Grupo de Estudos Avançados Espíritas

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Fundado em 15 de outubro de 1992
Boletim Quinzenal de Distribuição Eletrônica

"Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade", Allan Kardec


Ano 10 - Número 442 - 2002            13 de agosto de 2002

Conteúdo
Textos Comentários Perguntas Painel

Textos
Uma entrevista com Léon Denis, Débora Vitorino, Brasil

    Léon Denis (1846-1927), um dos maiores e melhores escritores espíritas que já existiram, atualmente, é conhecido por poucos no movimento espírita. No entanto, não era assim há pouco mais de cem anos atrás. Seus livros eram lidos por muitos e responsáveis por inúmeras conversões ao Espiritismo em várias partes do mundo, inclusive no Brasil. Como escritor e orador espírita, ele abriu mão de sua paz e tranqüilidade para divulgar e defender a Doutrina Espírita.

    Participou de seis congressos internacionais: três espiritualistas e três espíritas. Ficou conhecido como “Apóstolo do Espiritismo”. E colaborou, até o ano de sua morte, com artigos na Revista Espírita e em outros periódicos espiritualistas. Algumas vezes, escrevia sobre o tema de certa obra em seus artigos, antes que ela fosse elaborada e viesse a público. Noutras, o tema do livro era abordado em suas palestras.

    É supreendente saber que apesar de todas as dificuldades de sua vida, Denis adquiriu, à custa de muito esforço, uma vasta cultura que causava admiração a quantos o conheciam. Era também, dono de uma prodigiosa memória, que lhe permitia, mesmo quando mais velho e cego, descrever suas lembranças nos mínimos detalhes.

     Léon Denis é autor de vasta e notável obra que vale a pena ser conhecida, pois representa o fruto de incansáveis estudos e traz informações e alertas, importantes para o movimento espírita: fatos e pesquisas ocorridos à época da elaboração de cada livro ou artigo.

     Por isso, e também devido ao estudo de sua biografia, nasceu nosso interesse em conhecer algumas de suas obras, as menos divulgadas e que, somente há pouco tempo, voltaram a ser traduzidas e publicadas pelo Centro Espírita Léon Denis – CELD (RJ), como uma forma de homenagem ao seu patrono.

     Outra razão que suscitou a curiosidade sobre essas obras, foi um estudo a respeito de O Porquê da Vida, livro publicado no Brasil desde o início do século XX. As edições brasileiras trazem, junto com a obra original, textos de autoria de Denis e de outros escritores. Isso dificulta saber o que faz parte de alguma obra sua ou o que era um texto ou artigo independente e, até mesmo, quando foi escrito.

     Como forma de tornar mais agradável a abordagem do resultado desse garimpo, bem como a apresentação das obras, simularemos uma entrevista com o próprio Denis sobre suas obras: O Progresso, O Porquê da Vida, O Espiritismo e as Contradições do Clero Católico. E, ao final, comentaremos algo a respeito de Síntese Doutrinária e Prática de Espiritismo.


     1) Quando se tornou espírita, Sr. Denis?
      “Quando tinha 18 anos. Eu sempre gostei de namorar vitrines de livrarias e, nessa época, deparei-me com O Livro dos Espíritos, cujo título achei muito curioso e perturbador. Comprei-o e nele encontrei as respostas que buscava.”

     2) Quando se deu sua estréia como escritor e conferencista espírita?
      “O primeiro livro, O Progresso, foi publicado em 1880 e a primeira conferência espírita foi realizada em 1882. Até então, as conferências que fiz eram relacionadas à minha participação na Loja Maçônica dos Demófilos e na Liga do Ensino.”

     3) Então, O Progresso foi escrito antes da carreira como orador espírita? Como escolheu o tema?
      “Na verdade, não era planejada a sua publicação, que só ocorreu por insistência do público. As conferências nas duas instituições que citei sempre versavam sobre temas variados que suscitavam discussões e que, mais tarde, seriam aprofundados nas conferências espíritas, livros e artigos. Esse é também um tema que se relaciona à busca do homem por respostas para suas maiores indagações e dúvidas.”

     4) Fale-nos um pouco sobre O Progresso.
      “No livro, atenho-me ao progresso das idéias e instituições, pois o progresso material pode ser observado por todos. Tento mostrar que o progresso é uma lei natural, que o homem pode obstar, através de suas escolhas, mas que não pode deter. E também, que cabe a ele consultar sua consciência para saber como nortear seus atos, no sentido de progredir e colaborar na construção de um mundo melhor.”

     Essa obra de Léon Denis foi editada pelo Centro Espírita Léon Denis, em 1995. Não é extensa, por se tratar de um discurso pronunciado por ocasião da inauguração de Círculos da Liga do Ensino em algumas cidades francesas. Sua publicação só foi possível porque Denis tinha o hábito de escrever seus discursos; costume que os Instrutores Espirituais haviam sugerido que adotasse.

     É de fácil leitura e compreensão podendo ser indicado, especialmente, a principiantes da Doutrina Espírita. Para os veteranos, representa uma boa oportunidade de tomar contato com o pensamento desse grande escritor espírita.

     5) E quanto a O Porquê da VidaSolução Racional do Problema da Existência? Quando foi editado e qual o tema central?
      “Ele foi publicado em 1885. O tema central é a busca de respostas para dúvidas como: quem somos, de onde viemos, para onde vamos, qual o objetivo da vida. Nesse livro, parto do pressuposto de que todo homem empreende tal busca. E, justamente, porque estamos numa época em que, por instinto, quer-se progredir, sem se saber para onde ir, é extremamente necessário que o homem encontre tais respostas. A fim de se conduzir na vida sem medos, incertezas e indecisões, marchando confiante em direção a um futuro melhor que cabe a ele construir e pelo qual é responsável.”

     Esse livro1 é escrito em linguagem simples e acessível, sendo também aconselhável aos neófitos da Doutrina. Seu objetivo é minorar a dor dos sofredores, aos quais o livro é dedicado. De forma leve e agradável, Denis procura demonstrar, ao longo de sua argumentação, que o Espiritismo é a maior força contra o materialismo, pois está fundamentado em fatos, submetidos a certas leis, até então desconhecidas. Desse modo, ele vai apresentando o leitor à Doutrina Espírita: princípios, racionalidade, consolo, etc.

