Boletim GEAE
Grupo de Estudos
Avançados Espíritas
http://www.geae.inf.br
Fundado em 15 de outubro de 1992
Boletim Quinzenal de Distribuição
Eletrônica
"Fé inabalável
é somente aquela que pode encarar a razão, face a face,
em todas as épocas da humanidade", Allan Kardec
Ano 13 -
Número 490 - 2005
29 de março
de 2005
Editorial
|
Centro de
Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo |
|
Artigos
|
Curso de Ciência e Espiritismo,
8ª Aula, Alexandre Fontes da Fonseca, Brasil |
Complexidade
e Liberdade,
Edgar Morin, França
|
|
História
& Pesquisa
|
Vidência
e Clarividência II,
Jáder dos Reis Sampaio, Brasil
|
Questões
e Comentários
|
Esclarecimento
sobre
Afirmações de Kardec, Manoel Lopes, Brasil |
Informação
sobre o Espírito do Médium ?, Sueli, Brasil
|
|
Painel
|
Centro
de "Estudos
Espíritas Boa Nova" de Nova Iorque em Novo Endereço, EUA
|
Espiritualidade no
Cuidado do Paciente, AME, Brasil
|
1st British
Spiritist Mini-Congress, BUSS, UK
|
Show em
benefício do "Centro de Cultura, Documentação e
Pesquisa do Espiritismo", CCDPE, Brasil
|
Seminário
Espírita na cidade de Estocolmo, Franklin Santana Santos,
Suécia
|
|
Centro de Cultura, Documentação e
Pesquisa do Espiritismo
Caros Amigos,
Algumas vezes já tivemos
oportunidade de trocar idéias nos editoriais que escrevemos
sobre a capacidade do Espiritismo transformar nossa sociedade,
estabelecendo uma firme base filosófica, cientifíca e
moral sobre a qual o homem poderá edificar a
civilização do porvir.
Pois bem, para que esta capacidade
transformadora da Doutrina se transforme efetivamente em ato é
necessário que a bagagem cultural espírita seja conhecida
e estudada, dentro e fora dos grupos espíritas. O exemplo
impressiona e arrebata, mas uma vez que a vivência dos postulados
espíritas por seus adeptos chame a atenção geral
para sua magnifica riqueza doutrinária, é
necessário que as fontes de conhecimento a respeito dela estejam
ao alcance dos que quiserem estudá-la.
O livro espírita hoje é
uma realidade nas livrarias, mas mesmo com esta facilidade, ainda
estão fora do alcance do estudioso comum a coleção
completa e ordenada das obras que formam toda a base sobre a qual se
assenta o conhecimento espírita. Também estão fora
de seu alcance a história do movimento espírita, a musica
e o teatro espíritas, a cinematografia e
as pesquisas variadas desenvolvidas por espíritas sobre o
problema do ser, do destino e da dor.
Para acessá-las o estudioso terá que recorrer a varias
bibliotecas de grupos espíritas, acessar coleções
particulares e despender recursos na compra do material mais dificil de
ser encontrado, quando não tiver que recorrer aos sebos para
encontrar obras raras já fora de circulação.
Naturalmente este caminho é um pouco menos difícil para o
estudioso que é espírita, que cresceu e viveu no meio do
movimento espírita e ao longo da vida colecionou as
referências necessárias, mas o que dizer do aluno que
deseje fazer uma tese de mestrado e que nunca tenha entrado em um grupo
espírita ou do adepto de outras correntes filosóficas que
deseja aprender um pouco sobre a doutrina mas tem receio de ser visto
adentrando um grupo religioso diferente do seu ?
Buscando sanar esta dificuldade surgiu a idéia de se criar um
pólo de difusão da informação
espírita, para espíritas e não-espíritas,
estruturado na forma de um Centro de Cultura,
Documentação e Pesquisa do Espiritismo. Mais que uma
biblioteca aberta ao público em geral, ou um local onde se
realizarão eventos culturais espíritas, a idéia
é que ele seja um agente dinamizador onde se encontre a
disposição do pesquisador o acervo necessário para
o desenvolvimento de seus conhecimentos e ao mesmo tempo onde ele possa
gerar conhecimento novo para ser transmitido a sociedade em geral. E a
disposição do pesquisador estarão todas as
diferentes visões da Doutrina, sem personalismos ou sectarismos,
pois a diversidade de idéias é um elemento fecundador
para o continuado desenvolvimento de novos questionamentos e de novas
soluções.
Este trabalho está em fase inicial, está partindo do
acervo reunido durante anos seguidos pelo historiador espírita
Eduardo Carvalho Monteiro,
e de uma edificação doada para a
localização dos trabalhos do CCDPE. A
regularização está em andamento, está se
estruturando o quadro social da instituição e levantando
as verbas para criar-se as instalações adequadas a
instituição, que inclusive se utilizará largamente
da Internet para pesquisas em seu acervo.
O GEAE tem acompanhado o surgimento do CCDPE a partir do trabalho do
Eduardo - que foi inclusive o idealizador da "Liga de Historiadores e
Pesquisadores Espíritas" com a qual temos desenvolvido
proveitosa parceria nos estudos sobre a história e a
ciência espírita - e realmente não poderiamos
deixar de falar um pouco dele. Tenho certeza que os amigos que buscarem
conhecê-lo um pouco melhor não deixarão de ficar
impressionados.
Muita Paz,
Carlos Iglesia
Editor GEAE
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Curso
de Ciência e
Espiritismo, 8ª Aula,
Alexandre Fontes da Fonseca, Brasil
Física
e Espiritismo III: Análise dos Fenômenos Espíritas.
Exemplos de pesquisas com valor científico
1. FÍSICA
E ESPIRITISMO III: ANÁLISE
DOS FENÔMENOS ESPÍRITAS
Nas
últimas aulas, comentamos a respeito da relação
entre energia e matéria e como a teoria quântica nos
leva a compreender algumas questões do Livro dos
Espíritos
[1]. Hoje, iniciaremos uma importante
discussão sobre os
fenômenos espíritas, analisando se eles teriam ou
não
características “quânticas”. Por fenômeno
espírita estamos querendo dizer os fenômenos que se
caracterizam pela mediunidade de efeitos inteligentes e de efeitos
físicos. Nesta aula, relembraremos algumas
características
dos fenômenos mediúnicos à luz do Espiritismo e
comentaremos sobre algumas características dos fenômenos
quânticos. Na próxima aula, analisaremos se os
fenômenos
espíritas são ou não quânticos.
A
característica básica da mediunidade de efeitos
inteligentes, incluindo a intuição, é a forma
como os espíritos se comunicam. Segundo os espíritos,
em resposta à questão número 282 do Livro dos
Espíritos [1]:
282.
Como se comunicam entre si os Espíritos?
"Eles
se vêem e se compreendem. A palavra é material: é
o reflexo do Espírito. O fluido universal estabelece entre
eles constante comunicação; é o veículo
da transmissão de seus pensamentos, como, para vós,
o ar o é do som. É uma espécie de telégrafo
universal, que liga todos os mundos e permite que os
Espíritos
se correspondam de um mundo a outro.” (Grifos nossos).
A
mesma explicação pode ser encontrada para o mecanismo
de ação da prece (ítem 10 do cap. XXVII do
Evangelho Segundo o Espiritismo[2]).
