Boletim GEAE

Grupo de Estudos Avançados Espíritas

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Fundado em 15 de outubro de 1992
Boletim Quinzenal de Distribuição Eletrônica

"Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade", Allan Kardec

Ano 11 - Número 463 - 2003            30 de setembro de 2003

Editorial

Modo de Vida Correto

Artigos

Progresso Intelectual, Pascal, Revista Espírita
Sobre o Conceito de Espírito, Jader Sampaio, Brasil

A viagem no tempo: uma restrição espírita, Alexandre F. Fonseca, Brasil


História & Pesquisa

O Espiritismo na Argentina - Entrevista com Antonio Juan Durante, Antonio C. Perri de Carvalho, Brasil

Questões e Comentários

Sobre o chamado “Planeta Chupão”, Luciano, Brasil
Sobre Ramatís, Eric Patton, Brasil

Painel

 Casa Transitória Promove Encontro e Feira do Livro Espírita



Editorial

   

Modo de Vida Correto

Desde os primeiros tempos da civilização o homem tem associado aos diversos caminhos espirituais os valores éticos. A prática de uma vida correta sempre foi indissoluvelmente ligada ao progresso espiritual. Nos escritos que preservam os ensinamentos dos grandes mestres da humanidade esta mensagem é constante, de nada vale conhecer o caminho se este não for trilhado !

Naturalmente a mensagem sempre foi traduzida conforme o grau de compreensão dos povos que a receberam, refletindo peculiaridades culturais e sociais. Sidarta Gautama a trouxe aos hindus por volta do V século a.c., Sócrates e Platão a ensinaram aos gregos do período clássico, Zoroastro a levou para a persia antiga e Jesus de Nazaré, a cuja doutrina, nós, espíritas, somos ligados, a exemplificou entre o povo de Israel, em pleno apogeu do Império Romano.

A mesma mensagem, foi reiterada pelos Espíritos, dirigindo-se ao mundo ocidental do século XIX, recém saído das luzes do Iluminismo e prestes a mergulhar no materialismo cientificista que marcaria o século XX.

Esta mensagem, renovada pela Doutrina Espírita, é ainda hoje a única solução para o problema do Ser, do Destino e da Dor. Somente quando o homem assumir definitivamente o comportamento de amor ao próximo é que conseguirá se libertar do ciclo de provações e expiações dolorosas. Somente quando a maioria de nós, seres humanos, fizermos ao próximo todo o bem que gostariamos que nos fizessem, e não causarmos sofrimentos que não gostariamos de sofrer, é que atingiremos o mundo de regeneração apontado pelos espíritos como a próxima etapa evolutiva do nosso planeta.

E viver de acordo com a regra aúrea é seguir um modo de vida correto, é viver de maneira que nossa ação seja sempre direcionada ao maior bem possível. É exercer as nossas profissões dentro do senso de responsabilidade e honestidade que se espera de um discípulo do Cristo, um título que todos almejamos um dia realmente merecer.

A moral cristã - que é a base da ética espírita - embasada no conhecimento da lei de causa e efeito, nos coloca a todos na tarefa de semear a nova humanidade. Para o espírita não existem subterfúgios possíveis, sabemos que se não formos corretos - e fiéis a nossa consciência - em qualquer um dos campos de atuação de nossa vida cotidiana, seremos chamados a recapitular lições e reajustar comportamentos.  Renasceremos tantas vezes quantas forem necessárias para isso !

Os Editores

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Artigos


Progresso Intelectual, Pascal, Revista Espírita

Revista Espirita, Maio de 1865. In Dissertações Espíritas (dissertações recebidas ou lidas por vários médiuns na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas), páginas 151-152, medium Sr. Desliens, Editora Cultura Espírita EDICEL, trad. Julio Abreu Filho.

Nada se perde neste mundo, não só na matéria onde tudo se renova incessantemente, aperfeiçoando-se segundo as leis imutáveis, aplicadas a todas as coisas pelo Criador, mas também no domínio da inteligência. A humanidade é como um só homem, que vivesse eternamente, e adquirisse incessantemente novos conhecimentos.

Isto não é uma imagem, mas uma realidade, porque o Espírito é immortal; só o corpo, envoltório ou vestimenta do Espírito, cai quando gasto e é substituído por outro. Esta mesma matéria sofre modificações. À medida que o Espírito se depura, adquire novas riquezas e merece, se assim me posso exprimir, uma vestimenta mais luxuosa, mais agradável, mais cômoda, para empregar vossa linguagem terrena.

A matéria se sublima e torna-se cada vez mais leve, sem jamais desaparecer completamente, pelo menos nas regiões médias; seja como corpo, seja como perispírito, ela acompanha sempre a inteligência e lhe permite, por este ponto de contacto, comunicações com seus inferiors, seus iguais e seus superiores para instruir, meditar e aprender.

Dissemos que nada se perde na natureza. Acrescentamos: nada é inútil. Tudo, até as mais perigosas criaturas e os mais sutís venenos, tem a sua razão de ser. Quantas coisas que tinham sido julgadas inúteis ou prejudiciais e cujas vantagens foram reconhecidas mais tarde! Assim, umas há que não compreendeis. Sem tratar a questão a fundo, apenas direi que as coisa nocivas vos obrigam a atenção e a vigilância que exercitam a inteligência, ao passo que se o homem nada tivesse a temer, abandonar-se-ia à preguiça, em prejuízo de seu desenvolvimento. Se a necessidade é a mãe da indústria, a indústria também é filha da inteligência.

Sem dúvida Deus, como objetam alguns, tivesse podido poupar-vos provações e dificuldades, que vos parecem supérfluas; mas se os obstáculos vos são opostos, é para despertar em vós os recursos adormecidos; é para dar impulso aos tesouros da inteligência, que ficariam enterrados no vosso cérebro, se uma necessidade, um perigo a evitar, não viessem vos forçar a velar por vossa conservação.

O instinto nasce; a inteligência o segue, as idéias se encadeiam e está inventado o raciocínio. Se raciocínio, julgo, bem ou mal, é verdade, mas é raciocinando errado que se aprende a reconhecer a verdade; quando se é enganado várias vezes, acaba-se acertando; e esta verdade, essa inteligência, obtido por tantos trabalhos, adquirem um preço infinito e vos faz considerar a sua posse como um bem inestimável. Temeis ver se perderem descobertas que fizestes. Que fazeis, então? Instruís vossos filhos, vossos amigos; desenvolveis sua inteligência, a fim de nela semear e fazer frutificar o que adquiristes a preço de esforços intelectuais.  É assim que tudo se encadeia, que o progresso é uma lei natural e que os conhecimentos humanos, acrescidos pouco a pouco, se transmitem de geração em geração. Depois disto, que vos venham dizer que tudo é matéria! Os materialistas não repelem a espiritualidade, na sua maioria, senão porque, sem isto, ser-lhes-ia necessário mudar o gênero de vida, atacar os seus erros, renunciar aos seus hábitos. Seria muito penoso e, por isso, acham mais cômodo tudo negar.

Pascal

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Sobre o Conceito de Espírito, Jader Sampaio, Brasil


Possuidor de uma bagagem de conhecimentos acadêmica, Allan Kardec não desconhecia que o termo Espírito era entendido de forma diferente por autores diferentes nos diferentes ramos da arte, da Filosofia e da cultura.

