Boletim GEAE

Grupo de Estudos Avançados Espíritas

http://www.geae.inf.br

Fundado em 15 de outubro de 1992
Boletim Quinzenal de Distribuição Eletrônica

"Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade", Allan Kardec

Ano 13 - Número 488 - 2005            15 de Fevereiro de 2005


Editorial

Festas Populares & Espiritismo

Artigos

Curso de Ciência e Espiritismo, 6ª Aula, Alexandre Fontes da Fonseca, Brasil

História & Pesquisa

140 Anos de Lançamento de O Céu e o Inferno

O Céu e o Inferno - 140 Anos,  Fernando Porto, Brasil
Pinga Fogo com Chico Xavier em 3 fitas VHS, Henrique Baldovino, Brasil

Questões e Comentários

Como Seguir a Primeira Lei?, Luciano Cunha, Brasil

Painel

Nova página do Centro de Cultura Espírita de Caldas da Rainha, Portugal
Pós-Graduação em Pedagogia Espírita - Santos-SP, Brasil
Criado o Grupo de Filosofia Espírita de Munique, Arnoldo da Silva Pereira, Alemanha


Editorial


Festas Populares & Espiritismo

Amigos,

Nesta época do ano nos chegam muitos questionamentos de como o espírita deve se comportar no Carnaval, na Quaresma e mesmo na Páscoa, questionamentos que invariavelmente buscam uma regra de conduta categórica como resposta. As respostas a estas questões são geralmente mais longas do que os interlocutores esperam. Não há uma receita pronta, com alguns "isto é pecado" ou "aquilo não é pecado", pois o Espiritismo não tem por filosofia escravizar o homem a esta ou aquela postura externa, mas sim esclarecê-lo da realidade maior da vida e lhe mostrar as leis que regem seu destino como ser espiritual temporariamente encarnado neste mundo.

A base da conduta espírita é a liberdade de consciência ou, em outras palavras, o exercício do livre arbitrio. E para que o individuo exerça esta liberdade de consciência, em pleno conhecimento de seus direitos e responsabilidades, o Espiritismo lhe mostra que todas suas ações, dentro do ordenamento moral do Universo, tem consequências. Ações direcionadas ao bem resultam na felicidade do individuo e ações direcionadas ao mal resultam no sofrimento.

Assim, diante das opções apresentadas pela vida, o Espiritismo mostra ao individuo quais os caminhos pelos quais encontrará maior felicidade - consequência natural de um comportamento sádio, direcionado pelo amor a Deus e ao próximo - e quais caminhos o levarão a situações de desequilibrio, que inevitalmente o atarão a ciclos de dor e culpa.

O grande diferencial desta postura com a de dogmas ou padrões estabelecidos a "ferro e fogo", é que ela valoriza a transformação interior. Transformação voluntária e regida pela compreensão do que se está fazendo e de onde se quer chegar. Diferentemente de um comportamento exterior forçado pelas circunstâncias, há a adesão voluntária a um conjunto de ideais de vida.

Nesta linha de pensamento, respeitando a postura filosófica espírita, o que podemos responder aos irmãos que nos questionam nestes períodos em que a sociedade alterna grande liberalidade e forte penitência, é que vivam responsavelmente como em qualquer outra época do ano. Alegria com moderação, dentro de uma conduta respeitosa consigo mesmo e com o próximo, e consciência tranquila.

Que se evitem os excessos de todo o tipo, principalmente dos que atordoam a mente e levam a atitudes degradandes do ser, e aproveitem tranquilamente a alegria de compartilhar com amigos e familiares alguns dias de folga e diversão.

E para os que acabaram exagerando nos excessos, comprometendo-se - em maior ou menor grau - com ações desaconselháveis, a recomendação de que aproveitem para refletir o quanto valem alguns momentos de gozo fugazes em troca de toda a aflição que vem depois. Se não lhes seria melhor um pouco de moderação, com menos intoxicação dos sentidos, em troca de uma situação mais equilibrada e com menos sofrimento. Sabendo que não há como escapar do "a cada um segundo seus obras", pensem se não valeria a pena agir diferentemente da próxima vez ...

