Boletim GEAE

Grupo de Estudos Avançados Espíritas

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Fundado em 15 de outubro de 1992
Boletim Quinzenal de Distribuição Eletrônica

"Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade", Allan Kardec

Ano 12 - Número 476 - 2004            15 de junho de 2004


Editorial

Amai-vos e instruí-vos: estudando Ciência

Artigos

Um Diálogo Fraterno sobre Ciência & Espiritismo

História & Pesquisa

III ENLIHPE - Encontro da Liga de Historiadores e Pesquisadores Espíritas

São Paulo 450 Anos - Os Primeiros Núcleos Espíritas, Anuário Histórico  Espírita  2004
Anuário Histórico Espírita 2004, Carlos Iglesia, Brasil

Questões e Comentários

Sobre o Divórcio, Ronaldo Brito, Brasil
Sobre Trabalho Mediúnico, Ligia Pinninch, Brasil

Painel

Atualização de Cadastro de Instituições Espíritas, Milton Andrade, Brasil
Carl Gustav Jung e os Fenômenos Psíquicos, Carlos Iglesia, Brasil
Site Apologético, Paulo Neto, Brasil
Grupo de Estudios Espíritas em Montevideo, Simoni Privato Goidanich, Uruguai



Editorial


Amai-vos e instruí-vos: estudando Ciência

A quase dois mil anos, Jesus nos disse pessoalmente para amarmo-nos uns aos outros como recomendação para vivermos em paz e progredirmos. Mesmo tendo Ele dado todos os exemplos possíveis, infelizmente a humanidade ainda não compreendeu o alcance de seus ensinamentos.

O advento do Espiritismo marcou uma nova época para a humanidade. Sua função básica é ajudar as pessoas a compreenderem os ensinamentos de Jesus através da razão, objetivando o seu progresso espiritual. Com o lema “Fora da Caridade não Há Salvação” e com as recomendações dos espíritos superiores para “nos amarmos” e “nos intruirmos”, o Espiritismo claramente revela o caminho pelo qual a nossa sociedade encontrará a Paz e o Progresso em todos os sentidos.

Apesar das diversas barreiras que impedem que o Amor e a Fraternidade se instalem definitivamente em nosso planeta, o movimento espírita segue firme no trabalho de divulgação da Doutrina Espírita por entender que ela é capaz de levar os indivíduos à reforma íntima e, consequentemente, ao progresso.

Nessa difícil tarefa de divulgação, o movimento espírita, na atualidade, tem destinado boa parte de suas atenções para o aspecto científico do Espiritismo. O constante e extraordinário avanço em todas as áreas da Ciência aliados à recomendação de Kardec de que o Espiritismo deve seguir de mãos dadas com ela, têm gerado um enorme interesse em avaliar as concordâncias entre Ciência e Espiritismo, bem como têm estimulado diversos companheiros espíritas ao estudo e à pesquisa de temas ligados ao assunto.

Em nome do sentimento de Amor recomendado pelos espíritos superiores como nosso primeiro mandamento, podemos e devemos buscar o conhecimento que permite que auxiliemos com mais eficiência nossos irmãos em humanidade. Se o aspecto científico do Espiritismo é um dos caminhos que promove a sua divulgação, então vamos buscar estudá-lo “instruindo-nos” nesse aspecto, para podermos contribuir de forma humilde mas efetiva, para o progresso da nossa humanidade.

Desta forma, em se tratando de um tema difícil e de pouca familiaridade para muitos de nós e buscando seguir a recomendação de “instruirmo-nos”, neste e nos próximos números do Boletim do GEAE, estaremos estudando várias questões sobre, por exemplo, o que é Ciência, como se trabalha em Ciência, o que são e como relacionar algumas das disciplinas científicas ordinárias com o Espiritismo, etc. Certamente, esperamos pela participação de todos os assinantes deste boletim na leitura e envio de perguntas e comentários para que possamos aproveitar a oportunidade de aprendermos um pouco mais sobre esses assuntos.

Desde já pedimos ao Pai que nos abençoe em todos os nossos propósitos de crescimento e que nos ilumine para que possamos compreender e encontrar o caminho mais eficaz ao nosso progresso.

Muita paz, estudo e trabalho no bem,


Muita Paz,
Alexandre Fontes da Fonseca
Editor GEAE

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Artigos

 

Um Diálogo Fraterno sobre Ciência & Espiritismo

Apresentação

Durante o final de 2003 e início de 2004 diversos e-mails encaminhados ao GEAE versavam sobre a relação entre a Ciência e o Espiritismo. Questões e Comentários que nos levaram a discutir o tema e buscar uma forma de sintetizá-lo.

Desta busca nasceu este artigo, em forma de diálogo, onde os participantes são Ademir Xavier e Alexandre Fontes da Fonseca. A apresentação de cada um deles se fará mais detalhadamente no início do diálogo, mas basicamente são dois Espíritas de formação cientifica e especialização na área da Física.

Além destes participantes diretos, tivemos também a participação dos editores do GEAE, comentando e ajudando no encaminhamento do diálogo. De minha parte fiz o papel de moderador e de compilador das respostas. A ordem das perguntas e sua organização final refletem a estruturação em um artigo para o Boletim mas foram originariamente e-mails trocados durante o debate.