Os
fenômenos de efeitos físicos requerem a presença
de médiuns com uma aptidão especial (Cap. II da Segunda
Parte do Livro dos Médiuns [3]) para
fornecerem fluidos ditos
animalizados. A mesma referência acima define as
manifestações físicas como aquelas “que
se traduzem por efeitos sensíveis, tais como ruídos,
movimentos e deslocação de corpos sólidos.”
Para
ressaltar melhor uma característica que nos interessa em nossa
análise, vamos estudar a explicação dada pelo
espírito de Erasto para o fenômeno de transporte
(ítens
de 96 a 99 do Livro dos Médiuns [3]). Segundo
Erasto, esse
fenômeno requer a combinação dos fluidos do
espírito com o fluido vital do médium. Vamos
transcrever uma das perguntas de Kardec sobre o assunto, feitas a um
espírito que se prestou a realizar o fenômeno de
transporte de flores, e ao espírito de Erasto. A resposta de
Erasto contém um ponto importante para nós:
8ª
Será possível trazer flores de outro planeta?
"Não;
a mim não me é possível."
-
(A Erasto) Teriam outros Espíritos esse poder?
"Não,
isso não é possível, em virtude da
diferença
dos meios ambientes."
Essa
questão é interessante porque se não é
possível trazer um objeto de outro planeta em virtude das
diferenças na atmosfera fluídica entre a Terra e o
planeta, podemos deduzir diretamente que o fenômeno de
transporte não ocorre por meios instantâneos e
imateriais. O fenômeno requer que o espírito vá
até o local onde se encontra o objeto e, de alguma forma,
traga-o consigo viajando através do espaço até
o ponto onde ele o apresentará.
<>
Vejamos,
agora, algumas características importantes dos fenômenos
quânticos. Não é nosso objetivo expor uma longa
explicação de todas as propriedades dos sistemas
quânticos. O leitor que se interessar pelo assunto poderá
estudá-lo profundamente em livros textos como o da
referência
[4]. Aqui, exporemos as idéias básicas
que forem
necessárias para nossa análise.
A
primeira característica importante para nós (chamemo-la
C1) é o fato de que ao nível microscópico, as
trocas de energia somente ocorrem através de quantidades
finitas pequenas (os quanta) de energia. No limite macroscópico,
as quantidades de energia são tão grandes em
comparação
com os fenômenos em escala microscópica, que tudo
funciona como se as trocas de energia fossem feitas com qualquer
quantidade.
A
segunda característica (chamemo-la C2) é a chamada
dualidade onda-partícula, isto é, ora um objeto
se comporta como se fosse uma onda; ora se comporta como se fosse uma
partícula. Isso depende da forma como o observador prepara o
experimento. Interpretações posteriores da Mecânica
Quântica consideram que isso é uma consequência do
chamado Princípio da Complementaridade que diz que a realidade
nunca pode ser percebida em todas as suas características, mas
que as várias formas se “complementam” na
descrição
da realidade.
A
terceira característica (chamemo-la C3) decorrente do aspecto
ondulatório dos fenômenos quânticos, é a
propriedade conhecida como não-localidade. Alguns
fenômenos como o chamado colapso da função de
onda, o salto quântico e o chamado emaranhamento
de duas ou mais partes de um sistema, apresentam a
característica
não-local. Nesses fenômenos, a própria
partícula
ou alguma informação relacionada ao sistema é
transferida de um lugar para outro do espaço de forma
instantânea sem que tenha havido ocupação dos
espaços intermediários nesse deslocamento.
Essas
características decorrem das propriedades daquilo que chamamos
função de onda do sistema. Segundo a
interpretação de Copenhague da Mecânica
Quântica,
atualmente mais aceita, o quadrado do módulo da
função
de onda de um sistema quântico contém a
informação
sobre as probabilidades de ocorrência para os valores das
diversas grandezas físicas que o sistema pode apresentar em
uma determinada medida experimental. Discutiremos, em aula futura,
como essa característica probabilística pode gerar um
conflito com um importante princípio espírita caso
atribuamos ao espírito ou a Deus a existência de uma
função de onda.
Na
próxima aula faremos a análise dos fenômenos
espíritas com base nas características dos
fenômenos
quânticos acima apresentados.
2. EXEMPLOS
DE PESQUISAS DE INTERESSE ESPÍRITA COM VALOR CIENTÍFICO
<>
Na
aula anterior fizemos uma orientação com
relação
a busca de bibliografia com maior valor científico para os
trabalhos de pesquisa de ordem científica, de interesse
espírita. Tais bibliografias se justificam quando o trabalho
de pesquisa visa trazer contribuições reais ao
conhecimento espírita. Se a intenção é
apenas divulgar outras pesquisas científicas e teorias novas
ou expor idéias particulares baseadas em intuição
ou opinião (deixando claro que se tratam de idéias ou
opiniões apenas, sem valor científico), o rigor que
comentamos não necessita ser tão severo já que
esse tipo de trabalho ou texto não tem nenhum valor
científico. Opinião, por mais respeitável que
seja, por si só não tem valor científico. Faz
parte do nosso estudo, aprender a discernir esse tipo de
publicação
daquela resultante de um trabalho de pesquisa mais elaborado.
Para
não ocupar muito espaço vamos citar alguns exemplos de
pesquisas de interesse espírita que possuem valor
científico
em função da qualidade das citações
utilizadas e dos métodos e argumentos empregados no trabalho
de pesquisa.
As
pesquisas citadas na aula 4 (Boletim 486)
na área médica,
são bons exemplos de trabalhos de pesquisa mais elaborados.
Como se pode perceber, os autores possuem formação
acadêmica e científica na área em questão,
o que favorece a realização do trabalho em moldes mais
científicos. A área médica, ao nosso ver, é
muito promissora para pesquisas de interesse espírita por
lidar diretamente com o ser humano.
Os
exemplos que apresentamos na aula 5 (Boletim 487)
sobre
contribuições
da matemática, são trabalhos voltados para a
divulgação
no meio espírita de pesquisas científicas na área
de Matemática Aplicada cujas consequências são de
interesse espírita. Buscamos citar algumas referências
originais (artigos científicos) dos trabalhos de pesquisa para
que o leitor possa verificar que se tratam de pesquisa profissional e
para que nosso trabalho tenha o respaldo científico.
Um
conjunto de artigos de grande valor científico,
filosófico
e doutrinário são de autoria do Prof. Silvio Chibeni.
Eles podem ser obtidos na ‘homepage’ da referância [5].
Alguns
outros trabalhos serão apresentados em aulas futuras de acordo
com a oportunidade. Na próxima aula comentaremos, a
título
de exemplo, sobre as pesquisas do Dr. Masaru Emoto com os cristais da
água. Esse trabalho tem sido considerado por muitos grupos
espiritualistas (incluindo os espíritas) como sendo
científicamente comprovado quando esse não é o
caso.
Referências
[1]
A. Kardec, O Livro dos Espíritos,
Editora FEB, 76a Edição (1995).
[2]
A. Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, Editora FEB,
112a Edição, Rio de Janeiro (1996).
[3]
A. Kardec, O Livro dos Médiuns, Editora FEB, 62a
Edição, Rio de Janeiro (1996).
[4]
R. Eisberg, R. Resnick, Física Quântica,
Átomos,
Moléculas, Sólidos, Núcleos e Partículas,
Tradução de Paulo Costa Ribeiro, Enio Frota da Silveira
e Marta Feijó Barroso, Editora Campus, 21ª Tiragem,
(2003).
