nas simples atividades do dia-a-dia.

Logo, um abraço amoroso pode ser uma atividade mediúnica inconsciente. Por que razão um Espírito bom não aproveitaria tal oportunidade para beneficiar a pessoa abraçada, utilizando-se do agente do abraço como médium? Uma prece, um pensamento carinhoso, um aperto de mão, um olhar compassivo, são tantas as formas naturais de passe que podemos dar no dia-a-dia, com o concurso de nossos mentores e guias, em um inequívoco uso de nossa mediunidade. Quando a mãe passa a mão suavemente no cabelo de seu querido filho ou filha, não poderá ela estar usando sua mediunidade e dando um passe, apesar de inconsciente de tal fato?

Não estou sendo meramente teórico em minhas considerações. Observo e sinto em meu dia-a-dia que estou utilizando minha mediunidade a todo o instante. Sim, é verdade, conheço a Doutrina Espírita e isso me permite estar consciente do que faço. No entanto, que diferença faz? Um médium inconsciente pode ser muito eficiente como agente de cura em um abraço dado em uma pessoa doente na casa deste último. Basta, para tanto, que, ao dar esse abraço, ele esteja em sintonia com  os bons Espíritos e que encha seu coração de amor pela pessoa a quem abraça.

Concluindo minhas observações, quero dizer que é nessa linha que sempre procurei orientar os médiuns perturbados que escreviam nos websites espiritualistas estrangeiros que freqüentava. Dizia a eles que se esforçassem por ser pessoas melhores, um dia após o outro. Que aprendessem a olhar para todos à sua volta como irmãos e irmãs. Que, se lhes fosse difícil perdoar a quem os ofendesse, que, pelo menos, por eles não alimentassem rancor, procurando esquecer as ofensas recebidas; que orassem por todos à sua volta; que valorizassem os apertos de mão, os abraços, os olhares, e projetassem amor em tais comportamentos, de outra forma constituídos de simples formalidades sociais. Dizia, finalmente, que procurassem aquele parente ou conhecido velho e doente e os visitassem, conversassem com ele, lhe trouxessem alento com sua simples presença.

É isso que queria dizer. Costumo ler muitas vezes orientações de como usar a mediunidade que se aplicam somente no Brasil ou, no máximo, em alguns poucos lugares do planeta. Gostaria que os irmãos e irmãs explorassem mais outras situações, mesmo porque, nada nos garante que venhamos a ter nossa próxima reencarnação neste querido País. Que tal, então, começarmos desde agora a praticar?

O Movimento Espírita pode estar muito mais amplo e divulgado no Brasil que em outras partes do mundo, mas a Doutrina Espírita é para toda a humanidade, neste planeta e em outros mais. É mister, portanto, que saibamos praticar os ensinamentos do Mestre, explicados com tanta clareza pelo Espiritismo, estejamos onde estejamos, quer conheçamos a Codificação de forma explícita, pela sua leitura e estudo na vida atual, quer de forma intuitiva, pelas lembranças de estudos sérios que tenhamos feito nas vidas que passaram.

Índice

Vendo o Invisível, Ademir L. Xavier Jr., Brasil

Uma revisão rápida de alguns métodos de se observar
o que não é acessível aos sentidos comuns

Parte III

(Continuação do Artigo iniciado no Boletim 503)

4 - Fenômenos limiares (causas materiais)

Os dispositivos descritos na seção anterior envolvem algum tipo de radiação invisível. Aqui vamos discutir dispositivos ou sistemas que permitem “observar” ou inferir a presença de outro tipo de corpo invisível utilizando propriedades de estado da matéria.

Câmara de Núvens

O desenvolvimento da câmera de núvens, também conhecida como câmera de Wilson, representou um passo importante na física do século XX. Uma variante da câmera de Wilson é a câmera de bolhas que emprega líquido ao invés de vapor. O objetivo desse dispositivo é observar traços de partículas carregadas eletricamente. Naturalmente, partículas elementares são invisíveis. Por isso, esses dispositivos foram desenvolvidos, pois permitem observar indiretamente o traçado dessas partículas. Considerando ainda que existem partículas desconhecidas, muitas delas cuja existência foi prevista teoricamente muito antes da evidência experimental, a câmera de bolhas foi um dispositivo eficiente na comprovação experimental de novas descobertas. Charles T. R. Wilson e Arthur H. Compton receberam o prêmio Nobel de Física por suas descobertas utilizando a câmara de núvens em 1927.