Com o propósito de organizar o debate adotamos por regra colocar inicialmente a questão debatida e a seguir a resposta de cada um dos participantes, ordenadas por ordem alfabética. As réplicas e tréplicas, quando houverem, seguirão após as respostas originais.

Muita Paz,
Carlos Iglesia

Definição de Escopo


Na definição de Allan Kardec o Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática, consiste nas relações que se podem estabelecer com os Espíritos; como filosofia, compreende todas as consequências morais que decorrem dessas relações  (KARDEC, 1995)

Decorre já desta definição um relacionamento entre a metodologia de pesquisa da Doutrina Espírita e a das ciências ordinárias, bem como uma correlação entre seus avanços e o aperfeiçoamento da compreensão filosófica do mundo - conceito que os filósofos alemães celebrizaram com o nome de "Weltanschauung" (visão de mundo) - proposta pelo Espiritismo.

Aparentemente simples estes relacionamentos tem levado defensores e opositores da doutrina a repetidas confusões. Desde as mais simples - como atribuir a cada nova descoberta cientifica foros de comprovação ou reprovação de afirmações espíritas pontuais - até as mais refinadas como as que buscam enquadrar a ciência espírita dentro dos estreitos limites obedecidos pela epistemologia[1] das ciências ordinárias, esquecendo-se que o Espiritismo não só lida com fenômenos espirituais que escapam a mensuração direta por instrumentos materiais como também é em parte “Revelação”.

É portanto no esclarecimento destes relacionamentos que focaremos nossa atenção. O que se pode dizer sobre a relação Espiritismo e Ciência ordinária? Como as descobertas nos dois campos se relacionam e como podem ser extrapoladas de um para outro. Qual o ferramental para estas análises e o seu critério de validade.  

Os Participantes

Uma vez que estaremos tratando de temas bastante especializados é importante que sejam apresentados os participantes, indicando o seu nível de conhecimento no campo científico. Ambos prefeririam ser identificados da forma mais singela possivel, mas neste caso em especial, precisaremos nos ater mais as regras que seguem publicações especializadas em ciência do que propriamente as que costumamos usar. Assim:

[Ademir] Recebeu seu PhD em Física em 1997 na Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP trabalhando com aproximações semiclássicas a sistemas quânticos unidimensionais e bidimensionais. Após um curto estágio na Universidade de Freiburg in Breisgau, Alemanha, publicou vários trabalhos em física de aceleradores com especial atenção à otimização de anéis aceleradores de elétrons de altas energias. Atualmente  dedica-se à pesquisa operacional, geração automática de programação de produção, desenho de sistemas ópticos e de RF e reconhecimento de imagens. É membro do conselho editorial do GEAE desde 1997, com particular interesse em epistemologia e na relação Ciência-Espiritismo.

[Alexandre] Frequenta o centro espírita desde pequeno mas passou a se interessar pela leitura e estudo da dotrina espírita aos 15 anos de idade. É Físico formado pela Unicamp onde também realiza os cursos de mestrado e doutorado. Atualmente é pós-doutorando no Instituto de Física da USP. Já visitou como estágios de período mais ou menos curto o Departamento de Matemática da Universidade do Arizona, o Instituto de Física Teórica no MIT (Massachusetts Institute of Technology) e o Departamento de Química de RUTGERS, The State University of New Jersey. É cientista, físico, em inicio de carreira com alguns poucos artigos publicados.


Debate

1) É importante começarmos pela definição do que estamos discutindo, assim é natural que a primeira pergunta seja o que é “Ciência”?

[Ademir] Uma definição popular diz que a ciência é a parte do conhecimento que estuda a Natureza. Uma resposta precisa, clara e definitiva é entretanto impossível de ser feita em tão curto espaço, requerendo conhecimentos específicos da área da filosofia conhecida como epistemologia. Ver Boletim 300 para maiores explanações nessa área por Silvio S Chibeni.

A resposta na primeira frase acima está muito longe de ser definitiva  e torna-se importante saber o que caracteriza uma determinada disciplina como tendo status de "ciência". Isso é mais fácil de fazer do que o contrário. A reinvidicação por parte de muitas disciplinas (tais como biblioteconomia, história, psicologia, estudos sociais etc) desse status tornou-se algo muito procurado hoje em dia, dado o prestígio de que a atividade científica  - gerada pelo trabalho de ciências tais como biologia, física, química - tem na sociedade. O prestígio vém sobretudo (no meu entender) das conseqüências palpáveis na vida moderna da atividade científica tais como as inumeráveis aplicações tecnológicas, a prevenção e cura de doenças, a projeção de sistemas biológicos com propriedades específicas etc.

Em geral, o que caracteriza uma ciência bem estabelecida após atingir o estágio de maturidade é a existência de um paradigma que coordena, direciona e estabelece a pesquisa científica. O conceito de paradigma como princípio organizador da atividade genuinamente científica suplanta as concepções populares sobre a existência de um "método científico". Mas uma imensa maioria de pessoas (bem instruídas diga-se a verdade) ainda acredita que toda atividade científica deve seguir rigorosamente um método (científico) e que os resultados das pesquisas são "rigorosamente comprovados". Assim, pelo critério do método costuma-se desqualificar uma determinada disciplina - mormente se é o caso de o objeto de estudo ser de observação indireta (como veremos abaixo é o caso da Cosmologia, radioastronomia etc.) como tendo caráter científico. O Espiritismo - principalmente quando analisado em sua superfície e com visão pré-concebida, também tem seu caráter científico rejeitado, o que não é o caso.