Muita Paz,
Carlos Iglesia
Editor GEAE

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Artigos

 

Curso de Ciência e Espiritismo, 6.a Aula, Alexandre Fontes da Fonseca, Brasil

Física e Espiritismo I: propriedades da matéria. A diferença entre livros e artigos.

1. FÍSICA E ESPIRITISMO I: PROPRIEDADES DA MATÉRIA

Nas aulas anteriores, falamos sobre o conceito de Ciência, sobre pesquisas puramente espíritas e pesquisas multidisciplinares, isto é, que envolvem conceitos de alguma disciplina científica e o Espiritismo. Hoje, iniciaremos uma série de aulas sobre as contribuições e problemas, acertos e equívocos no uso de conceitos da Física na tentativa de explicar ou entender alguns conceitos Espíritas. Na aula de hoje, falaremos sobre as afirmativas dos Espíritos Superiores, contidas no Livro dos Espíritos [1], que só podem ser entendidas com o intermédio da teoria conhecida como Mecânica Quântica.

Vejamos as seguintes questões do Livro dos Espíritos [1]:

22. Define-se geralmente a matéria como sendo o que tem extensão, o que é capaz de nos impressionar os sentidos, o que é impenetrável. São exatas estas definições?
Do vosso ponto de vista, elas o são, porque não falais senão do que conheceis. Mas a matéria existe em estados que ignorais. Pode ser, por exemplo, tão etérea e sutil que nenhuma impressão vos cause aos sentidos. Contudo, é sempre matéria. Para vós, porém, não o seria.” (Grifos nossos).

Como exemplo do que está grifado acima, sabemos hoje da existência de um tipo de partícula subatômica chamada neutrino. Essa partícula foi descoberta quando se estudou o chamado decaimento1 de um neutron em um proton mais um elétron. Ela é tão leve e interage tão pouco com a matéria densa que em um único segundo mais de 100 trilhões de neutrinos vindos do sol atravessam nosso corpo sem percebermos. Portanto, como os Espíritos disseram acima, a matéria pode ser tão sutil que nenhuma impressão nos causa.

34. As moléculas têm forma determinada?
Certamente, as moléculas têm uma forma, porém não sois capazes de apreciá-la.”

a) - Essa forma é constante ou variável?
Constante a das moléculas elementares primitivas; variável a das moléculas secundárias, que mais não são do que aglomerações das primeiras porque, o que chamais molécula longe ainda está da molécula elementar.” (Grifos nossos). A questão sobre a forma de átomos e moléculas é, de fato, algo impossível de se resolver com precisão. Portanto, mesmo com todo o avanço científico, somos incapazes de apreciá-la. A ciência possui modelos para a estrutura e forma dos átomos e moléculas (como o modelo do átomo de Rutherford, que é formado por pequenas esferas (elétrons) que circulam em torno do núcleo, de forma similar a um sistema solar), mas por razões que a teoria quântica apresenta, é impossível determinar com precisão absoluta a forma, o tamanho ou as dimensões de um átomo ou partícula.

A partícula que delimita a fronteira do átomo é o elétron. Segundo a teoria quântica, é possível calcular a chamada densidade de probabilidade da posição de um elétron em um átomo. Nos locais onde essa densidade de probabilidade é maior, temos maior chance de encontrarmos um elétron. Portanto, a região espacial onde essa densidade de probabilidade atinge seus valores máximos pode ser usada como definição para os limites espaciais de um átomo. Por exemplo, a região espacial onde há maior probabilidade de encontrarmos o elétron quando ele está na chamada camada K (que representa o estado quântico em que o elétron possui menor energia) possui a forma de uma casca esférica. Na camada L, temos outro tipo de formato para essa região e assim por diante. O conjunto de todas as regiões onde os elétrons tem mais probabilidade de serem encontrados é chamado de nuvem eletrônica de um átomo. Através dela podemos definir a forma espacial do átomo. Notem que isso define apenas a forma mais provável pois, na verdade, os elétrons em torno de um núcleo podem ocupar regiões diferentes do espaço.