Um de seus primeiros cuidados ao escrever “O Livro dos Espíritos”, foi definir para o seu leitor o que ele entendia por alma. Nesta empreitada ele coloca frente a frente a concepção de três tradições de pensamento: a materialista, a panteísta e a espiritualista.

As Diversas Concepções de Espírito

As concepções materialistas não aceitam a alma, ou entendem que o que se atribui a ela não passa de propriedades do organismo humano. Os autores contemporâneos que adotam esta posição podem admitir muitas variações em torno do tema. Uns insistem que as faculdades humanas são produtos do organismo e de sua hereditariedade, outros valorizam mais a influência das experiências culturais na constituição do espírito humano e outros admitem a construção da subjetividade na vida social, mas todos eles entendem que as faculdades do indivíduo se extinguem com a morte do corpo.

As concepções panteístas propõem a indissociabilidade entre o conceito de Deus e do Universo. Esta idéia central acomoda diversas variações, como a idéia de um universo com consciência, a idéia de que Deus é nada mais que o universo ou a idéia que postula que o universo é apenas aparência, existindo apenas Deus. Rivail possivelmente teve contato com as teses panteístas de Plotino, de Espinoza e com as teses panteístas das doutrinas orientais, como as das doutrinas hinduístas e as das doutrinas budistas. Com relação ao Espírito, Kardec destacou uma das idéias panteístas que afirmava que o princípio inteligente seria extraído de um todo universal, ao nascer, e que após a morte retornaria a este todo, perdendo sua individualidade “como as gotas de chuva no oceano”. A individualidade seria, por conseqüência, uma ilusão a que estamos temporalmente sujeitos.

A concepção espiritualista propõe a existência de um “ser moral, distinto e independente da matéria e que conserva sua individualidade após a morte”. Ela entende que a inteligência e as outras faculdades psicológicas têm sua origem neste ser distinto, e não são um mero produto do funcionamento do organismo. Esta concepção abarca um grande número de escolas de pensamento. Religiões como o catolicismo, os movimentos protestantes, o islamismo e os cultos celtas são igualmente espiritualistas. Como a esta idéia central, Kardec adicionou outras idéias que ele colheu em comunicação com os espíritos, ele considerou melhor criar um nome para este novo conjunto de concepções sobre o Espírito, que denominou Espiritismo.

A Concepção Espírita

A concepção espírita que encontramos na obra kardequiana, aceita a idéia geral espiritualista, exposta acima, e lhe faz diversas contribuições. Allan Kardec desenvolveu o conceito a partir de duas grandes fontes: a observação das faculdades de médiuns e de sonâmbulos e o diálogo com os espíritos que se manifestavam em suas reuniões e nas de grupos com os quais mantinha contato.

Allan Kardec trabalha com duas definições de espírito em “O Livro dos Espíritos”: o Espírito como um princípio e os Espíritos como seres.

Como princípio 1,  o Espírito é a fonte da inteligência 2, das capacidades cognitivas, sem o qual um corpo não possui consciência de si e do mundo ao seu redor. O codificador subscreve a fala do seu interlocutor, que afirma que o Espírito é quem “intelectualiza a matéria”3, isto é, permite a existência do homem encarnado e dos animais superiores, uma vez que estes últimos apresentam rudimentos de cognição. Kardec afirma que a origem dos pensamentos reside além do corpo, embora este seja o principal meio de comunicação das idéias entre os espíritos encarnados. Este conceito de Espírito, é uma abstração com fins pedagógicos, uma idéia que explica a origem extracorporal da consciência de si, da individualidade e da capacidade de pensar e de perceber sem a intermediação dos órgãos dos sentidos. O Espírito, entretanto, não existe, uma vez que ele só é encontrado no universo revestindo algum tipo de matéria, seja a matéria densa (espírito encarnado), seja a matéria sutil ou fluido universal em um estado próximo ao primitivo (espírito desencarnado).

Como seres, os Espíritos 4  são os “seres inteligentes da criação”, que pré-existem e sobre-existem ao corpo. São criados por Deus 5, que os faz constantemente 6. Os espíritos são criados em condições de igualdade, “simples e ignorantes” 7, dotados de potencial e liberdade de escolha para desenvolverem-se 8. Do seu relacionamento com os demais espíritos e com a natureza sobrevém o desenvolvimento intelectual e moral. Não se concebe no Espiritismo a existência de seres especiais criados para a prática do mal (demônios) 9  ou para a prática do bem (anjos) 10. No uso do livre arbítrio, entretanto, os espíritos escolhem o que desejam fazer, podendo praticar atos de crueldade, intolerância, mesquinhez e outros considerados maus ou atos de benevolência, caridade, sabedoria e dedicação, considerados bons.

Enquanto o Espírito seria uma fonte irradiadora 11 de pensamentos, sem forma humana, os Espíritos são encontrados envoltos por um perispírito, um invólucro semimaterial 12 que geralmente assume a forma humana, mas que é moldável pelas emanações do Espírito.

Os espíritos (as pessoas consideradas mortas, portanto) são capazes de se comunicar com os homens vivos (que denominamos “encarnados”) através do pensamento, e se fazem perceber por algumas pessoas que possuem uma capacidade especial denominada mediunidade. Os médiuns são capazes de perceber, conseqüentemente, os Espíritos (o Espírito revestido do perispírito) e suas emanações (pensamentos, sentimentos, desejos, etc.).

A partir do tipo de pensamentos, intenções, palavras e ações do cotidiano de um espírito, se lhe qualifica a condição interior. Assim como os homens, há diversos tipos de espíritos: ignorantes, pretensiosos, bondosos, sábios, etc. Kardec propôs uma escala para classificar os espíritos 13, que auxilia ao estudioso e ao praticante da mediunidade a identificá-los, preservando-os de acreditarem em tudo o que dizem.

Allan Kardec também emprega o termo alma para referir-se aos espíritos, mas restringe o seu emprego aos espíritos encarnados 14, possivelmente para evitar confusão.

Na concepção espírita os Espíritos são perfectíveis 15, e se reencarnam diversas vezes até que se tornem puros 16. O esquecimento aparente das experiências passadas não se constitui um obstáculo ao desenvolvimento, uma vez que a bagagem adquirida pelos espíritos continua influenciando-os sob a forma de impulsos e de predisposições. Os espíritos não se reencarnam imediatamente após a morte, permanecendo um tempo mais ou menos dilatado no mundo dos espíritos 17, estado este que Kardec às vezes denomina erraticidade 18 quando aplicado aos espíritos que ainda têm que reencarnar.

A alma tem por origem o princípio inteligente 19 que se encontra nos seres inferiores da criação. Este princípio se “individualiza pouco a pouco” e desenvolve as capacidades humanas, tendo “consciência do seu futuro, capacidade de distinguir o bem do mal e a responsabilidade dos seus atos”. Tendo, uma vez, desenvolvido as capacidades humanas, o princípio inteligente pode ser denominado Espírito.

Um ponto importante desenvolvido pelo codificador diz respeito às sensações e percepções dos espíritos 20 e há todo um estudo sobre a vida de relação com os outros espíritos, os homens e a natureza quando os espíritos se encontram no intervalo entre encarnações, cujo detalhamento foge ao escopo deste trabalho.