Dentro da Doutrina Espírita podemos dizer que a atividade das chamadas ciências ordinárias (que seguem modelos ou paradigmas científicos bem estabelecidos) está intimamente relacionada ao estudo do elemento material. Obviamente que essa afirmação é válida dentro das visões de mundo onde o Espírito é elemento integrante da realidade. Nas visões onde esse elemento não é reconhecido, a única realidade é a matéria e disciplinas que pretendam estudar o elemento espiritual tem seu reconhecimento rejeitado.

[Alexandre]
Uma definição (nao sei é popular) de "método cientifico" é tal que diz que o conhecimento é construído/obtido a partir dos estágios:

1) Observação da natureza

2) Proposição de um modelo teórico

3) Teste do modêlo através de experimentos

Porém, essa definição está longe de acontecer na realidade. O que a gente vê (e faz no nosso trabalho) é as vezes primeiro propor modêlos, depois observar a natureza ou fazer testes através de experimentos e perceber algo novo ou etc. A ordem acima pode ser quebrada e como o Ademir respondeu em outras questões abaixo muitas predições dos modelos teóricos só foram verificados experimentalmente no futuro.

Portanto, como o Ademir escreveu acima, produzir conhecimento que mereça o adjetivo "científico" não requer seguir um método específico mas sim estar de acordo com o paradigma maior que define o campo de estudo.

O que eu gostaria de acrescentar é que, independente do campo de estudo, existe uma necessidade de verificar a descrição da realidade que criamos, isto é, verificar o modelo teórico. Esse  é um ponto que é comum a todos os campos de estudo. E Kardec foi muito cuidadoso com esse aspecto ao criar um forte laço entre a codificação e os "fatos". No item VII da introdução do Livro dos Espíritos Kardec diz que os fatos é que dão a palavra final sobre a realidade. Em física, os "fatos" são verificados experimentalmente enquanto que em Cosmologia os "fatos" são apenas observados. Mas, dentro desse critério de verificação através dos fatos, a física, a cosmologia e o espiritismo são legítimos.


2) Dentro da ciência, qual é a posição da Física?


[Ademir]
A física é a parte da ciência que estuda a matéria em seu estado mais elementar e primitivo. Essa definição também é muito limitada e, para ser complementada satisfatoriamente, exigiria uma grande explanação sobre os principais ramos de pesquisa da física moderna.

O que nos parece ser relevante conhecer a respeito do status científico da Física é sua estruturação completamente dentro dos moldes de paradigma. O exemplo mais marcante (e que influenciou a pesquisa na física desde o século 17) foi o desenvolvimento da mecânica. Rigorosamente a mecânica tem como objetivo estudar o estado de movimento da matéria. Aqui, por "matéria" podemos entender um simples "ponto material", ou seja, uma abstração teórica que se consegue tomando um objeto material de qualquer tamanho e reduzindo infinitamente suas dimensões (termo usado aqui em sentido não próprio da física), mantendo-se contudo inalterável sua "massa".

O estado de movimento em nosso "espaço" é definido na mecânica por um conjunto de seis coordenadas, três para a posição segundo um sistema de referência preferencialmente "inercial" e mais três para o momento ou quantidade de movimento igualmente medida nesse referencial.

Segundo a mecânica, dado uma descrição completa das forças que atuam nesse "ponto" é possível conhecer o estado futuro desse movimento. O conhecimento é tanto mais preciso quanto mais preciso forem nosso conhecimento a respeito do estado inicial. O fato é que com essas e outras noções foi possível explicar e prever admiravelmente uma grande quantidade de fenômenos observáveis. As leis da mecânica para o ponto material podem ser generalizada para distribuições arbitrárias de matéria e, juntamente com leis complementares (tais como as leis da gravitação, as forças de atrito etc), permitem explicar quase que a totalidade dos fenômenos de movimento observáveis (e muito mais complexos) tais como: fenômenos meteorológicos (uma extensão da mecânica aos fluidos), vibração de estruturas (teoria da elasticidade), levitação de objetos mais pesados que ar (dinâmica de fluidos), dinâmica dos planetas, cometas, origem do sistema solar etc.

De todos as divisões da física não é exagero dizer que a mecânica exerceu maior influência em outros ramos paralelos tais como os desenvolvimentos tecnológicos nas engenharias. De olho nesse sucesso, muitas disciplinas procuram se esforçar para atingir um nível de madureza como atingido pela mecânica na física.

O caráter científico da mecânica vém assim de sua estruturação na forma de um "paradigma". Essse se confunde com as leis de movimento de Newton complementados por leis particulares que servem para conectar o paradigma à realidade da Natureza. A noção de paradigma é extendida a outros ramos da física sem exceção: eletromagnetismo, física nuclear, termodinâmica, física estatística, mecânica quântica, óptica etc. A noção de paradigma ou a estruturação do conhecimento científico como um paradigma não foi feito de caso pensado na física. Antes, desenvolveu-se de maneira totalmente independente entre os vários campos e pode ser inferido posteriormente pelas pesquisas em história da ciência.

Repetimos que o paradigma é um indício muito forte de amadurecimento de uma disciplina como científca - independentemente do campo de estudo. Assim, se uma disciplina se dispõe a estudar o elemento espiritual -através de suas inúmeras manifestaçõpes - e conseguir atingiro nível paradigmático, terá atingido maturidade científica. Esse é o caso do Espiritismo (ver referências abaixo).

