Boletim GEAE

Grupo de Estudos Avançados Espíritas

http://www.geae.inf.br

Fundado em 15 de outubro de 1992
Boletim Quinzenal de Distribuição Eletrônica

"Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade", Allan Kardec

Ano 11 - Número 449 - 2003            11 de fevereiro de 2003

 
Editorial
A Tarefa de Cada um de Nós

Artigos
Enquanto Vivem na Escuridão, Rubens Santini
Um Estudo Comparativo Sobre a Psicografia, Jader Sampaio

Questões e Comentários
A mediunidade é orgânica, Katia Penteado, Brasil
O Que a Genética e a Astrologia tem em Comum?, Mauro Xavier
“Dúvidas sobre a Astrologia”, Luiz de Almeida
“Dúvidas sobre a Astrologia”, Alexandre Almeida

Painel
Anuário Histórico Espírita, Carlos Iglesia
Contato com espíritas que residem onde não há Grupos Espíritas formados, Carlos Iglesia
Agenda de Divaldo Pereira Franco nos Estados Unidos,  Lista Espiritismo-Brasil

 

Editorial


A Tarefa de Cada um de Nós

    Não tenhamos dúvidas que cada um de nós tem uma tarefa a cumprir no que diz respeito à nossa própria evolução, bem como em relação a ajuda que devemos aqueles que conosco interagem no dia-a-dia de nossas vidas.

    Neste sentido é que entendo que devemos compreender a responsabilidade de cada um no contexta da informação de que somos os trabalhadores da última hora, nos empenhando por construir um mundo melhor, um mundo regenerado.

    É evidente que tenhamos na Doutrina dos Espíritos um ponto de apoio que nos serve de alavanca maior para esse mister, porque entendemos, à luz da razão, que ela é a expressão mais próxima da verdade que nós espíritas buscamos, e daí a nossa adesão a ela.

    Entretanto, não podemos esquecer que na condição de Espíritos imortais e eternos que somos, acumulamos experiências diversas através das nossas várias existências na nossa jornada evolutiva. O fator cultural pesa e muito na formação das nossas concepções quanto a forma de encarar a verdade que todos buscamos.

    Assim, é vital que entendamos este aspecto e possamos ser capazes de empreender a tarefa de disseminar os conhecimentos espiritas pelo mundo, sem no entanto faltarmos com a caridade e a tolerância para com aqueles que pensam diferente de nós.

    A Doutrina dos Espíritos é possuidora, por sua essência e origem superior, de uma pureza que não poderá ser afetada pelo homem encarnado. Assim como o mundo espiritual prevalece e existirá mesmo sem que existisse a necessidade de o mundo material existir, a Doutrina dos Espíritos prevalecerá por que não sendo produto da mente humana ela está em perfeita sintonia com a Verdade. Nós é que devemos lutar por entrar em sintonia com os ensinamentos desta doutrina maravilhosa que nos ensina que é através da tolerância, da caridade e do amor que construiremos um mundo de regeneração.

Os Editores.

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Artigos

Enquanto Vivem na Escuridão, Rubens Santini, Brasil

Orientações Práticas para Atividades de Desobsessão

    Precisamos lembrar que em nossos trabalhos de desobsessão aparecem Espíritos que vivem na escuridão das trevas. A grande maioria é vingativa e obsessora e são, no fundo, Espíritos sofredores, e não sabem disso. Eles precisam ser ouvidos, receber o nosso amor e a nossa atenção.

    A Entidade, apesar de tantos malefícios causados, precisa sentir que é amada e é bem vinda. Nada de lições de moral, de repreensões, de forçá-las a aceitarem os ensinamentos de Jesus. Tudo tem o seu tempo e deve ser espontâneo. A recuperação moral e espiritual não se concretiza com uma conversa de 15 minutos. Primeiro precisamos conquistar a confiança deste Irmão sofredor. É necessário lembrar e realçar as suas qualidades. Mesmo alguém que tenha mil defeitos, com certeza deve ter um lado bom. E é para esse lado é que devemos direcionar a nossa doutrinação. Precisamos despertar novos potenciais no indivíduo.

    Neste presente trabalho, “Enquanto vivem na escuridão” , apresento uma compilação de algumas obras, de alguns autores já consagrados dentro do nosso meio espírita, juntamente com alguma experiência que adquiri nesses dez anos de atividades dentro do Grupo Espírita “Casa do Caminho”.

    Confesso que foi um trabalho difícil: pois cada sessão, cada manifestação, cada doutrinação é sempre uma nova surpresa, um novo aprendizado que esses Irmãos nos trazem.

    Não esperem nenhuma “receita de bolo”! Como já disse, para cada manifestação é uma “tática” diferente que devemos aplicar...

    Mas o principal, e é isto que essas Entidades observam, é a nossa conduta no nosso dia a dia, seja dentro do Centro Espírita, seja na rua, dentro de casa, em nosso ambiente de trabalho. Os ensinamentos de Jesus são para serem aplicados, sem fanatismo, durante as 24 horas de nossos dias!

    Rubens Santini de Oliveira

Indice Geral

    I -    Não estamos sozinhos
    II -   Preparação das atividades no Plano Espiritual

    III -  Como se comportar e manter o ambiente de trabalho

    IV -   Equipe de Desobsessão

    V -    Entidades manifestantes

    VI -   Deixem a Entidade Espiritual falar

    VII -  Indução hipnótica
   
    VIII - Você já morreu!