     6) Como surgiu Giovanna 2?
      “Essa é uma novela espírita baseada nas viagens que fiz a serviço da casa comercial em que trabalhava. Ela se passa na Itália e conta a história de dois jovens que descobrem ter muitas idéias e dúvidas em comum, relacionadas à imortalidade, reencarnação, justiça, progresso, etc.”

     Essa novela foi publicada, provavelmente, em 1880. A princípio surgiu sob a forma de folhetim num periódico chamado Paz Universal e, mais tarde, saiu na Revista Espírita, sob pseudônimo. À época de sua publicação já havia escritores especializados nesse tipo de literatura espírita que obtinham grande sucesso.

     7) Por que foi escrito O Espiritismo e o Clero Católico 3? E do que ele trata?
      “Ele veio a lume devido aos ataques do clero à Doutrina Espírita, através de artigos em periódicos católicos. Em geral, tais artigos apresentavam as práticas e princípios espíritas como sendo obra do demônio, associavam a reencarnação à metempsicose e diziam que os espíritas tinham o diabo no corpo. Por se tratar de uma história antiga e repetitiva, em contraponto a essas acusações, apresento opiniões de clérigos católicos de renome, antigos e atuais, que crêem na possibilidade da comunicação com os Espíritos e na reencarnação, além de fatos ocorridos na história da própria Igreja que atestam a veracidade dessas idéias.”

     Essa brochura representou uma resposta de Denis aos ataques que parecem ter recomeçado em abril de 1917, em periódicos mensais católicos da França (L’Ideal, Libre Parole, Revue des Jeunes). Conforme se pode observar através das notas de rodapé, o livro parece ser uma síntese de vários artigos escritos na Revista Espírita, desde junho de 1917.

     Não foi possível determinar, com precisão, a data de sua elaboração nem de sua publicação, que podem ter ocorrido ainda durante a I Guerra Mundial. A edição de 1919, publicada pela FEB, apresenta 1918 como data da elaboração: “Nesta hora (1918) em que a tormenta se abate com violencia sobre o nosso paiz...” 4.

     Na edição de 1995, pelo CELD, que mantém o título e a divisão originais da obra, acredita-se que a publicação se deu em 1923 e a elaboração, em 1921. Isso talvez seja devido ao fato de que tanto na edição do CELD quanto numa edição francesa de 1923 não aparece a data 1918.

     Por isso, não podemos concordar com a afirmativa da equipe do CELD em relação às datas de publicação e de elaboração do livro, visto que já havia uma tradução para o português em 1919. Nem mesmo Gaston Luce, biógrafo de Denis cita uma data específica. Portanto, seria necessário ter acesso à primeira edição, se ainda existir, para podermos afirmar qual data seria correta.

     Nosso primeiro contato com a Síntese Doutrinária e Prática de Espiritismo 5 foi através de um exemplar publicado na Argentina, em 1940. Mais tarde, encontramos uma edição publicada pelo Instituto Maria.

     O livro é dedicado às crianças e adultos ainda não iniciados em Espiritismo. Por isso, o autor parte do raciocínio concreto para o abstrato, isto é, do homem para Deus. Sua forma é dialogada, a fim de facilitar a compreensão por parte daqueles que desconhecem a Doutrina.

     Embora seus biógrafos, Baumard e Luce, não mencionem a “Síntese...” no rol de suas obras; uma publicação francesa de “O Espiritismo e o Clero Católico”, de 1923, cita-a numa lista de livros de autoria de Denis.

     Esperamos que essas páginas, de alguma forma, sirvam para incentivar os espíritas a estudarem e discutirem os vários livros e artigos de Léon Denis; principalmente, porque essa atitude representa uma boa maneira de saber mais a respeito dos pioneiros da Doutrina Espírita. Oxalá, ela se estenda aos demais grandes escritores espíritas, estrangeiros e brasileiros, como um modo de prestar-lhes homenagem pelo seu legado ao movimento espírita: Delanne, Flammarion, Cairbar Schutel, Deolindo Amorim, Carlos Imbassahy, Leopoldo Machado e inúmeros outros, inclusive os nossos contemporâneos.

    1. A comparação entre duas edições de O Porquê da Vida, uma de 1928 e outra de 1989, mostra-nos que à obra original foram juntados textos do próprio Denis e de outros autores. Embora fosse explicado, no prefácio do tradutor, que Giovanna, Correspondência de Laváter e Catecismo Espírita – este só aparece na edição de 1928 - foram adicionados com o consentimento de Denis, nada se diz sobre a inclusão de A Reencarnação e a Igreja Católica e do Método de Investigações Espíritas, de Stainton Moses – que também só figura na edição de 1928 – nem sobre os motivos dessa ação.
     Sendo assim, o original de O Porquê da Vida é composto somente pela primeira parte das atuais edições brasileiras, aquela que não possui título e é dividida em itens.

    2. No Brasil, Giovanna aparece inserida na edição de O Porquê da Vida.

    3. A segunda parte dessa obra encontra-se inserida na edição brasileira de O Porquê da Vida. No Brasil, ela também foi publicada com o título O Espiritismo e as Contradições do Clero Católico.

    4. Página 11, da edição de 1919, FEB.

    5. Grande confusão existiu com relação a uma obra chamada Catecismo Espírita, que se atribuiu a Denis. Porque na introdução de Síntese Doutrinária e Prática de Espiritismo, o autor usa a palavra “catecismo” algumas vezes.
     Ambas foram escritas sob a forma de diálogo. Entretanto, num artigo do Reformador, o prof. José Jorge esclarece que Catecismo Espírita baseia-se em O Livro dos Espíritos e apresenta mais uma centena de perguntas e  respostas relativas à Doutrina Espírita.
     No mesmo artigo, ele cita uma notícia da coluna Bibliografia, da mesma revista, datada de julho de 1896, em que o articulista se refere a uma obra lançada em Buenos Aires, intitulada Catecismo Espírita, Filosófico y Moral de autoria de José Casanovas Moure. A estrutura de ambos os “catecismos” parece ser a mesma.

Bibliografia:

DENIS, Léon. O Espiritismo e as Contradições do Clero Catholico. Rio de Janeiro: Livraria da Federação Espírita Brazileira,1919.