O princípio de funcionamento da câmera de nuvens é bem simples [2][3]. Um gás ou vapor é colocado a uma pressão superior a pressão de ponto de saturação (a partir de onde começa uma transição de fase de vapor para líquido). Esse tipo de fenômeno é conhecido como  “meta-estabilidade”. Basta uma pequena perturbação para que haja condensação do vapor na forma líquida que, então, pode ser observada. Essa perturbação pode ser causada pela presença de íons (partículas carregadas). Uma avalanche de condensação ocorre ao longo da trajetória da partícula gerando gotas que ficam em suspensão e que podem ser fotografadas.

O arranjo experimental da câmera de núvens é mostrado na Fig.6a . A câmara armazena o vapor à pressão correta. Um campo magnético pode cobrir a região de observação do fenômeno. Com isso, é possível saber a carga e medir a energia com que a partícula ou íon atravessa o espaço. Ao atingir a câmara, o vapor se condensa na trajetória da partícula ou íon, o que pode ser fotografado ou mesmo visualizado. A Fig. 6b traz uma imagem negativa de um traçado obitido em uma câmara de núvens onde se podem distinguir as trajetórias de diversas partículas facilmente (inclusive osfamosos mesóns pi).  

(a)
Fig. 6 Arranjo básico de uma câmera de núvens (a).



(b)


Exemplo de traço de partículas obitido onde se evidencia a existência de píons e outras partículas elementares.

A câmera de núvens só funciona porque as partículas carregadas interagem com o vapor saturado. Partículas neutras não geram traçado algum (como se pode ver na Fig. 6b nos traçados em branco da partículas lambda e K que são neutras).

Câmera Schlieren

Hoje sabemos que o som é uma forma de vibração mecânica que se propaga no ar. Essa vibração tem freqüência particular (³) e impressiona diretamente nossos ouvidos constituindo o rico universo sonoro. Sabemos também que a sensação de calor advém das vibrações mecânicas das moléculas de ar ao nosso redor (que tem uma energia de movimento superior ao de um ambiente mais frio). O calor também se “propaga” como radiação: as vibrações moleculares podem ser “excitadas” por um tipo de luz invisível - a radiação infravermelha distante - que nada mais é do que um tipo de radiação eletromagética semelhante à luz ordinária mas invisível. É assim que recebemos o calor diretamente do sol, pois o espaço entre a Terra e nossa estrela mais próxima não tem densidade de matéria para possibilitar o transporte de calor por meio mecânico (colisão entre moléculas).

Tanto o som como o calor são acessíveis aos sentidos humanos por meio de sentidos distintos da visão. Entretanto existe um meio de tornar tanto o som como o calor visíveis. Essa é a tarefa de um dispositivo conhecido como câmera Schlieren [4] (do alemão “estrias”), que gostaríamos de comentar como próximo exemplo. O princípio de funcionamento e esquema de uma câmara Schlieren é mostrado na Fig. 7. Uma fonte de luz pontual é colocada no foco (ponto de convergência de raios do infinito) de uma lente convexa L1. Há uma certa distância de L1 uma outra lente convexa L2 (que pode ser idêntica a L1) é colocada de tal forma que seu foco coincida com a posição de um anteparo em forma de lâmina.




Fig. 7 Esquema óptico de funcionamento de uma câmera Schlieren

Um objeto é colocado entre as lentes L1 e L2. Esse objeto está colocado há uma certa distância de L2 de tal forma que sua imagem (se não existisse o anteparo em canto) é formada sobre o anteparo ou câmera fotográfica. Porque o anteparo em canto é colocado exatamente sobre o foco da lente L2, qualquer variação na posição do canto causa o obscurescimento da tela e nenhuma imagem é observada. O mesmo efeito acontece se houver uma variação nas propriedades ópticas do meio onde o objeto é colocado. Uma pequena variação nessa propriedade (conhecida como “índice de refração”, que mede o grau com que a luz é desviada pela matéria - sendo uma propriedade da matéria e da cor da luz) é amplificada pelo arranjo óptico e localização do anteparo. Assim, se na região de teste (onde se coloca o objeto) fizermos som se propagar a uma frequência e intensidade definida (usando um gerador de som) podemos observar no anteparo as variações de pressão causadas pelas ondas sonoras que também podem ser descritas como ondas de pressão. O som torna-se visível! A câmera Schlieren é utilizada em laboratórios mundiais na pesquisa de sistemas de aquecimento, combustão de gases, sistemas aerodinâmicos e outros [5]. Fotos desse tipo permitem visualizar fenômenos que acontecem em meios transparentes (o que inclui líquidos).

