Grupo de Estudos Avançados Espíritas

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Fundado em 15 de outubro de 1992
Boletim Quinzenal de Distribuição Eletrônica

"Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade", Allan Kardec


Ano 10 - Número 440 - 2002            02 de julho de 2002

Conteúdo
Editorial Textos Comentários Perguntas Painel

Editorial
Uma nova Luz no Céu

    Uma música espírita, chamada "Em Outro Lugar", diz que "quando uma luz se apaga na terra, acende em outro lugar",  transmitindo a mensagem de que a vida continua. E lembramos desta musica ao termos que escrever  um editorial sobre a desencarnação de Chico Xavier (1910-2002), pois ele é realmente um luz que se acende em outro lugar - uma luz que se acende no Céu !

    Chico marcou uma era na história do Espiritismo e, como demonstram todas as homenagens que recebe, na história do Brasil também. Não encontramos palavras que possam transmitir toda a admiração que sentimos por ele e por sua obra; não encontramos palavras que possam expressar o agradecimento sentido por todos nós, que tivemos nossas vidas influenciadas e mudadas por ele; não encontramos palavras que possam expressar o quanto sentiremos sua falta e por outro lado o quanto estamos felizes por saber que no plano espiritual o estão recebendo com festas e homenagens dignas de quem volta ao lar depois de ter tão extraordinariamente cumprido sua missão.

    Por não encontrarmos palavras, preferimos transcrever um dos lindos casos de Chico Xavier, narrados por Ramiro Gama ("Lindos Casos de Chico Xavier", editora LAKE). Este caso singelo mostra como ele, discípulo de Jesus, sempre soube colocar a felicidade do próximo em primeiro lugar - em primeiro lugar mesmo !

    Quantos de nós, na mesma situação abaixo, conseguiriamos proceder com a mesma caridade, e caridade no seu sentido mais verdadeiro ?

    Carlos Iglesia
    GEAE

A BARATA NA SOPA ...

    D. Josefina era uma senhora cega, muito estimada nos arredores de Pedro Leopoldo, e tinha uma verdadeira adoração pelo Chico.

    Seu desejo maior era o de que seu conterrâneo, um dia, jantasse com ela.

    Tanto pediu, que o filho de D. Maria João de Deus a atendeu. Foi marcado o dia e o Chico compareceu.

    A mesa estava posta. Numa ponta, sentou-se o convidado de honra, na outra, sua admiradora e, nos lados, duas amigas, conhecidas de ambos.

    Por ser pobre, D. Josefina apenas fez uma sopa substanciosa. No prato fundo, diante de cada convidado, achava-se a sopa, contendo ingredientes apetitosos.

    O Médium, emocionado com o tratamento afetuoso, devagar, dando atenção à palavra da dona da casa, foi tomando a sopa, quando de repente, dá com uma barata preta no meio do prato... Afasta-a para o lado, no momento em que D. Josefina lhe pergunta:

    - Então, Chico, está gostando da minha sopa ? Olhe que a fiz com cuidado e carinho em sua homenagem.

    - Está otíma minha irmã. Sou-lhe grato pela sua bondade. Não mereço tanto, respondeu-lhe o Médium, e, para que ninguém observasse seu achado, foi conversando e tomando a sopa ...

    D. Josefina ria de contente. O humilde homenageado sentia-se contrafeito. Mas, diante da alegria da irmã querida, que se sentia tão honrada com sua presença, esqueceu-se da barata e começou a conversar, animadamente, contar casos e a comer...

    No fim, quando todos acabaram, olhou para o prato: estava vazio. Havia tomado a sopa e a barata também ...

    Mas concorrera para alegrar o coração de uma velha e sincera admiradora.

    Valeu o sacrifício ...



Oração da Filha de Deus


Amigos,

    Nosso próximo número do boletim será dedicado a homenagear Francisco Cândido Xavier, o Raul Franzolim já está preparando os textos para a edição especial. Para finalizar este editorial incluimos uma prece, também dos "Lindos Casos de Chico Xavier", indicada pelo Ademir:

    Oração da Filha de Deus

    Nelma era uma sobrinha de Chico, a qual desencarnou em Belo Horizonte, em junho de 1944.

    Dias antes de partir, a doente, jovem recém-casada, de vinte anos,  pediu a Emmanuel lhe desse uma oração para ir repetindo-a, de memória.

    Sabia-se no fim do corpo e desejava uma oração que lhe desse forças para a grande viagem.

    E a prece veio.

    Pelas mãos de Chico, o orientador espiritual escreveu a seguinte rogativa:


ORAÇÃO DA FILHA DE DEUS

Meu Deus, deponho aos teus pés
Meu vestido de noivado.
Meus prazeres do passado
E as rosas de meu jardim...
Pois, agora, Pai Querido,
Somente vibra, em meu peito,
Teu Amor Santo e Perfeito,
Teu Amor puro e sem fim.

Ah! Meu Pai, guarda contigo
Meu cofre de arminho e ouro,
Onde eu guardava o tesouro
Que me deste ao coração.
Entrego-te as minhas horas,
Meus sonhos e meus castelos,
Meus anseios mais singelos,
Minhas capas de ilusão!...