Quanto mais primitiva, ou melhor, mais simples é uma molécula, mais simples é a função densidade de probabilidade associada à sua núvem eletrônica o que, por sua vez, torna mais simples a sua forma de acordo com a definição apresentada. Moléculas mais complexas como as proteínas, por exemplo, admitem muitos tipos de formas, onde cada uma delas corresponde a algum tipo de função química ou biológica.

36. O vácuo absoluto existe em alguma parte no Espaço universal?
Não, não há o vácuo. O que te parece vazio está ocupado por matéria que te escapa aos sentidos e aos instrumentos.” (Grifos nossos).

O neutrino que é produzido em reações nucleares dentro de uma estrela viaja por enormes distâncias no Universo sem quase interagir com nenhum outro objeto físico. Só isso já bastaria para confirmar o fato de que o que nos parece o vazio (o espaço interestelar) está ocupado por matéria que escapa aos nossos intrumentos.

Mas o chamado Princípio de Incerteza de Heisenberg levou a uma descoberta ainda mais fascinante: é possível a ocorrência de processos de criação e destruição de partículas em um curto intervalo de tempo. Nas proximidades de um núcleo pesado, partículas surgem e desaparecem literalmente do nada desde que esse processo seja suficientemente rápido. Portanto, em regiões que deveriam estar vazias de matéria, ocorre constantemente esse processo de criação e destruição de partículas “enchendo” o vazio com partículas de matéria que, a rigor, escapa aos nossos sentidos.

2. DIFERENÇA CIENTÍFICA ENTRE LIVROS E ARTIGOS

No Movimento Espírita, o livro possui um papel extremamente importante na difusão dos conhecimentos espíritas. Obras mediúnicas psicografadas por Chico Xavier, Divaldo P. Franco, Raul Teixeira e outros, se tornaram leitura necessária a todo aquele que deseja não só estudar aprofundadamente os conceitos espíritas, mas também trabalhar na seara espírita de modo eficiente.

Já em Ciência, o livro também possui um papel importante tanto na divulgação quanto no ensino. No entanto, livros de divulgação e livros texto destinados aos estudantes possuem status diferentes e se originam de forma diferente. Livros de divulgação como, por exemplo, aqueles que o famoso físico Stephen Hawking e outros cientistas escrevem, têm como objetivo esclarecer o público leigo sobre um determinado assunto científico. Um livro texto é aquele que resultou de muitos trabalhos de pesquisa em determinada área e que de tanto serem confirmados, se tornaram básicos a ponto de fazerem parte da grade curricular de um curso científico. O livro texto, apesar de possuir uma forma didática de expor o conhecimento, não se dedica ao público leigo e quase sempre requer do leitor (o estudante) algum conhecimento adquirido em determinados métodos de análise. Por exemplo, os livros texto de Física requerem que o estudante já tenha algum domínio em cálculo diferencial e integral. Mas o ponto mais importante é que os livros texto sobre determinado assunto só surgem após a publicação de inúmeros artigos científicos sobre um determinado assunto demonstrando que o mesmo está bem estabelecido e possui muitas aplicações. O livro texto não contém opiniões de seus autores pois deve refletir apenas o conhecimento científico em sua forma mais simples e segura. Já o livro de divulgação, se por um lado possui algumas informações científicas, por outro, contém muitas opiniões, pensamentos próprios e toda uma série de reflexões pertencentes ao autor e que não constituem resultados de algum trabalho de pesquisa.

Portanto, o valor de um livro de divulgação científica é muito menor do que o de um livro texto no tocante ao conteúdo científico ou a validade do conteúdo científico. Ao escrever um conceito científico em termos compreensíveis ao leitor leigo em ciência, importantes partes do próprio conceito se perdem pelo simples fato de que a linguagem técnica, muitas vezes, é a única que o representa de forma precisa. As editoras, quase sempre, publicam esses livros com objetivo de obter lucros e não estão preocupadas (nem são obrigadas a tal) com a veracidade científica do que é publicado. Já para publicar um livro texto, há que verificar se os autores seguiram a risca os resultados científicos confirmados pela comunidade científica através de diversas publicações científicas.