[Alexandre] Nada a acrescentar às palavras do Ademir.


3) Dentro da Física, quais são os campos de estudos que lidam com a física quântica e  com a cosmologia? Em que diferem seus métodos de trabalho e objetivos?


[Ademir] Mais propriamente falando a "mecânica quântica" (sinônimo para física quântica) é o ramo da física que se formou como uma extensão da mecânica - é uma mecânica de fato - mas que dispõe de um paradigma completamente diferente da mecânica clássica. A mecânica quântica tem como objeto de estudo os estados da matéria em seu nível mais elementar, lidando com quantidades de movimento ínfimas se comparadas às quantidades de movimento associados aos fenômenos do dia-a-dia.

A cosmologia é uma área intermediária entre a astronomia (através da astrofísica) e da física cujo objetivo é formular modelos de universo. Diferentemente da física, a astronomia seguiu um caminho próprio. A astronomia é uma ciência muito mais "fenomenológica" no sentido que tende a formular modelos que se adaptem ao máximo ao que se observa no céu (lembremos do caso do sistema de Ptolomeu dos planetas orbitando a Terra, inclusive o Sol).

A interdisciplinaridade entre a astronomia e a física é algo de há muito bem estabelecido, seja através da astrofísica ou da mecânica celeste (uma aplicação da mecânica clássica determinista mais considerações geométricas de transformação entre sistemas de referência). Rigorosamente falando, do ponto de vista histórico, a evolução da compreensão do estado de movimento dos astros (um dos objetivos da astronomia) teve que esperar o desenvolvimento da física, principalmente a formulação do paradigma da mecânica. A pesquisa astronômica é independente contudo, sendo complementada através de modelos da física. Por exemplo, tomemos as observações de sistemas de estrelas binários muito próximos, a busca por discos de "acreção" adicionados os modelos para esses discos, a descrição estatística da distribução e propriedade das estrelas - que desenvolveu-se independentemente da física, mas complementada por esta etc. Podemos dizer que a pesquisa astronômica vai muito longe, mas vai muito mais se feita em compania da física.

A cosmologia desenvolve-se como um programa de pesquisa na forma de proposições de modelos de universo. Ligada à astronomia, a origem da cosmologia é muito antiga e todos os povos desenvolveram noções cosmológicas.

Mais modernamente, a cosmologia estrutura-se seguindo paradigmas da física tais como a relatividade geral, a mecânica de Newton e geometria. A adequação empírica das teorias cosmológicas é muito restrita dada a natureza do objeto de estudo: não se podem fazer experimentos, não é possível reproduzir os fenômenos e muito menos controlá-los. Podemos fazer um paralelo entre a cosmologia e a meteorologia: da mesma forma que aquela, a meteorologia sofre da impossibilidade de se fazer experimentos, tendo-se que contentar com a busca de modelos que representem fielmente o que é visto, dentro de noções mais abstratas de fundamentos que impedem a construção de modelos por mera geração ou proposição de leis que se adicionam infinitamente. O objetivo de uma atividade científica desse tipo é construir modelos que sejam simples e ao mesmo tempo suficientemente abrangentes para cobrir vasta gama de fenômenos.

Assim, se formos observar a base dos modelos dinâmicos para descrição de fenômenos meteorológicos, veremos que são bastante simples, fundamentados em conceitos primitivos da dinâmica de fluidos, termodinâmica e mecânica de Newton. A cosmologia, baseando-se em conceitos mais primitivos da física tais como a relatividade, a dinâmica e a geometria, propõe modelos de universo que visam descrever o estado do universo inicial - como uma extrapolação do que se observa hoje e, se possível, seu futuro. Não é difícil imaginar que diante da possibilidade de que as leis da física se alterem com o passar de muitos anos (o que não é admitido por princípio, mas é plausível) e de outros problemas teóricos, a descrição do universo primitivo e do futuro do universo sofre de inúmeros problemas, e conferem à cosmologia uma roupagem de "crença" aparente, visto que a idéia de crença se baseia popularmente na noção de algo que se acredita simplesmente.

Entretanto, a cosmologia enquadra-se no conceito de ciência pois possui um paradigma: atualmente o chamado "modelo padrão" (a despeito de problemas de adequação empírica que surgem pela descoberta de novos fatos e disponibilidade de novas observações), é o paradigma em uso pela cosmologia.

[Alexandre] Segundo o livro "Quantum Questions" do filósofo Ken Wilber (Shambhala Publications, Boston 2001), os grandes físicos (Heisenberg, Schroedinger, Planck,etc) tinham consciência de que a física (suas teorias) se alteram com o tempo. Inclusive, Wilber afirma que todos eles eram ao mesmo tempo religiosos e não concordavam que a fisica deve ser usada para explicar os fenomenos "místicos" justamente porque a fisica do amanhã pode  vir a ser bem diferente da fisica do hoje. Wilber também menciona uma critica atual ao livro O Tao da Fisica (Fritjof Capra) porque  o modelo usado pelo Capra (teoria do bootstrap) não é a mais aceita hoje (que é o modelo padrão).

André Luiz, no mecanismos da mediunidade, de forma muito interessante, ao meu ver, também menciona, como um cuidado a se tomar, que a ciencia de um século muitas vezes é suplantada pela do século seguinte. Isso é um cuidado básico que devemos lembrar (que o Ademir lembrou bem).

