Boletim GEAE
Grupo de Estudos
Avançados Espíritas
http://www.geae.inf.br
Fundado em 15 de outubro de 1992
Boletim Quinzenal de Distribuição
Eletrônica
"Fé inabalável
é somente aquela que pode encarar a razão, face a face,
em todas as épocas da humanidade", Allan Kardec
Ano 13 -
Número 488 - 2005
15 de Fevereiro
de 2005
Editorial
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Festas
Populares &
Espiritismo
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Artigos
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Curso de Ciência e Espiritismo,
6ª Aula, Alexandre Fontes da Fonseca, Brasil
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História
& Pesquisa
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140 Anos de
Lançamento de O Céu e
o Inferno
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O Céu e o
Inferno - 140 Anos, Fernando Porto, Brasil
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Pinga Fogo com Chico Xavier em
3 fitas VHS, Henrique Baldovino, Brasil
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Questões
e Comentários
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Como Seguir a Primeira
Lei?, Luciano Cunha, Brasil
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|
Painel
|
Nova
página
do Centro de Cultura
Espírita de Caldas da Rainha, Portugal
|
Pós-Graduação
em Pedagogia Espírita - Santos-SP, Brasil
|
Criado o
Grupo de Filosofia Espírita de Munique, Arnoldo da Silva
Pereira, Alemanha
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|
Festas Populares & Espiritismo
Amigos,
Nesta época do ano nos chegam muitos questionamentos de como o
espírita deve se comportar no Carnaval, na Quaresma e mesmo na
Páscoa, questionamentos que invariavelmente buscam uma regra de
conduta categórica como resposta. As respostas a estas
questões são geralmente mais longas do que os
interlocutores esperam. Não há uma receita pronta, com
alguns "isto é pecado" ou "aquilo não é pecado",
pois o Espiritismo não tem por filosofia escravizar o homem a
esta ou aquela postura externa, mas sim esclarecê-lo da realidade
maior da vida e lhe mostrar as leis que regem seu destino como ser
espiritual temporariamente encarnado neste mundo.
A base da conduta espírita é a liberdade de
consciência ou, em outras palavras, o exercício do livre
arbitrio. E para que o individuo exerça esta liberdade de
consciência, em pleno conhecimento de seus direitos e
responsabilidades, o Espiritismo lhe mostra que todas suas
ações, dentro do ordenamento moral do Universo, tem
consequências. Ações direcionadas ao bem resultam
na felicidade do individuo e ações direcionadas ao mal
resultam no sofrimento.
Assim, diante das opções apresentadas pela vida, o
Espiritismo mostra ao individuo quais os caminhos pelos quais
encontrará maior felicidade - consequência natural de um
comportamento sádio, direcionado pelo amor a Deus e ao
próximo - e quais caminhos o levarão a
situações de desequilibrio, que inevitalmente o
atarão a ciclos de dor e culpa.
O grande diferencial desta postura com a de dogmas ou padrões
estabelecidos a "ferro e fogo", é que ela valoriza a
transformação interior. Transformação
voluntária e regida pela compreensão do que se
está fazendo e de onde se quer chegar. Diferentemente de um
comportamento exterior forçado pelas circunstâncias,
há a adesão voluntária a um conjunto de ideais de
vida.
Nesta linha de pensamento, respeitando a postura filosófica
espírita, o que podemos responder aos irmãos que nos
questionam nestes períodos em que a sociedade alterna grande
liberalidade e forte penitência, é que vivam
responsavelmente como em qualquer outra época do ano. Alegria
com moderação, dentro de uma conduta respeitosa consigo
mesmo e com o próximo, e consciência tranquila.
Que se evitem os excessos de todo o tipo, principalmente dos que
atordoam a mente e levam a atitudes degradandes do ser, e aproveitem
tranquilamente a alegria de compartilhar com amigos e familiares alguns
dias de folga e diversão.
E para os que acabaram exagerando nos excessos, comprometendo-se - em
maior ou menor grau - com ações desaconselháveis,
a recomendação de que aproveitem para refletir o quanto
valem alguns momentos de gozo fugazes em troca de toda a
aflição que vem depois. Se não lhes seria melhor
um pouco de moderação, com menos
intoxicação dos sentidos, em troca de uma
situação mais equilibrada e com menos sofrimento. Sabendo
que não há como escapar do "a cada um segundo seus
obras", pensem se não valeria a pena agir diferentemente da
próxima vez ...