[5]
http://www.geocities.com/Athens/Academy/8482/
Continua
no próximo Boletim
Complexidade e
Liberdade, Edgar Morin, França
Este
texto apareceu anteriormente na publicação de ensaios Thot,
da
Associação Palas Athena, São Paulo (no. 67, 1998,
pp. 12-19) e encontra-se disponível no endereço:
A
complexidade nos convoca para uma verdadeira reforma do pensamento,
semelhante
à produzida no passado pelo paradigma copernicano. Mas essa nova
abordagem e
compreensão do mundo, de um mundo que se "autoproduz", confere
também um novo sentido à ação:
trata-se de fazer nossas apostas, o que
vale dizer que com a complexidade ganhamos a liberdade.
A
grande descoberta do século é que a ciência
não é o reino da certeza. Ela
se baseia, seguramente, numa série de certezas local e
espacialmente situadas.
A rotação da Terra em torno do sol, por exemplo, nos
parece certa; mas seria
possível dizer isso, tanto 100 milhões de anos antes de
nossa era quanto
depois, sabendo-se que o Universo está submetido a
flutuações e
perturbações, às quais hoje chamamos de movimento
caótico? A
ciência é de fato um domínio de múltiplas
certezas, e não o da certeza
absoluta no plano teórico. A obra de Popper se tornou
indispensável para a
compreensão de que uma teoria científica não
existe como tal, a não ser que,
na medida em que aceita ser falível, submete-se ao jogo da
"falsificabilidade" e, portanto, aceita sua biodegradabilidade.
Ordem,
Separabilidade e Lógica: os Pilares da Ciência
Clássica
A
ciência clássica se apóia nos três pilares da
certeza, que são a ordem, a
separabilidade e a lógica. Para ela, esses eram os fundamentos
absolutos. A
ordem do Universo, tal como entendida por Descartes e Newton, era o
produto da
perfeição divina. Com Laplace, a hipótese de Deus
é descartada: a ordem
funciona sozinha, é "autoconsolidada". A idéia de
determinismo
absoluto tornou-se objeto de uma crença quase religiosa entre os
cientistas,
que por isso se esqueceram de que ela não pode, de modo algum,
ser demonstrada.
A
segunda idéia-chave era a separabilidade. Conhecer é
separar. face a um
problema complicado, dizia Descartes, é preciso dividi-lo em
pequenos
fragmentos e trabalhá-los um após o outro. Assim, as
disciplinas científicas
são desenvolvidas a partir da divisão do interior das
grandes ciências, a
física, a biologia etc., o que dá origem a
compartimentos sempre novos.
No limite, pode-se dizer que a separação entre
ciência e filosofia e, mais
amplamente, entre ciência e cultura humanista — filosofia,
literatura, poesia
etc. —, está instituída em nosso século como uma
necessidade legítima.
Nas
ciências, a separação entre o observador e sua
observação, ou seja, entre
nós, humanos, que consideramos os fenômenos, e estes
(os objetos de
conhecimento), tinha valor de certeza absoluta. O conhecimento
científico,
objetivo, implicava a eliminação do indivíduo e da
subjetividade. Se
existisse um sujeito, ele causaria perturbação — seria um
ruído.
Terceiro
pilar: a lógica, a indução. Com base em um
número importante e variado de
observações, podia-se tirar delas leis gerais. Quanto
à dedução, era um
meio implacável de conduzir à verdade. Os
princípios aristotélicos da
identidade, da não-contradição e do terceiro
excluído, permitiam eliminar
toda confusão, equívoco e contradição.
A
lógica, a separabilidade e a ordem levaram para a ciência
clássica essa certeza
absoluta, na qual ela se baseia. E os resultados têm sido
tão brilhantes que
acabaram, paradoxalmente, colocando em xeque os princípios
fundamentadores da
separação. Foi a ordem, isto é, o determinismo
(tudo o que escapa ao
acaso, às perturbações e à
imprevisão), que entrou primeiro em crise. Com
efeito, a termodinâmica introduziu a desordem molecular no
fenômeno chamado
calor. Sabemos hoje que nosso Universo tem uma origem
calorífica, surgiu de um
fenômeno térmico inicial, uma espécie de
explosão seguida de enorme
agitação.
A
presença da desordem universal se revela em todos os
níveis: microscópico,
cosmofísico e também histórico, humano. Em
relação a este, lembramos
que a história não se reduz a processos
determinísticos: é também feita de
bifurcações, acasos, crises, daquilo que Shakespeare
chamou de "o som e a
fúria". Isso não quer dizer, no entanto, que a desordem
tomou o lugar da
ordem. Um Universo assim seria tão insensato e impossível
como aquele em que
reinasse a ordem pura.
No
reinado da ordem pura não há criação,
não há possibilidade de nada novo.
Se só existisse a desordem, agitação, a
álea, o Universo seria simplesmente
inviável.
É preciso, portanto, que desde o começo
um certo número de
princípios, considerados como de ordem, provoquem, sob certas
condições,
alguns encontros nessa agitação de partículas. O
princípio de interação
forte ligará e formará núcleos; o princípio
de interação eletromagnética
impelirá os elétrons, para que eles se coloquem em volta
do núcleo e formem
os átomos; enfim, o princípio gravitacional atua no plano
da formação dos astros, das
galáxias...
Em
outros termos, estamos diante deste paradoxo: as noções
de ordem e desordem se
repelem mutuamente. O Universo é um coquetel de ambas, uma
mistura muito
diferente segundo os casos, as condições, os lugares, os
momentos... De acordo
com o ângulo de observação, um dado fenômeno
pode ao mesmo tempo se inclinar
para um lado ou para o outro. Os átomos de carbono, por exemplo,
são formados
nos sóis anteriores ao nosso, pela reunião
instantânea de três núcleos de
hélio. No interior dessas fantásticas forjas que
são os astros, as
interações são inumeráveis e o encontro, no
mesmo momento, de três núcleos
de hélio, é tão raro quanto aleatório.
Entretanto, uma vez ocorrido, uma lei
entra em jogo: a do carbono que vai ser produzido.
É
no
encontro da ordem e da desordem que se produz a
organização. Quando os três
núcleos de hélio se reúnem, nasce uma delas, a do
átomo de carbono. Essas
organizações criam, no seu próprio interior, uma
ordem que lhes é própria.
O mundo dos seres vivos obedece a todas as leis da física e da
química; sua
ordem é baseada na autoprodução, na
regeneração etc.
Quanto
á separabilidade, percebeu-se que ela leva à
divisão das partes constituintes
dos conjuntos organizados em sistemas, o que proporciona um
conhecimento
insuficiente, mutilado. Pode-se extrair um corpo de seu meio natural,
colocá-lo
num contexto experimental, controlado pelas variações que
sobre ele atuam.
Não é possível conhecer, numa única
avaliação, a relação profunda que
existe entre o corpo e seu ambiente. Os seres vivos não
são nada sem o seu
meio. As experiências realizadas em cativeiro, para investigar a
inteligência
de seres sociais como os chimpanzés, não nos têm
permitido saber o que eles
aprenderam depois delas. Com efeito, no curso de
observações pacientes desses
animais, em seu meio natural e em suas sociedades, pôde-se
constatar que os
indivíduos são diferenciados e que existem
relações muito complexas entre
eles. O chimpanzé adulto, por exemplo, não pratica o
incesto.
A
separabilidade perdeu seu valor absoluto. Uma das peculiaridades de um
conjunto
organizado em sistema decorre do fato de que, ao existir, essa
organização
produz qualidades novas, chamadas "emergências". Estas retroagem
sobre
o todo, e não podem ser identificadas quando se tomam os
elementos isoladamente.