Além disso, qualquer variação térmica no fluído da região de teste torna-se visível no anteparo da câmera. A Fig. 8 trás duas fotos Schieren particularmente interessantes. Na Fig. 8(a) uma pessoa tosse. O fluido expelido (a uma temperadura maior que ambiente) produz eflúvios térmicos fácilmente visíveis. Pode-se notar também que o calor que emana da cabeça da pessoa provoca ondas de convecção que sobem por serem menos densas. Na Fig. 8(b) uma foto Schlieren de uma mão “recém-aberta” mostra eflúvios térmicos emanando da palma extendida.


 (a)

Fig. 8 Imagens Schlieren mostrando eflúvios térmicos de uma pessoa tossindo (a)



 (b)

e de uma mão “recém aberta” (b). Crédito: Dr. Gary Settles/ Science photo libray.


Os dois exemplos mostrados mostram como explorando propriedades de mudança de estado de sistemas pode-se amplificar perturbações muito pequenas e tornar acessível aos sentidos comuns objetos ou coisas relacionados as causas das perturbações pequenas. No caso da câmera de bolhas, a metaestabilidade do líquido permite rastrear íons carregados tornando “visíveis” partículas ínfimas. No caso Schlieren, a região de foco onde se coloca o anteparo em canto é para onde convergem todos os raios da fonte luminosa que foram colimados pela lente L1. Portanto, qualquer variação da área provocada pela colocação de um anteparo provoca grandes oscilações no nível de luz no anteparo final. Variações pequenas no índice de refração do meio transparente são assim amplificadas permitindo a visualização tanto de fenômenos sonoros como térmicos.

Referências
3. Na verdade qualquer som, a menos que seja “puro”, tem uma distribuição de freqüências típicas.

Continua no próximo Boletim

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° HISTÓRIA & PESQUISA

(Seção em parceria com a "Liga de Historiadores e Pesquisadores Espíritas")


Ajudar é a Nossa Honra, José Gonçalves Pereira, Brasil


(Transcrito do Anuário Allan Kardec 75, ed. LAKE)

Subsídios para o estudo da Assistência Social Espírita

O Sr. José Gonçalves Pereira, no artigo do Anuário Allan Kardec de 1975, foi apresentado como "Secretário da Área de Assistencial Social da FEESP". Ele dirigiu este departamento durante vários anos e na sua gestão foi criada a "Casa Transitória Fabiano de Cristo". Instituição modelo na área da Assistêcia Social Espírita. Ele desencarnou em 1989 após uma vida repleta de ações em favor do próximo e grande influência na forma pela qual a Assistência Social Espírita é exercida. Sua biografia está disponível no site do GEAE: www.geae.inf.br/pt/biografias/jose-goncalves.php


I - Posições Preliminares

A Assistência Social Espírita de hoje é continuação da Assistência Social do Cristianismo primitivo, como podemos constatar nos Evangelhos, na História do Cristianismo e revelações espíritas atuais, como: "Ave! Cristo" e em outras obras de Emmanuel. Eis um exemplo:

"O ancião das Gálias falou detidamente sobre a Igreja de Lião.

Propunha-se, ali, a consolidar o vasto movimento de assistência social em nome do Cristo.

Os prosélitos não admitiam a fé inoperante. A Igreja, no parecer deles, devia enriquecer-se de obras práticas, à maneira de fonte incessante de serviços redentores.

Recebiam, freqüentemente, a visita de confrades da Ásia e da Frígia, os quais obtinham instruções diretas para a materialização  dos ideiais evangélicos, e aceitavam a Boa Nova, não somente como senda de esperança para o Céu, mas também como plano de trabalho ativo no aperfeiçoamento do mundo."

É de destacar-se que a Igreja de Lião era núcleo dos mais laboriosos na propagação do Cristianismo primitivo, em toda a sua pureza, e quase pioneira nas grandes obras de amparo regenerador, sob a inspiração de Horácio Niger, seio materno a acolher e sustentar os filhos do infortúnio e da dor.

Eis outro trecho expressivo da mesma obra:

"Irineu dedicara-se a minuciosas observações da Escritura.

Manejando o grego e o latim com grande mestria, escreveu expressivos trabalhos, refutando os adversários da Boa Nova, preservando as tradições apostólicas e orientando os diversos serviços de edificação cristã.

Mas a coletividade não se caracterizava tão somente pelas realizações intelectuais.

Fazendo do santuário consagrado a João o centro de seus trabalhos de ordem geral, a Igreja primava pelas Obras de assistência."

Observemos no trecho transcrito a multiplicação de setores do Cristianismo primitivo, sendo que a soma de todos os campos de trabalho era o próprio Cristiansimo integral. Do mesmo trabalho extraísmo ainda:

"Os serviços de amparo e educação à infância, de conforto aos velhinhos abandonados, de sustentação dos enfermos, de cura dos loucos, distribuiam-se em departamentos especiais, expandindo-se, assim, em moldes mais completos, a primitiva organização apostólica de Jerusalém, na qual as obras de amor do Cristo, junto aos paralíticos e cegos, leprosos e obsessos, encontraram a melhor continuidade."