    IX -   Amor e Ódio: duas faces de uma só realidade

    X -    Número de manifestações simultâneas

    XI -   Sintomas de envolvimento com a Entidade

    XII -  Orai e Vigiai, pois estamos sendo espionados

    XIII - Postura após o encerramento da sessão

    XIV -  O poder da prece

    XV -   O perdão

    ANEXO: Divaldo Franco responde

I - Não Estamos Sozinhos

    Existem muitos médiuns que acham que é só dentro do Centro Espírita que eles exercem a sua mediunidade.

    Grande engano, meus Irmãos! Somos médiuns durante as 24 horas do dia.

    Os Espíritos sofredores são muitos. Somos assediados a todo momento por eles: em casa, no trabalho, na rua,...

    Muitas vezes, com uma simples oração, mentalmente, poderemos aliviar-lhes o coração.

    O médium é um farol no meio de uma noite dentro do oceano. E é por essa luz que, muitas vezes, os sofredores são atraídos.

    Daí a importância do medianeiro estar sempre atento e vigilante. Lembram-se do “orai e vigiai” que tanto Jesus nos ensinou?

    Vocês sabiam que o Plano Maior, em certos casos, autorizam as Entidades que foram doutrinadas nos trabalhos práticos, a acompanharem os médiuns e os doutrinadores, e ficarem com eles por um determinado tempo, para observá-los e verificarem se tudo aquilo que falam dentro do Centro, eles realmente praticam no seu dia a dia?

    Portanto, é muito importante que busquemos, a todo instante, o nosso aprimoramento moral e o nosso estudo constante.

    Aqueles que não desejam educar-se, não estão aptos para servir.

    E a Doutrina Espírita é bem clara nesse aspecto:


“Espíritas, amai-vos, eis o primeiro ensinamento;
Instruí-vos, eis o segundo”

(Allan Kardec – “Evangelho Segundo o Espiritismo”)


II - Preparação das atividades no Plano Espiritual (1)

    “Sabemos muito bem que a maior parte do trabalho, a mais delicada e de maior responsabilidade, é feita no Mundo Espiritual.

    Os Espíritos desarvorados, seja por que razão for, já vêm para a manifestação mediúnica com um certo preparo prévio. Os Benfeitores Espirituais é que se incumbiram de localizá-los e desalojá-los de suas posições, muitas vezes tidas por inexpugnáveis, para trazê-los até nós. Inúmeros recursos são utilizados para isso. Técnicas de magnetização e persuasão, ainda desconhecidas de nós, são aplicadas com enorme competência e sentimento da mais profunda fraternidade. Freqüentemente, os Espíritos atormentados nem sabem por que se acham numa sessão, falando através de um médium. Ignoram como foram trazidos, ou se dizem convidados, julgando que vieram por livre e espontânea vontade. Muitas vezes admitem estar constrangidos, contidos, sob controle, mas não sabem de onde vem a força que os contém.

    Os Benfeitores assistem à sessão, socorrem-nos com seus recursos, nos momentos críticos, fazem pequenas recomendações ou dão indicações sumárias através da intuição ou da mediunidade ostensiva de algum companheiro. De outras vezes, em casos mais difíceis, incorporam-se em outro médium, para ajudar no trabalho de doutrinação ou de passes.

    Encerrada a sessão, cabe-lhes recolher os companheiros aflitos, estejam ou não despertados para a realidade maior. Os Espíritos arrependidos e dispostos à recuperação são levados a centros de reeducação e tratamento, e entregues a outras equipes espirituais, já adestradas para esse tipo de encargo, enquanto a tarefa no grupo mediúnico prossegue.

    Durante a noite, enquanto adormecemos no corpo físico, nossos Espíritos desprendidos, parcialmente libertos, juntam-se aos Benfeitores, para o preparo das futuras tarefas mediúnicas. Descemos, com eles, às profundezas da dor e, muitas vezes, realizamos, com eles, autênticas sessões em pleno Espaço, para o tratamento preliminar de companheiros já selecionados para a experiência mediúnica, ou Irmãos que, já atendidos por nós, necessitam, mais do que nunca, de assistência e amparo, para as readaptações e o aprendizado que os levará à reconstrução de suas vidas, desde o descondicionamento a dolorosas e lamentáveis concepções, até o preparo de uma encarnação.”

    1 Dialogo Com as Sombras - Herminio C. Miranda - Ed. FEB

(Continua no próximo Boletim)

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Um Estudo Comparativo Sobre a Psicografia, Jader Sampaio, Brasil

Parte I

Introdução*

    Quase 140 anos se passaram após a publicação de "O Livro dos Espíritos" e o movimento espírita ainda tem a psicografia como um dos principais canais de comunicação com o mundo espiritual.

    Fenômeno diferente da pneumatografia, ou escrita direta, onde as palavras surgem espontaneamente grafadas em um meio recipiente, papel, lousa, paredes ou outros lugares, a psicografia tem por mediação o psiquismo do médium, o que torna este fenômeno complexo e exige dos interessados na sua compreensão um esforço de análise das características da mesma.

    Três linhas de estudo destacaram-se na literatura espírita. A primeira discute a existência do fenômeno mediúnico e busca na psicografia uma base empírica para assegurar a tese da imortalidade e comunicabilidade das pessoas após a morte. Nela se tenta refutar hipóteses alternativas à mediunidade de maneiras diversas.

    A segunda, decorrente da primeira, tenta entender as diferenças do fenômeno psicográfico entre os médiuns e propor mecanismos diversos que o explicariam, bem como características que o distinguiriam de fenômenos anímicos (como a imaginação ativa, por exemplo), fraudes e outras alternativas cabíveis e existentes.

    A terceira abordagem, de orientação mais biologicista, conjugaria as alterações neurofisiológicas perceptíveis e tentaria compreender o funcionamento cerebral durante o fenômeno da psicografia.