Muita Paz,
Carlos Iglesia
Editor GEAE
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Curso de Ciência e
Espiritismo, 6.a Aula,
Alexandre Fontes da Fonseca, Brasil
Física
e Espiritismo I:
propriedades da matéria. A diferença entre livros e
artigos.
1.
FÍSICA E ESPIRITISMO
I: PROPRIEDADES DA MATÉRIA
Nas
aulas anteriores, falamos sobre o conceito de Ciência, sobre
pesquisas puramente espíritas e pesquisas multidisciplinares,
isto é, que envolvem conceitos de alguma disciplina
científica
e o Espiritismo. Hoje, iniciaremos uma série de aulas sobre as
contribuições e problemas, acertos e equívocos
no uso de conceitos da Física na tentativa de explicar ou
entender alguns conceitos Espíritas. Na aula de hoje,
falaremos sobre as afirmativas dos Espíritos Superiores,
contidas no Livro dos Espíritos [1], que só podem ser
entendidas com o intermédio da teoria conhecida como
Mecânica
Quântica.
Vejamos as
seguintes questões do Livro dos Espíritos [1]:
22.
Define-se geralmente a matéria como sendo o que tem
extensão, o que é capaz de nos impressionar os
sentidos, o que é impenetrável. São exatas estas
definições?
“Do
vosso ponto de vista, elas o são, porque não falais
senão do que conheceis. Mas a matéria existe em estados
que ignorais. Pode ser, por exemplo, tão etérea e
sutil que nenhuma impressão vos cause aos sentidos.
Contudo, é sempre matéria. Para vós, porém,
não o seria.” (Grifos
nossos).
Como
exemplo do que está grifado acima, sabemos hoje da
existência
de um tipo de partícula subatômica chamada neutrino.
Essa partícula foi descoberta quando se estudou o chamado
decaimento1
de um neutron em um proton mais um elétron. Ela é
tão
leve e interage tão pouco com a matéria densa que em um
único segundo mais de 100 trilhões de neutrinos vindos
do sol atravessam nosso corpo sem percebermos. Portanto, como os
Espíritos disseram acima, a matéria pode ser tão
sutil que nenhuma impressão nos causa.
34.
As moléculas têm forma determinada?
“Certamente,
as moléculas têm uma forma, porém não
sois capazes de apreciá-la.”
a)
- Essa forma é constante ou variável?
“Constante
a das moléculas elementares primitivas; variável a das
moléculas secundárias, que mais não são
do que aglomerações das primeiras porque, o que
chamais molécula longe ainda está da molécula
elementar.” (Grifos
nossos).
A
questão sobre a forma de átomos e moléculas
é,
de fato, algo impossível de se resolver com precisão.
Portanto, mesmo com todo o avanço científico, somos
incapazes de apreciá-la. A ciência possui modelos
para a estrutura e forma dos átomos e moléculas (como o
modelo do átomo de Rutherford, que é formado por
pequenas esferas (elétrons) que circulam em torno do
núcleo,
de forma similar a um sistema solar), mas por razões que a
teoria quântica apresenta, é impossível
determinar com precisão absoluta a forma, o tamanho ou as
dimensões de um átomo ou partícula.
A
partícula que delimita a fronteira do átomo é o
elétron. Segundo a teoria quântica, é
possível
calcular a chamada densidade de probabilidade da posição
de um elétron em um átomo. Nos locais onde essa
densidade de probabilidade é maior, temos maior chance de
encontrarmos um elétron. Portanto, a região espacial
onde essa densidade de probabilidade atinge seus valores máximos
pode ser usada como definição para os limites espaciais
de um átomo. Por exemplo, a região espacial onde
há
maior probabilidade de encontrarmos o elétron quando ele
está
na chamada camada K (que representa o estado quântico em que o
elétron possui menor energia) possui a forma de uma casca
esférica. Na camada L, temos outro tipo de formato para
essa região e assim por diante. O conjunto de todas as
regiões
onde os elétrons tem mais probabilidade de serem encontrados
é
chamado de nuvem eletrônica de um átomo.