Como exposto em aula anterior (aula 4, Boletim 486), os artigos científicos passam por um processo de avaliação conhecido como análise por pares. Nesse processo, cada artigo é submetido a um ou mais árbitros anônimos para apreciação e emissão de um parecer positivo ou negativo quanto à publicação do mesmo de acordo com critérios exclusivamente científicos. Isso permite que os resultados dos artigos publicados tenham alguma validade dentro de determinados limites científicos. Com o tempo, as pesquisas são confirmadas ou refutadas através de novos artigos, de autoria de outros cientistas e isso vai consolidando o conhecimento a respeito de determinada área ou assunto.

Em contrapartida, existem os periódicos destinados a publicação de artigos de divulgação científica, isto é, destinados ao público leigo. Temos, por exemplo, a revista Scientific American [2], com sua versão em português [3], a seríssima revista Pesquisa FAPESP [4] e outras mais antigas e conhecidas como a Super Interessante [5], etc. Apesar da subjetividade referente às opiniões dos autores ser um pouco menor nesses artigos de divulgação do que num livro de divulgação, as explicações dos conceitos científicos são feitas, também, de forma “mastigada” o que as tornam explicações incompletas. Portanto, artigos científicos têm muito mais valor científico do que artigos de divulgação científica. Raramente artigos de divulgação científica são citados em artigos científicos e, mesmo assim, isso acontece apenas com algumas poucas revistas de divulgação como a prestigiada Scientific American.

Portanto, em Ciência, podemos hierarquizar as publicações de acordo com o seu valor científico em: 1) livros texto; 2) artigos científicos; 3) artigos de divulgação científica e; 4) livros de divulgação científica.

Na próxima aula, comentaremos as implicações dessas diferenças em trabalhos de pesquisa espírita.

1. Um decaimento é um tipo de processo ou reação em que uma partícula se desfaz gerando outras.

Referências

[1] A. Kardec, O Livro dos Espíritos, Editora FEB, 76a Edição (1995).

[2] http://www.sciam.com

[3] http://www2.uol.com.br/sciam

[4] http://revistapesquisa.fapesp.br

[5] http://super.abril.com.br


Continua no próximo Boletim

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História & Pesquisa

(Seção em parceria com a "Liga de Historiadores e Pesquisadores Espíritas")

140 Anos de Lançamento de O Céu e o Inferno

Fonte: Jornalismo RBN

Neste ano comemoramos 140 anos de lançamento da quarta Obra da Codificação Espírita intitulada: “O Céu e o Inferno”.

A partir do surgimento de “O Livro dos Espíritos” em 1857, Kardec gradativamente deu seqüência à construção do grande edifício doutrinário espírita. Lançou em 1861 “O Livro dos Médiuns”, em 1864 “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, no ano seguinte em 1865 “O Céu e o Inferno” e em 1868 o quinto livro denominado “A Gênese”.

O Céu e o Inferno, também denominado “A Justiça Divina segundo o Espiritismo”, é um livro que oferece o exame comparado das doutrinas sobre a passagem da vida corporal à vida espiritual.

Na primeira parte, são expostos vários assuntos: causas do temor da morte, porque os espíritas não temem a morte, o céu, o inferno, o inferno cristão imitado do pagão, os limbos, quadro do inferno pagão, esboço do inferno cristão, purgatório, doutrina das penas eternas, código penal da vida futura, os anjos segundo a Igreja e segundo o Espiritismo; aborda também vários pontos relacionados com a origem da crença nos demônios, segundo a Igreja e o Espiritismo, intervenção dos demônios nas modernas manifestações e a proibição de evocar os mortos.

A segunda parte é dedicada ao passamento; Kardec reuniu várias dissertações de casos reais, a fim de demostrar a situação da alma durante e após a morte física, proporcionando ao leitor amplas condições para que possa compreender a ação da Lei de Causa e Efeito, em perfeito equilíbrio com as Leis Divinas; assim, constam desta parte, narrações de Espíritos infelizes, Espíritos em condições medianas, sofredores, suicidas, criminosos e Espíritos endurecidos.