    Nosso objetivo com este artigo é agrupar em um mesmo texto idéias que se acham dispersas pela extensa literatura espírita sobre este tema e discuti-las, preservando suas origens.

A psicografia na obra de Kardec

    Na introdução de "O livro dos espíritos" Kardec apresenta sumariamente a evolução dos fenômenos mediúnicos na prática cotidiana dos grupos espiritualistas da América e da França. Essencialmente, as comunicações se davam por meio de batidas ("raps") que eram produzidas por espíritos em resposta a perguntas feitas pelos participantes, que logo providenciaram letras e passaram a apontá-las a fim de obter algum tipo de comunicação verbal com seus interlocutores. Posteriormente, com o advento do movimento de mesas, foi tentado a adaptação de lápis a mesas leves, depois minúsculas e depois foi sugerido aos participantes que amarrassem um lápis em uma cesta e colocassem os dedos sobre a borda, o que a fez mover-se (assim como as mesas) sob a influência dos médiuns. Temos, finalmente, os experimentos com o lápis na mão do médium que Kardec afirma "escrever por um impulso involuntário e quase febril" (1979, p. 21).

    Em "O livro dos médiuns", Kardec descreveu detidamente diversos aparelhos utilizados como instrumentos psicográficos (capítulo 13) e classificou a estas práticas de "Psicografia Indireta", contrapondo-as à "Psicografia Direta ou Manual".

    Desde então, o codificador está atento às características peculiares deste fenômeno, tais como a mudança de caligrafia, as respostas fora do campo de conhecimento dos médiuns, os pensamentos que revelam uma inteligência superior, as páginas escritas em idiomas desconhecidos pelos intermediários e as respostas a perguntas mentais, dirigidas ao espírito comunicante sem o acesso do médium pelos cinco sentidos.

    Os resultados da psicografia são diferenciados, o que fez com que Kardec observasse as variações deste fenômeno. Quanto ao processo de realização do fenômeno, Kardec distinguiu dois tipos extremos: a mediunidade mecânica e a intuitiva. O psicógrafo mecânico é identificado pelo movimento involuntário da mão e a ausência de consciência do conteúdo da mensagem. A psicografia intuitiva é o seu inverso, isto é, o espírito transmite suas idéias ao médium que as registra voluntariamente. O tipo mais comum, segundo o autor, é um tipo intermediário, onde ao mesmo tempo o médium sente seu braço em movimento e lhe advém os pensamentos que estão sendo grafados. Este tipo é chamado de psicografia semimecânica. A mediunidade intuitiva ainda teria uma variedade que o codificador denominou médiuns inspirados. Aqui a participação dos espíritos é tão sutil que o inspirado tem dificuldade de distinguir o que é pensamento deles e o que é produto da sua própria mente. Nesta variedade encontrar-se-iam muitos artistas e "homens de gênio" que seriam médiuns sem o saber, dada a dificuldade de identificar a participação dos espíritos desencarnados em seu trabalho.

    Sem analisar os mecanismos subjacentes, Kardec ainda apresenta outras tipologias de médiuns psicógrafos focalizadas no resultado de seu trabalho: os polígrafos, que têm sua letra alterada na comunicação, podendo apresentar a caligrafia que o comunicante possuía em vida (situação rara, segundo o codificador); os poliglotas, que possuem a faculdade de escrever em línguas desconhecidas por eles e os iletrados, que escrevem a despeito de serem analfabetos.(KARDEC, 1978. p. 226)

    Ao discutir o papel do médium nas comunicações mediúnicas Kardec debate com um espírito (São Luís? Erasto? Timóteo? Ou será o próprio Kardec?) que lhe assegura o papel de intérprete que o psicógrafo sempre desempenha, seja intuitivo ou mecânico. Com isto ele admite que os médiuns podem "alterar as respostas dos espíritos e assimilá-las às suas próprias idéias e a seus pendores" (1978, p. 261).

Estudos que mostram evidências sobre a existência da comunicação com os mortos

 através da psicografia: Bozzano, Perandréa e Severino


    Bozzano escreveu cerca de 120 páginas, onde analisa casos de xenoglossia, obtidos através do automatismo escrevente, publicado em meados da década de 1930. Diferentemente da metodologia adotada por Severino, o metapsiquista italiano realiza estudos de casos, discutindo individualmente os resultados obtidos e discutindo teses associadas aos casos.

    Basicamente, são discutidas cinco teses alternativas à tese espiritualista, que vão sendo postas de lado com a análise das características da casuística do pesquisador.