Através
dela podemos definir a forma espacial do átomo. Notem que isso
define apenas a forma mais provável pois, na verdade,
os elétrons em torno de um núcleo podem ocupar
regiões
diferentes do espaço.
Quanto mais
primitiva, ou melhor, mais simples é uma molécula, mais
simples é a função densidade de probabilidade
associada à sua núvem eletrônica o que, por sua
vez, torna mais simples a sua forma de acordo com a
definição
apresentada. Moléculas mais complexas como as proteínas,
por exemplo, admitem muitos tipos de formas, onde cada uma delas
corresponde a algum tipo de função química ou
biológica.
36.
O vácuo absoluto existe em alguma parte no Espaço
universal?
“Não,
não há o vácuo. O que te parece vazio
está
ocupado por matéria que te escapa aos sentidos e aos
instrumentos.” (Grifos
nossos).
O neutrino
que é produzido em reações nucleares dentro de
uma estrela viaja por enormes distâncias no Universo sem quase
interagir com nenhum outro objeto físico. Só isso
já
bastaria para confirmar o fato de que o que nos parece o vazio (o
espaço interestelar) está ocupado por matéria
que escapa aos nossos intrumentos.
Mas o
chamado Princípio de Incerteza de Heisenberg levou a uma
descoberta ainda mais fascinante: é possível a
ocorrência de processos de criação e
destruição
de partículas em um curto intervalo de tempo. Nas proximidades
de um núcleo pesado, partículas surgem e desaparecem
literalmente do nada desde que esse processo seja suficientemente
rápido. Portanto, em regiões que deveriam estar vazias
de matéria, ocorre constantemente esse processo de
criação
e destruição de partículas “enchendo” o
vazio com partículas de matéria que, a rigor, escapa
aos nossos sentidos.
2. DIFERENÇA
CIENTÍFICA ENTRE LIVROS E ARTIGOS
No
Movimento Espírita, o livro possui um papel extremamente
importante na difusão dos conhecimentos espíritas.
Obras mediúnicas psicografadas por Chico Xavier, Divaldo P.
Franco, Raul Teixeira e outros, se tornaram leitura necessária
a todo aquele que deseja não só estudar
aprofundadamente os conceitos espíritas, mas também
trabalhar na seara espírita de modo eficiente.
Já
em Ciência, o livro também possui um papel importante
tanto na divulgação quanto no ensino. No entanto,
livros de divulgação e livros texto destinados aos
estudantes possuem status diferentes e se originam de forma
diferente. Livros de divulgação como, por exemplo,
aqueles que o famoso físico Stephen Hawking e outros
cientistas escrevem, têm como objetivo esclarecer o
público
leigo sobre um determinado assunto científico. Um livro texto
é aquele que resultou de muitos trabalhos de pesquisa em
determinada área e que de tanto serem confirmados, se tornaram
básicos a ponto de fazerem parte da grade curricular de um
curso científico. O livro texto, apesar de possuir uma forma
didática de expor o conhecimento, não se dedica ao
público leigo e quase sempre requer do leitor (o estudante)
algum conhecimento adquirido em determinados métodos de
análise. Por exemplo, os livros texto de Física
requerem que o estudante já tenha algum domínio em
cálculo diferencial e integral. Mas o ponto mais importante
é
que os livros texto sobre determinado assunto só surgem
após
a publicação de inúmeros artigos
científicos
sobre um determinado assunto demonstrando que o mesmo está bem
estabelecido e possui muitas aplicações. O livro texto
não contém opiniões de seus autores pois deve
refletir apenas o conhecimento científico em sua forma mais
simples e segura. Já o livro de divulgação, se
por um lado possui algumas informações
científicas,
por outro, contém muitas opiniões, pensamentos
próprios
e toda uma série de reflexões pertencentes ao autor e
que não constituem resultados de algum trabalho de pesquisa.
Portanto,
o
valor de um livro de divulgação científica
é
muito menor do que o de um livro texto no tocante ao conteúdo
científico ou a validade do conteúdo científico.