___________. O Espiritismo e o Clero Católico. Rio de Janeiro: Edições CELD,1995.

___________. O Porquê da Vida. Rio de Janeiro: FEB,1928.5ª edição.

___________. O Porquê da Vida. Rio de Janeiro: FEB,1989.15ª edição.

___________. O Progresso. Rio de Janeiro: CELD,1996.1ª edição.

___________. Síntesis Doctrinal y Practica de Espiritualismo - Bajo la forma de dialogo y de catecismo. Buenos Aires: 1940.

___________. Síntese Doutrinária e Prática do Espiritismo. Juiz de Fora: Instituto Maria,1993.5ª edição.

JORGE, José. O Catecismo Espírita, dito de Denis. In: Reformador. Matão: O Clarim,fev/91.p.55-6.

LUCE, Gaston. Léon Denis, o Apóstolo do Espiritismo - Sua vida, sua obra. Rio de Janeiro: CELD,1989.

 



As Quatro Nobres Verdades, Carlos Iglesia, Brasil

(Série de artigos iniciada no Boletim 428)

V - Prática

RITOS

- Budismo
"O ritual - que consiste em molhar o ombro esquerdo, o direito e depois as costas da imagem - simboliza a purificação da mente" (Uma breve explicação do ritual de despejar agua em uma imagem de Buda menino. Este ritual fez parte de uma celebração budista que teve lugar no parque Ibirapuera, comemorando o nascimento, a iluminação e a morte de Buda. "Celebração faz o Ibirapuera virar templo budista",  Mauro Mug, Jornal O Estado de São Paulo, 27 de maio de 2002)
"Pense em todos os milhões de homens e mulheres que inclinaram suas cabeças em oração  enquanto acendiam velas. Será que alguém acredita que Buda, ou qualquer outra imagem do absoluto, precisa de uma vela para enxergar ou se aquecer ? Acender uma vela é um ato simbólico, uma forma ritualizada de oferecer luz a escuridão. A vela simboliza a luz interna e a sabedoria luminosa que nos guia através da escuridão da ignorância e da confusão. A chama brilhante da vela é um lembrete externo da luminosidade interna e da clareza - a chama viva espiritual que brilha no templo do coração e da alma". O Despertar do Buda Interior, cap. "Hoje, agora mesmo", Lama Surya Das, trad. Anna Lobo, ed. Rocco.
    No Budismo, os rituais tem um papel importante de auxiliares nas práticas de meditação e de formas simbólicas de expressão dos seus ensinamentos.

    O papel do simbolismo pode ser avaliado em sua correta dimensão quando se considera que a Doutrina foi ensinada oralmente por Buda e só posteriormente transcrita. Mesmo após seu registro na forma escrita, a forma mais valorizada da passagem do Dharma foi, e continua sendo, a transmissão viva de um mestre para seus discipulos. Assim, simbolos e rituais correspondem a uma forma muito eficaz de fixar idéias e memorizar ensinamentos complexos.

    Também o contato do Budismo com outros povos, e sua grande tolerância religiosa, o levou a absorver práticas de diversas origens e transformá-las conforme sua mensagem. Assim, por exemplo, encontramos no Budismo Tibetano rituais que remontam as práticas ancestrais do Tibet.

    Em essência seria possível  conceber o Budismo sem rituais. É perfeitamente possivel seguir o caminho óctuplo sem eles e nada nas "Quatro Nobres Verdades" está amarrado a suas práticas. Mas seria uma visão muito parcial e despojaria o Dharma de toda sua riqueza simbólica acumulada em mais de 2.500 anos de história.

- Espiritismo
"653 - A adoração tem necessidade de manifestar-se exteriormente ? - A verdadeira adoração é a do coração. Em todas suas ações, lembrem sempre que o senhor os observa". O Livro dos Espíritos

"653a - A adoração exterior é útil ? Sim, se ela não representar um vão simulacro. É sempre útil dar um bom exemplo, mas os que o fazem apenas por afetação e por amor-próprio, e cuja conduta desmente a sua aparente piedade, dão um exemplo antes mau do que bom, fazem mais mal do que supõem". O Livro dos Espíritos.
    O Espiritismo não tem rituais, principalmente por considerá-los desnecessários frente a prática sincera do amor ao próximo. Importante observar que ele respeita todas crenças sinceras e suas formas de manifestação.

    Normalmente as reuniões espíritas são organizadas conforme a finalidade do grupo, há reuniões de estudo de obras espíritas, reuniões com palestras doutrinárias, reuniões de auxilío espiritual, onde se aplicam passes e reuniões mediunicas dos mais diversos tipos. As manifestações mediunicas variam grandemente, desde reuniões dedicadas a psicografia ou a pintura mediúnica, até o atendimento a espíritos sofredores desencarnados.

    As aplicações de passe também tomam formas diferentes conforme as caracteriticas dos grupos e o tipo especifíco de ação curativa que se almeja alcançar. Embora em alguns grupos as aplicações de passe possam parecer gestos ritualistícos, são na realidade técnicas desenvolvidas ao longo do tempo para dar maior eficiência a transmissão dos fluidos magnéticos aos pacientes.

    Sem fugir ao escopo deste artigo, gostaria de observar que os passes são aplicados com o intuito de assistência ao próximo e essencialmente não são exclusividade da doutrina espírita. Embora sua origem remonte a antiguidade - o próprio Jesus o aplicava aos doentes - seu estudo moderno foi retomado a partir de Mesmer no século XVIII e reconhecido pela doutrina espírita como uma das consequências da existência do espírito humano e do perispírito. Os termos "fluido" e "magnetismo" devem portanto ser entendidos dentro de um contexto próprio, evitando-se confusão com a nomenclatura atual da física.
 
    O conjunto de conhecimentos que forma a Doutrina Espírita tem como uma de suas formas principais de transmissão a palavra escrita. Desde as obras básicas de Allan Kardec até as obras espíritas da atualidade, os espíritos e os espíritas tem preferido a forma direta de exposição. Também, por seu carácter de ciência experimental, os conhecimentos são resultados de pesquisas e análises, reprodutiveis dentro de regras próprias da comunicação com o plano espiritual (1). Assim o papel do simbolismo religioso dentro da doutrina espírita é bastante limitado ou praticamente inexistente.