O Trabalho dos Continuadores da Obra de Kardec

Os três continuadores franceses da obra de Kardec, cujos trabalhos são mais conhecidos no Brasil são, sem dúvida, Camille Flammarion, Léon Denis e Gabriel Delanne. Herdeiros do pensamento kardequiano, estes autores obviamente continuaram dando tratamento de pesquisa e reflexão sobre o tema do espírito. Sua abordagem, entretanto, parece pautar-se em duas grandes diretrizes de trabalho: a realização de pesquisas empíricas visando à comprovação dos postulados espíritas e a ampliação do corpo teórico baseada nestas observações e na análise da obra kardequiana.

Flammarion é o mais influenciado, principalmente no início de sua obra, pelos postulados empíricos. Sua sonora frase no túmulo de Kardec ecoou no movimento espírita de sua época:
Os fenômenos físicos, sobre os quais a princípio não se insistia, hão de tornar-se objeto da crítica experimental, a que devemos a glória dos progressos modernos e as maravilhas da eletricidade e do vapor.” (FLAMMARION, 1869)

Ele empreendeu, então um projeto sistemático que residia em estudar fenômenos mediúnicos e anímicos visando à demonstração de faculdades não explicáveis a partir dos cinco sentidos. O leitor interessado irá encontrar em “O Desconhecido e os Problemas Psíquicos” todo um estudo com base em depoimentos que sustenta trabalhos como:

-    A comunicabilidade entre moribundos e pessoas vivas, à distância, através de percepções não sensoriais;
-    A insuficiência da tese alucinatória para explicar os fatos de percepção à distância de fatos verídicos;
-    A existência de fenômenos de comunicação com moribundos, de fenômenos telepáticos e de visão à distância durante o sonho;
Ele conclui este livro afirmando, com base em sua casuística que:
1o. – A alma existe como personalidade real, independente do corpo;
2o. – A alma é dotada de faculdades ainda desconhecidas da Ciência;
3o. – Ela pode agir e perceber, à distância, sem os sentidos como intermediários; (...)
” (FLAMMARION, 1980, p. 270-271)
No livro “A Morte e seu Mistério”, este autor desenvolve ainda mais os temas tratados em “O Desconhecido e os Problemas Psíquicos”, mas é no livro “As Casas Mal Assombradas” que ele irá tratar dos fenômenos de efeitos físicos, através da apresentação de casos de “assombração” ou “poltergeist”. Após a análise das evidências e a exclusão das hipóteses alternativas à imortalidade e manifestação dos espíritos, o astrônomo de Juvisy assim se pronuncia:

Se o resultado dos nossos estudos fosse negativo, comprovando que certas almas não se comunicam e mesmo que não há senão manifestações fragmentárias, ecos imperfeitos de Espíritos ainda ligados à vida terrena, ou ainda produções pessoais inconscientes, não deixaríamos de o proclamar com toda a franqueza.” (FLAMMARION, 1983, p. 272)

Gabriel Delanne dedicou-se à pesquisa e à discussão teórica dos princípios espíritas. Ele talvez seja o mais propositivo dos três continuadores. Quase todos os seus livros tratam da questão do Espírito dentro da proposta espírita, que inclui o perispírito, a reencarnação, os estados sonambúlicos e mediúnicos, etc. Infelizmente os seus mais densos trabalhos “As aparições materializadas dos vivos e dos mortos” e “Pesquisas sobre a Mediunidade” ainda não estão disponíveis para o público brasileiro interessado.

No livro “A Alma é Imortal”, ele discorre com profundidade sobre o “envoltório da alma”, o perispírito. O leitor encontrará uma síntese dos fenômenos apresentados pelos pesquisadores do magnetismo animal, médiuns, aparições e materializações estudadas pela “Society for Psychical Research” assim como os trabalhos de “Albert de Rochas” e as fotografias de espíritos, como base de sustentação empírica deste conceito kardequiano. Após o debate das hipóteses alternativas ele conclui:

A alma se encontra unida à substância perispirítica, que coisa nenhuma pode destruir, visto que, pelo seu estado físico, ela é o último termo das transformações possíveis: ela é a matéria em si. (...) Somente a vontade o 21  pode modificar, não, porém, mudando-lhe a substância, mas expurgando-a dos fluidos grosseiros de que se satura no começo de sua evolução. (...) As vidas múltiplas são o cadinho purificador. A cada passagem por ele, o Espírito sai do invólucro corpóreo mais purificado e, quando há vencido as contingências da matéria, acha-se liberto das atrações terrenas e desfere o vôo para outras regiões menos primitivas.” (DELANNE, 1978, p. 288)

Em “A Evolução Anímica” ele agrupa cinco ensaios sobre temas diretamente ligados à concepção kardequiana de Espírito. Ele afirma as propriedades de organização do corpo físico próprias do perispírito, comparando-as à dinâmica do eletromagnetismo sobre alguns metais. Apresenta inúmeros estudos que mostram a existência de capacidades humanas, como a memória, nos animais, de forma rudimentar. A partir destes fatos, ele argumenta em defesa de um evolucionismo espiritual, onde o perispírito possui um papel de arquivo das aquisições do ser, que vão sendo acumuladas sob a forma de automatismos nos reinos inferiores. A seguir ele analisa estudos psicológicos, psicopatológicos e sobre o sonambulismo e o magnetismo, para ampliar as suas considerações sobre a memória humana. A seguinte frase sintetiza suas conclusões:

O estudo do Espírito tem de ser feito, portanto, abrangendo os seus dois aspectos: um ativo, que é o da alma propriamente dita, ou seja, o que em nós sente, pensa, quer, e, sem o qual nada existiria; outro, passivo – o do perispírito, inconsciente, almoxarifado espiritual, guardião inalterável de todos os conhecimentos intelectuais, tanto quanto conservador das leis orgânicas que regem o corpo físico.” (DELANNE, 1992, p. 181).

Ele se detém na análise das relações entre Espírito, perispírito e corpo, entendendo-os em interação articulada, como se vê na passagem abaixo:

Durante a reencarnação, o Espírito está, pelo perispírito, tão intimamente ligado ao corpo, que toda e qualquer modificação mórbida, na célula nervosa do cérebro, equivale a uma alteração das faculdades espirituais.” (DELANNE, 1992, p. 181)

Este livro prossegue com o estudo da atuação do perispírito na formação do corpo e na origem das doenças que nos acometem e na análise da loucura. Aqui ele afasta alguns obstáculos postos pelos pensadores materialistas à hipótese anímica: os instintos humanos encontráveis em todos os indivíduos, a transmissão hereditária das doenças e o papel do organismo na loucura.

Delanne propõe, em consonância com o pensamento kardequiano, ser o Espírito, tendo como arquivo auxiliar o seu perispírito, através do ciclo das reencarnações, quem ascende ininterruptamente pelas manifestações da “vida vegetativa, orgânica e psíquica”.

Estes temas são recorrentes em Delanne nas suas outras obras: “O Espiritismo Perante a Ciência”, “O Fenômeno Espírita” e “A Reencarnação”.

O terceiro continuador, mas não menos importante, é Léon Denis. Sua obra é a mais filosófica e a mais abrangente, se considerarmos as “frentes de trabalho” abertas por Kardec. Ele acompanhou as contribuições que os pesquisadores empiristas fizeram ao tema à sua época, mas não se restringiu a eles, tratando a Doutrina Espírita em seu tríplice aspecto.