E em outro trecho:

"Todos os irmãos partilhavam o esforço da instituição entre o trabalho profissional que lhes determinava o dever ao lado da familía e as atividades evangélicas que lhes assinalavam a obrigação de discípulos da Boa Nova junto à Humanidade."

No plano espiriual verificamos, pelos livros de André Luiz, psicografados por Francisco Cândido Xavier, a existência de inúmeras obras assistênciais, demonstrando-nos o trabalho assistencial realizado pelos Benfeitores Espirituais, destacando-se entre elas "Nosso Lar", cuja assistência principia nas Câmaras de Retificação e se eleva até o Plano Divino.

Como é amplo e bem organizado o trabalho nessa Instituição, não só para o atendimento de todos os espíritos internados, como para o preparo de visitas aos lares terrestres, entrosando esforços de amparo e educação de espíritos encarnados, desenvolvendo o intercâmbio de serviços entre os dois planos da vida!

Mencionamos também a Casa Transitória Fabiano de Cristo, Campos Novos da Paz, Alvorada Nova, Almas Irmãs e Almas Gêmeas, onde a caridade não tem limites em suas realizações.

Incontáveis são as caravanas de amor fraterno, procurando, em silêncio, as almas em sofrimento, nas quais a dor tomou o grau superlativo, para entregar-lhes o bálsamo cristão aos corações angustiados e dementados pelo próprio passado.

II - Assistência Social Espírita

a) Motivações Éticas

Focalizaremos o aspecto ético da Doutrina Espírita, onde se situa o centro de motivações para a assistência.

Nesse sentido, a doutrina kardeciana, procurando viver e reviver o Evangelho do Cristo, é nucleada pela idéia do Amor, cuja vivência é a Caridade, única força capaz de realizar e consolidar a fraternidade universal.

Essas características - Amor, Fraternidade e Caridade - são motivações espíritas básicas para a Assistência Social.

b) Assistência nos Centros Espíritas

As ações assistênciais se desenvolveram, em parte, nos Centros Espíritas, com a divulgação da doutrina, dos passes, das sessões especiais, etc., com recursos geralmente mediúnicos e com o uso de técnicas encontradas na vasta bibliografia sobre a prática da mediunidade, e com a atuação de espíritas de relevo neste campo de ação.

Esquematizamos, a seguir, o que denominamos qualidades gerais de uma Assistência Social Espírita Cristã:


1 - Quanto à ideologia: ser consciente, isto é, conhecer o mecanismo assistencial existente na idéia do amor e querer se movimentar para essa ação.

2 - Quanto ao objetivo: ser direcional, isto é, identificar os necessitados e focalizar a ação nos campos próprios.

3 - Quanto aos meios: ser racional, isto é, utilizar os métodos, os recursos e as técnicas indicados pela experiência científica.

4 - Quanto aos fins: ser eficiente, isto é, desenvolver a ação assistencial de modo que a problemática seja solucionada, nos aspectos materiais ou morais, visando ao ajustamento do indivíduo e do grupo, dentro dos princípios da Fraternidade Evangélica.

III - Planejamento da Assistência

A unificação visa, em plano mais alto, ao congraçamento de todas as obras assistências espíritas e seus obreiros, no sentido de melhor aproveitamento de toda a experiência já alcançada, somando esforços para adequado planejamento, visando a melhor servir a causa a que se propõe. Com essas finalidades, o Simpósio Centro Sulino, realizado em Curitiba (PR), no ano de 1962, recomenda:

1 - Que sejam realizadas reuniões periódicas de âmbito estadual e regional, com o fim de examinarem, estudarem, planejarem e organizarem não só os trabalhos das obras assistências já existentes, como também, decidirem em comum, das necessidades de novas obras, para que o trabalho assistencial sempre consulte as necessidades e anseios das comunidades, evitando-se paralelismo de ação e divergência de esforços.

2 - Os idealizadores, dirigentes e obreiros de um trabalho assistencial espírita devem possuir conhecimentos sobre a tarefa a que se propõem, além de possuirem, também, suficiente base doutrinária espírita.