- Análise

    A distância que separa o Budismo do Espiritismo na questão dos ritos é exatamente a distância histórica entre o surgimento de cada um dos dois. O Budismo tento nascido em uma época e cultura onde a tradição oral era o veículo por excelência da transmissão de uma filosofia, desenvolveu técnicas apuradas de simbolismo. Seus ritos e simbolos são a representação viva de seu conteúdo doutrinário. O Espiritismo por outro lado, tendo nascido imediatamente após o Iluminismo, no período que para a cultura ocidental ficou conhecido como o Século das Luzes, se empenhou em transmitir diretamente seus conhecimentos, principalmente através da palavra escrita. Dentro deste contexto, para o Espiritismo, os rituais e os simbolos não trariam contribuição efetiva e são considerados dispensáveis.



1 - No estudo do mundo material, ao qual se dedica a Física, é importante para uma ciência que todos os seus fenômenos sejam reprodutiveis por quaisquer experimentadores, dadas as mesmas condições de experimentação. Assim a lei da gravidade de Newton, ou as equações de onda de Maxwell, podem ser verificadas por qualquer cientista que se disponha ao empreendimento.

    No caso da Ciência Espírita, onde se estudam fenômenos ligados ao espírito humano, que tem um grau de liberdade muito maior que as grandezas fisicas, a reprodução dos experimentos exige muito maior preparação do experimentador e principalmente muito maior compreensão das condições de contorno que podem afetar o experimento. Assim, para reproduzir os trabalhos de Sir William Crookes com as materializações de Kate King o experimentador teria não somente de obter uma médium com possibilidades mediunicas equivalentes as de Miss Florence Cook, como também teria de ter a mesma seriedade nos propósitos. Na ciência do espírito, o estado de espírito do experimentador influência decisivamente os resultados - alguém dedicado a experiências frivolas ou sem maiores propósitos de edificação espiritual encontraria somente espíritos do mesmo gabarito a auxiliá-lo. Provavelmente não passaria de resultados mediocres e de fraudes vergonhosas.


(continua no próximo Boletim)




Comentários
Revista Espírita em CD-ROM, Henrique Baldovino, Brasil

    Lendo os oportunos comentários do confrade Jader Sampaio (boletim GEAE nº 440), achamos muito interessante a sugestão dele de propor a digitalização da Revista Espírita (1858-1869), de Allan Kardec, em CD-ROM no idioma português (nós também sugerimos sua colocação na Internet, sempre com data vênia das Editoras responsáveis).

    Brasil já fez 2 belas traduções completas (e inéditas) da Revue Spirite para o nosso vernáculo (dos 12 volumes da Revista Espírita). É o único país do mundo - além da França - que possui aquela obra monumental, nos saudosos dizeres de J. Herculano Pires.

    Seria de bom alvitre propor às Editoras de vanguarda que detêm os direitos autorais (às dignas Edicel e Ide) da excelência de essa proposta iluminativa de digitalização do eminente conteúdo kardequiano da Revista, já que com as modernas ferramentas da procura rápida (num CD Rom ou na Internet), a pesquisa e o estudo seriam bem mais produtivos e completos, em todos os sentidos.

    Isso não invalida nem entra em conflito, de forma alguma, com os interessantes índices temáticos e onomásticos dos livros que as referidas Editoras tem feito com bastante sacrifício nas suas próprias Coleções históricas, que constituem um dos maiores acervos da cultura espírita mundial. Porém, os recursos são limitados, já que o grande volume de informações doutrinárias, históricas, geográficas, artísticas, etc., da Revista Espírita é realmente impressionante e quase inabordável.

    Por outro lado, a título de sugestão para o amigo Jader, deixamos abaixo o endereço eletrônico duma home page que gostamos muito de visitar assiduamente: são os originais franceses da Revue Spirite, sendo digitalizados mês a mês e ano por ano pelo estimado confrade francês Charles Kempf da USFF (Union Spirite Française et Francophone), Entidade que em bom momento devolve à França e ao mundo as Obras originais do ínclito Codificador.

    É no seguinte endereço da Web: http://perso.wanadoo.fr/charles.kempf/ (têm outros livros do Codificador em francês e também dos eminentes Léon Denis, Gabriel Delanne, etc.).

    SUGESTÃO RENOVADA: Digitalização da Revue Spirite em português (em CD-ROM ou na Internet), já que o texto é muito rico em ensinamentos doutrinários, etc., com possibilidade de utilização das ferramentas de procura rápida para pesquisa e estudos doutrinários.

   Enrique Baldovino, de Foz do Iguaçu/PR.



Mais Comentários Acerca do Projeto Revista Espírita em CD-Rom, Waldecy Costa, Brasil

    Aos senhores da GEAE,

    Li com imensa satisfação os comentários de Jader Sampaio. Tenho percebido através da Internert um crescente interesse pela RE. Adquiri a coleção há mais de 10 anos e senti que é indispensável sua leitura e estudo para melhor compreender o Espiritismo e o pensamento de Allan Kardec, Tentei fazer um programa de computador que ajudasse esse estudo, mas encontrei dificuldade por ser amador em programação. Recentemente voltei a tentar o desenvolvimneto do programa. Utilizo o Visual Basic 3.0, já preistórico mas que me satisfaz. O programa está sendo finalizado, mas confesso que me senti um pouco assustado com as proporções que ele assumiu. O Dr. Iso JorgeTeixeira, colunista do Jornal Espírita, tem testado uma versão inicial. Parece que gostou. Ás vezes tenho encontrado problemas técnicos na elaboração do chamado disquete de distribuição, mas que parece já estão resolvidos. A minha intensão é que seja um programa de distribuição livre, mas ainda não tenho a autorização da Edicel, para isso. Em resumo o programa se caracteriza por:
 

1 - é todo baseado no índice e não no texto
2 - diversos títulos foram acrescentados e são identificados pelo acréscimo de 4 pontos (....). Isto foi necessário para que se pudesse acessar       mensagens que aparecem dentro de um artigo com título no índice. Ao todo são cerca de 1.800 títulos.
3 - A consulta pode ser feita por título, médium, local, tipo de mensagem, origem, etc. A cada consulta aparece uma ficha dando as informações completas sobre sua localização na RE
4 - O programa extrapola a consulta de um índice e se torna um auxiliar para quem consulta a RE sendo possível:
    4.1 - criar um grupo, com liberdade de nome, com diversos títulos vinculados a esse grupo, ex.: um grupo com nome de Mediunidade nos Animais, onde se pode vincular todos os títulos que tem esse nome e que o usuário  encontre no  texto esse assunto. Em qualquer momento o usuário pode editar: eliminando o grupo, eliminando a associação de um título ou mesmo de todo o grupo, corrigindo , etc.
    4.2 - Registrar textos notáveis de AK com as mesmas funções de  editoração de 4.1
    4.3 - Registar notas do usário relacionadas a um artigo da RE, com possibiladade de editoração
   4.4 - Imprimir e enviar por e-mail os textos notáveis de AK.
    4.5 - Há possiblidade de busca de determinado título
    Esta possibilidade de o usuário registrar textos tornou o programa um pouco complexo para facilitar o seu trabalho. Há muitas informações de orientação ao usuário para guiá-lo .