O tema do espírito aparece mais desenvolvido em sua obra prima, “O Problema do Ser, do Destino e da Dor” e em “O Porquê da Vida”, e de forma mais sucinta e tópica em outros trabalhos como “Depois da Morte” e “Síntese Doutrinária e Prática do Espiritismo”, “O Além e a Sobrevivência do Ser”.

Ele entende que a Alma é:

... o princípio de vida em nós. A alma do homem é um espírito encarnado; é o princípio da inteligência, da vontade, do amor, a sede da consciência e da personalidade.” (DENIS, 1982, p. 21)

Com esta definição ele deixa claro que não apenas a inteligência, mas as faculdades psicológicas superiores e a própria personalidade repousam em um princípio espiritual. Não há aqui uma contradição com o pensamento kardequiano, mas uma afirmação clara das conseqüências desta concepção de espírito.

Ele acata a idéia filosófica que aponta uma dualidade de naturezas e entende que o homem participa das duas:

O homem participa de duas naturezas: Pelo seu corpo, pelos seus órgãos deriva-se da matéria; pelas suas faculdades intelectuais e morais, procede do Espírito”. (DENIS, 1981, p. 22)

O que é o ser pensante (o problema do ser)? Denis entende que o problema do ser é a alma.

É a alma que fornece ao homem o seu princípio de vida e movimento. A alma humana é uma vontade livre e soberana, é a unidade consciente que domina todos os atributos, todas as funções, todos os elementos materiais do ser (...)

... A dissolução das formas materiais prova simplesmente uma coisa: que a alma é separada do organismo por meio do qual comunicava com o meio terrestre.” (DENIS, 1979, p. 56)

Neste livro, Denis trabalha com duas propostas de sustentação desta concepção de Espírito: a proposta filosófica (calcada na lógica e na moral) e a proposta científica (calcada nas evidências experimentais da existência e sobrevivência da alma).

O apoio filosófico é desdobrado de dois pressupostos: a incapacidade da matéria gerar qualidades que ela não possui 22  e “a noção do bem, gravada no fundo das consciências” 23. O apoio científico é construído a partir de diferentes linhas de pesquisa: Fenômenos considerados psicopatológicos, como o desdobramento da personalidade, em análise detida, alteração de faculdades dos sentidos e da cognição durante o sono, fenômenos sonambúlicos, telepatia, manifestações de mortos (aparições e materializações, especialmente), fotografias espíritas, provas de identidade de espíritos pela via mediúnica, estudos de fenômenos de incorporação e fenômenos incomuns relacionados a memória são descritos e referidos por ele em sua obra, mostrando que a crença na imortalidade da alma pelos espíritas não repousa em considerações lógicas de ordem metafísica e dogmática, mas como conseqüência racional do exame de fatos pouco conhecidos pela ciência oficial de sua época 24.

Denis emprega o termo evolução (usado apenas in passant por Kardec em “A Gênese”) referindo-se ao progresso da alma. Seu conceito é importante por colocar a concepção espírita da vida em plano diverso de outras concepções, como a epicurista e as de algumas correntes de pensamento católico:

O objetivo da evolução, razão de ser da vida, não é a felicidade terrestre, como muitos erradamente crêem, mas o aperfeiçoamento de cada um de nós, e esse aperfeiçoamento devemos realiza-lo por meio do trabalho, do esforço de todas as alternativas da alegria e da dor, até que nos tenhamos desenvolvido completamente e elevado ao estado celeste. Se há na Terra menos alegria do que sofrimento, é que este é o instrumento por excelência da educação e do progresso, um estimulante para o ser, que, sem ele, ficaria retardado nas vias da sensualidade. A dor, física e moral, forma a nossa experiência. A sabedoria é o prêmio. 25

Não entenda o leitor apressado que Denis faça uma apologia da dor, ele apenas mostra como ela pode servir de instrumento para o aperfeiçoamento humano, quando surge de forma inevitável no caminho das pessoas.

A Identidade do Espiritismo

Como se pode ver, a concepção espírita é bastante complexa, o que justifica a proposta de se criar o termo espírita e Espiritismo para circunscrever este amplo sistema de idéias.

O que é o Espírito é uma das questões cuja resposta vai colocar o leitor na dimensão espírita ou fora dela, dependendo do tipo de postulados que ele venha a defender. Deve ser bem conhecida pelos que se interessam pela doutrina espírita.

  1. Questão 23 de “O Livro dos Espíritos”.
  2. Em “Definições Espíritas”, Kardec qualifica o Espírito como sendo o “ser pensante”, em oposição ao perispírito e ao corpo. (página 46)
  3. Questão 25 de “O Livro dos Espíritos”.
  4. Questão 76 de “O Livro dos Espíritos”.
  5. Questão 81 de “O Livro dos Espíritos”.
  6. Questão 80 de “O Livro dos Espíritos”.
  7. Questão 115 de “O Livro dos Espíritos”.
  8. Questão 127 de “O Livro dos Espíritos”
  9. Questão 131 de “O Livro dos Espíritos”
  10. Questão 128 de “O Livro dos Espíritos”
  11. Questão 88 de “O Livro dos Espíritos”.
  12. Questões 93 a 95 de “O Livro dos Espíritos”

 13. Questões 100 a 113 de “O Livro dos Espíritos”
  14. Questão 134 de “O Livro dos Espíritos”
  15. Questões 114 a 127 de “O Livro dos Espíritos”
  16. Questões 166 a 170 de “O Livro dos Espíritos”
  17. Questão 84 de “O Livro dos Espíritos”
  18. Questões 223 a 233 de “O Livro dos Espíritos”
  19. Questão 607 a de “O Livro dos Espíritos”
  20. Questões 237 a 257 de “O Livro dos Espíritos”

  21. O autor está referindo-se ao perispírito.
 22.  Página 58.
  23. Página 62.
  24. Página 112.
  25. Página 120.


Referências Bibliográficas

DENIS, Leon. Síntese doutrinária e prática do Espiritismo. Juiz de Fora: Instituto Maria, 1982.
______ O porquê da vida. Rio de Janeiro: FEB, 1981.
______ O problema do ser, do destino e da dor. Rio de Janeiro: FEB, 1979.
DELANNE, Gabriel. A alma é imortal. Rio de Janeiro: FEB, 1978.
______ A evolução anímica. Rio de Janeiro: FEB, 1992.
FLAMMARION, Camille. A Morte e seu Mistério. Rio de Janeiro: FEB, 1982.
______ As Casas Mal Assombradas. Rio de Janeiro: FEB, 1983.
______ O Desconhecido e os Problemas Psíquicos. Rio de Janeiro: FEB, 1979.
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Rio de Janeiro: FEB, 1978.
______ Definições Espíritas. Niterói, Publicações Lachâtre, 1997.

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A viagem no tempo: uma restrição espírita, Alexandre F. Fonseca, Brasil

 
Pela primeira vez um ensinamento espírita interfere na interpretação de um estudo científico.

Quem não assistiu e se divertiu com a trilogia “De Volta Para o Futuro” [1] que encantou o mundo com a romântica estória de um rapaz que realiza uma série de viagens no tempo encontrando seus pais, no passado antes de se casarem, a si mesmo e aos seus filhos, no futuro.