Desse modo, a organização viva gera um certo
número de qualidades, como
autoprodução, autonutrição e
auto-reparação. Tais qualidades não se encontram
nas
partes, mas as beneficiam. Da mesma forma, uma sociedade produz
emergências
culturais, como a linguagem, que retroage sobre os indivíduos e
lhes permite,
por sua aquisição (que é também
conhecimento), tornarem-se plenamente
humanos.
Consumou-se
hoje, nas ciências, uma segunda transformação. A
primeira aconteceu na
física, no começo deste século, e destronou a
ordem. A outra começou na
segunda metade do século, com as ciências ditas
sistêmicas, que lidam com os
sistemas ecológicos espontâneos, que nascem das
interações entre as plantas,
os animais, o terreno geofísico, o clima. Todas essas
interações produzem um
conjunto mais ou menos auto-regulado, submetido a
perturbações. Dessa maneira,
a partir dos anos 80, a ecologia começou a levar em conta,
além dos
ecossistemas, o sistema ainda mais complexo e mais ou menos regulado
que é a
biosfera. Isso permitiu acrescentar os seres humanos e sua
civilização
técnica, e prever com alguma certeza os riscos possíveis
da desregulação.
A
partir da descoberta da tectônica das placas, nos anos 60, as
ciências
da Terra (sismologia, vulcanologia, geologia), que não se
comunicavam entre
si, hoje são articuladas umas às outras. Essa
circunstância tem
permitido compreender o planeta como um conjunto articulado e complexo.
O
ecologista, por exemplo, não conhece todos os dados da
zoologia,
botânica, física, geografia; tem um conhecimento parcial
de cada uma, "um
pouco de tudo", como dizia Pascal. No entanto, ao apelar para as
competências dessas diferentes especialidades, ele dá um
sentido a seus
conhecimentos e os articula entre si. Infelizmente, a sociologia
não fez essa
revolução. A biologia também não.
A
cosmofísica, na realidade, tornou-se inseparável da
cosmologia, que é um
ensaio de compreensão do mundo. A revolução da
ressurreição do cosmos
(durante um século, o espaço-tempo — uma espécie
de infinito — havia
tomado o seu lugar) começou logo que se constatou o afastamento
das galáxias.
Num determinado momento, supunha-se que elas eram muito próximas
umas das
outras e que havia existido um núcleo inicial. Hoje
sabemos que o cosmos tem uma história e que ela sofreu
transformações. O
cosmólogo foi levado a refletir sobre o mundo, sua origem, seu
propósito ou
sentido, se é que existe um. Ele retoma assim a
relação filosófica,
reinventa uma filosofia em estado selvagem. Com efeito, por falta de
interesse
dos filósofos, os cientistas são obrigados a refletir
sobre o sentido de suas
descobertas.
A
questão: "O que é o real?", que parecia tão
evidente, reapareceu. O
que é o Universo onde — para seguir d'Espagnat — as coisas
obviamente
separadas são, num certo nível, inseparáveis, a
partir do momento em que
interagem? Trata-se de falar de inseparabilidade na separabilidade. O
grande
desafio do conhecimento repousa sobre esse paradoxo: para uma mesma
realidade,
depara-se ao mesmo tempo com o contínuo e com o
descontínuo. As célebres
experiências sobre a onda e o corpúsculo, relativas
à natureza da
partícula, mostraram que ela se comporta tanto como
ondulação quanto
como grânulo. Ou seja: ora de modo contínuo, ora de forma
descontínua — o
que é contraditório do ponto de vista
lógico. Reencontramos os mesmos
problemas no que se refere à sociedade: se a consideramos de
modo global,
trata-se de um continuum. os indivíduos nela se
dissolvem, como ainda
imaginam numerosos sociólogos. Ou então, pode-se
considerar que tanto os
indivíduos quando a sociedade se diluem, o que permite a certos
autores dizer
que esta não existe, e que só contam as
interações entre as pessoas. No caso
da espécie e do indivíduo é a mesma coisa:
não existem senão indivíduos.
Contudo, quando se leva em conta um longo espaço de tempo, eles
se dissolvem e
surge a noção contínua de espécie.
Eis
o
paradoxo do separável e do inseparável. Pascal não
só já o havia colocado,
mas tinha também indicado o caminho a seguir para avançar
no conhecimento. Que
dizia ele? Que "sendo todas as coisas ajudadas e ajudantes, causadas e
causadoras, estando tudo unido por uma ligação natural e
insensível, acho
impossível conhecer as partes sem conhecer o todo, e
impossível conhecer o todo
sem conhecer cada uma das partes". Nessa frase, de uma densidade e
clareza
extraordinárias, ele formula — no mesmo momento em que
Descartes, triunfante,
introduz o princípio da separação absoluta — o
programa do conhecimento
contemporâneo, que ainda não se conseguiu pôr em
prática.
No que
concerne à lógica, o umbral foi transposto no momento em
que certos teóricos,
ou pensadores, mostraram os limites da indução. Segundo o
célebre exemplo de
Popper, a regra geral que diz que "todos os cisnes são brancos"
já
não é una, porque não se pode pressupor que
não existam, em algum lugar,
cisnes negros. A indução não é certeza
absoluta; significa, em muitos casos,
a existência de fortes possibilidades, de quase-certezas. Essa
"derrapagem", que ocorre também na dedução,
foi assinalada
pelos gregos. É o "paradoxo de Creta", segundo o qual todos os
cretenses são mentirosos. Se um deles disser a verdade
será, portanto, um
mentiroso, porque todos os demais o são.
Esse
paradoxo foi retomado por Russell, que tentou superá-lo. Ele nos
conduz ao
teorema de Gödel, cujo sentido é múltiplo, desde que
queiramos investigá-lo
além de seus limites matemáticos. É um
problema de lógica fundamental,
que nos ensina que nenhum sistema tem a capacidade de dar a si
próprio a prova
de sua consistência, atribuir-se uma certeza suficiente a partir
de suas
próprias fontes. Conseqüência
metalógica: nenhum ser humano pode se
autoconhecer por completo. O mesmo acontece com a Humanidade. Eis
uma
abertura reveladora da inconclusibilidade do conhecimento — e da
lógica.
A
partir daí, a ciência clássica se defrontou com a
contradição e começou a
temer o erro. Niels Bohr teve a coragem de afrontar a aporia da onda e
do
corpúsculo sem poder ultrapassá-la, o que significa
reconhecer que se trata de
dois termos contraditórios e complementares. Admite-se hoje que
é possível
chegar, por meios racionais e empíricos, a essas
contradições. De resto, Kant
já havia mostrado que no horizonte da razão havia um
certo número de impasses
fundamentais.
Pode-se
enfrentar esse problema não sonhando entrar numa nova
lógica, que nos permita
integrar as contradições, mas mostrando que é
possível promover um
incessante jogo de circularidade entre nossa lógica tradicional
e as
transgressões necessárias ao progresso de uma
racionalidade aberta. Esse
propósito pode ser ilustrado tomando o aforismo de
Heráclito: "Viver de
morte, morrer de vida". Eis uma proposição extravagante.