    Assim que terminar (este tipo de obra nunca termina porque na RE sempre se econtra algo inesperado) poderei enviar para o GEAE um cópia em disquete para instalação mas, repito, não tenho autorização da Edicel.

Waldecy Japiassú


Prezado confrade: WALDECY COSTA JAPIASSÚ

Reiteramos que o seu trabalho de INDEX da RE é realmente primoroso e, por isso, achamos que não deve desanimar...Coincidentemente, o Sr. JOSÉ CID é nosso velho conhecido e, também ele, vem fazendo um belo trabalho de divulgação do Espiritismo no GEAE.

Um grande abraço e muita PAZ!

Dr. Iso Jorge Teixeira


    Carissimo Waldeci!

     Obrigado pela sua disposição em colaborar com o GEAE neste trabalho que também achamos de suma importância. A Revista Espírita é realmente o maior e mais autêntico repositório de informações sobre todos os acontecimentos que antecederam o nascimento da Doutrina Espírita. O fato de ter sido iniciada e dirigida pelo próprio Kardec (1858-1869), a Revista Espírita consubstancia-se em um laboratório vivo que nos possibilita conhecer com mais profundidade a forma como esta abençoada Doutrina foi concebida, bem como nos possibilita também o conhecimento dos fatos históricos mais autênticos sobre o início do Movimento Espírita no mundo.

     Adquiri a Revista Espírita já há muitos anos e a considero como o mais valioso instrumento de pesquisa sobre a Doutrina Espírita, mas concordo plenamente com você, o Henrique e o Prof. Jader Sampaio quanto as dificuldades em pesquisá-la, tendo em vista o seu tamanho.

     Já que você acenou com a possibilidade de enviar uma cópia do programa que voce esta desenvolvendo, eu gostaria de te informar que tenho um amigo brasileiro que vive aqui em Nova Iorque, o qual conhece profundamente programação. Ele desenvolveu programas para uma Universidade no Brasil durante mais de dez anos, na área educacional, fez o seu mestrado e está aqui com o intuito de fazer doutorado nessa área. Não tenho dúvida que ele poderia dar uma olhada no seu trabalho e, se fosse o caso e você concordar com a idéia, eu pediria a ele para fazer isto. Assim fique a vontade para me dizer se há interesse da sua parte em seguir adiante com esta idéia.

     Quem sabe dessa união de esforços possa sair um produto final que vá interessar uma das editoras que detém os direitos autorais da obra, o que respeitamos, e esta importantíssima iniciativa possa vir a se concretizar.

     Mais uma vez obrigado pela sua disposição em colaborar com o GEAE. Muita Paz e que a espiritualidade amiga nos guie nesta iniciativa.

Antonio Leite – Editor GEAE



Opinião sobre Tema “A Ética na Empresa e o Espiritismo”, Ciro Pompeu, Brasil


Caros amigos,

    Gostaria de dar minha opinião sobre o artigo do José Cid, A Ética na Empresa e o Espiritismo.

    Para ser sucinto, gostaria de dizer que partilhamos da mesma opinião caso vivessemos em um mundo que definitivamente não é a nossa querida Terra. Por que digo isto? No mundo dos negócios, na selva de pedra em que vivemos a regra é bem diferente do que disse nosso estimado colega. Não há moral, não há ética e qualquer tipo de sensibilidade "extra" faz com que sejamos engolidos.

    Quando os espíritos de luz nos enviam suas mensagens, cheias de sabedoria e amor, eles simplesmente estão nos mostrando qual caminho a seguir. Por onde começar a nossa reforma íntima. Mas atenção, "orai e vigiai" continuará sendo a premissa maior para conseguirmos viver nesta prisão que nos dá tantas chances. Orai para que estejamos sempre trilhando pelo caminho do bem, para que recebamos luz em cada uma de nossas atitudes. Vigiai para que não caiamos em tentação, não nos deixemos absorver pelos sentimentos mesquinhos que nos rodeiam.

    Ser justo tem muita diferença de ser bom, ser honesto tem muita diferença de ser bobo.

    Sejamos bons, tenhamos amor ao próximo na nossa casa que é onde mais precisam de nossa atenção. Fora de casa andemos sempre pelo caminho do bem, sendo rígido e austero quando necessário.

Atenciosamente,
Ciro Pompeu


Olá Ciro,

    Há um aspecto interessante da discussão sobre Ética nas empresas  que ainda não foi abordado nos textos que temos publicado, mas que responde de certo modo ao seu questionamento.

    O conhecimento espírita da lei de ação e reação nos mostra que quaisquer atitudes nossas na vida terão naturalmente seu impacto e seremos responsáveis por ele. Também receberemos de retorno os resultados positivos ou negativos desta ação.

    Pois bem, não parece haver distinção - ou exceção - para o mundo  dos negócios nesta lei. Naturalmente, em um mundo competitivo como o nosso a prática da  "ética" e da "caridade" parecem mal investimento a curto prazo, mas com certeza são o melhor investimento no final. Todas as nossas ações que não se pautarem pela conduta do "homem de bem", tão bem descrito no "Evangelho Segundo o Espiritismo", invariavelmente nos exigirão correções ou reparações futuras, mesmo que tenham sido para "vencer" nos negócios.

    O "amor ao próximo" é assim tão aconselhável na vida cotidiana dos negócios como na do lar, se desejamos atingir a paz de espírito e a felicidade, embora seja muito mais dificil praticá-lo com um estranho ou com um potencial competidor do que com os filhos ou com a esposa.

    Independentemente da questão moral, analisando apenas o lado "matemático" da questão, o custo/beneficio da ética nas empresas - pelo menos para um
espírita - não deveria prescindir da contabilização dos efeitos a longo prazo ...