Divertimentos a parte, a verdade é que uma variação no fluxo do tempo não só é teoricamente possível, segundo a Teoria Geral da Relatividade de Einstein, como foi comprovada experimentalmente. Apesar do assunto ser considerado, pelas pessoas em geral, uma especulação sem fins práticos, alguns cientistas tem levado esse tema a sério principalmente porque ele está diretamente ligado à questão sobre as relações entre causa e efeito, o que é extremamente relevante na pesquisa de uma teoria unificada da Física. Tanto isso é verdade que uma das mais conceituadas revistas de divulgação científica, a Scientific American, dedicou um número inteiro a questões sobre o tempo. Desejo destacar o artigo intitulado “Como Construir uma Máquina do Tempo” (original em inglês: “How to Build a Time Machine”) [2]. Nesse artigo, o físico teórico Paul Davies apresenta aos leitores os mecanismos de uma viagem no tempo. Em suas próprias palavras Davies afirma: “It wouldn’t be easy, but it might be possible”[2,3]. Cabe citar que três físicos norte americanos publicaram na também conceituada Physical Review Letters [4] uma proposta séria a respeito do assunto. Motivado pelo interesse científico, mesmo que teórico, sobre o assunto, pretendo, nesta matéria, comentar sobre uma restrição do Espiritismo à questão da viagem no tempo. Mesmo que do ponto de vista prático isso esteja muito longe de acontecer, a discussão apresentada aqui tem um caráter didático em ambos os pontos de vista espírita e científico.

Não há espaço suficiente para discutirmos os detalhes sobre os mecanismos teóricos da viagem no tempo. As referências citadas servem como guia ao leitor mais interessado em pesquisar o assunto. Primeiramente, vamos expor em linhas gerais as condições em que o tempo fluiria de forma diferente possibilitando uma viagem no tempo, mencionando as evidências experimentais que suportam as pesquisas. Em seguida exporemos uma restrição espírita à viagem no tempo.

Basicamente, existem duas maneiras de se alterar o fluxo do tempo, isto é, fazer com que ele passe mais devagar ou mais rápido, quando comparado ao fluxo de tempo de  um dado observador, por exemplo, um homem parado numa estação de trem. Uma delas é mudar a velocidade de um determinado objeto ou pessoa. Segundo a Teoria da Relatividade, observadores que estejam em repouso (parados na estação de trem) perceberão que o tempo fluirá mais devagar para aqueles que estiverem se movimentando com relação a eles. A outra forma de alterar o fluxo do tempo é aproximando-se, ou afastando-se, de objetos com massa elavada. Segundo a Teoria Geral da Relatividade, o tempo flui mais lentamente na proximidade de tais objetos massivos. Não percebemos isso no nosso cotidiano porque as diferenças no fluxo do tempo apenas se tornam significativas quando as velocidades de movimento são próximas da velocidade da luz e porque estamos todos à mesma distância média do nosso planeta.

A variação no fluxo de tempo foi testada experimentalmente sincronizando-se dois relógios de altíssima precisão e colocado-os, em seguida, em aviões que voaram por muitas horas em sentidos contrários [5]. O resultado foi uma significativa diferença entre os relógios. Uma outra verificação experimental foi um pequeno desvio na luz emitida por átomos de hidrogênio que, segundo Hawking[5], é explicado através de trajetórias de elétrons no que ele chamou de anéis fechados, isto é, trajetórias no espaço-tempo que iniciam numa dada posição e instante de tempo e terminam na mesma posição e instante de tempo.

Antes de discutir a restrição espírita, vejamos o que o professor Paul Davies comentou em seu artigo sobre certos paradoxos de causa e efeito que a viagem no tempo proporciona. Considere a situação em que uma pessoa viaja ao passado e tira a vida de sua mãe. Isso cria um paradoxo pois se a mãe morre, ela não terá aquele filho(a). Se o filho(a) não nasce, ele(a) não poderá, após crescer, viajar ao passado para tirar a vida dela e fica, então, claro o paradoxo. Segundo o professor Davies, esse é um evento que não ocorreria por não ser consistente. Seria como se tentássemos encontrar uma solução para um anel circular de raio R que possuísse comprimento diferente de 2pR, em nossa geometria usual. Por outro lado, ele afirma que se uma pessoa viaja ao passado e salva a sua mãe, ainda jovem, da morte, esse evento é perfeitamente viável e consistente. Entre esses dois exemplos, existe um ponto importante que é o livre-arbítrio. Ou a viagem no tempo interfere no livre-arbítrio, pois escolher entre salvar e matar é puramente uma decisão nossa; ou, simplesmente, esta viagem não é possível para os seres vivos. Não temos esse problema com os objetos inanimados. A questão sobre o livre-arbítrio é complexa nesses casos e mereceria uma análise futura.

A restrição espírita que desejamos ressaltar, porém, é outra. Considere a possibilidade de viagem no tempo para uma época não distante seja no passado ou no futuro, de modo a podermos nos encontrar mais jovem ou mais velho, respectivamente. A situação pode ser caracterizada como havendo dois de nós num dado momento. Do ponto de vista material, do corpo físico, não há nenhum problema. No entanto, se lembrarmos que somos espíritos encarnados estaremos numa situação de conflito com um ensinamento dos espíritos. Segundo a questão número 137 do Livro dos Espíritos [6], o espírito não pode animar dois corpos diferentes simultaneamente. No nosso exemplo, teríamos dois corpos diferentes animados pelo mesmo espírito. Isso está em contradição com a referida resposta dos espíritos.

De fato, a viagem no tempo ao passado, mesmo distante, também gera o conflito acima. Imagine que a nossa viagem nos levou a muitos séculos atrás. Suponha que nesta época estávamos encarnados vivendo uma de nossas vidas passadas. O nosso espírito estaria ligado a este corpo e ao corpo que veio do presente. Novamente temos a contradição. Mesmo que não estivéssemos encarnados em tal época, nosso espírito estaria no plano espiritual e não poderíamos estar lá e encarnados no corpo que veio do presente ao mesmo tempo.

Já a viagem ao futuro nos parece possível, pelo menos no ponto de vista da restrição anterior. Suponha que nós entramos numa nave para viajarmos a uma estrela próxima, digamos, 10 anos-luz de distância, a uma velocidade próxima da luz. Após retornarmos ao nosso planeta, terá se passado muito mais tempo na Terra do que conosco dentro da nave (o artigo [2] explica os detalhes). Encontraremos, portanto, a Terra 20 anos no futuro. Nesse caso, nosso espírito não esteve presente na evolução espaço-temporal da Terra e em tal futuro, não encontraremos um outro “eu” mais velho ou reencarnado pois estivemos na nave realizando a viagem.

Do ponto de vista prático, a viagem no tempo ao passado é algo impossível para objetos e seres de tamanho macroscópico. Isso já não é verdade com relação aos objetos de tamanho microscópico, como o elétron numa trajetória tipo anel fechado acima mencionado. Nesse caso a restrição espírita não apresenta nenhum problema pois tais objetos são apenas materiais. De qualquer forma devemos ter em mente que há muito o que aprender sobre as leis do nosso Universo.