3 - As construções e instalações da obra assistencial devem ser planejadas de modo a que atendam, tecnicamente, às finalidades a que se destinam. Linhas simples e funcionais, ambiente necessário ao ajustamento ou reajustamento do indivíduo, considerando o equilíbrio que evite o desnível entre o meio próprio do assistido e os das obras espíritas que assistem. As construções e instalações devem, quanto possível, possuir o calor de um lar, evitando tornar-se um aglomerado humano onde o necessitado se transforme em uma ficha numérica sem o afeto da doutrina que o agasalha.

4 - Providências criteriosas devem ser tomadas para que o trabalho não venha a sofrer solução de continuidade por carência de recursos de manutenção e ausência de obreiros que sustentem as tarefas programadas.

IV - Considerações Finais

A seguir, passamos a transcrever a mensagem "Meu Amigo, Muita Paz", de Emmanuel, psicografada por Chico Xavier em julho de 1952, e que foi um dos grandes incentivos aos nossos trabalhos de assistência social, junto a FEESP e Casa Transitória:

"Meu amigo, muita paz.

A assistência social é a fraternidade em ação. Sem ela, indiscutivelmente, os nossos mais preciosos arrazoados verbalísticos não passariam de belos mostruários sonoros.

É necessário teorizar com o exemplo se desejarmos argumentar com eficiência e segurança, no campo das nossas realizações.

Se é verdade que as obras sem ideal são primorosas esculturas da arte humana, sem o calor da vida, a fé sem obras, segundo já nos asseverava a palavra apostólica, há quase dois mil anos, não passa de um cadaver bem adornado.

A escola, a maternidade, a creche, o hospital, o refúgio de esperança aos viajantes da amargura, o albergue, o posto de socorro, a visitação fraterna aos doentes e aos necessitados, a palestra amiga e confortadora, a casa de desobsessão, o auxílio de emergência aos companheiros de angústia, o amparo aos irmãos presidiários, a cooperação metódica nos centros especializados de tratamento, quais sejam os sanatórios, os hospitais e os leprosários, a contribuição desinteressada, enfim, à dor de todos os matizes e de todas as procedências, desafiam a nossa capacidade de imaginar, organizar e fazer, a fim de que possamos mentalizar a nossa Doutrina de Amor e Luz no mundo vivo dos corações.

Trabalhemos, auxiliando-nos uns aos outros. Somos associados de uma só empresa de redenção, usando o sentimento, o raciocínio, as mãos, a palavra, a tribuna, a imprensa e o livro para o mesmo glorioso desiderato.

Conscientes, pois, de nossas responsabilidades, marchemos para diante, sob a inspiração do Cristo, Nosso Senhor e Mestre, entrelaçando braços e corações na mesma vibração de otimismo e esperança, serviço e sublimação.

Hoje é o nosso dia. Agora é o momento. A luta é a nossa oportunidade. Ajudar é a honra que nos compete.

Sigamos assim, destemerosos e firmes na certeza de que o Senhor permance conosco e, indubitavelmente, alcançaremos amanhã a alegria e a paz do mundo melhor."

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Cronologia Espírita, Carlos Iglesia, Brasil

Amigos,

Em 1997, no quinto aniversário do GEAE, preparamos um pequeno texto com informações compiladas a partir de diversas fontes - muitas das quais indicadas pelos colegas do GEAE - sobre datas significativas para a história do espiritismo. Ao longo do tempo colecionamos novas referências e melhorias que gostaríamos de fazer no texto original, inclusive, por sugestão do Eduardo Carvalho Monteiro, chegamos a pensar em sua transformação em um livro impresso. A sugestão, bastante interessante, acabou não vingando pela minha dificuldade em empenhar o tempo necessário para a transformação do texto - feito para a troca de idéias entre amigos - em um trabalho editorial destinado a um público mais amplo.

A idéia original do texto era servir de ponto de partida e incentivo a outros estudos históricos. Reunir em um único ponto algumas informações sobre datas e bibliografias que auxiliassem novas investigações e aprofundassem conhecimentos sobre a trajetória do movimento espírita. Como essa idéia ainda nos atrai bastante e buscávamos uma forma de homenagear o Eduardo no Boletim GEAE resolvemos juntar as anotações e revisões que fizemos até o momento e publicar novamente a Cronologia como uma série de artigos na seção História & Pesquisa. Esta seção nasceu da parceria com a Liga de Historiadores e Pesquisadores Espíritas, que por sua vez nasceu sob a influência do Eduardo e assim nada mais natural do que homenageá-lo através de um estudo sobre história do Espiritismo publicado nela.

Portanto, a partir desta edição republicaremos - com revisões e melhorias - a Cronologia Espírita disponível no site do GEAE na forma de uma série de artigos. Dedicamos esta nova versão ao historiador e patrono desta seção, Eduardo Carvalho Monteiro. Revisaremos o texto no site apenas ao final da série, de modo a incorporarmos os comentários e sugestões que recebermos durante a publicação.