O Céu e o Inferno coloca ao alcance de todos o conhecimento do mecanismo pelo qual se processa a Justiça Divina, em concordância com o princípio evangélico: A cada um, segundo suas obras.


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O Céu e o Inferno - 140 Anos,  Fernando Porto, Brasil


Fernando Porto

Dirigente Espírita Jan /Fev. 2005

 

Se nos perguntássemos: Qual o papel do Espiritismo na regeneração da humanidade? Considerando o materialismo um dos fatores que estimulam o recrudescimento do egoísmo, principal obstáculo à prática da verdadeira fraternidade ensinada por Jesus, o seu papel é de extrema importância uma vez que comprova de forma patente a sobrevivência do ser.

Por essa razão, o Codificador sempre aconselhava aos espíritas que o Espiritismo deveria ser propagado entre os incrédulos, respeitando os adeptos das doutrinas religiosas com suas crenças, ainda que errôneas. No entanto, não podemos ignorar que com a publicação de O Céu e o Inferno, o Espiritismo desferiu um grande golpe nos dogmas fundamentais das religiões tradicionais.

Kardec elaborou um artigo [1],simultâneo à publicação de O Céu e o Inferno, intitulado "O que ensina o Espiritismo" no qual refutava as alegações de alguns contraditores que afirmavam ser muito lenta a marcha do Espiritismo e nada de novo haver revelado à humanidade. Neste texto, o mestre lionês apresenta as principais conquistas da Doutrina, como a comprovação peremptória da imortalidade da alma e o seu efeito sobre o moral do homem, no consolo de suas aflições e incentivo à prática do bem e destaca dentre outros conteúdos valiosos do Espiritismo que ele:

"Retifica todas as idéias falsas que se tivessem sobre o futuro da alma, sobre o céu, o inferno, as penas e as recompensas; destrói radicalmente, pela irresistível lógica dos fatos, os dogmas das penas eternas e dos demônios; numa palavra, descobre-nos a vida futura e no-la mostra racional e conforme a justiça de Deus". E é neste ponto que destacamos o grande mérito de O Céu e o Inferno ao discutir questões antes relegadas à superstição e ao misticismo teológico no próprio terreno da ciência. Neste livro, apresentam-se os fatos, o arcabouço teórico e a comprovação das teses defendidas por meio da investigação em torno dos depoimentos dos próprios Espíritos. Sob este ângulo, precisamos ressaltar o pioneirismo do trabalho de Kardec ao abordar as testemunhas oculares que revelam sua situação após a morte do corpo material e, dessa maneira, desvendar as leis que regem as diversas ocorrências de além-túmulo.

Apesar do processo de desencarnação variar caso a caso, é possível identificar a partir dos relatos dos Espíritos nesta obra algumas características comuns como a perturbação pós-morte, a visão panorâmica ou revisão da existência física, a continuidade das afeições e o reencontro com os familiares e amigos desencarnados. As conseqüências das ações praticadas e o grau de felicidade dos Espíritos desencarnados são apresentados de maneira eloqüente e o efeito da prece naqueles que sofrem as aflições do arrependimento pelos erros cometidos [2] .

Há mais de dez anos o nosso companheiro Castilho ressaltava [3] a distância entre a importância da obra e o esforço por parte dos formadores de opinião em sua divulgação, principalmente em comparação aos demais livros que compõem a Codificação kardeciana. Todos os espíritas deveriam se debruçar sobre estas páginas de luz que descortinam a vida imortal e restabelecem a fé inabalável no futuro. Que neste ano, redobremos nossos esforços para tornar mais conhecido um dos pilares que sustentam o grande edifício da Doutrina Espírita.
 
1-Revista Espírita, agosto de 1865.
2-Vide o artigo Estudando "O Céu e o Inferno" na Revista, “Reformador”, de agosto de 1985.
3-CASTILHO, José A. A literatura espírita, seu estudo e divulgação. 1. ed. Capivari: EME Editora, 1993.