Continua no Próximo Boletim
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História & Pesquisa


(Seção em parceria com a "Liga de Historiadores e Pesquisadores Espíritas" -  Comitê Editorial da LIHPE)

 III Encontro da Liga de Historiadores e Pesquisadores Espíritas

III Encontro
A Liga de Historiadores e Pesquisadores Espíritas - LIHPE, que completou em 2004 dois anos de trabalhos ininterruptos e cinco anos de existência, está organizando seu III Encontro Nacional que este ano será em Belo Horizonte, Minas Gerais, nos dias 04 e 05 de Setembro.


O evento tem por objetivo a discussão de trabalhos nas áreas de história/memória do movimento espírita e de pesquisa científica sobre temas espíritas. Sempre com vistas ao resgate e preservação de nossa memória para o devido desenvolvimento da Cultura Espírita.

No encontro deste ano estará aberta a participação de trabalhos inscritos de membros que não pertencem à  LIHPE . A apresentação dos trabalhos deverá ser feita até o dia 30 de junho, impreterivelmente. Os trabalhos inscritos deverão estar entre os temas: trajetória do movimento espírita regional, nacional ou internacional; biografias de personalidades espíritas; memória de instituições ou eventos nacionais ou internacionais; teses acadêmicas com temática espírita; métodos e técnicas para preservação de nossa memória; revisões de literatura, epistemologia e metodologia da pesquisa científica; comunicações de projetos de pesquisa científica concluidos ou em curso, entre outros.

Haverá lançamento de livros, painel com temas específicos, exposições, mesas redondas, palestras e conferências sobre inúmeros temas históricos e científicos. As apresentações artísticas terão sempre o cunho histórico. O III ENLIHPE visando estimular a formação de novos pesquisadores estará aceitando a inscrição de autores inéditos, com trabalhos de menor nível de exigência, organizando-os em grupos próprios.

Os trabalhos selecionados pela comissão organizadora poderão ser publicados em livro, boletins eletrônicos e sites com quem a LIHPE tem parceria. Além de serem divulgados na mídia impressa e digital esses trabalhos serão automaticamente imcorporados ao acervo da LIGA. Maiores informações no site www.panoramaespírita.com.br ou mbpiedade@terra.com.br

 

Organização:

 





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São Paulo 450 Anos - Os Primeiros Núcleos Espíritas, Anuário Histórico Espírita 2004

(Do artigo "Grupos Espíritas do Século XIX", Eduardo Carvalho Monteiro, Anuário Histórico Espírita 2004, ed. Madras)

O primeiro núcleo espírita surgido em São Paulo, Capital, pode ter sido o Grupo Espírita "Luz e Verdade" em 20 de abril de 1885, tendo como Presidente o Sr. De Lucca de Strazzari, segundo informa a revista Reformador da FEB.

Já o primeiro registro de fundação oficial de uma Sociedade Espírita encontramos no Almanach do Estado de São Paulo para 1890 de Jorge Seckler, que noticia a existência do "Centro Faimilia Spirita" fundado em 1.o de janeiro de 1886. Ele funcionava na Rua Conselheiro Crispiniano, 11, e tinha como Presidente Dr. Antonio Luiz Ramos Nogueira e o professor Angeli Tortelli (residente no Rio de Janeiro) como Secretário. E uma observação curiosa termina o anúncio: "Nesta sociedade os sócios não pagam mensalidades, as despesas são feitas pela Diretoria".

 No Centro Familia Spirita, estudou e desenvolveu sua mediunidade Antonio Gonçalves da Silva (26.12.1838 - 22.01.1909), mais conhecido como Batuíra que, em 1890, viria a "reerguer" a Instituição Espírita "Verdade e Luz", o que nos leva a pressupor que tenha sido a Instituição dirigida por Strazzari e que se encontrava adormecida.

Dr. Ramos Nogueira, falecido em 1903, conforme noticia o Reformador, mantinha estreito contato com a FEB e o movimento espírita do Rio de Janeiro.

Provavelmente outros grupos já praticassem o Espiritismo na Capital antes dos citados, se observarmos que era um modismo na época e em muitas cidades menores ele já havia chegado. Modismo para uns, mas missão para outros, que desde cedo se conscientizaram da importância da Doutrina Espírita.

A Revista da Sociedade Acadêmica Deus, Cristo e Caridade, publicada no Rio de Janeiro, nos fornece duas pistas para rastrearmos alguns pioneiros.

A primeira é em seu número de abril de 1882, quando cita ter recebido carta do Sr. Antonio de Carvalho Sandenberg, provavelmente um trabalhador de primeira hora do Espiritismo; e a segunda, quando publica, em junho desse ano, uma interessante notícia de comunicação mediúnica do Espírito de Garibaldi: "as linhas abaixo inseridas constituem uma comunicação espontânea do Espírito Garibaldi recebida em São Paulo pelo jovem, ardente republicano, e sócio da Ordem dos Associados Livres E. C., notável médium de incorporação, psicógrafo intuitivo, psicôfano extático (sic). Os Pensamentos nela contidos trazem o cunho da personalidade cujo nome os firma: respiram amor à liberdade (segue a  comunicação)". Seria uma instituição que se ocultasse sob essa denominação para a prática do Espiritismo ?