    Entre os casos analisados sintetizamos sumariamente alguns:
  • O espírito Imperátor dita a Staiton Moses trechos de livros antigos dos doutores da Igreja. (1910)
  • Nas sessões da casa de Victor Hugo o Sr. Pinson faz perguntas em inglês para o irmão, desaparecido há doze anos que trata de coisas de família. (1854)
  • A Sra. B. psicografa em caracteres hieráticos (conhecidos apenas por alguns especialistas no mundo todo, à época em que o fenômeno ocorreu) coisas que se passam no paquete em que está viajando. (1922)
  • A Srta. Bedette (nome fictício), hipnotizada por Henri Sausse, redige uma mensagem atribuída a um Grão Vigário, em latim de convento antigo, segundo especialistas. (1911)
  • A médium inglesa Estelle Roberts psicografa uma mensagem em holandês vulgar identificada pelos senhores De Jonge, holandeses presentes à reunião, que se convenceram ter originado de um filho/irmão já falecido. Destaca-se o fato de estar escrito com os erros que o holandês comum comete quando fala, ou seja, em linguagem falada. (1931)
  • A Sra. Curran psicografa o poema Telka, de autoria de um espírito que se denomina Patience Worth, em língua anglo-saxônica do século XVII, repleto de dizeres e locuções dialetais da época, contendo cerca de 70.000 palavras e escrito (270 páginas) e escrito em apenas 35 horas. A qualidade do trabalho, juntamente com os aspectos linguísticos impressiona doutores das universidades britânicas que fornecem pareceres favoráveis à autenticidade da língua.
  • Van Reuter e sua mãe dialogam com um padre que os responde em Russo, idioma que absolutamente desconheciam. A grafia das palavras se dá nos caracteres da língua mãe (inglês), imitando a sonoridade do russo. Embora eles conhecessem o inglês, o alemão, o francês, o espanhol, o italiano e um pouco de sueco e latim, obtiveram mensagens em húngaro, norueguês, polonês, holandês, lituano, irlandês, persa, árabe e turco, além do russo já citado. (1926)
        Com base nestes relatos e em outros casos, melhor descritos em sua obra, Bozzano descarta as seguintes hipóteses explicativas:
    a) Criptomnésia: que tenta explicar os fenômenos mediúnicos com a idéia do subconsciente. Para esta hipótese, durante o fenômeno emergiriam conhecimentos adquiridos e depois esquecidos e conhecimentos adquiridos inconscientemente (tese esta bastante estranha aos psicólogos até os dias de hoje, seria necessário demonstrar que isto é possível). Esta explicação é insuficiente para os detalhes do caso da Sra. B. ou da mensagem de Estelle Roberts.

    b) Telemnésia ou clarividência telepática: que tenta explicar os fenômenos através da incursão do médium no subconsciente (!!) dos presentes e dos ausentes (!!!). Esta hipótese também se mostra insuficiente para explicar fenômenos como o poema de Patience Worth e muito menos qualquer situação que exija raciocínio associado ao conhecimento para aplicação em situações que estão se desenrolando no momento (como no caso da Sra. B.).

    c) Telestesia: que toma a forma de leitura à distância de livros fechados e que Bozzano admite existir e estar suficientemente comprovada, mas que não explica os casos onde as frases retiradas de livros foram empregadas para responder a questões propostas no momento. A hipótese, por demais mecânica, será sempre insuficiente para explicar situações onde se haja a manifestação de raciocínio e de uma personalidade distinta da do médium.

    d) Memória ancestral: que entende que os conhecimentos apresentados nos fenômenos são fruto da herança genética do sensitivo. Bozzano entende que esta hipótese não explicaria o fenômeno da Sra. B., que precisaria ter herdado conhecimentos de um improvável ancestral que tivesse morado no oriente a cerca de 5.000 anos, ou de outros casos onde se relata o conhecimento de uma dúzia de línguas diversas, escritas corretamente através de um médium, especialmente de línguas extintas.

    e) Reservatório cósmico das memórias individuais: que é uma hipótese desenvolvida por William James e que não explica os casos onde o conteúdo da mensagem não trata apenas de ocorrências passadas, mas de uma “atividade inteligente desenvolvida na atualidade e em correspondência com situações do momento” (BOZZANO, 1980. p. 204).

    f) Consciência cósmica: que é uma hipótese de Hartmann que afirma estarem os sensitivos em contato direto com Deus, o que faz com que Bozzano argumente não poder comprovar ou descartar através de casos este tipo de proposição explicativa. Ele tece algumas considerações, como achar estranho que a divindade se fizesse passar por espíritos, enganando os homens, ou que se fizesse agente de uma mistificação feita por um homem para com os demais.
    Tendo, pois, nos fenômenos de xenoglossia o seu “corvo branco”, Bozzano se põe francamente favorável à tese espiritualista, que propõe serem certos fenômenos produzidos pelos espíritos dos mortos.

    Em outras obras Ernesto Bozzano retomaria esta questão, mas para o estudo da psicografia, esta se faz suficiente para expressar o tipo de preocupações que o envolve e as conclusões a que chega.

    O Dr Carlos Augusto Perandréa publicou um trabalho onde realizava exames grafotécnicos em uma mensagem psicografada em idioma italiano por Francisco Cândido Xavier. O presente técnico é perito com mais de 25 anos de experiência, advogado, professor de datiloscopia e grafoscopia, entre outras disciplinas, e publicou livros sobre o assunto, não podendo, em hipótese alguma, ser qualificado como um leigo bem intencionado.

    Entre as técnicas disponíveis, o pesquisador preferiu a análise da gênese gráfica, utilizou peças da escrita comum do médium e do espírito comunicante quando encarnado e realizou superposição por transparência para fins de comparação. Considerando a singularidade do fenômeno psicográfico, o autor se serviu de trabalhos que tratam de escrita com "mão guiada", "mão forçada" e "mão auxiliada" realizadas para tirar dúvidas quanto a autoria de testamentos que foram redigidos com auxílio alheio.

    O espírito comunicante se identificou como "Ilda Mascaro Saullo", falecida em Roma, na Itália, em 20 de dezembro de 1977.

    Suas conclusões são claras e intrigantes. Transcrevemo-las abaixo:
        "A mensagem psicografada por Francisco Cândido Xavier, em 22 de julho de 1978, atribuída a Ilda Mascaro Saullo, contém, conforme demonstração fotográfica (figs. 13 a 18), em "número" e em "qualidade", consideráveis e irrefutáveis características de gênese gráfica suficientes para a revelação e identificação de Ilda Mascaro Saullo como autora da mensagem questionada.
        Em menor número, constam, também, elementos de gênese gráfica, que coincidem com os existentes na escrita-padrão de Francisco Cândido Xavier." (PERANDRÉA, 1991. p. 56)

    O Sr. Paulo Rossi Severino (1991), auxiliado por membros da Associação Médico Espírita do Estado de São Paulo, realizou uma pesquisa com quarenta e cinco mensagens de parentes falecidos, recebidas por Franscisco Cândido Xavier.