No entanto,
sabemos hoje que os seres vivos — nosso organismo, por exemplo — ao
funcionar degradam sua energia, isto é, as moléculas de
suas células. Estas
morrem e são substituídas por outras. Dizendo de outra
forma, nossa vida
continua graças à morte celular, porque o organismo
é dotado de um poder de
regeneração contínua. Cada batimento do
coração, cada movimento
respiratório, é uma obra de regeneração. O
oxigênio é um detoxificante.
Do
mesmo modo, uma sociedade vive da morte de seus indivíduos. Faz
isso passando
às novas gerações a cultura que começa a se
decompor nos cérebros mais
senis. É como viver da morte. Essa contradição
lógica fundamental pode ser
explicada, etapa por etapa, de modo segmentar, sem sair do caminho
lógico (as
células têm a capacidade de se reproduzir). Entretanto,
para compreender esse
fenômeno básico necessitamos do paradoxo (que vale
também para os ecossistemas)
chamado circularidade trófica, que ilustra a recursividade da
vida: o ciclo
vital, que é também de morte. São duas faces da
mesma realidade. Morrer de
vida: esse é o nosso processo de rejuvenescimento
contínuo. É
"mortificante" remoçar, eis a trágica lição
da vida.
Estas
formulações nos permitem unir o que o pensamento
clássico não
conseguiu. Continua sendo verdade que o maior inimigo da vida é
a morte, e que
o maior desafio ao fenômeno da decomposição
é o renascimento da vida. O
pensamento deve ser capaz de confrontar os antagonismos, poder enxergar
as
aporias, sem que para tanto precise renegar o valor da lógica, a
dedução ou a
indução.
Notas:
1. EDGAR
MORIN é
diretor emérito do Centre National de la Recherche Scientifique,
em Paris, e
presidente da Association pour la Pensée Complexe, também
sediada em Paris.
2. O texto acima nos foi
gentilmente enviado pelo amigo e colaborador
Mattos, de São Paulo, com a seguinte mensagem:
Prezado GEAE:
Encontrei na Internet, por
acaso, um interessante
texto que tem muito a ver com os assuntos tratados neste Grupo,
envolvendo o tema Ciencia. O texto é profundo e requer uma base
filosófica, mas como o Grupo tem abordado "Estudos
Avançados" com maestria, creio ser-lhe pertinente. O grande
recado do autor é a necessidade de entedermos as coisas como um
todo, embora complexo, e não como hoje, onde a realidade
é separada em um monte de "tijolinhos" estanques e
incomunicáveis.
Imaginando que talvez esse
texto possa ser de
interesse aos estudiosos do assunto, remeto-o ao GEAE.
E, a propósito, desejo a
todos Paz e
Progresso nesta mudança de ano que, embora convencional (pois o
tempo não depende de como nós o repartimos), serve para
lembrar-nos que "tempus fugit" (o tempo voa).
Continua
no próximo Boletim
Retorno ao Índice
Vidência
e
Clarividência, Jáder dos Reis Sampaio,
Brasil
Uma Revisão dos Conceitos na Literatura Espírita,
Metapsíquica
e Parapsicológica - Parte II
(Continuação
do Artigo iniciado no Boletim 489)
3. Médiuns Videntes,
Sonambúlicos e Clarividência na Obra de Allan Kardec.
Definição e Fenômenos de Clarividência
O termo
clarividência surge pela primeira vez com seu sentido
próprio² na parte
de "O Livro dos Espíritos" que
trata da emancipação da alma. Na questão 402,
Kardec trata de uma "espécie de clarividência" que
acontece durante os sonhos, onde a alma tem a faculdade de perceber
eventos que acontecem em outros lugares. Neste ponto, portanto, ele
emprega o termo como uma faculdade de ver à distância sem
o emprego dos olhos. Os sonâmbulos seriam capazes deste
fenômeno devido à faculdade de afastamento da alma de seu
respectivo corpo seguida da possibilidade de locomoção da
mesma. (q. 432)
Pouco depois,
na questão 428, ele indaga aos espíritos sobre a
"clarividência sonambúlica". Ele certamente se refere
à faculdade já bastante descrita na literatura que trata
do sonambulismo magnético, que, na questão 426, os
espíritos consideraram equivalente ao sonambulismo natural, com
a diferença de ter sido provocado. Os espíritos lhe
respondem que as duas faculdades possuem uma mesma causa: a
percepção visual é realizada diretamente pela alma
do clarividente. Logo a seguir, Kardec pergunta sobre os outros
fenômenos da clarividência sonambúlica (q. 429) como
a visão através dos corpos opacos e a
transposição dos sentidos. Os espíritos reafirmam
que os clarividentes vêem afastados de seus corpos, e que a
impressão que afirmam de estarem "vendo" por alguma parte do
corpo, reside na crença que possuem que precisam deste para
perceberem os objetos. A existência da faculdade
sonambúlica não assegura a veracidade de todas as
informações obtidas neste estado, com o que concordam os
espíritos (q. 430).
Dando
continuidade à linha de indagações sobre o
sonambulismo, Kardec pergunta de onde se originam os conhecimentos
apresentados pelos sonâmbulos que eles não possuem em
estado de vigília e que não se explicam diretamente pela
percepção sonambúlica. Os espíritos
argumentam que em estado de emancipação, os
sonâmbulos podem acessar conhecimentos que lhes são
próprios, originários de existências anteriores, ou
de outros espíritos com quem comunicam-se (q. 431). Faz sentido,
então, questionar se todos os sonâmbulos são
médiuns sonambúlicos, distinção esta que
Kardec aprofundará em "O Livro dos Médiuns". Ainda em "O
Livro dos Espíritos", afirma-se que a maioria dos
sonâmbulos vê os espíritos, mas que muitos deles
podem crer que se trate de pessoas encarnadas, por lhes ser estranha a
idéia de seres espirituais.
Êxtase e Clarividência
Kardec
distingue os fenômenos sonambúlicos do êxtase
e da dupla vista. O êxtase seria um sonambulismo profundo. Neste
estado ocorreria o
contato com espíritos etéreos, o que causa as
impressões geralmente registradas
pelos santos. Na questão 455 encontra-se a seguinte
descrição:
"Cerca-o
então
resplendente e desusado fulgor, inebriam-no
harmonias que na Terra se desconhecem, indefinível bem-estar o
invade: goza antecipadamente da beatitude celeste e bem se pode dizer
que pousa um
pé no limiar da eternidade. No estado de êxtase, o
aniquilamento do
corpo é quase completo. Fica-lhe somente, pode-se dizer, a vida
orgânica.
Sente-se que a alma se lhe acha presa unicamente por um fio, que mais
um
pequenino esforço quebraria sem remissão. Nesse estado,
desaparecem
todos os pensamentos terrestres, cedendo lugar ao sentimento apurado,
que
constitui a essência mesma do nosso ser imaterial "
Kardec,
entretanto, admite que muitas vezes o extático é
vítima da sua própria excitação, fazendo
descrições pouco exatas e pouco verossímeis,
podendo chegar a ser dominados por espíritos inferiores que se
aproveitam da sua condição.
Êxtase,
portanto, é um estado sonambúlico profundo
caracterizado pela perda ou extrema redução da
consciência dos eventos
que acontecem ao redor do extático, alterações
emocionais e um certo
sentimento de "sagrado", onde o mecanismo básico é a
emancipação da alma.
Lucidez e Clarividência
No livro
"Definições Espíritas"³, Kardec define a
clarividência como a "faculdade de ver sem o concurso da
visão" e logo depois como
"percepção sem o concurso dos sentidos". Posteriormente
Kardec distingue
clarividência de lucidez, da seguinte forma:
"A palavra clarividência
é mais genérica; lucidez
se diz mais particularmente da clarividência sonambúlica."