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Pinga Fogo com Chico Xavier em 3 fitas VHS, Henrique Baldovino, Brasil

Caros companheiros de Ideal:
 
As duas entrevistas históricas realizadas ao saudoso Francisco Cândido Xavier na extinta TV Tupi/SP canal 4, em 1971 e 1972, respectivamente, enfaixadas nos livros Pinga Fogo com Chico Xavier (Editora Edicel) e Plantão de Respostas - Pinga Fogo II (Ed. CEU), estão agora disponíveis em 3 fitas VHS, totalizando mais de 4 horas e meia de programa, em preto e branco (fitas originais recuperadas, porém antigas).
 
Tivemos a oportunidade de adquirir essas três fitas de vídeo através do telefone da Editora CEU: (0**11) 3106-2768. Parece que em breve também vão a editá-las em DVD.
 
Nos emocionamos muitíssimo ao ver ao nosso Chico sendo entrevistado ao vivo por Herculano Pires, o deputado Freitas Nobre, Hernani Guimarães Andrade, os jornalistas Saulo Gomes, Reale Jr., Almir Guimarães, etc., além de vários opositores que obtiveram respostas antológicas do médium mineiro, como o escritor católico João Scantimburgo e um pastor evangélico, entre outros. As duas psicografias ao vivo são de uma beleza impressionante, que nos fazem emocionar até as lágrimas, pela forma em que foram recebidas e principalmente pelo conteúdo ímpar dos poetas redivivos que ditaram aquelas páginas de Luz.
 
Bom, espero que gostem, e aqueles que já assistiram os programas nos idos da década de setenta possam rememorar um dos grandes marcos do Espiritismo no Brasil, que com certeza foram aqueles Pinga-Fogos.
 
E que no próximo 2 de abril possamos também lembrar-nos do seu mediunato, seguindo-lhe os passos cristãos-espíritas nestes tempos de graves compromissos doutrinários.
 
Um abraço a todos os amigos.
Enrique Baldovino

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Questões e Comentários 


Como Seguir a Primeira Lei?, Luciano Cunha, Brasil

"Qual é o primeiro de todos os mandamentos?  Respondeu Jesus: O primeiro é: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de todas as tuas forças."  -  Marcos 12:28 (também em Lucas 10:27; Mateus 22:39):

Caros Amigos,

Tenho sempre me esforçado a fim de ser um verdadeiro espirita. Entretanto me ocorreu que tenho praticado (ou tentado praticar) o segundo mandamento (segundo Jesus: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.) Pensei então que deveria (talvez em primeiro lugar) seguir o primeiro mandamento de onde veio toda a minha perplexidade. Então pergunto aos amigos : "O que é e como seguir o primeiro mandamento?" ou "Como amar a Deus" ou ainda "Porque amar a Deus?"

Grato pela atenção
Luciano M Cunha



Olá Luciano,

Repare como Jesus monta a frase em Mateus 22:39 - "o segundo é semelhante a esse" (Biblia de Jerusalem) - ou seja os dois mandamentos são em essência um só mandamento. Deus, a Causa Primeira, é a "realidade última" do Universo e tudo dele depende, o "amor a Deus" implica no amor a suas obras, entre elas o ser humano, nós e o próximo. Não há como amar a Deus sem amar a nós mesmos e ao próximo - não há como amar o Criador sem amar a obra que é a sua manifestação - e por outro lado se amarmos ao próximo estaremos amando a Deus através dele.
   
A versão em latim deste trecho traz a palavra "diliges"* que era usada quando se queria dizer "amor raciocinado"** em vez do "caritas", que era o "amor fraterno" e do "amor", palavra usada no sentido de "paixão fisica". Em outras palavras, o "amor a Deus" do maior mandamento é o respeito afetuoso profundo do homem diante da beleza imensurável da manifestação de Deus através da criação e o "amor ao próximo" é o outro lado do mesmo respeito afetuoso dirigido a própria criação na forma do próximo.

Muita Paz,
Carlos Iglesia

* "Ait illi Iesus: Diliges Dominum Deum Tuum ex toto corde tuo, et in tota anima tua, et in tota mente tua. Hoc est maximum, et primum mandatum. Secundum autem simile est huic: Diliges proximum tuum, sicut teipsum. " Secundum Matthaeum 22:37 - 22:39. Biblia Vulgata, Biblioteca de Autores Cristianos, Madrid: 1977.