    Basicamente, ele realizou entrevistas com parentes das pessoas que assinaram as mensagens, onde faz uma identificação mais minuciosa do espírito comunicante, das condições em que a mensagem foi recebida, de possíveis erros encontrados na mesma e das informações que o médium não dispunha, entre outras. Embora não se ache descrito na metodologia do trabalho, ele parece ter obtido as assinaturas dos espíritos, enquanto vivos, para compará-las com as obtidas por Francisco Cândido Xavier.

    Pouco mais da metade dos informantes de Paulo Severino não professam a religião espírita e apenas 20 % dos espíritos comunicantes eram espíritas enquanto encarnados. Em 93,3% dos casos, o médium não conheceu o informante antes do óbito.

    Em 93,3% das mensagens encontram-se relatos de fatos pessoais, sendo que em 71,1% há o relato de mais de três casos por mensagem. Em 55,6% das, mensagens se encontram palavras peculiares e em 60% se encontram frases peculiares do "falecido". O estilo peculiar do comunicante é reconhecido pelos familiares em 57,8% das mensagens e mais de 6 fatos comprovados são descritos na comunicação em 62,2% das mesmas. Não se encontram erros relatados em nenhuma das mensagens pesquisadas. E uma última característica que transcrevemos do trabalho citado se encontra registrada na figura 1:

(Continua no próximo Boletim)

__________________________________
(*) Trabalho apresentado no Grupo de Estudos da Associação Espírita Célia Xavier em Março de 1996.

Fontes Bibliográficas

ANDRÉ LUIZ. Missionários da luz. Rio de Janeiro: FEB, 1980. [Psicografado por Francisco Cândido Xavier]
______ Nos domínios da mediunidade. Rio de Janeiro: FEB, 1979. [Psicografado por Francisco Cândido Xavier]
______ Mecanismos da mediunidade. Rio de Janeiro: FEB, 1977. [Psicografado por Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira]
ARMOND, Edgard. Mediunidade. São Paulo: Aliança, 1982.
BOZZANO, Ernesto. Xenoglossia. Rio de Janeiro: FEB, 1980.
CERVIÑO, Jayme. Além do inconsciente. Rio de Janeiro: FEB, 1979.
ERNY, Alfred. O psiquismo experimental. Rio de Janeiro: FEB, 1982.
KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Rio de Janeiro: FEB, 1978.
_____ O livro dos médiuns. Rio de Janeiro: FEB, 1978.
MACHADO, Ângelo B. M. Neuroanatomia funcional. Rio de Janeiro: Atheneu, 1983.
MIRANDA, Hermínio C. Diversidade dos carismas (vol. 2). Niterói-RJ.: Arte e Cultura, 1991.
MOSES, W. Staiton. Ensinos espiritualistas. Rio de Janeiro: FEB, 1981.
PERANDRÉA, Carlos Augusto. A psicografia à luz da grafoscopia. São Paulo: Editora Jornalística Fé, 1991.
SEVERINO, Paulo Rossi. A vida triunfa. São Paulo: Editora Jornalística Fé, 1992.


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Questões e Comentários 

A Mediunidade é orgânica, Katia Penteado

(Resposta a questão apresentada no boletim 448)

    Gustavo, o que Kardec deseja nos dizer com esta afirmação do Livro dos Médiuns, segundo meu entendimento, é que nossas conquistas mediúnicas. para poderem ser exercidas quando estamos encarnados, exigem adequações no corpo físico, que facilitem a expressão.  Há quem leve essa afirmação de Kardec ao pé da letra e garanta que a mediunidade é atributo do corpo físico.... o que é impossível , pois o corpo é apenas o veículo de expressão do Espírito no Plano Físico.  Espero ter ajudado.
 
    Abraços,
 
    Katia Penteado
    São Paulo-SP

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O Que a Genética e a Astrologia tem em Comum?, Mauro Xavier

(Comentário ao texto apresentado no Boletim 448)

Caros Ademir, caros estudiosos espíritas,

    Em primeiro lugar, permitam-me que eu me apresente. Sou engenheiro eletrônico, tenho 39 anos e minha família é praticamente inteira Católica. Há cinco anos descobri o verdadeiro espiritismo, através da leitura dos livros de Kardec, Chico Xavier e outros, e deixei de ser um Católico por conveniência para ser um Espírita convicto, doutrina que abraço até hoje.

    Há pouco mais de um ano, comecei (por "acaso") a fazer um curso de numerologia e me formei numerólogo profissional há poucos meses. Por isso me chamou a atenção o e-mail escrito pela Evelyn sobre Astrologia (GEAE 448) que, como todos devem saber, é uma ciência esotérica que tem o mesmo valor e a mesma seriedade da Numerologia, assim como também me chamou a atenção algumas observações feitas pelo Ademir.

    Portanto, apesar de esse ser um fórum de estudos espíritas, e não esotéricos, permitam-me tecer alguns comentários sobre afirmações feitas à Astrologia que me parecem um pouco equivocados, deixando os leitores com impressões a meu ver errôneas, podendo levá-los a desenvolver preconceitos com relação à essas ciências.