(KARDEC, 1997. p. 85)
Dupla Vista e Clarividência
A dupla vista,
ao contrário, seria a faculdade de perceber pelos
olhos da alma, sem que para tal, seja necessário o estado
sonambúlico, em outros termos, sem que o percipiente entre em
transe profundo.
A dupla vista
seria uma faculdade permanente das pessoas que a possuem, embora
não estejam continuamente em exercício da mesma.
(q. 448) É uma faculdade que se manifesta de forma
espontânea, embora a vontade de quem a
possui tenha um papel em seu mecanismo e possa desenvolver-se com o
exercício.
Da mesma forma que a mediunidade, há organismos que são
refratários a
esta faculdade, e a hereditariedade parece desempenhar algum papel na
transmissão da mesma. Kardec
fez uma descrição das alterações
psicofísicas que o portador da
dupla vista ou segunda vista costuma apresentar (q. 455):
"No
momento em que o
fenômeno da segunda vista se produz, o
estado físico do indivíduo se acha sensivelmente
modificado. O olhar apresenta
alguma coisa de vago. Ele olha sem ver. Toda a sua fisionomia reflete
uma como exaltação. Nota-se que os órgãos
visuais se
conservam alheios ao fenômeno, pelo fato de a visão
persistir, mau grado à
oclusão dos olhos. Aos dotados desta faculdade ela se afigura
tão natural, como a que todos
temos de ver. Consideram-na um atributo de seus próprios seres,
que em nada
lhes parecem excepcionais. De ordinário, o esquecimento se segue
a essa
lucidez passageira, cuja lembrança, tornando-se cada vez mais
vaga,
acaba por desaparecer, como a de um sonho. O poder da vista dupla
varia, indo
desde a sensação confusa até a
percepção
clara e nítida das coisas presentes ou ausentes."
Kardec, em
suas "Obras Póstumas" (1978, p. 101) faz uma
afirmação preciosa para a distinção entre
dupla vista e
clarividência, que consideramos por bem transcrever:
"No
sonamabulismo, a
clarividência deriva da mesma causa 4; a
diferença está em que, nesse estado, ela é
isolada, independe da vista
corporal, ao passo que é simultânea nos que dessa
faculdade são dotados em
estado de vigília."
É
importante frisar que em Kardec o sonambulismo natural, o sonambulismo
provocado ou magnético, o êxtase e a dupla
vista são faculdades que possuem o mesmo mecanismo: a
emancipação da alma. A
clarividência seria um fenômeno passível de ocorrer
nos dois primeiros estados.
Embora a clarividência seja um fenômeno predominantemente
anímico, há a
possibilidade de ocorrerem percepções do mundo dos
espíritos, ou seja, de
sua associação
com faculdades mediúnicas. Para evitar confusão,
consideramos adequado o emprego do termo
clarividência mediúnica.
Médiuns Videntes e Dupla Vista
Em "O livro
dos médiuns" (parágrafo 167), Kardec considera como
médiuns videntes as pessoas dotadas da capacidade de ver os
espíritos. Nesta categoria temos os médiuns capazes de
ver os espíritos em estado de vigília e os que apenas a
possuem em estado
sonambúlico ou próximo deste. A faculdade não
é permanente,
estando quase sempre associada a uma crise passageira. Podemos
substituir o termo crise por transe, entendendo que por crise
passageira o autor se refere aos chamados estados sub-hipnoidais ou de
transe superficial.
As pessoas
dotadas de dupla-vista podem ser consideradas médiuns videntes,
as que percebem os espíritos durante os
sonhos, não. As aparições acidentais e
espontâneas
não configuram a existência desta faculdade, que permite ver qualquer espírito que se
apresente. Kardec afirma que este tipo de médiuns julga
ver os
espíritos com os olhos, mas tanto os vêem com olhos
fechados quanto com olhos abertos.
A faculdade
pode ser desenvolvida, mas Kardec recomenda que não se provoque
este tipo de faculdade, para que o suposto
médium não se torne joguete da sua
imaginação. Ele
considera prudente não dar crédito senão ante
provas positivas, como " a
exatidão no retratar Espíritos que o médium jamais
conheceu quando encamados".
Ao advogar a possibilidade de desenvolvimento da faculdade, entendemos
que Kardec se refere às pessoas já dotadas da mesma, e
não da errônea idéia de desenvolvimento da
mediunidade em quem quer que seja.
Médiuns Sonambúlicos e Clarividência
Curiosamente,
Allan Kardec distingue em duas classes de médiuns os
médiuns videntes e os médiuns
sonambúlicos. Ele justifica esta classificação
dizendo que sonambulismo e mediunidade
são "duas ordens de fenômenos que freqüentemente se
acham reunidos". (parágrafo 172)
...o
Espírito que se
comunica com um médium comum
também o pode fazer com um sonâmbulo; dá-se mesmo
que, muitas vezes, o estado de emancipação da alma
facilita essa comunicação. Muitos sonâmbulos
vêem
perfeitamente os Espíritos e os descrevem com tanta
precisão, como os
médiuns videntes.
Conclusões: Vidência e Clarividência em Allan
Kardec
Como vemos,
Kardec situa em seu plano analítico os fenômenos
anímicos e mediúnicos, de forma
obviamente distinta dos pesquisadores da Metapsíquica e da
Parapsicologia.
Com as
informações até então encontradas,
concluímos que a distinção entre vidência e
clarividência na
obra de Allan Kardec pode ser explicada a partir do esquema abaixo:
Estado
de Consciência /
Transe Profundo
/
Transe Superficial
/
(estado
sonambúlico e de êxtase, em
/
(crise passageira, em
terminologia kardequiana)
/
terminologia
kardequiana)
/
Fenômenos Anímicos
/
Clarividência
sonambúlica ou lucidez /
Dupla vista
Fenômenos
Mediúnicos /
Clarividência mediúnica
5
/
Vidência
mediúnica 6
Mecanismo Geral
/
Emancipação
da alma
/
Emancipação da alma
Concluímos, portanto, que a
chave da distinção
entre a clarividência e a vidência mediúnicas,
encontrada na obra kardequiana, reside na extensão do transe
mediúnico.
O leitor da
obra de Kardec deve cuidar-se também para não confundir
clarividência com mediunidade, uma vez que ele emprega o termo em
sentido amplo, podendo referir-se a fenômenos anímicos
como a visão à distância sem o emprego dos olhos,
visão através de corpos opacos e
"transposição de sentidos" (que seria uma
impressão do sonâmbulo, e não uma
descrição do mecanismo do fenômeno, que é,
em última ordem, a emancipação da alma). A
relação entre clarividência e mediunidade fica bem
ilustrada com o auxílio da figura abaixo:
Clarevidência Sonambúlica ou Lucidez
Clarevidência Mediúnica
Vidência
Mediúnica
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Índice
Esclarecimento sobre
Afirmações de Kardec, Manoel Lopes, Brasil
Embora não seja
Espírita, leio as obras Kardecistas a
quase 30 anos, desde de minha adolescência. Recentemente iniciei
novamente a leitura do Livro dos Espíritos
e qual não foi minha surpresa em "perceber" algumas afirmativas
de Kardec logo no inicio do L.E.,que me deixaram em dúvida, as
quais cito abaixo:
a) No livro dos
Espíritos,
Introdução, item VII,
4ºparagrafo " A Ciência,
propriamente dita, como
ciência, portanto, é
incompetente para se pronunciar na
questão do Espiritismo: não tem que se ocupar com isso e
seu julgamento, qualquer que seja, favoravel ou não, não
poderia ter nenhuma importancia."
b) No mesmo paragrafo "O Espiritismo
é o resultado de uma
convicção pessoal
que os sábios podem ter como
indivíduos, abstração feita de sua qualidade de
sábios; mas querer deferir a questão à
Ciência, equivaleria a decidir a existência da alma por uma
assembleia de físicos ou de astronomos."