    Claro que em nenhum momento o amor ao próximo implica em ser bobo - não me consta que Jesus tenha sido bobo e não há quem tenha sido maior que
ele na prática do amor ao próximo :-)

    Atenciosamente,
    Carlos Iglesia


Caro Ciro.

    De forma alguma eu defendo que ter ética ou ser honesto e justo é sinônimo de ser bobo. Muito menos que a Doutrina Espírita serve apenas para ser praticada
no lar. E a sensibilidade deve ser posta em prática, de forma que possa ser burilada. Se formos "engolidos" será culpa de nossa ignorância, pois não devemos nos deixar enganar. E claro que devmos ser rígidos e austeros com nossos princípios. O aprendizado está na selva de pedra, não no Centro Espírita, onde todos comungam do mesmo desejo de servir.

    Naturalmente, os nossos próximos mais próximos estão no lar. E claro que não podemos ser a palmatória do mundo, e tentar corrigir a todos. Mas, isso não
significa que temos de deixar a honestidade, justiça e ética de lado para atuar no mundo dos negócios. Devemos, sim, ter uma atitude única, o tempo todo, condizente com os preceitos que abraçamos. A Doutrina Espirita pode (e deve) ser aplicada no dia a dia, a todo instante.

    Se formos esperar uma oportunidade melhor para praticar a justiça, ética ou caridade, um lugar onde todos comunguem deste mesmo desejo, que valor terá?
Pior - que prática teremos? Ainda pior - como nos colocar em sintonia com mundos mais elevados, sem nos elevar pela prática?

    Vou citar um exemplo. Quando fui escolher um contador para fazer nossa contabilidade, fiz questão de ter alguém que conhecesse e praticasse a contabilidade conforme a lei exige. Isso significa que eu faço questão que todos os impostos devidos (mas não mais do que isso) sejam pagos e a escrita esteja feita a tempo e de
acordo com a boa prática contábil. Isso vai nos livrar de fiscalizações? Claro que não. Isso vai nos livrar de ser pressionados por alguém inescrupuloso? Claro
que não! Isso significa que não haverá algum erro? Sem dúvida que não. Mas a forma com que enfrentaremos cada uma dessas situações vai fazer toda a diferença.
Claro que existem empresas que evitam pagar os impostos devidos. Claro que estas empresas tem mais dinheiro disponível em caixa. Mas poucos não usam este dinheiro para comprar, digamos, simbolos de riqueza. Como eu não ligo para estes simbolos, talvez no final nós tenhamos mais dinheiro em caixa para investir no crescimento da empresa, geração de empregos, etc. Na minha opinião, é isso que preciso fazer com os talentos que tenho disponíveis.

    A selva de pedra em que vivemos é o melhor lugar para praticarmos a Doutrina Espírita. E aprender com os nossos erros. Infelizmente, não há melhor forma de aprendizado do que a prática. E o sucesso pode não ser medido nos padrões normalmente aceitos. Ora, se eu considero que a terra ainda não é evoluída, porque me preocupar com os valores comumente aceitos como simbolos do sucesso?

    Eu gostaria de terminar repetindo um parágrafo do que voce escreveu, porque sintetiza tudo:

"Quando os espíritos de luz nos enviam suas mensagens, cheias de sabedoria e amor, eles simplesmente estão nos mostrando qual caminho a seguir. Por onde começar a nossa reforma íntima. Mas atenção, "orai e vigiai" continuará sendo a premissa maior para conseguirmos viver nesta prisão que nos dá tantas chances. Orai para que estejamos sempre trilhando pelo caminho do bem, para que recebamos luz em cada uma de nossas atitudes. Vigiai para que não caiamos em tentação, não nos deixemos absorver pelos sentimentos mesquinhos que nos rodeiam."
Um grande abraço,

José Cid.




Perguntas
Desânimo, João Pedro, Brasil

Queridos amigos,

     Primeiramente gostaria de pedir desculpas por ocupar o tempo de voces, mas eu precisava falar com alguém, e me veio na cabeça o GEAE... irei escrever apenas um desabafo.... obrigado..

 .... Tenho recebido os boletins enviados por voces,  mas muitas vezes eu simplesmente os guardo em uma pasta que criei no meu computador e nunca os leio... sempre deixando para amanhã, e esse amanhã nunca chega....

     Mas hoje eu acordei me sentindo muito mal.... sozinho, sem vontade de falar, e aqui estou eu, no meu trabalho, em frente ao meu computador, e consegui vencer essa resitencia que sempre me persegue cada vez que eu pretendo abrir a pasta com vossas mensagens.... li algumas delas ( também recebo mensagens da Estação Paz , e faço a mesma coisa ). E somente nessas poucas vezes que eu leio algo assim, que eu percebo o quão longe  estou de sentir a verdadeira felicidade.....

    As mensagens que vocês mandam são simplesmente tudo o que eu preciso  ouvir, porem a minha dificuldade de abrir os vossos e-mails é enorme... não sei porque.......

     As vezes acho difícil absorver o verdadeiro sentido das mensagens... e isso se aplica também quando eu leio o Evangelho Segundo o Espiritismo ou outros livros de estudos espíritas.... acho que o materialismo ainda esta muito forte em mim....

     Eu já freqüento um centro espirita ( LUZ DIVINA ) há uns 4 anos.... e lá eu aprendi muitas coisas... consegui vencer raivas, ódios, coisas que até então pareciam impossíveis de superar, e com a ajuda de muitos amigos espirituais, eu tenho conseguido a cada dia superar um pouco; mas é um caminho difícil, por várias vezes eu me sinto assim como hoje, embora eu já tenha tido crises de depressão muito piores...

     Sempre acontece da mesma forma... um dia eu me sinto bem, feliz, e no outro dia, sem razão aparente, eu caio em um enorme desanimo.... e não tenho com quem desabafar... minha mãe passa por problemas... meu pai, infelizmente é alcolatra, minha irmã tem também os seus problemas com sua família, e minha namorada talvez seja a única pessoa com quem eu poderia contar, mas não me sinto bem falando desses problemas para ela. Infelizmente eu não tenho amigos aqui na terra para poder desabafar esses meus sentimentos... as pessoas iriam rir, e acho que eu ficaria pior.... por isso estou escrevendo.....