    Em primeiro lugar, de forma alguma a Astrologia (nem a Numerologia) são contrárias à questão do livre-arbítrio. Uma impressão errada que popularmente se tem, principalmente sobre a Astrologia, é que ela é capaz de prever o futuro com precisão quase matemática, tornando o ser humano um simples ser que, não importa o que faça, está sujeito ao fatalismo, e sem a atuação do livre-arbítrio não há evolução. Digo isso com conhecimento de causa, pois eu mesmo imaginava isto antes de estudar Numerologia.

    O principal objetivo dessas ciências é promover o auto-conhecimento. A partir da posição das estrelas no dia e na hora do nascimento, ou do nome e da data de nascimento do indivíduo, essas duas ciências conseguem descrever com grande precisão a personalidade do indivíduo, seus pontos fortes, suas facilidades, seus riscos, suas dificuldades, etc. De posse desses dados, o Astrólogo (ou Numerólogo) tira um raio-X da pessoa e o revela, com o intuito de esclarecer e auxiliar, para que a pessoa use seu livre-arbítrio de uma forma positiva, cooperando com uma vida melhor e também com sua evolução.

    Existem serviços de previsões em ambas as ciências. Porém, as previsões individuais indicam, a cada período, quais tipos de energia estarão mais apurados, orientando-se assim a pessoa a trabalhar aquela energia com mais intensidade durante esse período. Por exemplo, podemos prever que uma pessoa estará com a energia da força, da liderança e da iniciativa mais ativas durante os próximos 3 meses (coincidentemente é o meu caso, segundo meu mapa numerológico). Portanto, para esse período, a orientação é que a pessoa exerça a liderança, tenha iniciativas, comece a fazer algo (estudar, abrir um negócio, etc.), pois a energia estará favorável à isso. Mas isso é uma orientação, não um fatalismo, uma determinação. É como se você tentasse fazer uma viagem a um lugar desconhecido com um mapa na mão. O mapa não vai levá-lo ao destino, a menos que você o siga e se esforce para chegar lá!

    Da mesma forma, os astros não levam ninguém a lugar nenhum, simplemente indicam qual o melhor caminho para a evolução. Isso é auto-conhecimento!

    Portanto, não vejo grandes divergências entre o Espiritismo e essas ciências esotéricas, pois ambas advêm de estudos, pesquisas e de exames de um número de casos que ultrapassam de longe os limites da coincidência ou do acaso. Tanto que eu me sinto totalmente à vontade para me declarar Espírita e Numerólogo, e assim que eu tiver um pouco mais de tempo vou estudar Astrologia, pois sinceramente não vejo nenhum ponto de conflito entre espiritismo, astrologia e numerologia.

Um abraço fraternal. Muita paz,

Mauro Xavier

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“Dúvidas sobre a Astrologia”, Luiz de Almeida

(Resposta a pergunta apresentada no Boletim 448)

Estimados amigos Ademir e Evelyn,

    Relativamente 'a questão colocada "Dúvidas sobre Astrologia, Evelyn", como espirita e astrofísico, gostaria, caso oportuno, tecer umas considerações 'a respeito:

    A astrologia é na sua origem um sistema de pensamento e de crenças usado para explicar acontecimentos comuns e comportamentos humanos. Tem o mesmo papel que os deuses ou as forças sobrenaturais na ordenação do mundo e do Universo. O dicionário Aurélio inclui uma acepção geral e descreve-a como "conjunto de mitos de um povo, de uma civilização, de uma religião" e uma acepção mais estrita que a define como "História fabulosa dos deuses, semideuses e heróis da Antiguidade greco-romana", transmitindo-nos de forma simples e clara o que nós, astrofísicos, sabemos, muito bem, 'a respeito dessa crendice e superstição, sem qualquer base cientifica, baseada exclusivamente e repito, exclusivamente em figuras imaginadas e mitológicas que envolvem o nome de alguns, e só de alguns, dos objectos celestes que os astrólogos escolhem a seu bel-prazer, sem qualquer critério ou fundamento. No fundo, essa crendice, tem por base as figuras imaginadas que dão nome aos astros e nada mais. Nada tendo a haver com os próprios astros; sua massa, tamanho, distancia, intensidade magnética ou electromagnética, movimento, gravidade etc... Além do mais, essa crendice, viola todas as leis da Astrofísica que conheço.

    O Mestre de Lion, Allan Kardec, explica, acerca de 150 anos, a astrologia como: (1) «A crença na influência das constelações, sobretudo das que constituem os doze signos do zodíaco, proveio da ideia ligada aos nomes que elas trazem. Se à que se chama leão fosse dada o nome de asno ou de ovelha, certamente lhe teriam atribuído outra influência.» e continua o sábio francês; (2)«(...) A Astrologia se apoiava na posição e no movimento dos astros, que ela estudara; mas, na ignorância das verdadeiras leis que regem o mecanismo do Universo, os astros eram, para o vulgo, seres misteriosos, aos quais a superstição atribuía uma influência moral e um sentido revelador. Quando Galileu, Newton e Kepler tornaram conhecidas essas leis, quando o telescópio rasgou o véu e mergulhou nas profundezas do espaço um olhar que algumas criaturas acharam indiscreto, os planetas apareceram como simples mundos semelhantes ao nosso e todo o castelo do maravilhoso desmoronou», mas, o professor Allan Kardec ainda vai mais longe; (3) «(...)Conforme o mês do nascimento de um indivíduo dizia-se que ele nascera sob tal ou tal signo; daí os prognósticos da Astrologia. Mas, em virtude da precessão dos equinócios, acontece que os meses já não correspondem às mesmas constelações. Um que nasça no mês de Julho já não está no signo do Leão, porém no do Câncer. Cai assim a ideia supersticiosa da influência dos signos.» e concluímos com o professor Hippolyte Rivail (4) «Não é preciso perguntar ao Espiritismo o que ele pode dar, e nem nele procurar além do seu objectivo providencial. Antes dos progressos sérios da Astronomia, acreditava-se na Astrologia. Seria razoável pretender que a Astronomia de nada serve porque não se pode mais encontrar na influência dos astros o prognóstico do futuro? Da mesma forma que a Astronomia destronou os astrólogos, o Espiritismo destronou os adivinhos, os feiticeiros e os ledores de sorte. Ele é para a magia o que a Astronomia é para a Astrologia, a Química para a Alquimia.»