Antes de iniciarmos o texto da cronologia gostaríamos de relembrar outro amigo, Arlindo B. Vasiunas, desencarnado há algum tempo e que na ocasião em que trabalhamos na primeira edição era membro da Associação Paulista de Esperanto e colega de trabalho na Casa Transitória Fabiano de Cristo. Foi através do Sr. Arlindo que tivemos contato com o Esperanto e ficamos conhecendo os laços históricos que o unem ao Espiritismo.


Muita Paz,
Carlos A. Iglesia Bernardo


Introdução

São chegados os tempos em que os ensinamentos do Cristo devem receber o seu complemento; em que o véu lançado intencionalmente sobre algumas partes dos ensinos deve ser levantado; em que a Ciência, deixando de ser exclusivamente materialista, deve levar em conta o elemento espiritual; e em que a Religião, deixando de desconhecer as leis orgânicas e imutáveis da matéria, essas duas forças, apoiando-se mutuamente e caminhando juntas, sirvam uma de apoio para a outra. Então a Religião, não mais desmentida pela Ciência, adquirirá uma potência indestrutível, porque estará de acordo com a razão e não se lhe poderá opor a lógica irresistível dos fatos. Allan Kardec (Cáp. I - O Evangelho Segundo o Espiritismo.Tradução de J. Herculano Pires, FEESP)


Caro Leitor,

Nosso objetivo ao compilar esta pequena cronologia dos eventos que marcaram o movimento Espírita nestes quase dois séculos de existência, é permitir uma rápida visão da sua história, é fornecer ao estudioso da doutrina ou ao historiador um modesto ponto de partida para pesquisas mais avançadas.

A sabedoria romana dizia que a “Historia magistra vitae est”, a história é a mestra da vida, e realmente sem o seu conhecimento fica difícil ao homem assimilar as lições já vividas, a evitar cair em velhos erros e por outro lado aproveitar as iniciativas bem sucedidas. Dentro da Doutrina Espírita esse velho ditado ganha nova vida, pois ao estudarmos os tempos idos, estamos estudando a nós mesmos, não na enganosa fantasia de termos tido papéis de destaque nos eventos analisados, mas pela certeza de que em nossa trajetória espiritual compartilhamos essas épocas e que no comportamento geral dos contemporâneos encontraremos nossos erros e acertos; encontraremos as causas dos tempos em que vivemos e as sementes do futuro.

Procuramos nesta cronologia destacar não somente os eventos doutrinários, mas também realçar os eventos contemporâneos nas ciências e na cultura em geral, pois o Espiritismo é um fenômeno inserido em um contexto histórico. A Doutrina Espírita surgiu no mundo na época em que os homens estavam preparados, pela natural evolução da civilização, a entende-la e dar-lhe continuidade. O século de Kardec é também o século de Darwin, de Freud, de Zamenhof, o século em que a escravidão foi banida de todos os países civilizados, enfim o século XIX foi uma época de tal modo marcante na história da humanidade que talvez só lhe possa comparar ao século de Augusto, em que entre outros eventos nasceu Jesus de Nazaré, ou ao século de Péricles, idade de ouro da Grécia antiga.

Vemos nos eventos relacionados nesta cronologia uma seqüência; vemos a ciência, a filosofia e a religião caminhando a passos seguros rumo a uma nova compreensão do problema fundamental da humanidade, “O que somos ? De onde viemos ? Por que estamos aqui ? Para onde iremos ?”, questões estudadas e respondidas pela Doutrina Espírita a partir de 1857, ou seja, vemos nos diversos campos uma união de esforços que inevitavelmente resultará em uma nova “visão de mundo”, que substituirá o materialismo em nossa sociedade e marcará uma nova fase na evolução da humanidade.


Como a Cronologia é organizada

O texto da cronologia será apresentado de forma sequencial, organizado em capítulos que agrupam eventos relacionados a um mesmo período na história do Espiritismo. Como não é possível - devido ao espaço disponível - publicar cada capítulo em um boletim, eles serão dividos em artigos que conterão três partes:

Cada evento corresponde a uma entrada com as informações:
Cada referência biográfica corresponde a uma entrada com as informações:
As informações que não correspondem diretamente a fatos relacionados com a Doutrina Espírita tem a finalidade de apresentar o contexto histórico e cultural. Eles são diferenciados dos demais pela cor do texto (azul).

As referências bibliográficas seguem a norma NBR 6023 da Associação Brasileira de Normas Técnicas.