Anuário Histórico Espírita 2004, Carlos Iglesia, Brasil

Amigos,

Um fato que talvez não seja tão aparente é o efeito do tempo sobre as Instituições e obras humanas. A vida é um perene fluxo de transformações, nada é permanente ou estático. E nestas transformações todas as construções humanas se modificam, muitas vezes sendo substituidas por outras, que, de uma forma ou outra, lhes tomam o lugar a fim de permitir maior progresso ao espírito e a sociedade.

E, naturalmente, o Movimento Espírita não é exceção. Desde os primeiros momentos do Movimento Espírita - com Allan Kardec e a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas - até os dias de hoje, algumas gerações já se sucederam no labor da Nova Revelação. Hoje observamos o panorama do mundo espíritual a partir de construções solidamente estabelecidas pelos que nos antecederam e está em nossas mãos transmitir e enriquecer este legado para as gerações futuras. Manter as construções já centenárias e acrescentar-lhes novos e seguros pavimentos de onde o futuro observará panoramas ainda mais extensos.

E para transmitir toda a riqueza que recebemos, precisamos conhecê-la profundamente. E conhecer profundamente significa não somente saber mapear com precisão o estado atual da construção, mas também saber quais os passos que foram tomados para sua construção. Qual a razão de tal detalhe estar lá e outro não. Significa preservar a memória das pessoas e instituições que foram contribuindo com este labor. E preservar de forma isenta, para que mesmo as peças rejeitadas na construção possam ser estudadas pelos pesquisadores do futuro, que poderão reavaliá-las e compreendê-las melhor que nós.

Um exemplo do que estamos falando é a história do Cristianismo e como o vemos em nossos dias. Muito da riqueza original do Cristianismo foi perdida, não somente pelas inumeras perseguições religiosas que marcaram a história do ocidente, mas também porque se deixou de preservá-la.

Muitas informações se perderam porque não foram copiadas quando se abandonou o formato tradicional de rolos de papiros em favor dos códices (encadernação em tomos, como nos livros atuais), transição ocorrida justamente nos primeiros séculos do Cristianismo. Outras se perderam com as invasões barbáras, que levaram a civilização greco-romana ao colapso.

E muito mais se perdeu porque os primeiros cristãos esperavam o "Reino dos Céus" a qualquer momento, interpretando literalmente algumas palavras de Jesus. Consequentemente não se preocuparam em registrar os fatos que estavam presenciando. Assim, com a natural sucessão de gerações, foram se desvanecendo as memórias dos primeiros tempos. Temos ainda algumas informações mais precisas graças a um historiador do século IV, Eusébio de Cesaréia ("História Eclesiástica"), que teve acesso a fontes orais e escritas hoje perdidas.

Imagine o leitor, qual não seria hoje a nossa compreensão do Cristianismo se tivessemos ao alcance das mãos os relatos dos fundadores das primeiras comunidades cristãs. Se conhecessemos em profundidade as idéias tanto dos "Pais da Igreja" como das seitas heréticas dos primeiros séculos. Se ao nosso dispor estivessem todas as fontes citadas por Eusébio. Se soubessemos com detalhes todas as etapas pelas quais passaram os grupos cristãos, da Igreja nascente até a Igreja medieval, da qual já existem melhores registros devido a impotância que esta assumiu na vida espiritual ocidental.

Pois bem, o mesmo poderão dizer de nós as gerações futuras se não preservarmos adequadamente as informações que temos as mãos. E, para desempenhar este papel, ou pelo menos contribuir com ele, se formou a "Liga de Historiadores e Pesquisadores Espíritas". Um dos veículos para esta preservação é a publicação de um Anuário Histórico, que já está em seu segundo ano. O Anuário é uma coletânea de estudos sobre a história do Movimento Espírita organizada pelo historiador Eduardo Carvalho Monteiro, que também foi o idealizador da Liga.

A edição de 2004 homenageia Allan Kardec, que comemora este ano seu bicentenário de nascimento, traz os seguintes artigos:

E a edição de 2005 já começou a ser preparada. Os amigos que quiserem propor contribuições para esta obra podem enviar seus trabalhos - a data limite é 15 de agosto - para o Eduardo no e-mail edumonteiro@nw.com.br Como pode ser visto na relação de artigos da edição de 2004, o campo de estudos é vasto e os pontos principais são a preservação de informações que desaparecerão rapidamente se não forem adequadamente registradas. A fundação dos primeiros grupos, o relato das experiências pioneiras, o esforço monumental dos desbravadores nas pequenas e grandes cidades do Brasil e do exterior, etc ...

Muita Paz,
Carlos Iglesia


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Questões e Comentários 

Sobre o Divórcio, Ronaldo Brito, Brasil

Recebi o GEAE de 10 de fevereiro de 2004. Fiquei impressionado com o sofrimento dos espíritos abortados. Não está na hora de o Brasil ter um deputado espírita, que seja contra a legalização do aborto, e, ao mesmo tempo, proponha um fundo de apoio para mulheres que foram estupradas e desejam ter o filho? O que vocês acham?

Quero aproveitar para sugerir um tema para ser abordado no GEAE: O divórcio. Como o divórcio é visto pelos espíritas? É recomendável se divorciar quando é patente que o casal não se ama? Ou é recomendável tentar contornar as dificuldade e manter o casamento, mesmo sem amor?