Ao escrever um conceito científico em termos
compreensíveis
ao leitor leigo em ciência, importantes partes do próprio
conceito se perdem pelo simples fato de que a linguagem técnica,
muitas vezes, é a única que o representa de forma
precisa. As editoras, quase sempre, publicam esses livros com
objetivo de obter lucros e não estão preocupadas (nem
são obrigadas a tal) com a veracidade científica do que
é publicado. Já para publicar um livro texto, há
que verificar se os autores seguiram a risca os resultados
científicos confirmados pela comunidade científica
através de diversas publicações
científicas.
Como
exposto em aula anterior (aula 4, Boletim 486), os artigos
científicos passam por um processo de avaliação
conhecido como análise por pares. Nesse processo, cada
artigo é submetido a um ou mais árbitros
anônimos para apreciação e emissão de um
parecer positivo ou negativo quanto à publicação
do mesmo de acordo com critérios exclusivamente
científicos.
Isso permite que os resultados dos artigos publicados tenham alguma
validade dentro de determinados limites científicos. Com o
tempo, as pesquisas são confirmadas ou refutadas através
de novos artigos, de autoria de outros cientistas e isso vai
consolidando o conhecimento a respeito de determinada área ou
assunto.
Em
contrapartida, existem os periódicos destinados a
publicação
de artigos de divulgação científica, isto
é,
destinados ao público leigo. Temos, por exemplo, a revista
Scientific American [2], com sua versão em
português
[3], a seríssima revista Pesquisa FAPESP [4] e outras mais
antigas e conhecidas como a Super Interessante [5],
etc. Apesar da
subjetividade referente às opiniões dos autores ser um
pouco menor nesses artigos de divulgação do que num
livro de divulgação, as explicações dos
conceitos científicos são feitas, também, de
forma “mastigada” o que as tornam explicações
incompletas. Portanto, artigos científicos têm muito
mais valor científico do que artigos de divulgação
científica. Raramente artigos de divulgação
científica são citados em artigos científicos e,
mesmo assim, isso acontece apenas com algumas poucas revistas de
divulgação como a prestigiada Scientific American.
Portanto,
em Ciência, podemos hierarquizar as publicações
de acordo com o seu valor científico em: 1) livros texto; 2)
artigos científicos; 3) artigos de divulgação
científica e; 4) livros de divulgação
científica.
Na próxima aula,
comentaremos as implicações dessas diferenças em
trabalhos de pesquisa espírita.
Referências
[1]
A. Kardec, O Livro dos Espíritos,
Editora FEB, 76a Edição (1995).
[2]
http://www.sciam.com
[3]
http://www2.uol.com.br/sciam
[4]
http://revistapesquisa.fapesp.br
[5]
http://super.abril.com.br
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140 Anos de
Lançamento de O Céu e o
Inferno
Fonte:
Jornalismo RBN
Neste ano comemoramos
140 anos de lançamento da quarta Obra da
Codificação Espírita intitulada: “O Céu e o Inferno”.
A partir do surgimento de “O Livro dos Espíritos” em 1857,
Kardec gradativamente deu seqüência à
construção do grande edifício doutrinário
espírita. Lançou em 1861 “O Livro dos Médiuns”, em
1864 “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, no ano seguinte em 1865 “O
Céu e o Inferno” e em 1868 o quinto livro denominado “A
Gênese”.
O Céu e o Inferno,
também denominado “A
Justiça Divina segundo o Espiritismo”, é um livro
que oferece o exame comparado das doutrinas sobre a passagem da vida
corporal à vida espiritual.
Na primeira parte, são expostos vários assuntos: causas
do temor da morte, porque os espíritas não temem a morte,
o céu, o inferno, o inferno cristão imitado do
pagão, os limbos, quadro do inferno pagão, esboço
do inferno cristão, purgatório, doutrina das penas
eternas, código penal da vida futura, os anjos segundo a Igreja
e segundo o Espiritismo; aborda também vários pontos
relacionados com a origem da crença nos demônios, segundo
a Igreja e o Espiritismo, intervenção dos demônios
nas modernas manifestações e a proibição de
evocar os mortos.