Para as obras mediúnicas adotei como regra considerar o nome do autor espíritual como chave principal de pesquisa. O médium é indicado após o título da mesma maneira que é indicado o tradutor. Esta forma me parece a mais adequada pois o médium, apesar da importância que tem na transmissão da obra, não é o seu autor intelectual.


Primeiro Capítulo

1795-1856 Prof. Rivail e sua Época


O início de um estudo histórico, principalmente o de uma nova forma de pensar, implica em uma decisão importante, a de por onde começar. Aparentemente simples, esta decisão é sempre arbitrária, pois nenhuma idéia nova, nenhuma descoberta, nenhuma revolução na sociedade e na cultura, começa do nada. Suas causas sempre surgem de forma paulatina, ao longo do tempo, e somente quando todas as condições estão estabelecidas – quando a humanidade está pronta para o novo passo – ocorre o evento que passa a ser nominalmente o início da nova era.

Com o Espiritismo não foi diferente, se remontarmos a antiguidade encontraremos suas formas básicas em todas as religiões antigas, dos cultos de mistérios gregos ao brahmanismo. Encontraremos nos textos dos grandes filósofos as noções que formam o substrato de seus ensinamentos. Mais recentemente, no período que foi chamado de “Iluminismo”, vemos novamente um interesse acentuado pelas realidades espirituais. Enquanto os filósofos trabalhavam nas idéias de uma religião natural, de leis universais, do progresso dos seres e das sociedades, vemos Swendorg escrever obras que descrevem o mundo espiritual e suas leis, vemos também Mesmer popularizar a idéia do magnetismo animal, retomando antigas idéias do médico e alquimista Paracelso.

Assim, visto que a decisão é totalmente arbitrária, optamos por iniciar este trabalho com o nascimento de Amelie-Gabrielle Boudet. Desta maneira, ao delimitar o período histórico de interesse neste trabalho, destacamos a educadora que foi esposa, colaboradora e secretária do Prof. Rivail, sem a qual talvez a obra da Codificação não teria ficado tão completa.
 
O período que se estende de 1795 a 1856 corresponde aos anos em que o Prof. Rivail e sua esposa reencarnam, constroem suas carreiras como educadores e tem os primeiros contatos com o Magnetismo e com os fenômenos que dariam nascimento ao Espiritismo.

É nesse periodo que, com os eventos de Hydesville, inicia-se a etapa moderna da comunicação entre o plano espiritual e o material. Novamente a mediunidade, como fenômeno humano natural, manifesta-se em pessoas de todos os níveis sociais e econômicos, por todas as partes do mundo.


Lista de Eventos

1795

22 de novembro de 1795
Thiais, França

Nasce Amelie Gabrielle Boudet, futura esposa do prof. Rivail e colaboradora na tarefa da Codificação Espírita.

MARTINS e BARROS, 1999
WANTUIL, 1990
WANTUIL e THIESEN, 1979

Biografias

Amélie Gabrielle Boudet



1795-1883

Nasceu em Thiais, comuna do departamento de Val-de-Marne, em 22 de novembro de 1795 e desencarnou em Paris no dia 21 de Janeiro de 1883.

O registro de seu nascimento foi feito no dia seguinte, oficialmente aos 2 do Frimário do ano IV (23 de novembro de 1795), pois nessa época estava em vigência o Calendário Republicano, instituído na França pela Revolução Francesa (1789) [MARTINS e BARROS, 1999].

Após cursar o primeiro grau, sua família estabeleceu-se em Paris, onde ela ingressou em uma Escola Normal e se tornou Professora de Letras e Belas Artes, vindo posteriormente a casar-se com H. L. D. Rivail (A certidão de casamento registra o dia 9 de fevereiro de 1832 [MARTINS e BARROS, 1999]).

Colaborada do Prof. Rivail nos projetos pedagógicos, constituiu-se em grande apoio na fase da Codificação Espírita, tornando-se verdadeira secretária do esposo, secundando-o nos novos e árduos trabalhos que praticamente lhe tomaram todo o tempo de 1857 a 1869. Após a desencarnação deste em 1869 trabalhou ativamente para garantir a vitalidade do Espiritismo, participando da fundação da “Sociedade Anônima do Espiritismo” (depois “Sociedade para continuação das obras Espíritas de Allan Kardec”) destinada a prosseguir com a publicação da “Revue Spirite”.