    Para quem quiser entender racionalmente e mais detalhadamente, a razão cientifica, porque a astrologia é considerada por nós, astrofísicos, astrónomos e cosmólogos,  uma das maiores fraudes e a mais pura exploração emocional da humanidade,  poderá estudar, o nosso artigo no mês de Março publicado na “Revista Espirita Internacional de Espiritismo” de Matão, SP, com o titulo: «As Previsões astrológicas para o ano de 2003 e seguintes... por um astrofísico»

 Muita Paz a todos e bom estudo....

 Luís de Almeida

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“Dúvidas sobre a Astrologia”, Alexandre Almeida

Caros amigos do GEAE:

            Sobre a carta da Evelyn, publicada no Boletim GEAE n.º 448, de 28 de janeiro de 2003, me proponho a complementar o estudo em questão citando pontos da doutrina espírita que falam sobre a astrologia.

            Primeiramente, nas obras básicas.Vejamos "A  Gênese", de Kardec, onde o Codificador nos esclarece, no Capítulo V - Sistemas do Mundo, item 12, que as constelações, por exemplo, resultam do desenho que o agrupamento de estrelas forma no céu, como Leão, Virgem, etc.; mas se fosse possível  nos  aproximarmos delas, veríamos  que "a sua forma se desmancharia e novos grupos se nos desenhariam à  vista." E Kardec acrescenta:

            "...A crença na influência das constelações, sobretudo das que constituem os doze signos do zodíaco, proveio da idéia ligada aos nomes que elas trazem. Se à que se chama leão fosse dada o nome de asno ou de ovelha, certamente lhe teriam atribuído outra influência."

            Dessa  forma, em relação aos signos (relacionar a personalidade ao suposto temperamento do animal do zoodíaco), não haveria influência; porém, a posição dos astros, influenciaria, conforme vemos, no mesmo livro "A Gênese", na mensagem do espírito Arago, Capítulo XVIII - "Sinais dos Tempos", onde o Espírito comenta sobre a influência da posição dos astros:

            "Num mesmo sistema planetário, todos os corpos que o constituem  reagem uns sobre os outros; todas as influências físicas são nele solidárias e nem um só há, dos efeitos que designais pelo nome de grandes perturbações, que não seja conseqüência da componente das influências de todo o sistema...

            ...A   matéria orgânica não poderia escapar a essas influências; as perturbações que ela sofre podem, pois, alterar o estado físico dos seres vivos e determinar algumas dessas enfermidades que atacam de modo geral as plantas, os animais e os homens, enfermidades que, como todos os flagelos, são, para a        inteligência humana, um estimulante que a impele, por forca da necessidade, a procurar meios de os combater e a descobrir leis da Natureza.

            ...Mas a matéria orgânica, a seu turno, reage sobre o Espírito. Este, pelo seu contacto e sua ligação íntima com os elementos materiais, também sofre influências que lhe modificam as disposições, sem, no entanto, privá-lo do livre-arbítrio, que lhe sobreexcitam ou atenuam a atividade e que, pois, contribuem para o  seu desenvolvimento. A efervescência que por vezes se manifesta em toda uma população, entre os homens de uma mesma raça, não é coisa fortuita, nem resultado  de um capricho; tem sua causa nas leis da Natureza..."

            Seguindo o espírito André Luiz, no livro "Conduta Espírita" (psicografia de Waldo Vieira, 21ª edição), capítulo entitulado "PERANTE AS REVELAÇÕES DO PASSADO E DO FUTURO":
            (...)
                "Jamais impressionar-se com prognósticos astrológicos desfavoráveis, na certeza de que, se as influências inclinam, a nossa vontade é força determinante."
            (...)
            E o espírito Emmanuel, no livro "O Consolador", questão n.º 140, responde:

            "Os astros influenciam igualmente na vida do homem?

            As antigas assertivas astrológicas têm sua razão de ser. O campo magnético e as conjunções dos planetas influenciam no complexo celular do homem físico,  em sua formação orgânica e em seu nascimento na Terra; porém, a existência planetária é sinônimo de luta. Se as influências astrais não favorecem a determinadas     criaturas, urge que estas lutem contra os elementos perturbadores, porque, acima de todas as verdades astrológicas, temos o Evangelho, e o Evangelho nos ensina  que cada qual receberá por suas obras, achando-se cada homem sob as influências que merece."

            Espero ter colaborado um pouco.

            Grato,
            Alexandre Almeida de Oliveira

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Painel

Anuário Histórico Espírita, Carlos Iglesia

    No final do ano passado foi lançado o primeiro trabalho desenvolvido pela "Liga de Historiadores e Pesquisadores Espíritas". Trata-se do livro "Anuário Histórico Espírita 2003", coordenado por Eduardor Carvalho Monteiro, publicado pela editora Masdras em conjunto com a USE.