     Gostaria de dizer que não me sinto uma pessoa sem sorte, sem atenção, muito pelo contrário, depois que conheci o espiritismo, tenho encontrado nos amigos espirituais uma ajuda que jamais poderei retribuir, pois todos os dias ouço esses amigos me aconselhando o dia todo, da hora que acordo até a hora que vou dormir, sem falar no meu anjo da guarda, sempre conversando comigo, infelizmente eu não posso vê-lo, gostaria muito. Isso é maravilhoso, sem essa ajuda acho que não estaria onde estou hoje.... sou muito grato da Deus por isso.....

    Já estou há uns 4 meses sem ir a Luz Divina por motivos de trabalha e estudo, e eu já percebi que sempre que fico algum tempo sem visitar o centro ( geralmente vou todo sábado ), eu fico um pouco mais alterado... não gostaria que isso acontecesse comigo. Pretendo voltar a freqüentar ainda esse mês.

     Desde que eu freqüento centro espírita, diversos mediuns já me falaram que eu possui uma certa sensibilidade, e de alguns meses para cá, eu tenho sentido muitas coisas.... sensações estranhas, e acho que é por isso que eu tenho passado por essas mudanças de humor..... mas as vezes eu fico perdido, não sei a quem recorrer, tento orar, mas as palavras saem sem sentido....

     Tenho muita vontade de fazer algo pelas pessoas.... e sei que vim a este mundo para isso... outro dia na Luz Divina uma médium me disse que eu teria que me instruir mais sobre a vida espiritual, pois eu deveria começar essa minha missão, pois haviam pessoas em algum lugar esperando por ajuda.

     Essas palavras foram tão forte, e eu me senti muito bem por saber que Deus confiou a minha pessoa uma tarefa tão importante. Realmente me senti muito bem; mas as vezes eu acho que estou fazendo as coisas erradas.... e não gostaria de desapontar meus amigos espirituais.......

     Desculpe pelo desabafo, não sei nem porque escrevi tudo isso, acho que isso é um pouco do que eu gostaria de conversar com alguém...... não sei se esse texto está sem sentido... simplesmente fui escrevendo, e acho que isso me ajudou bastante.

     Mais uma vez, desculpe por incomodá-los....

Obrigado por me ouvir.... Sds,

João Pedro


Caro João,

        Dificilmente poderiamos lhe dar melhores orientações que os guias do grupo ao qual é ligado, permita-me apenas sugerir-lhe que inicie de pronto o trabalho de ajuda a que aspira e ao qual o plano espiritual lhe chama. Não me entenda mal, mas no auxílio ao próximo, como em quaisquer outras atividades da vida, é necessário dar o primeiro passo.

        Inicie pelas atividades que forem possiveis, como o auxílio nas tarefas de distribuição de alimentos ou de visita aos assistidos do grupo espírita, depois com o tempo e a melhor preparação poderá candidatar-se aos postos de socorro espiritual ou as tarefas da mediunidade. Não espere os postos mais altos para começar, pois se nos empreendimentos terrestres há de se ter o estágio e o aprendizado, não é diferente nos empreendimentos do espírito.

        Aliviando a dor do próximo - nem que seja dando um pedaço de pão aos famintos - aos poucos perceberá que nossa própria dor é pequena e transitória. Ajudando será ajudado, esclarecendo se esclarecerá ...

        Mãos a obra !

        Muita Paz,
        Carlos Iglesia


Caríssimo João Pedro!

     Em primeiro lugar gostaria de dizer que você não nos incomodou com a sua mensagem sincera. Nós é que o agradecemos pela oportunidade de falar com você e trocarmos impressões acerca dos problemas que nos afligem em nossa luta evolutiva aqui na Terra. É esse o papel do Boletim nas atividades do GEAE.

     Gostaria de reforçar as palavras do Carlos Alberto e acrescentar alguma coisinha mais. Quero me referir especialmente ao sétimo parágrafo da sua interessante mensagem, especialmente no que diz respeito às observacoes que você mencionou sobre membros da sua própria família.

     Primeiramente gostaria de dizer que  esse vai-e-vem de se sentir um dia bem e feliz e outro dia meio desanimado, sem nenhuma razão aparente para isso, deve ser visto como um alerta para que em primeiro lugar trabalhemos em benefício do próximo e também oremos e vigiemos. Veja isto como uma ajuda dos nossos amigos espirituais, a qual você muito bem se referiu no parágrafo seguinte da sua mensagem.

     Outro detalhe importante é que você deve se sentir privilegiado por ter tido a oportunidade de conhecer a Doutrina Espíria que é a melhor ferramenta de que devemos dispor para nos ajudar em nosso auto-conhecimento. Por outro lado você também deve imaginar que muitos dependem da sua preciosa ajuda, a começar pelos próprios membros da sua família. E aí começa o desafio. Mas seguindo a orientação do Carlos Alberto, é através do trabalho dignificante que voce irá aliviar os seus sofrimentos e começar a entender a máxima do “é dando que se recebe”.

     Assim meu irmão, siga em frente no seu excelente propósito de estudar a Doutrina Espírita e se dedicar ao trabalho em benefício do outro. Que Deus o ilumine e te dê forças para continuar lutando.

 Muita Paz,
Antonio Leite



Mortos Podem Voltar, Cleidi, Brasil

    Estou passando por uma situação estranha, pois o meu falecido pai tem vindo me visitar e não está me fazendo bem, não sei se o que estou fazendo está correto, se puder me auxiliar agradeço.

Obrigado
Cleidi


Cara Cleidi,

    Em realidade a morte não existe, o que existe é uma transformação, uma mudança de estado. O espírito - o ente que realmente tem vida e é consciente - deixa o invólucro material com que passou alguns anos em aprendizado e retorna ao seu verdadeiro lar: O mundo espiritual. Ao retornarmos a este mundo, não há milagres, nem saltos espetaculares, continuamos o que somos e mantemos os laços de afeto que nos ligam a parentes e amigos. Nem santidade instantânea, nem condenação eterna, apenas encontramos a continuidade de nossa vida, em novo plano de ação ...

    A comunicação entre os chamados mortos - que nós espíritas chamamos de desencarnados - e os chamados vivos (encarnados) é um fato possível e dentro das leis da natureza. Ocorrem agora, como ocorreram em todos os tempos da humanidade. A sensibilidade que permite aos seres se comunicarem entre os dois diferentes planos da vida se chama mediunidade - que todos nós temos em algum grau - e as pessoas que a tem em maior grau denominam-se médiuns.