Finalizando, eu gostaria de ressaltar a idéia de que ao invés de ser confirmada pela ciência, pela primeira vez, uma afirmativa espírita interfere numa análise científica impondo restrições a um fenômeno considerado possível e estudado seriamente pelos cientistas. Segundo Hawking [7], talvez o fato de nunca termos recebido a visita de um ser do futuro seja uma prova de que a viagem no tempo é impossível. Entretanto, eu arrisco a dizer que a razão pela qual isso não tenha ocorrido não seja somente devido às dificuldades científicas e técnicas associadas à viagem no tempo, mas também porque a restrição espírita apresentada nesta matéria seja, de fato, um empecilho real ao fenômeno. É importante frisar que isso é apenas uma opinião e não uma verdade comprovada cientificamente. Mesmo assim, sinto uma admiração cada vez maior pela Doutrina Espírita que demonstra possuir um potencial enorme de informação e conhecimento que, verdadeiramente, nos ajuda a progredir.

Referências
[1] Página oficial do filme na internet: http://www.bttfmovie.com
[2] P. Davies, Scientific American, September, p.50, (2002).
[3] “Isto não seria fácil, porém não impossível.”
[4] M. S. Morris, K. S. Thorne e U. Yurtsever, Physical Review Letters 61, p. 1446 (1988). A revista Physical Review Letters é uma das revistas científicas mais importantes na área de Física.
[5] S. Hawking, O Universo Numa Casca de Noz, Editora Mandarim, 2a. Edição, (2002).
[6] A. Kardec, O Livro dos Espíritos, Editora Edições FEESP, 9a. edição, 1997.
[7] Citado por M. Kaku em Hiperespaço, Editora ROCCO (2000).

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História & Pesquisa


(Seção em parceria com a "Liga de Historiadores e Pesquisadores Espíritas" -  Comitê Editorial da LIHPE)

O Espiritismo na Argentina - Entrevista com Antonio Juan Durante, Antonio C. Perri de Carvalho, Brasil

Juan Antonio Durante, Vice-Presidente da Confederação Espiritista Argentina, representou seu país na 8º Reunião Ordinária do Conselho Espírita Internacional, em Brasília. Na oportunidade, Antonio César Perri de Carvalho entrevistou-o sobre o Movimento Espírita daquele país.

Perri - A centenária Confede­ração Espiritista Argentina conta com quantas Instituições adesas?

JAD - O total de instituições adesas são 69, sendo: 38 sociedades espíritas e 31 grupos denominados Secretarias de Propaganda. Na Capital Federal são 16 instituições. Também se encontram adesas as seguintes Federações: Federação Argentina de Mulheres Espíritas (FADEME); Federação Espírita Juvenil Argentina (PEJA) e Federação do Sul da Província de Buenos Aires (FESBA).

Perri - Há Instituições Espíritas em todas as províncias ou se concentram em algumas regiões?

JAD - Se considerarmos a importância. que foi o Movimento Espírita Argentino no passado, com pesar, devemos concluir que na atualidade este tem diminuído consideravelmente, tanto em nomeio de Instituições como de adeptos. Por razões que não vêm ao caso analisar neste momento, tem-se acentuado por causa da situação socioeconômica que vive nosso país, que torna mais difícil a presença da CEA nas diferentes províncias onde existe algum Cen­tro Espírita. Não obstante, editamos empenhados e confiantes que em um tempo não distante, lograremos expandir nosso Movimenta, pois não deixamos de conceder que sendo os Espíritos Superioras os que em realidade o dirigem, somente fazem falta voluntários dispostos, para, dessa firma, lograr a tão ansiada unificação do Movimento Espírita argentino. Por hora, estamos trabalhando pela aproximação, com os fins prepostos anteriormente.

Perri - Quais são as características de atuação das Instituições Espíri­tas argentinas?

JAD - Desde a chegada do conhecimento espírita à Argentina, em 1870, os grupos que aderiram à nova idéia, quase todos compostos por intelectuais, logo se constituíram em Instituições, pois a mais antiga de que temos conhecimento data de 1880. Estas se caracterizaram pela dedicação ao estudo doutrinário, que se tem mantido até o presente, em razão de ser o Espiritismo uma ciência que deve ser aprofundada nesse seu aspecto, não poderia considerar­-se como tal na ausência do estudo correspondente, sem que isto acon­teça em detrimento das demais características doutrinárias. Isto tem permitido a muita gente que se manteve em contato com o Movi­mento Espiritista argentino, erroneamente, deduzir que seus com­ponentes eram estritamente cientí­ficos, desvirtuando o fato de que a divulgação e estudo
do Espiritismo se fazem sobre a base do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita (ESDE).

Perri - Há preconceito contra as Instituições Espíritas ou contra o pensamento espírita?

JAD - Em país onde existe uma religião oficial, todos os de­mais pensamentos religiosos são de alguma forma combatidos, ou pelo menos, dificultados em suas ações. Há muitos anos, as Instituições Es­píritas devem registrar-se no Ca­dastro de Cultos não Católicos, vin­culado ao Ministério de Relações Exteriores e Culto, de onde, de forma velada, se controla os com­ponentes de nossas e de outras Ins­tituições. Desde logo, porém, não se deve desconhecer que é uma lei vigente. Quanto ao preconceito em si, efetivamente existe, e o observa­mos não só nos comentários do vulgo, como também em forma quase expressa em qualquer intervenção de um dirigente espírita em alguma entrevista televisiva para o que, por outro lado, não somos convidados com freqüência.

Perri - Quais são as principais ações programadas. para a CEA?

JAD - O Presidente da CEA, Dr. Felix Renaud, tem solicitado que nos empenhemos na divulgação e no ensino do Espiritismo. Este últi­mo é realizado através do Instituto de Ensino Espírita da CEA e por meio de seminários e conferências públicas, dentro das Instituições Es­píritas ou em lugares não compro­metidos com o Espiritismo, com o objetivo de chamar a atenção sobre o mesmo. Por outro lado, estamos dedicando nossos maiores esforços pela aproximação das Casas Espíri­tas que hoje não estão adesas à CEA e que já estiveram, e outras, com o objetivo de organizarmos um Movi­mento mais próspero e sem perder de vista o objetivo final que é, justa­mente, a unificação.

Perri - Como vê o desenvolvi­mento do Conselho Espírita Inter­nacional?

JAD - Desde os momentos de sua fundação, na qual a Argenti­na tomou parte desde os primei­ros esboços nesse sentido, porque estimamos que era necessária uma Instituição que nos representasse no âmbito mundial, temos acom­panhado o notável desenvolvimen­to que o CEI tem tido e estamos seguros de que alcançará níveis nunca imaginados. As próprias ca­racterísticas das Casas Espíritas, que não têm a possibilidade de se projetar em forma numérica na so­ciedade onde se situam, com ex­ceção feita ao Brasil, necessitavam do respaldo e apoio de uma orga­nização desse teor porquanto sua projeção internacional permite avaliar, em meio a uma sociedade imediatista como a em que vive­mos, a importância de uma idéia tão profunda como é a Doutrina Espírita. Convenhamos que esta­mos em um mundo de matéria e são necessárias determinadas re­presentações para que possamos ser respeitados adequadamente.

Perri - Com base na sua expe­riência no Movimento Espírita, co­mo vê as perspectivas de expansão do Espiritismo?