Abraço,
Ronaldo Brito Roque

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Caro Ronaldo,

A  proposta espírita é a transformação do individuo e a partir dai se transforma a sociedade. As leis - embora importantes - pouco auxiliam se o grau evolutivo da sociedade não for compátivel, pouco adiantaria um deputado espírita lutando por estas causas em uma sociedade que não tem a mesma visão do problema do ser, do destino e da dor.

Por isso o movimento espírita tem sempre preferido divulgar a Doutrina e a trabalhar ativamente no amparo direto aos necessitados do que a participar das lutas políticas.

Com relação ao divórcio o que o Espiritismo preconiza é sempre a responsabilidade do individuo frente ao seu destino. Ele não exige que o individuo permaneça preso a uma relação que já não é mais suportável, mas também deixa bem claro que os compromissos que assumimos na vida nunca são ao acaso.  Naturalmente cada caso é um caso diferente - pois se trata de relações humanas - mas geralmente somente se adiam para outras ocasiões projetos de reaproximação e de burilamento mútuo dos envolvidos.

A meta a que todos devemos chegar é o "amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo" e o casamento é mais um exercicio para o aprendizado desta lição.

    Abraços,
    Carlos Iglesia
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Caro Senhor Carlos,

Concordo que a sociedade deve ser transformada a partir do indivíduo, contudo não creio que seria prejudicial se tivéssemos um legislador contra o aborto. Isso poderia criar um debate na mídia e, vendo as informações que a mídia divulgaria, muitos indivíduos poderiam se transformar. Além disso, não seria ótimo se o Estado desse uma ajuda de custo a mulheres que foram estupradas e desejam ter o filho? Essas mulheres certamente precisarão de ajuda, já que um filho sempre traz despezas, mas, além disso, elas seriam um exemplo para as outras mulheres, e ajudá-las materialmente seria uma forma de o Estado reconhecer esse mérito.

Deputados e senadores são, na pior das hipóteses, um mal necessário. Se temos de tê-los, que os tenhamos contra o aborto, que todas as religiões consideram como um mal. Se forem a favor cometerão o terrível pecado de usufruir do dinheiro público e legislar contra o próprio público que paga seus salários.

Abraço,
Ronaldo Brito Roque
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Olá Ronaldo,

Já temos hoje legisladores - vários deles de religiões que defendem os mesmos principios cristãos do Espiritismo - com posições espiritualistas, e isto é muito bom. O que não vejo necessidade é de um que seja eleito devido ao rótulo de "espírita", isto poderia ter mais efeitos negativos do que positivos, simplesmente por levar as lutas partidárias para dentro dos grupos espíritas.

Naturalmente também há políticos que são espíritas, em tempos recentes os mais famosos foram o senador Freitas Nobre e o governador Mario Covas, e, coerentes com a posição do movimento espírita, mantiveram sempre uma posição de discrição, sem misturar seus papéis de homens públicos com suas atividades no Espiritismo.

Eu, pessoalmente, acredito no que aprendi nos tempos de escola, que a política é uma atividade importante, que o ser humano é um "animal político" por sua necessidade de viver em grupos sociais. Somos um mundo imperfeito - onde ainda os seres humanos defrontam-se com suas próprias imperfeições em busca de corrigi-las - e por isso, da mesma forma que ocorre com a ciência e a religião - há ainda os que fazem mal uso da política. Isto não significa que devemos condená-la ou menosprezá-la da mesma forma que não devemos condenar a ciência ou a religião pelo mal uso que muitas vezes delas se faz. A medida que a humanidade progredir espiritualmente, que os individuos que a formam forem conquistando o reino dos céus dentro deles mesmos, este cenário mudará.

Este é o papel do Espiritismo, ajudar nesta transformação para melhor do individuo e da humanidade, que é até lenta, mas que é a que melhor garante os progressos a longo prazo.

    Muita Paz,
    Carlos Iglesia
 
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Sobre Trabalho Mediúnico, Ligia Pinninch, Brasil

Boa tarde,

No boletim número 471 observei que foi publicado minhas dúvidas/questões. Hoje recebi o boletim número 473 porém não notei as respostas. As mesmas serão publicadas em boletim futuro? Obrigada pela atenção.

Ligia Penninch


Cara Ligia,

Algumas vezes deixamos as respostas em aberto para que os leitores do Boletim possam participar das discussões e enviar suas respostas e comentários. Isso sem falar que algumas vezes aparecem perguntas bastante complicadas, para as quais necessitamos de ajuda nas respostas. Por isso normalmente não há uma sequência pré-determinada entre a publicação da pergunta e a da resposta.

1- Quando uma pessoa está encarnada e a mesma realiza trabalhos espíritas (é medium) e começa fazer coisas erradas dentro deste "trabalho espiritual" é possivel ela ser desencarnada "antes" do tempo, quero dizer: pode-se desencarnar antes de cumprir sua missão para não continuar fazendo trabalhos espirituais errados?? Pergunto isto porque aprendi que quando a pessoa tem mediunidade e faz coisas erradas, é avisado e dado-lhe chance e se não cumprir o caminho certo, lhe é tirado a mediunidade...

Ligia, quando abusamos de algum dom, qualquer que ele seja, entramos em uma situação de desequilibrio. Este desequilibrio pode ser refletir na saúde e até encurtar nossa existência. A mediunidade não é exceção.