    Naturalmente, para que a situação não degenere em pertubação da vida cotidiana e até em problemas psiquicos, é importante que se entenda o que ocorre e se aprenda a conviver com isso ou a superar as fases mais dificeis.

    Procure um grupo espírita em sua cidade, no qual tenha confiança, e explique sua situação. Eles terão condições de orientá-la quanto ao que fazer.

    Muita Paz,
    Carlos Iglesia


    Que legal que você me deu atenção sobre esta situação, não me sinto muito a vontade para conversar sobre este caso com qualquer pessoa, sei que existe uma vida pós morte eu acredito e também sei que os nossos voltam para nos visitar, mas, o que acho estranho foi que fui procurada para pagar uma promessa e o fiz. E é estranho pois, o meu falecido pai já morreu a 18 anos e me disse que não encontrou a paz..........

    É isso e te agradeço por me responder foi muito gentil.

Obrigada
Cleidi


Cara Cleidi,

        Não deixe de procurar um bom grupo espírita em sua cidade. Busque um grupo dedicado ao estudo e a aplicação da doutrina, para verificar a seriedade do grupo não esqueça do conselho de Jesus: É pelos frutos que se conhece a árvore!

       Lhe sugiro também dar uma lida nos livros básicos da Doutrina Espírita. Lhe ajudarão a entender um pouco melhor a situação pela qual passou. Recomendo os livros de Allan Kardec e os de Leon Denis. Um bom começo seria o livro "No Invisivel" de Leon Denis.

        Não deixe de fazer preces pelo seu pai. No final do livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo" (Allan Kardec) há uma explicação sobre a prece e como podemos ajudar os espíritos que recorrem a nós em busca da paz.

        Muita Paz,
        Carlos Iglesia




Painel
Concurso Literário Espírita, Milton Bonfante, Brasil

Amigos da Liga,

    Para conhecimento de todos, informamos que os trabalhos já estão sendo aceitos. Aqueles que puderem ajudar na divulgação, pedimos que o façam através da
internet, cartazes, notas em revistas, jornais, rádios e onde mais for possível.

Fraternalmente,
Milton B. Piedade

CONCURSO LITERÁRIO ESPÍRITA JOSÉ HERCULANO PIRES

 
A Liga de Historiadores e Pesquisadores Espíritas juntamente com a Editora Madras-Espírita e a USE-SP, promove o lançamento do CONCURSO LITERÁRIO ESPÍRITA JOSÉ HERCULANO PIRES.

    O concurso tem a finalidade de promover a divulgação da Doutrina Espírita; Valorizar autores conhecidos e descobrir novos autores; Trabalhar pela depuração do mercado editorial espírita e Homenagear o grande divulgador e pensador espírita José Herculano Pires. Sendo um Concurso Literário Espírita, os critérios das comissões julgadoras das modalidades reger-se-ão sempre dentro dos parâmetros da Codificação Kardequiana.

    Será dividido em quatro modalidades: Dramaturgia com temática Espírita. História do Espiritismo. Romance mediúnico. Obras gerais, onde se permitirá
a apresentação de criações livres nas áreas de ensaios, ciência, crônicas, reflexões, coletânea de artigos, etc.

    Os trabalhos devem ser inéditos, e conter até 120 páginas de texto; sendo aceitas ilustrações e fotos. Ao vencedor será facultado sua edição sob pseudônimo.

    Os primeiros colocados em cada modalidade receberão um prêmio-incentivo de R$ 1.000,00 por categoria e terão suas obras publicadas pelos selos USE e
Madras-Espírita. Os demais participantes premiados receberão prêmios-incentivo em coleção de livros.

    As inscrições encerrar-se-ão impreterivelmente em 15 Dezembro 2.002 e os premiados serão anunciados em Abril de 2.003.

    Maiores informações nos sites: www.use-sp.com.br e www.madras.com.br ou ainda pelos e-mails milton@bonfante.com.br e edumonteiro@nw.com.br .
 

LIGA DE HISTORIADORES E PESQUISADORES ESPÍRITAS
Para enviar e-mail: (historia.e.pesquisa@grupos.com.br)
Para cancelar sua assinatura: cancelar-historia.e.pesquisa@grupos.com.br)



Sétima Feira do Livro Espírita de Sta. Terezinha do Itaipu, Henrique Baldovino, Brasil

    Caros companheiros:

    Em reunião de Diretoria de 24 de agosto de 2002, em Sta. Terezinha de Itaipu (STI), ficou decidida a mudança do nome-legenda da Sociedade Espírita Seara do Evangelho (SESE) para o seu novo nome: Sociedade Espírita Allan Kardec (SEAK).

    O Grupo dirigente da Sociedade Espiritista itaipuense acredita firmemente, por unanimidade, que o novo nome da Casa expressa bem melhor os objetivos espíritas doutrinários da mesma, filiada à Federação Espírita do Paraná (FEP) desde 10/12/1985 e participante ativa da 13ª URE: União Regional Espírita, de Foz do Iguaçu e região.

    Aproveitamos também o ensejo de informar através destas linhas o resultado das últimas eleições efetuadas na Sociedade Espírita Allan Kardec de STI, realizadas neste mês de agosto:

   Regina Helena de Mello Baldovino foi reeleita presidenta da SEAK para o biênio 2002/2004.
   Adriana Martini Fonseca é a vice-presidenta da Instituição.

   Os Departamentos da Casa ficaram assim constituídos:

    Enrique Eliseo Baldovino: Deptº. Doutrinário e Deptº. de Difusão.
   Maria Gabilan Rulfini: Deptº. de Assistência Social e Deptº. de Patrimônio.
    Odair Carlos Fonseca: Tesouraria e Biblioteca.
    Regina Baldovino também é Diretora do DIJ (Deptº. de Infância e Juventude).
    Adriana Martini Fonseca também é Secretária da SEAK.

    Aproveitamos, finalmente, para comunicar-lhes a realização, em breve, da 7ª Feira do Livro Espírita de Sta. Terezinha, que acontecerá de 09/11/02 a 17/11/2002 de fronte à Prefeitura de STI, e para convidá-los pessoalmente a visitar a sede da SEAK, à rua Padre Bernardo, 1444 (CEP: 85875-000) - Centro de Sta. Terezinha de Itaipu/PR.

    Colocando-nos à disposição de todos, despedimo-nos fraternalmente,

Enrique Baldovino
DEPTº. DE DIFUSÃO DOUTRINÁRIA DA SEAK.




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