JAD - Nossa atividade no Movimento Espírita Internacional tem quase cinco décadas, o que nos tem permitido observar, com mui­ta alegria, a expansão realizada pe­lo Espiritismo, no mundo inteiro. Recordamos que no princípio de nossa atividade, os movimentos na­cionais eram relativamente interes­santes, mas faltava a comunicação entre eles, de forma mais fluida, coisa que hoje a tecnologia e a ci­bernética nos favorecem de ma­neira importante e consideramos que a mídia, apesar de suas infor­mações nem sempre ajustadas à verdade, assim como a cinemato­grafia, têm colaborado nesta expan­são, não de forma direta, mas sem­pre com utilidade. Em conseqüência somos profundamente otimis­tas nesse sentido, porque diante das necessidades de toda ordem em que vive o homem de hoje, somen­te o Espiritismo poderá oferecer­-lhe as respostas de que ele neces­sita para encontrar a paz, ao tempo que compreenderá as razões de suas dificuldades atuais.

Perri - Palavras finais ao leitor de REFORMADOR.

JAD - Uma das coisas mais gratas que aprendemos em nossa atividade espírita, além de outras muito importantes que nos ensinaram e nos ajudaram a viver, foi o desenvolvimento do sentimento de fraternidade. Embora seja reco­mendado por quase todas as reli­giões, o Espiritismo nos permite vi­venciar esse legítimo sentimento de amor que se põe manifesto em qualquer de nossas reuniões e ações. Para quem, como no Brasil espírita, tem uma bagagem de ex­periências tão importante, em razão de ser esse país "a pátria do Evan­gelho e o coração do mundo", tem assumido uma responsabilidade muito grande e consideramos que a está cumprindo com generosida­de e respeito, pois tem permitido que outros povos do mundo, como se evidencia no presente, recebam dali multiplicidade de elementos de trabalho, de ensino e de orientações que, não duvidamos, nos tem ser­vido a todos como elementos para o desenvolvimento de nós mes­mos, de forma individual e em ge­ral. Desejamos, aos nobres traba­lhadores espíritas, desde a Federa­ção Espírita Brasileira que nos tem estendido a mão amiga, que conti­nuem se dedicando em favor de to­dos aqueles que estão sedentos de conhecimento e de paz e devemos assinalar que essa Casa tem contri­buído muito generosamente para diminuir e atenuar essas necessida­des, expandindo pelo mundo a mo­numental tarefa do livro e demais publicações que facilitaram nosso desenvolvimento. E para os ami­gos-companheiros de ideal desse enorme território brasileiro, faze­mos chegar nossos votos de muita paz e progresso espiritual.

Entrevista publicada na Revista Reformador nº 2.084 - Novembro 2002 - FEB


Questões e Comentários 

Sobre o chamado “Planeta Chupão”, Luciano Cunha, Brasil


Caro Editor,
 
Sobre a questão: Sobre o chamado "planeta chupão", estive analisando os cometários de Carlos Iglesia e me ocorreram alguns questionamentos.
 
Participo de um grupo de estudo de Desenvolvimento da Mediunidade e um dos assuntos bastantes descutidos nele foi sobre os "Mundos Transitórios" mensionado no livro dos espiritos, mundos esses que serve de abrigo transitório aos espiritos errantes e que, estes mundos, são desprovidos de qualquer vida orgânica.

Cito também as recomendações das palavras de Jesus que sempre alertava sobre o dia de "Separar o Joio do Trigo" e ao esclarecimentos também dos espíritos de que quem não se "adequar" ao nova fase da terra irão reencarnar em outros mundos mais adequados ao seu estado moral.

Considerando as citações acima me parece muito lógico a existencia deste planetas ("Chupão") que serviram de meio de transporte deste espiritos menos esclarecidos a outros mundo, visto que eles estão presos ao campo gravitacional da Terra  e dela não podem , no meu entender, simplesmente desprender-se dela.
 
Paz a todos...
Luciano M. Cunha, Brasil



Olá Luciano,

Na realidade o chamado planeta "chupão", conforme a descrição de Ramatís, é um mundo material bastante primitivo onde as condições de vida se assemelham a da Terra dos tempos pré-históricos. Os espíritos "exilados" para este planeta terão que recapitular as lições que deixaram de aprender aqui na Terra e nessa recapitulação ensinarão aos espíritos "nativos" do planeta os rudimentos de civilização. É como uma classe para repetentes.

Os mundos transitórios descritos na Codificação Espírita são estágios de repouso para os espíritos errantes - entenda-se por errantes os espíritos que estão no mundo espiritual durante o intervalo de suas reencarnações - e pode-se dizer que neles existiriam sociedades espirituais semelhantes as descritas por André Luiz em seus livros. Estes mundos transitórios podem ser planetas não habitados por seres materiais, mundos ainda em sua fase de formação, etc...

A separação do "Joio" e do "Trigo", conforme as informações passadas pelos espíritos desde a época de Kardec, realmente ocorrerá. Ela faz parte da fase de transição pela qual passa a humanidade terrestre. A grande diferença é na maneira como se dará esta transição, enquanto os espíritos da codificação falam em uma transição moral e espiritual, Ramatís fala de grandes transformações físicas na Terra.

A propósito, Ramatís chama o planeta de "astro intruso" ou de "planeta higienizador". Planeta "chupão" foi um apelido jocoso que alguém lhe deu ...

Muita Paz,
Carlos Iglesia  



Oi:)) Carlos,
 
Por favor leia o artigo da FEB publicado em: http://www.omensageiro.com.br/cursos/csde/transitorios.htm

Também ressalto os paragrafos:
"...Diante dessas afirmações e da compreensão de que os espíritos das regiões espirituais em limites com a Terra necessitam voltar novamente ou encarnar pela primeira vez no nosso planeta, as colônias espirituais, descritas por André Luiz, não nos parecem ser os mesmos mundos transitórios anunciados em O Livro dos Espíritos......" e
"....Concluímos, dizendo que os mundos transitórios possivelmente fazem parte dos corpos celestes, espalhados pelo Universo, podendo ser um planeta, um satélite ou algo similar."
 Um bom final de semana
 Luciano M. Cunha



Olá Luciano,

Ok! Vou ler o arquivo indicado e pesquisar sobre o assunto dos mundos transitórios. Eu realmente não os julgava muito diferentes das regiões espirituais da Terra, apenas com a particularidade de estarem situados em planetas sem populações materiais.

Muito Obrigado,
Carlos Iglesia


Sobre Ramatís, Eric Patton, Brasil


Desculpe, mas penso que sua resposta à Sra. Olga sobre "O Planeta Chupão" soa como preconceituoso com as obras de Ramatís. Não favoreço ninguém, não defendo ninguém, mas parece um tanto forte dizer algo como: "Desnecessário dizer que os eventos tem confirmado mais as predições feitas pelos espíritos a Kardec".

Mostra-se como se soubesse o futuro sem dúvidas e negasse qualquer outra alternativa comprovada cientificamente ou não. Não acho bom esse tipo de resposta a quem procura conhecimento. Aliás não considero parcialidade uma qualidade para ninguém que conheça os ensinos do Cristo ou mesmo estudantes de Kardec.