** Consultando um dicionário de Latim/Português pode-se perceber esta sutil distinção entre as palavras (por exemplo o Dicionário de Latim-Português da Porto Editora):
Amor - Amor, paixão, vivo desejo.
Caritas - Amor, ternura, afeição
Diligo - Amar, gostar de, estimar, distinguir, honra


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Painel

 
Nova página do Centro de Cultura Espírita de Caldas da Rainha, Portugal

O Centro de Cultura Espírita sito no Bairro das Morenas, em Caldas da Rainha, na Rua Francisco Ramos, nº 34, E-mail: cce@ccespirita.org informa que a sua página na Internet foi completamente remodelada pelo webmaster Vasco Marques. Não deixe de a visitar e deixar a sua opinião em www.ccespirita.org
 
Fonte: C. C. E. (Caldas da Rainha - Portugal)

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Pós-Graduação em Pedagogia Espírita - Santos-SP

Pedagogia Espírita - 1ª. TURMA

Objetivo: Debater a Pedagogia Espírita, no contexto da cultura contemporânea. Capacitar pesquisadores para desenvolver projetos nesta área e capacitar educadores para aplicação de uma nova prática pedagógica.

Público Alvo: Interessados, em geral, que tenham curso superior em qualquer área. Se houver vagas, podem ser aceitos alunos-ouvintes.

Início: 5 de março de 2005.
Término: julho de 2006.
Duração: 376 horas aula.
Horário: Sábados, das 09h às 18h.
Local: Universidade Santa Cecília (Santos)

Mais informações:
UNISANTA - PABX (13) -3202 7100
Pós com Christiane (13) 3202 7114

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Criado o Grupo de Filosofia Espírita de Munique, Arnoldo da Silva Pereira, Alemanha

Queridos amigos e amigas,
caros Espíritas,

nós gostaríamos com grande alegria no coração de anunciar a criação do Grupo de Filosofia Espírita de Munique (Müves). Com isso Munique e também a Alemanha ganham mais um grupo espírita.

Nossas principais metas são
1.        a divulgação e o incentivo do Espiritismo na Alemanha segundo seus princípios, os quais estão traçados na codificação escrita por Allan Kardec;
2.        colocar em prática a filosofia Espírita;
3.        trabalhar juntamente com outros grupos espíritas na Alemanha e internacionalmente.

Nós convidamos vocês para nosso
Evento de Apresentação do Grupo !

Aonde? Pestalozzistr. 8, Munique

Quando? Dia 19 de Março de 2005 às 16:00 hs
(no porão de eventos, entrada principal)

Nós ofereceremos palestras e um pequeno Buffet. Neste evento iremos apresentar mais precisamente nossas metas além de duas palestras informativas sobre o tema “O que é Espiritismo?” para todos os amigos e interessados convidados. Sendo este evento aberto para Espíritas e interessados, que simpatizem com o tema, estão todos portando fraternalmente convidados. (espíritas ou não)

Estamos à sua disposição para perguntas através do
e-Mail: kontakt@mueves.de e
Telefone +49 89 31 22 07 63, Fax +49 89 31 22 12 45

Que Deus nos oriente à todos para seguirmos o caminho correto neste trabalho!

A diretoria do Grupo de Filosofia Espírita de Munique
Arnoldo da Silva Pereira, Christian Lorenz, Donatella Schiavone Kapuy e Rita Przygodda
www.mueves.de

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GRUPO DE ESTUDOS AVANÇADOS ESPÍRITAS

O Boletim GEAE é distribuido por e-mail aos participantes do Grupo de Estudos Avançados Espíritas
Inscrição/Cancelamento - inscricao-pt@geae.inf.br

Informações Gerais - http://www.geae.inf.br/pt/faq
Conselho Editorial - editor@geae.inf.br
Coleção dos Boletins em Português - http://www.geae.inf.br/pt/boletins
Coleção do "The Spiritist Messenger" - http://www.geae.inf.br/en/boletins
Coleção do "Mensajero Espírita" - http://www.geae.inf.br/el/boletins