MARTINS e BARROS, 1999
SOBOUL, 1981
VOVELLE, 1889
WANTUIL, 1990
WANTUIL e THIESEN, 1979


Referências Bibliográficas

MARTINS, J. D.; BARROS, S. M. de. Allan Kardec - Análise de Documentos Biográficos. 1. ed. Rio de Janeiro: Lachâtre, 1999
SOBOUL, A. História de Revolução Francesa. Tradução Hélio Pólvora. 3. ed. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1981 
VOVELLE, M. França Revolucinária 1789-1799. Tradução Denise Bottman. São Paulo: Editora Brasiliense, 1989.
WANTUIL, Z. Grandes Espíritas do Brasil. 3. ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 1990.
WANTUIL, Z.; THIESEN, F. Allan Kardec. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 1979.


Continua no próximo Boletim

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 ° QUESTÕES & COMENTÁRIOS

Passagens do livro "A Gênese", Christian Kill, Brasil

Participo do GEAE e gostaria de propor algumas questões para estudo mais aprofundado.

Na Gênese Kardec propõe que Jesus não teria feito a multiplicação dos pães e peixes, que o evangelista usava de linguagem pejorativa, que na verdade o que indicaria é que os ensinamentos de Jesus eram tão apaixonantes que a multidão "esquecia" da fome.

Mas, o evangelista afirma que SOBRARAM diversas cestas com pães e peixes. Como explicar essa colocação?

Outra questão da Gênese, Kardec afirma que na passagem do "caminhar sobre as águas" Jesus apenas havia se projetado perispiritualmente. Mas observando-se o evangelho notamos que o discípulo que estava na embarcação pediu para Jesus que o deixasse ir até ele TAMBÉM sobre as águas, e Jesus disse "venha até mim" , porém o discípulo afundou nas águas. Ora se fosse uma projeção perispiritual Jesus não diria ao discípulo para CAMINHAR de encontro a ele, não achais?

Gostaria de propor estas questões ao grupo.

Obrigado
Christian Kill

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° PAINEL

Canal de Televisão Espírita, site "Orientação Espírita", Brasil

A Fundação Espírita André Luiz, de São Paulo, SP, inaugura seu canal de televisão espírita no dia 1º de janeiro de 2006, a TV Mundo Maior, composta por programas voltados a formação cultural, educativa e cidadã, respeitando a todos, independente de credo, raça, cor e classe social.

A nova emissora de televisão inicia o trabalho contando com a parceria da Rede Sesc/Senac de TV, que cedeu o direito de retransmissão de sua programação para a TV Mundo Maior. A programação própria é composta pelos programas: Universus (Adão Nonato), Ciranda da Vida (Del Mar Franco e Sandra Bortolini), Infoespírito (Roberto e Rosali Andrade), Perspectivas (Alessandro Bighetto e Dora Incontri), Protagonistas (Marisa Alem), Leitura Espírita (Cida Quintal e Guiomar Sant´Anna), Abrindo a Bíblia (Severino Celestino), Em Foco (Caio Fonchetto), Ciência e Espiritualidade (Décio Iândoli Júnior), Nova Vida (José Carlos e Marcos Alberto Ferreira) e Nova Consciência (Jether Jacominni). E a programação independente pelos programas: Terceira Revelação (Federação Espírita Brasileira), Vida Além da Vida (Nelson Moraes), Vivência Espírita (Humberto Pazian), Visão Social (José Medrado) e Portal de Luz (Marlene Nobre).

A TV Mundo Maior pode ser sintonizada da seguinte forma: Satélite: Brasilsat 1. Polarização de Descida: Horizontal. Freqüência Banda C: 3.963,35 MHz. Freqüência Banda L: 1.186,65 MHz. Symbol Rate: 1,328  Msb/s. F.E.C.:  ¾. O Portal Orientação Espírita parabeniza os companheiros da FEAL e deseja muito sucesso, sob as bênçãos de Jesus, à TV Mundo Maior.


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Raul Teixeira em Foz do Iguaçu e Cascavel, Enrique Baldovino, Brasil
     
Caros amigos:
 
Recebemos hoje mesmo a grata notícia, e temos a imensa alegria de repassá-la, que teremos em janeiro a visita doutrinária do querido médium e educador espírita Raul Teixeira, na região oeste do Paraná.
 
    - 19/01/06 (quinta-feira): Conferência em Foz.
    - 20/01/06 (sexta-feira): Palestra em Cascavel.
    - 21/01/06 (sábado): Seminário com trabalhadores espíritas da região oeste.
 
Companheiros queridos, vamos planejando, então, esta visita tão esperada para a nossa cidade, vibrando desde agora para observar todos os detalhes da recepção do caro amigo, que sempre conta com a inestimável colaboração da veneranda e centenária Federação Espírita do Paraná, que temos a grande honra de pertencer.
 
Um forte abraço a todos!
 
Enrique Eliseo Baldovino
Deptº. Difusão 13ª URE/FEP
www.feparana.com.br

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