A segunda parte é dedicada ao passamento; Kardec reuniu
várias dissertações de casos reais, a fim de
demostrar a situação da alma durante e após a
morte física, proporcionando ao leitor amplas
condições para que possa compreender a ação
da Lei de Causa e Efeito, em perfeito equilíbrio com as Leis
Divinas; assim, constam desta parte, narrações de
Espíritos infelizes, Espíritos em condições
medianas, sofredores, suicidas, criminosos e Espíritos
endurecidos.
O Céu e o Inferno coloca
ao alcance de todos o conhecimento do mecanismo pelo qual se processa a
Justiça Divina, em concordância com o princípio
evangélico: A
cada um, segundo suas obras.
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O Céu e o Inferno - 140 Anos,
Fernando Porto, Brasil
Fernando
Porto
Dirigente
Espírita Jan /Fev. 2005
Se nos perguntássemos: Qual o
papel do Espiritismo na regeneração da humanidade?
Considerando o materialismo um dos fatores que estimulam o
recrudescimento do egoísmo, principal obstáculo à
prática da verdadeira fraternidade ensinada por Jesus, o seu
papel é de extrema importância uma vez que comprova de
forma patente a sobrevivência do ser.
Por essa razão, o Codificador sempre aconselhava aos
espíritas que o Espiritismo deveria ser propagado entre os
incrédulos, respeitando os adeptos das doutrinas religiosas com
suas crenças, ainda que errôneas. No entanto, não
podemos ignorar que com a publicação de O Céu e o
Inferno, o Espiritismo desferiu um grande golpe nos dogmas fundamentais
das religiões tradicionais.
Kardec elaborou um artigo [1],simultâneo à
publicação de O Céu e o Inferno, intitulado "O que
ensina o Espiritismo" no qual refutava as alegações de
alguns contraditores que afirmavam ser muito lenta a marcha do
Espiritismo e nada de novo haver revelado à humanidade. Neste
texto, o mestre lionês apresenta as principais conquistas da
Doutrina, como a comprovação peremptória da
imortalidade da alma e o seu efeito sobre o moral do homem, no consolo
de suas aflições e incentivo à prática do
bem e destaca dentre outros conteúdos valiosos do Espiritismo
que ele:
"Retifica todas as idéias
falsas que se tivessem sobre o futuro da alma, sobre o céu, o
inferno, as penas e as recompensas; destrói radicalmente, pela
irresistível lógica dos fatos, os dogmas das penas
eternas e dos demônios; numa palavra, descobre-nos a vida futura
e no-la mostra racional e conforme a justiça de Deus". E
é neste ponto que destacamos o grande mérito de O
Céu e o Inferno ao discutir questões antes relegadas
à superstição e ao misticismo teológico no
próprio terreno da ciência. Neste livro, apresentam-se os
fatos, o arcabouço teórico e a comprovação
das teses defendidas por meio da investigação em torno
dos depoimentos dos próprios Espíritos. Sob este
ângulo, precisamos ressaltar o pioneirismo do trabalho de Kardec
ao abordar as testemunhas oculares que revelam sua
situação após a morte do corpo material e, dessa
maneira, desvendar as leis que regem as diversas ocorrências de
além-túmulo.
Apesar do processo de desencarnação variar caso a caso,
é possível identificar a partir dos relatos dos
Espíritos nesta obra algumas características comuns como
a perturbação pós-morte, a visão
panorâmica ou revisão da existência física, a
continuidade das afeições e o reencontro com os
familiares e amigos desencarnados. As conseqüências das
ações praticadas e o grau de felicidade dos
Espíritos desencarnados são apresentados de maneira
eloqüente e o efeito da prece naqueles que sofrem as
aflições do arrependimento pelos erros cometidos [2] .
Há mais de dez anos o nosso companheiro Castilho ressaltava [3]
a distância entre a importância da obra e o esforço
por parte dos formadores de opinião em sua
divulgação, principalmente em comparação
aos demais livros que compõem a Codificação
kardeciana. Todos os espíritas deveriam se debruçar sobre
estas páginas de luz que descortinam a vida imortal e
restabelecem a fé inabalável no futuro. Que neste ano,
redobremos nossos esforços para tornar mais conhecido um dos
pilares que sustentam o grande edifício da Doutrina
Espírita.
1-Revista Espírita, agosto de 1865.
2-Vide o artigo Estudando "O Céu e o Inferno" na Revista,
“Reformador”, de agosto de 1985.