    O livro traz trabalhos de pesquisa sobre a história do Espiritismo, escritos dentro dos padrões exigidos pela ciência histórica em conjunto com as finalidades construtivas de toda obra legitimamente espírita.

    Já de início encontramos uma entrevista com o historiador Humberto Lucena, de autoria de Thaumaturgo José Luz, que nos traz informações sobre as impressões deste historiador a respeito de fatos e personalidades que marcaram o Movimento Espírita.

    Seguem-se os artigos  "História do Espiritismo no Amazonas", de Samuel Magalhães; "Preservar a Memória do Movimento Espírita: Por que e Como", de Miriam Hermeto de Sá Motta; "Marquês de Maricá, Médium e Precursor do Espiritismo no Brasil", de Washington Luiz Nogueira Fernandes; "Imprensa Espírita no Ceará", de Marcus D. Monteiro; "Fora da Caridade não há Salvação: Origem histórica e discussão crítica da bandeira da Doutrina Espírita", de Jorge Damas Martins; "Edynardo Weyne, o Semeador de Esperanças", de Ary Bezerra Leite; "A Atualidade de um Pensamento na Práxis do Centro Espírita", de Wilson Garcia; "Literatura Espírita: uma Breve Reflexão", de Geraldo Campetti Sobrinho; "Editoração Espírita no Brasil: Alguns subsídios", de Geraldo Campetti Sobrinho; "Espiritismo e Parapsicologia: Fronteiras e Limites", de Jáder dos Reis Sampaio; "Principais Congressos Espíritas Internacionais", de Florentino Barrera; "Uma Missão de Amor: Sociedade Pró-Livro Espírita em Braile", de Amber Capriles; "História do Espiritismo em Mato Grosso", de Jorge Ressen; "Origem do Termo 'Centro Espírita'", de Eduardo Carvalho Monteiro; "Mais que um Século", de Milton Piedade Bonfante;  "História Ilustrada do Espiritismo", de Sinezio Augusto Griman; "Presença do Espiritismo no Universo Filatélico", a primeira parte é de Washington Luiz Nogueira Fernandes e a segunda parte de Carlos Alberto Ferreira.

    Grande destaque merece o incentivo dado na obra ao trabalho de pesquisa e de preservação da memória do Movimento Espírita. Desde o prefácio do Eduardo, explicando o porquê do anuário, até os artigos dedicados aos aspectos técnicos do trabalho de pesquisa.

    Este Anuário, que deverá ser o primeiro de uma série anual, apresenta benefícios inquestionaveis, pois como diz o prefácio "e para compreender o Espiritismo e sua importância no tempo e no espaço, torna-se necessário resgatar sua memória e inseri-la no meio em que ela nasceu (França) e nos lugares onde floresceu (...) Uma coletividade que não mantém vivas as suas raízes tende a conspurcar-se de doutrinas estranhas e despersonalizar-se no avançar dos anos (...)".

    É um livro de leitura obrigatória para historiadores e recomendado para todos que tenham interesse em compreender melhor o desenvolvimento da Doutrina Espírita e do Movimento Espírita.

    Muita Paz,
    Carlos Iglesia

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Contato com espíritas que residem onde não há Grupos Espíritas formados, Carlos Iglesia

Caros Amigos,

    A Coordenadoria Europa do Conselho Espírita Internacional  mantém uma base com informações sobre grupos espíritas nos diversos países da Europa, que pode ser consultada através do seu site Internet - www.isc-europe.org

    Além desta informação, o Conselho procura fomentar a criação e o desenvolvimento de grupos e federações espíritas pelo mundo todo, contribuindo, assim, com a ampla divulgação da Doutrina Espírita.

    Recentemente, em troca de e-mails com a Elsa Rossi, responsável pelo Departamento para Integracao aos Paises de Europa - que faz parte do organograma da Coordenadoria Europa do CEI, ela nos apresentou o interesse de estabelecer contato com espíritas de localidades onde ainda não há grupos organizados. Daí a publicação deste pequeno texto, gostariamos de levantar junto aos amigos do GEAE quais os que estão nesta condição.

    Assim, os leitores que estiverem em localidades onde não há grupos espíritas - ou desconhecem a existência de grupos espíritas na localidade - nos enviem um pequeno e-mail com a informação da cidade/país onde vivem e estaremos repassando a relação para a Elsa.

    Muita Paz,
    Carlos Iglesia

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Agenda de Divaldo Pereira Franco nos Estados Unidos,  Lista Espiritismo-Brasil

(Coordenação da Lista Espiritismo-Brasil)

Neste início de fevereiro, o médium e orador espírita Divaldo Franco inicia sua temporada de seminários e conferências no exterior com algumas palestras em solo Norte-Americano, dirigindo-se a Porto Rico no final do mês. Confira as datas e localidades:
  

ESTADOS UNIDOS

 9 a 12/02 - Los Angeles

13 e 14/02 - San Francisco

15 e 16/02 - Boston

17 a 19/02 - New York e New Jersey

20/02 - Washington D.C.

21/02 - Atlanta

22 a 26/02 -  Miami e Pompano
 

PORTO RICO

27/02 a 2/03 - Cong. da Escuela de Consejo Moal de Puerto Rico
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GRUPO DE ESTUDOS AVANÇADOS ESPÍRITAS

Informações Gerais - http://www.geae.inf.br/pt/faq
Conselho Editorial - editor@geae.inf.br
Coleção dos Boletins em Português - http://www.geae.inf.br/pt/boletins
Coleção do "The Spiritist Messenger" - http://www.geae.inf.br/en/boletins
Coleção do "Mensajero Espírita" - http://www.geae.inf.br/el/boletins