Minha formação na
área de exatas (Engenharia), me
fez buscar no Espiritismo respostas a varias questões, como o
significado da vida, morte etc... Mas ercebendo que atualmente
é grande o número de
Espíritas citando assuntos pertinentes a Física Quantica,
Eletricidade, Biologia, Medicina etc..., para justificarem conceitos
espíritas, fiquei em dúvida quanto as afirmativas de
Kardec.
Atenciosamente,
Manoel Lopes
Prezado amigo Manoel,
A Introdução do
Livro dos Espíritos foi o primeiro texto elaborado por Allan
Kardec que aborda um resumo do que ele havia pesquisado sobre a
relação dos planos Terreno e Espiritual, lançando
ao mundo a Doutrina Espírita, ou mais conhecido como
"Espiritismo". Evidentemente, Kardec o escreveu em Paris, em
1855/57, dentro de um contexto de vida na Terra, bem diferente do que
é o atual e muito mais ainda será no futuro com a
evolução constante do planeta. Porém, o
fundamental foi dito. O básico está perfeitamente
alicerçado em base sólida, pois contém
informações vinda do plano espiritual e analisada com
muita seriedade, responsabilidade e com a supervisão definida do
plano Espiritual Maior.
Ao se referir a Ciência
propriamente dita, Kardec se refere, a ciência acadêmica da
época, totalmente voltada ao materialismo. Dessa forma, a
ciência é incompetente para julgar questões
espirituais de que trata o espiritismo.
A convicção pessoal
é algo que surge do espírito e não se encontra
acoplada à parte física material e, portanto, o
espiritismo é mesmo o resultado do pensamento individual e
não da ciência tradicional. O espiritismo proporciona
ajuda para o desenvolvimento mais eficiente da forma de vida pessoal.
Por exemplo, a minha razão me diz que eu sou um Espírito,
portanto, minha convicção pessoal encontra-se definida
independente da prova científica do fato. Assim, para mim, o
espiritismo está à frente da ciência, pois é
o resultado de minha convicção pessoal. Mas o grau de
convicção pessoal dependerá do estado evolutivo de
cada um, que por sua vez, está ligado ao uso da razão.
Daí, Kardec cita " ..que os SÁBIOS (Espíritos
evoluídos) podem ter como indivíduo". No Evangelho
Segundo o Espiritismo, encontramos um resumo da doutrina de
Sócrates e Platão que diz no item VIII " Se a alma
é imaterial, ela deve passar, após esta vida, para um
mundo igualmente invisível e imaterial, da mesma maneira que o
corpo, ao se decompor, retorna à matéria..." Isso
é fruto de conficção pessoal com o uso de uma
razão apurada. Na essência é o Espiritismo.
Já para a ciência, isso somente terá valor a partir
da prova científica da existência da alma imaterial.
Já se passaram cerca de 2500 anos e nada se caminhou nessa
área até agora.
Por outro lado, como tudo evolui,
a ciência também faz progressos constantes e ao caminhar
em novos tempos, a ciência entrará também no campo
espiritual com novas descobertas científicas que
contribuirão também com o avanço do espiritismo. A
ciência avançará muito nessa linha, pois os
cientístas serão mais evoluídos espiritualmente do
que hoje e se interessarão naturalmente por essa importante
área de pesquisa. Isso certamente já está
acontecendo. Mas tudo acontece dentro do seu tempo necessário
à harmonia do universo, pois a Providência Divina
está sempre à frente da ciência.
Um abraço,
Raul Franzolin Neto
Editor GEAE
Estimado amigo Manoel Lopes,
A sua postura nos motiva ainda
mais ao estudo e na busca do conhecimento. Voce relata em sua mensagem
que muito embora não seja espírita, estuda as obras de
Kardec por mais de trinta anos. Este é um exemplo que deveria
ser seguido por muitos que se dizem espiritas, participam do movimento
espirita, mas infelizmente não adotam o mesmo procedimento. O
fato de voce não ser espirita é mesmo irrelevante, pois a
Doutrina dos Espiritos é um ensinamento de caráter
absolutamente universalista que visa como fim último o nosso
aperfeiçoamento moral e a nossa melhora como seres humanos,
independentemente das nossas convicções pessoais, isto
porque não faz parte da essência dela o proselitismo e a
conquista de adeptos. Tenho convicção que é mesmo
nessa senda que caminha a humanidade, ou seja, estaremos cada vez mais
ligados ao Criador e unidos pelos laços da verdadeira
Fraternidade e do Amor, sem a necessidade de intermediários ou
de nos afiliarmos a esta ou aquela denominação religiosa.
Nao sou um cientista na
acepção acadêmica da palavra, mas gosto muito de
estudar e pesquisar constantemente. Me recordo que a primeira vez que
li o Livro dos Espiritos por volta de 1977, também fui tomado de
surpresa com a mesma passagem da Introdução que voce
menciona em sua comunicação. Entretanto, como bem
mencionaram o Raul e o Alexandre, a afirmação de Kardec
tinha como objeto a elite representativa do materialismo exarcebado da
época, que a toda informação nova ou
fenômeno estudado e verificado como fato, saindo esses dos
estreitos limites das leis conhecidas até então por
aquelas mentes materialistas, era condenado a priori sob o crivo do
desdém e da arrogância. A Doutrina Espirita que é
de fonte segura, está assentada numa base sólida por ter
sido eregida sobre estes três pilares firmes da filosofia, da ciência e da religião (não no
sentido ortodoxo da palavra, mas de ensinos morais). Esta base
sólida é que lhe dá um caráter de
racionalidade sem precedentes e a possibilidade de resistir aos
frágeis ataques do materialismo nulificante, o qual quer nos
reduzir ao nada. Kardec jamais poderia colocar em dúvida o valor
do conhecimento científico legítimo, que é na
verdade um dos maiores propulsores da humanidade rumo ao progresso
intelectual e moral.
Herminio C. Miranda, um dos
maiores escritores espiritas do Brasil, nos diz que: "Temos que
reconhecer - não sem certa dose de humildade cristã - que
não basta nossa crença inabalável nos
fenômenos demonstrados, para torná-los aceitáveis
aos outos. É preciso, para vencer a resistência da
idéia preconcebida ou da mera preguiça humana de pensar,
não apenas a nossa convicção de mais de
século, mas o pronunciamento oficial da Ciência, que, para
muitos de nossos irmãos, será a palavra final sobre o
assunto." In Sobrevivência e Comunicabilidade dos
Espíritos - 3@ Edição FEB - 1975 - 2 - A Ciência A
Procura do Espirito, páginas 21/22.