Obrigado.
Eric Patton



Caro Eric,

Li varias das obras de Ramatís e as considero muito boas, naturalmente reconhecendo-as sempre como obras espiritualistas e não espíritas. De nenhum modo considero isso um demérito para o autor, pois ele próprio se classificava assim. Desta maneira nas obras de Ramatís há pontos em que ele diverge da Doutrina Espírita, sendo a questão da forma em que se daria a transição planetária um deles.

Disse que os eventos confirmaram a previsão dos espíritos que supervisionaram a Codificação porque já estamos em 2003, véspera de 2004, e não tivemos nenhum dos grandes cataclismas previstos por Ramatís para a virada do século. Por isso que usei o termo "desnecessário", pois é um fato que já se passou. Realmente não conheço o futuro, mas, pelo menos até agora, estamos mais no rumo predito nas "Obras Póstumas" que no predito em "Mensagens do Astral".

Mesmo este fato - das previsões não terem se cumprido - não julgo que invalide a obra de Ramatís, pois sei das dificuldades que a comunicação mediúnica apresenta.  Apenas vale como lembrete que toda comunicação mediúnica deve ser analisada pelo crivo da razão e pelo controle da concordância universal. As informações que não se encaixem nestes dois critérios devem ser consideradas hipóteses e mesmo rejeitadas temporariamente até que se reunam mais dados.

Mas, enfim, não foi intenção minha ser preconceituoso quanto ao espírito Ramatís, que, como disse, não deixo de admirar. Se o texto parece transmitir outra idéia, foi falha minha na redação da frase.

Muita Paz,
Carlos Iglesia

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Painel

Casa Transitória Promove Encontro e Feira do Livro Espírita

Nos dias 4 e 5 de outubro de 2003, a Casa Transitória Fabiano de Cristo, instituição vinculada à FEESP – Federação Espírita do Estado de São Paulo, estará realizando sua I Felesp - Feira do Livro Espírita, paralelamente ao I Encoesp – Encontro Espírita, que terá como tema central "O Ser e o Tempo. O Espírito e a Eternidade."

A meta, segundo Carlos Kono, idealizador do evento e responsável pela organização, “é enriquecer o aprendizado de todos nos ensinamentos da Doutrina e do Evangelho de Jesus, promovendo o debate e a troca de idéias sobre aquilo que somos em nossa essência, seres imortais caminhando pelo tempo rumo à perfeição que nos for possível.  Analisando a evolução do Homem, notamos que gradativamente ele liberta-se da sua condição animal, controlando plantas e animais e inventando os instrumentos que permitem acelerar a sua evolução, inicia, então, o seu processo de racionalização. E acaba descobrindo-se a si mesmo, começa a impor a sua  individualidade, não mais se submetendo às contingências e às circunstâncias”.

Kono complementa sua idéia lembrando que neste processo de individualização, “a grande mudança do Homem, do Ser, que somos todos nós, está no estabelecimento de relação direta e pessoal com Deus, sendo que neste maravilhoso encontro do divino e do humano, o Ser se iguala a Deus e pode falar com Ele como de igual para igual.  E como todo filho que procura crescer tentando se igualar ao pai, assim também o Ser, inferior no início, tem no seu íntimo o poder de crescer e igualar-se ao Pai. Liberta-se, então,  da fé vazia dos símbolos, dos dogmas e passa a usar a Fé Raciocinada, marcando o início do amadurecimento espiritual do homem”, ou, como diz J. Herculano Pires em O Espírito e o tempo: Tornar-se divino é o próprio destino do Homem. Nesta nova realidade, Deus é a fonte de todas as coisas, é a Inteligência Suprema do qual o Ser nada mais é do que uma centelha. 

O evento

Serão dois dias de palestras doutrinárias, apresentações artísticas e venda de livros e de outros produtos, inclusive produzidos na própria Casa Transitória. Também estará funcionando uma Praça de Alimentação durante todo o evento.

No sábado, dia 4, as atividades terão início às 11h e término às 18h, mas no domingo, dia 5, a abertura acontecerá uma hora mais cedo, às 10h.  A cada dia do I Encoesp serão realizadas três palestras, no pavilhão Emmanuel, a partir das 11h.  A programação definida envolve:

Sábado, dia 4 de outubro

11h – Felicidade do Ser, conquista do Espírito – Avildo Fioravanti
14h – Ser ou não ser: eis a questão – Nancy Puhlmann di Girolamo
16h – Dos druidas a Kardec: a alvorada de um novo milênio – Heloisa Pires


Domingo, dia 5 de outubro

11h – Novos tempos, novos rumos: Ser feliz é uma questão de escolha – Miltes Apparecida S.C. Bonna
14h – O Tempo e nós – Therezinha Oliveira
16h – O Ser no tempo: memória e evolução – Astrid Sayegh

O evento conta com o apoio da FEESP, dos jornais O Semeador e Jornal Espírita, das revistas Além da Vida e Universo Espírita, da Rádio Boa Nova, além dos programas Consciência Espírita (da FEESP) e Momentos de Sabedoria, na RBN.

A entrada e o estacionamento são gratuitos.  Informações na própria Casa Transitória ou e-mail: encoesp@terra.com.br.  A Casa Transitória Fabiano de Cristo está localizada na Avenida Condessa Elizabeth de Robiano, 454, no Belenzinho, em São Paulo-SP.

Fundada em janeiro de 1960, adotou o lema “Amparar a Criança, reajustando-lhe a família”, com o objetivo de prestar serviços de assistência social à comunidade carente, a Casa Transitória Fabiano de Cristo conta com ambulatório médico e odontológico, atende mensalmente cerca de 540 gestantes e mais 65 crianças em creche própria, assim como 50 idosas internas no Lar Batuíra. Além disso, disponibiliza aproximadamente 300 vagas aos interessados nos cursos profissionalizantes regulamentados, em diversas especializações.  Como é uma instituição vinculada à FEESP mantém cursos de Doutrina Espírita para crianças, jovens e adultos.

Na Casa Transitória nada é cobrado.  Por isso, a manutenção vem de doações de empresas e pessoas físicas e da comercialização  de produtos confeccionados lá mesmo, seja na marcenaria, na padaria, na gráfica ou na horta.  Entre os mantenedores da instituição destacam-se, além da própria FEESP, a Fundação Salvador Arena e a Motorola.  Também mantém parceria com outras instituições, como o Rotary  Club e Associações Comerciais.

A Casa Transitória Fabiano de Cristo ganhou o Prêmio Bem Eficiente do site www.filantropia.org, da Kanitez & Associados nos anos de 1998 e 1999.  Este prêmio tem, entre seus objetivos, reconhecer publicamente as entidades que demonstraram trabalho e desempenho nas suas áreas de atuação, dentro de uma estrutura profissional e competente, operando com custos administrativos baixos, com transparência e supervisão externa, de forma a garantir sua perpetuação como entidade beneficente.  

Informações para a Imprensa
Vetor de Comunicação Especializada
Katia Penteado - MTb 11.682
Telefone 11 – 3171-3333
Celular 11 – 9935-1602
Fax 11 – 3253-3344
e-mail: encoesp@terra.com.br
www.casatransitoriasp.org.br

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GRUPO DE ESTUDOS AVANÇADOS ESPÍRITAS

O Boletim GEAE é distribuido por e-mail aos participantes do Grupo de Estudos Avançados Espíritas
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