3-CASTILHO, José A. A literatura espírita, seu estudo e
divulgação. 1. ed. Capivari: EME Editora, 1993.
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Pinga Fogo com Chico Xavier em 3 fitas VHS,
Henrique Baldovino, Brasil
Caros companheiros de Ideal:
As duas entrevistas históricas realizadas
ao saudoso Francisco Cândido Xavier na extinta TV Tupi/SP canal
4, em 1971 e 1972, respectivamente, enfaixadas nos livros Pinga Fogo
com Chico Xavier (Editora Edicel) e Plantão de Respostas - Pinga
Fogo II (Ed. CEU), estão agora disponíveis em 3
fitas VHS, totalizando mais de 4 horas e meia de programa, em preto e
branco (fitas originais recuperadas, porém antigas).
Tivemos a oportunidade de adquirir essas
três fitas de vídeo através do telefone da
Editora CEU: (0**11) 3106-2768. Parece que em breve também
vão a editá-las em DVD.
Nos emocionamos muitíssimo ao ver ao nosso
Chico sendo entrevistado ao vivo por Herculano Pires, o deputado
Freitas Nobre, Hernani Guimarães Andrade, os jornalistas Saulo
Gomes, Reale Jr., Almir Guimarães, etc., além de
vários opositores que obtiveram respostas antológicas do
médium mineiro, como o escritor católico João
Scantimburgo e um pastor evangélico, entre outros. As duas
psicografias ao vivo são de uma beleza impressionante, que nos
fazem emocionar até as lágrimas, pela forma em que
foram recebidas e principalmente pelo conteúdo ímpar dos
poetas redivivos que ditaram aquelas páginas de Luz.
Bom, espero que gostem, e aqueles que já
assistiram os programas nos idos da década de
setenta possam rememorar um dos grandes marcos do Espiritismo no
Brasil, que com certeza foram aqueles Pinga-Fogos.
E que no próximo 2 de abril possamos
também lembrar-nos do seu mediunato, seguindo-lhe os passos
cristãos-espíritas nestes tempos de graves compromissos
doutrinários.
Um abraço a todos os amigos.
Enrique Baldovino
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Como Seguir a Primeira Lei?, Luciano
Cunha,
Brasil
"Qual
é o
primeiro de
todos os mandamentos? Respondeu Jesus: O primeiro
é: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único
Senhor. Amarás, pois, ao
Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua
alma, de todo o teu entendimento e de todas as tuas forças."
- Marcos
12:28 (também em Lucas 10:27; Mateus 22:39):
Caros Amigos,
Tenho sempre me
esforçado a fim de ser um
verdadeiro espirita. Entretanto me ocorreu que tenho praticado (ou
tentado praticar) o segundo mandamento (segundo Jesus: Amarás ao
teu próximo como a ti mesmo.) Pensei então que deveria
(talvez em primeiro lugar) seguir o primeiro mandamento de onde veio
toda a minha perplexidade. Então pergunto aos amigos : "O que
é e como seguir o primeiro mandamento?" ou "Como amar a Deus" ou
ainda "Porque amar a Deus?"
Grato pela
atenção
Luciano M Cunha
Olá Luciano,
Repare como Jesus monta a frase em
Mateus 22:39 - "o
segundo é semelhante a esse" (Biblia de Jerusalem) - ou seja os
dois mandamentos são em essência um só mandamento.
Deus, a Causa Primeira, é a "realidade última" do
Universo e tudo dele depende, o "amor a Deus" implica no amor a suas
obras, entre elas o ser humano, nós e o próximo.
Não há como amar a Deus sem amar a nós mesmos e ao
próximo -
não há como amar o Criador sem amar a obra que é a
sua manifestação - e por outro lado se amarmos ao
próximo estaremos amando a Deus através dele.
A versão em latim deste trecho
traz a
palavra "diliges"* que era usada quando se queria dizer "amor
raciocinado"** em vez do "caritas", que era o "amor fraterno" e do
"amor", palavra usada no sentido de "paixão fisica". Em outras
palavras, o "amor a Deus" do maior mandamento é o respeito
afetuoso profundo do homem diante da beleza imensurável da
manifestação de Deus através da
criação e o "amor ao próximo" é o outro
lado do mesmo respeito afetuoso dirigido a própria
criação na forma do próximo.