Bem antes disso, da desencarnação, é perfeitamente possivel que os bons espíritos acabem se afastando dessa pessoa, que acabará ficando sujeita a duras lições no contato com espíritos inferiores. A perda da mediunidade, como resultado do desequilibrio resultante do mau uso dela, também não é impossivel.

2- O que querem dizer com: o espírito desta menina "de 6 anos" é velho? Qual o critério para se saber quando o espírito é mais velho que outro?

É uma forma de dizer que a criança tem uma vivência muito grande, que já passou por diversas experiências e por isso adquiriu um conhecimento da vida e, possivelmente, uma evolução espiritual maior que o meio em que vive. Normalmente se diz que um espírito é mais velho que outro como uma forma de expressar que ele atingiu maior "maturidade"  moral ou maior sabedoria. Pelo menos para nós, que estamos encarnados neste mundo, não há como determinar a "idade" de um espírito - quanto tempo passou desde que ele começou sua jornada evolutiva.

2.1- Existe espírito novo?

Como não sabemos determinar a idade de um espírito não faz muito sentido usar esta expressão, a não ser que se queira dizer que é um espírito pouco evoluido ou mais próximo do seu ponto inicial de evolução. Por exemplo, os homens que viveram na idade das cavernas eram espíritos mais novos que nós. Ou talvez, mais apropriadamente, quando vivemos na idade da pedra eramos espíritos mais novos.

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Painel


Atualização de Cadastro de Instituições Espíritas, Milton Andrade, Brasil


Olá Pessoal!

 Espero que estejam todos bem.

Amigos eu incluí um trabalho antigo que tinhamos no site do Gotas de Luz, que é um cadastro com 1013 instituições espíritas em todo o Brasil. Como esse cadastro é um pouco antigo, informações como telefone e até mesmo endereço podem ter sido alterados nesse intervalo, portanto, se puderem me ajudar confirmando os dados, será muito bom, uma vez que, essas informações podem auxiliar vários irmãos.

Estou providenciando módulos para que vocês mesmo possam me auxiliar nessa tarefa, tanto incluindo como modificando informações dessas instituições.

O site do Gotas de Luz é: http://www.miltonandrade.com.br/gotasdeluz  - http://gotasdeluz.cjb.net

Aproveitando a oportunidade, gostaria que se pudessem dar uma visitada no site e debatermos o que poderiamos colocar a mais que fosse útil para a comunidade, como área de: artigos, notícias, etc., seria muito legal.

Gostaria de contar a ajuda de vocês.

Forte abraço.
Milton Andrade

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Carl Gustav Jung e os Fenômenos Psíquicos, Carlos Iglesia, Brasil

Foi publicado recentemente pela editora Madras o livro "Carl Gustav Jung e os Fenômenos Psíquicos" do nosso amigo da Liga dos Historiadores e Pesquisadores Espíritas, Carlos A. Fragoso Guimarães. O livro estuda aspectos da vida do grande psicólogo suiço que tiveram profunda influência sobre seu pensamento e obra, mas que normalmente não recebem a devida importância nas biografias tradicionais. É um trabalho de pesquisa profundo e bastante sério, que possivelmente contribuirá tanto para que os psicólogos entendam melhor a origem de muitas das idéias de Jung como para que os Espíritas tenham uma boa visão do que ele representou para o estudo cientifico da mente humana.

Muita Paz,
Carlos Iglesia

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Site Apologético, Paulo Neto, Brasil

Caros Amigos,

Esperamos contar com sua valiosa colaboração no sentido de ajudar-nos na divulgação do site: http://apologetico.cjb.net/

Com um grupo de amigos, esse novo site Espírita foi criado para defender o Espiritismo dos ataques dos detratores. Em princípio daremos preferência ao que já se tem divulgado na Internet contra a nossa doutrina.


Aproveitando dessa oportunidade estaremos enviando uma cópia desse e-mail a vários outros órgãos de divulgação Espírita, para os quais estendemos esse mesmo pedido.


Abraços,
Paulo Neto
Colaborador do "Jornal Espírita" e do "Semeador", vários textos em sites Espíritas na Internet e autor do livro "A Bíblia à Moda da Casa".

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Grupo de Estudios Espíritas em Montevideo, Simoni Privato Goidanich, Uruguai


Estimados Senhores,
 
Tenho a satisfação de informar-lhes a criação de um grupo de estudos espíritas em Montevidéu, Uruguai. Agradeceria muito se pudessem divulgar estas informações nas publicações do GEAE em português e em espanhol:
 
1) reunião de estudo de O Evangelho segundo o Espiritismo - domingos, às 20 horas;
 
2) reunião de estudo da Doutrina Espírita (aspectos morais, filosóficos e científicos) - quartas-feiras, às 20 horas.
 
Contacto: Simoni Privato Goidanich
Telefone: (5982) 712-0478
 
Muita paz,
Simoni

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GRUPO DE ESTUDOS AVANÇADOS ESPÍRITAS

O Boletim GEAE é distribuido por e-mail aos participantes do Grupo de Estudos Avançados Espíritas

Inscrição/Cancelamento - inscricao-pt@geae.inf.br
Informações Gerais - http://www.geae.inf.br/pt/faq
Conselho Editorial - editor@geae.inf.br

Coleção dos Boletins em Português - http://www.geae.inf.br/pt/boletins
Coleção do "The Spiritist Messenger" - http://www.geae.inf.br/en/boletins
Coleção do "Mensajero Espírita" - http://www.geae.inf.br/el/boletins