Não tenho dúvidas
que as explicações já fornecidas pelos
companheiros Alexandre Fonseca e o Raul Franzolin foram suficientes
para responder às suas indagações. Entretanto, me
senti impelido a dar a minha singela contribuição com as
colocações acima, mas especialmente com uma
sugestão de leitura, já que voce demonstra ser um
estudioso dedicado. Existem muitas obras na literatura espírita
e espiritualista que explicam de forma bem clara e convincente o
caráter científico das doutrinas do Espiritismo e do Espiritualismo. Poderiamos mencionar
aqui, O Espiritismo Perante a
Ciência, de Gabriel Delanne; Animismo e Espiritismo, de Alexander
Aksakof; O Aspecto Científico
do Sobrenatural (livrinho magistral e recém traduzido
para o português), de Alfred Russel Wallace; Metapsíquica Humana, de
Ernesto Bozzano; Por Que Creio na
Imortalidade da Alma, de Sir Oliver Lodge; o livro acima
mencionado de autoria de Herminio C. Miranda, dentre muitas e muitas
outras. Entretanto, a obra que mais me cativou, neste particular, foi a
de autoria do grande escritor americano Epes Sargent, intitulada Bases Científicas do Espiritismo
(The Scientific Basis of Spiritualism,
no original em Inglês).
Para que voce possa entender
ainda melhor o motivo e as colocações de Allan Kardec na
Introdução ao Livro dos Espíritos, objeto da sua
indagação, eu vou mencionar uma pequena passagem da obra
acima, a qual recomendo a sua leitura, cuja afirmação
pelo autor, prende-se às mesmas razões que levaram Kardec
a se pronunciar daquela forma, já que o livro deste
último tem por essência reafirmar e deixar bem claro que
ambas as doutrinas tem bases científicas inquestionáveis.
Assim ele se expressa:
"O homem que possua mais saber e
experiência em sua especialidade, por mais competente que seja
para julgar os fatos já admitidos e dos detalhes não
estranhos à sua rotina profissional, pode ser o menos competente para dar
opinião justa sobre um fato ou fenômeno que venha
introduzir uma mudança radical em suas noções
sobre a matéria que ele imagine conhecer perfeitamente."
(Destacamos). In Bases Científicas do Espiritismo,
5@ Edição - FEB - 2002, página 235.
Mais uma vez agradecemos pela sua
amigável participação nos estudos fraternos do
GEAE, e colocamo-nos à sua disposição caso
necessite maiores informações neste e noutros assuntos.
Fraternalmente,
Antonio Leite
Editor GEAE
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ao Índice
Informação
sobre o Espírito do Médium ?, Sueli, Brasil
Prezados Senhores
Sou assinante do Boletim, e ontem
surgiu uma dúvida durante nossos estudos, que apresento a Vossas
Senhorias, para possível elucidação.
Onde fica o espírito do
medium quando incorporado? Várias situações
surgiram:
a) fica ao lado do corpo físico
b) vai a outro lugar receber ensinamentos
c) fica ao lado do corpo físico e recebe ensinamentos
Sendo possível, por favor,
respondam.
Atenciosamente grata
Sueli
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Centro
de "Estudos
Espíritas Boa Nova" de Nova Iorque em Novo
Endereço, EUA
Queridos amigos & Companheiros.
Nós do Boa Nova,
estamos
muito felizes em poder comunicar a todos sobre a reabertura do Boa Nova
no nosso novo endereço, do dia 21 de março de 2005,
onde estaremos recebendo a todos com muito carinho.
O novo endereço
é:
28-17 da 36th Ave.
Astoria.
Trem N ou W
estação 36 Ave.
Aguardamos a sua
presença e pedimos que divulguem esta nossa felicidade.
Muita Paz
Espiritualidade no Cuidado do
Paciente, AME, Brasil
Olá,
Venho através deste email
convidar a todos os profissionais da Área da Saúde e
demais interessados para o Seminário "Espiritualidade
no Cuidado do Paciente", dia 26 de maio no Teatro
Cultura Artística (SP), com a presença do
Psiquiatra Norte Americano Dr. Harold Koenig, o maior
pesquisador mundial sobre a relação religiosidade e o
processo de adoecer e cura.
Gostaria de ressaltar que este evento
Científico tem o apoio da Associação
Paulista de Medicina e terá enfoque
ecumênico. Ocorrerá em conjunto com o V Congresso Nacional
da Associação Médico - Espírita do Brasil,
de 26 a 28 de maio, havendo a possibilidade de inscrição
para apenas um ou aos dois Eventos.
Para maiores informações acessem o site: http://www.amebrasil.org.br
Até lá,
Leandro Romani de Oliveira
Associação Médico-Espírita do Brasil
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1st
British Spiritist Mini-Congress, BUSS, UK
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Show em benefício do "Centro de Cultura,
Documentação e Pesquisa do Espiritismo", CCDPE, Brasil
Já estão a venda os
convites para o show do Rossa Nova, cuja arrecadação
ajudará a levantar fundos para o início das atividades do
CCDPE (Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do
Espiritismo). Eles podem ser adquiridos na
Ticket Master ou
solicitados à
julianezu@terra.com.br
Show "Meus Caminhos" -
Grupo
Rossa Nova
Data: 16 de Abril de 2005
Hora: 21h
Direção Artística: Zé Rodrix
Produção: LC Produções Artísticas
Local: Espaço Cultural Santo Agostinho -
http://www.ecsa.org.br
Rua Apeninos, 118 - Liberdade - São Paulo/SP
Ingressos: R$ 30,00
Promoção: R$ 15,00, com 50% de desconto nas vendas
antecipadas até o dia 15/04/05, para todas as classes.
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Seminário Espírita na cidade de Estocolmo,
Franklin Santana Santos, Suécia
Temos a grata
satisfação
de convidá-lo para o seminário ”Evidência
de vida após a morte: Uma visão positivista
através
da pintura mediúnica”,com o médium brasileiro
de psicopictografia Florêncio
Reverendo Anton Neto, pedagogo, terapeuta em regressão a vidas
passadas, e atualmente acadêmico em Psicologia.
Os grupos
espíritas, Andarna
e Grão de Mostarda são associações
civis, sem fins lucrativos e que têm como finalidade à
divulgação da Doutrina Espírita nos seus
tríplices aspectos: científico, filosófico e
moral.
O Espiritismo
é uma doutrina
baseada na existência dos Espíritos, suas
manifestações,
seus ensinamentos e suas relações com o mundo dos
encarnados.
Este
seminário visa aumentar o
conhecimento sobre a doutrina espírita, codificada por Allan
Kardec, na sociedade sueca, estimular uma discussão
científica
sobre os fenômenos mediúnicos e fornecer subsídios,
baseados em fatos e na razão, sobre a sobrevivência do
espírito após o fenômeno biológico, o qual
costumamos chamar morte.
Após a palestra, Florêncio
fará uma demonstração da pintura mediúnica
e depois responderá as perguntas do público.
O seminário ocorrera na Alviks
Medborgarhus, Gustavslundsvägen 168 A, 2 andar
Dia-17 de abril de 2005-03-20
Horário-15.30 as 18.30.
Entrada franca – número
limitado de vagas
As Pré-inscrições
deverão ser feitas ate o dia 10-04-2005
http://www.andarna.se
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GRUPO DE ESTUDOS
AVANÇADOS ESPÍRITAS
O Boletim GEAE é distribuido
por e-mail
aos participantes do Grupo de Estudos Avançados Espíritas
Informações Gerais - http://www.geae.inf.br/pt/faq
Conselho Editorial - editor@geae.inf.br
Coleção dos Boletins em Português -
http://www.geae.inf.br/pt/boletins
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http://www.geae.inf.br/en/boletins
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