Muita Paz,
Carlos Iglesia
* "Ait illi Iesus: Diliges Dominum Deum Tuum ex toto corde tuo,
et in tota anima tua, et in tota mente tua. Hoc est maximum, et primum
mandatum. Secundum autem simile est huic: Diliges proximum tuum, sicut
teipsum. " Secundum Matthaeum 22:37 - 22:39. Biblia Vulgata, Biblioteca
de Autores Cristianos, Madrid: 1977.
** Consultando um dicionário de Latim/Português pode-se
perceber esta sutil distinção entre as palavras (por
exemplo o Dicionário de Latim-Português da Porto Editora):
Amor - Amor, paixão, vivo
desejo.
Caritas - Amor, ternura, afeição
Diligo - Amar, gostar de, estimar, distinguir, honra
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do Centro de Cultura
Espírita de Caldas da Rainha, Portugal
O Centro de Cultura
Espírita sito no Bairro das Morenas, em Caldas da Rainha, na Rua
Francisco Ramos, nº 34, E-mail:
cce@ccespirita.org
informa que
a sua página na Internet foi completamente remodelada pelo
webmaster Vasco Marques. Não deixe de a visitar e deixar a sua
opinião em
www.ccespirita.org
Fonte: C. C. E. (Caldas da Rainha - Portugal)
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Pós-Graduação
em Pedagogia Espírita - Santos-SP
Pedagogia
Espírita - 1ª. TURMA
Objetivo:
Debater a Pedagogia Espírita, no contexto da cultura
contemporânea. Capacitar pesquisadores para desenvolver projetos
nesta área e capacitar educadores para aplicação
de uma nova prática pedagógica.
Público
Alvo: Interessados, em geral, que tenham curso superior em
qualquer área. Se houver vagas, podem ser aceitos
alunos-ouvintes.
Mais
informações:
UNISANTA - PABX (13) -3202 7100
Pós com Christiane (13) 3202 7114
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Criado
o Grupo de Filosofia Espírita de Munique,
Arnoldo da Silva Pereira, Alemanha
Queridos amigos e amigas,
caros Espíritas,
nós gostaríamos com grande alegria no
coração de anunciar a criação do Grupo de
Filosofia Espírita de Munique (Müves). Com isso Munique e
também a Alemanha ganham mais um grupo espírita.
Nossas principais metas são
1. a divulgação
e o incentivo do Espiritismo na Alemanha segundo seus
princípios, os quais estão traçados na
codificação escrita por Allan Kardec;
2. colocar em prática
a filosofia Espírita;
3. trabalhar juntamente com
outros grupos espíritas na Alemanha e internacionalmente.
Nós convidamos vocês para nosso
Evento de Apresentação do Grupo !
Aonde? Pestalozzistr. 8, Munique
Quando? Dia 19 de Março de 2005 às 16:00 hs
(no porão de eventos, entrada principal)
Nós ofereceremos palestras e um pequeno Buffet. Neste evento
iremos apresentar mais precisamente nossas metas além de duas
palestras informativas sobre o tema “O que é Espiritismo?” para
todos os amigos e interessados convidados. Sendo este evento aberto
para Espíritas e interessados, que simpatizem com o tema,
estão todos portando fraternalmente convidados.
(espíritas ou não)
Estamos à sua disposição para perguntas
através do
e-Mail:
kontakt@mueves.de e
Telefone +49 89 31 22 07 63, Fax +49 89 31 22 12 45
Que Deus nos oriente à todos para seguirmos o caminho correto
neste trabalho!
A diretoria do Grupo de Filosofia Espírita de Munique
Arnoldo da Silva Pereira, Christian Lorenz, Donatella Schiavone Kapuy e
Rita Przygodda
www.mueves.de
GRUPO DE ESTUDOS
AVANÇADOS ESPÍRITAS
O Boletim GEAE é distribuido
por e-mail
aos participantes do Grupo de Estudos Avançados Espíritas
Informações Gerais - http://www.geae.inf.br/pt/faq
Conselho Editorial - editor@geae.inf.br
Coleção dos Boletins em Português -
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