Pai dos Céus, guarda a coroa
Das flores de laranjeira
Que eu tecia a vida inteira
Como pássaro a cantar!
Oh! Meu Senhor, como é doce
Partir os grilhões do mundo
E esperar-te o amor profundo
Nas bençãos do Eterno Lar!...

Em troca, meu Pai, concede,
Agora que me levanto,
Que a lã do Cordeiro Santo
Me agasalhe o coração!
Que eu calce a sandália pobre
Para a grande caminhada,
Que me conduz à Morada
Da Paz e da Redenção!




Textos
Considerações a Respeito do Princípio Material e Princípio Inteligente, Joel Matias, Brasil

    Quando de nossas trocas de idéias com estudantes da Doutrina Espírita, temos observado a existência de alguma dificuldade no entendimento da cadeia evolutiva em que o ser humano está inserido, na qualidade de Espírito encarnado e inter-relacionado com os demais reinos da Natureza.  Assim, também na condição de estudante da Doutrina que abraçamos, queremos tecer algumas considerações a respeito deste tema de tão grande relevância, buscando respaldo nos livros da codificação de  Kardec,  obras complementares e autores contemporâneos, tentando chegar a algumas  conclusões pessoais, de vez que, com respeito à nossa gênese espiritual, esclarecem-nos os Espíritos que é segredo que só a Deus pertence.  (Obs: Os grifos no trabalho são nossos).

    De início lembremos que no Livro dos Espíritos, questões 27 e 79, é-nos revelado que há dois elementos gerais no Universo: matéria (elemento material) e Espírito (elemento inteligente) e, acima de tudo Deus, que opera através de suas imutáveis e soberanas Leis Naturais. Acresce ao elemento material o fluido universal, o qual embora possa ser classificado como elemento material, dele se distingue por propriedades especiais.  Está colocado entre o Espírito e a matéria, e, sob a ação do Espírito, produz a infinita variedade das coisas das quais conhecemos apenas uma mínima parte. Esclarecem os Espíritos que o fluido universal, sob a ação do elemento inteligente, é responsável  pela coesão e as qualidades gravitacionais da matéria.  Pode-se deduzir que a matéria, tal como a conhecemos,  representa o estado mais condensado do fluido universal. Estes conceitos constituem a base, para que possamos seguir adiante.

    Com relação à gênese espiritual, apreende-se (questões 606/607) que emanam do mesmo  princípio  inteligente a alma dos animais e do homem,  com a diferença que a do homem, passou por uma elaboração que a coloca acima da que existe no animal, elaboração esta feita numa série de existências que precedem o período de Humanidade.

    Assim a alma do homem representa o resultado da elaboração  do princípio inteligente dos seres inferiores da criação, pois que ?tudo em a Natureza se encadeia e tende para a unidade?. Nos seres inferiores o princípio inteligente se elabora e pouco a pouco se individualiza, semelhante à germinação, até sofrer uma transformação, tornando-se Espírito. ?Entra então no período da humanização, começando a ter consciência do seu futuro, capacidade de distinguir o bem do mal e a responsabilidade dos seus atos. Assim, à fase da infância se segue a da adolescência, vindo depois a da juventude e da madureza?.

     Para que se tenha em conta a profundidade deste tema, é preciso considerar que mesmo entre os Espíritos há divergência quanto às origens da alma do homem e dos animais, acreditando alguns que o Espírito do homem teria pertencido sempre à raça humana, sem passar pela fieira animal.  Segundo esta linha de pensamento, cada espécie constituiria, física e moralmente, um tipo absoluto, cada um haurindo da fonte universal a quantidade do princípio inteligente que lhe seja necessário. (Ver Questão 613 - LE -  Comentários).

     Mas voltando às nossas pesquisas, encontramos na Questão 728:

a)- As criaturas são instrumentos de que Deus se serve para chegar aos fins que objetiva. Para se alimentarem, os seres vivos reciprocamente se destroem, destruição esta que obedece a um duplo fim: manutenção do equilíbrio na reprodução, que poderia tornar-se excessiva, e utilização dos despojos do invólucro exterior que sofre a destruição. Esse invólucro é simples acessório e não a parte essencial do ser pensante. A parte essencial é o princípio inteligente, que não se pode destruir e se elabora nas metamorfoses diversas por que passa.
    Na Questão 729 asseveram os Espíritos:
 Toda destruição antecipada obsta ao desenvolvimento do princípio inteligente. Por isso foi que Deus fez que cada ser experimentasse a necessidade de viver e de se reproduzir.  Fica novamente evidenciada a elaboração progressiva do Princípio Inteligente.
    Comentando a Questão 585, a respeito dos reinos da Natureza, Kardec observa: ?585...
Esses quatro graus apresentam, com efeito, caracteres determinados, muito embora pareçam confundir-se nos seus limites extremos. A matéria inerte, que constitui o reino mineral, só tem em si uma força mecânica. As plantas, ainda que compostas de matéria inerte, são dotadas de vitalidade. Os animais, também compostos de matéria inerte e igualmente dotados de vitalidade, possuem, além disso, uma espécie de inteligência instintiva, limitada, e a consciência de sua existência e de suas individualidades. O homem, tendo tudo o que há nas plantas e nos animais, domina todas as outras classes por uma inteligência especial, indefinida, que lhe dá a consciência do seu futuro, a percepção das coisas extra-materiais e o conhecimento de Deus.
    Pouco adiante, (Q.589) questiona se algumas plantas como as carnívoras, teriam a faculdade de pensar, em face do modo como apanham os insetos para sugá-los. Sugere inclusive se não formariam uma classe intermediária entre a Natureza vegetal e a animal, a que os Espíritos respondem:
 Tudo em a Natureza é transição, por isso mesmo que uma coisa não se assemelha a outra e, no entanto, todas se prendem umas às outras. As plantas não pensam; por conseguinte carecem de vontade. Nem a ostra que se abre, nem os zoófitos pensam: têm apenas um instinto cego e natural.
    Insiste Kardec (Q.590) se não haveria uma espécie de instinto de conservação nas plantas e nos animais obtendo a resposta:
- Há, se quiserdes, uma espécie de instinto, dependendo isso da extensão que se dê ao significado desta palavra. É, porém, um instinto puramente mecânico. Quando, nas operações químicas, observais que dois corpos se reúnem, é que um ao outro convém; quer dizer: é que há entre eles afinidade. Ora, a isto não dais o nome de instinto.
    Entrevê-se, nos tópicos acima, a ação do princípio inteligente atuando - já à partir do reino mineral - como:
a)-    afinidade no reino mineral;
b)-   como vitalidade e um instinto cego e natural nos vegetais;
c)-  e uma inteligência instintiva nos animais, além da reafirmação de que "Tudo em a Natureza é transição, por isso mesmo que uma coisa não se assemelha a outra e, no entanto, todas se prendem umas às outras".
     No livro a Gênese - Capítulo X é tratada a questão da geração espontânea e escala dos seres orgânicos, que resumimos abaixo:
Geração espontânea:-
Observa-se que no mundo atual o princípio da geração espontânea aplica-se aos seres de organismo extremamente simples, rudimentar, do reino vegetal e animal, como o musgo, o líquen, o zoófito, os vermes intestinais. Muito embora os seres de organização complexa não se reproduzam espontaneamente, não se sabe como começaram, pois ninguém conhece o segredo de todas as transformações, entendendo-se assim a teoria da geração espontânea permanente apenas como hipótese.

Escala dos seres orgânicos
- No início da escala situam-se os zoófitos (animais-plantas), que têm a aparência exterior da planta, mantém-se preso ao solo, mas como o animal, a vida nele se acha mais acentuada: tira do meio ambiente a sua alimentação.
- As plantas e os animais têm em comum: nascem, vivem, crescem, nutrem-se, respiram, reproduzem-se e morrem. Necessitam de luz, calor, água, ar puro. Enquanto as plantas se mantém presas ao solo, os animais, um degrau acima, se movimentam, como os pólipos; após o início do desenvolvimento dos órgãos, atividade vital e instintos  estão os helmintos, moluscos (lesma, polvo, caracol, ostra), crustáceos (caranguejo, lagosta), insetos (em alguns dos quais se desenvolve o instinto engenhoso,  como nas formigas, abelhas, aranhas). Segue-se a ordem dos vertebrados (peixes, répteis, pássaros) e os mamíferos (organização mais complexa).
- Se percorrermos a escala degrau por degrau, sem solução de continuidade, chegaremos da planta aos animais vertebrados, podendo compreender a possibilidade de que os animais de organização complexa sejam o desenvolvimento gradual da espécie imediatamente inferior, até chegar ao primitivo ser elementar. Assim o princípio da geração espontânea aplicar-se-ia somente aos seres de organização elementar, sendo as espécies superiores resultantes das transformações sucessivas daqueles. Após adquirirem a faculdade da reprodução, os cruzamentos originaram novas variedades. À partir daí não mais havia necessidade dos germens primitivos, pelo que desapareceram. Esta teoria, que tende a predominar na Ciência, evidencia a causa de não haver geração espontânea entre animais de organização complexa.

     No Capítulo XI da Gênese, Kardec trata sobre o Princípio Espiritual, do qual destacamos e resumimos o seguinte:
 Princípio Espiritual:- Decorre do princípio: "Todo efeito tendo uma causa, todo efeito inteligente há de ter uma causa inteligente".As ações humanas denotam um princípio inteligente, que é corolário da existência de Deus, pois não é concebível a Soberana Inteligência a reinar eternamente sobre a matéria bruta. Sendo Deus soberanamente justo e bom, criou seres inteligentes não para lançá-los ao sofrimento e em seguida ao nada, mas para serem eternos, sobrevivendo à matéria e mantendo sua individualidade.
O Princípio Espiritual é independente do Princípio Vital, pois há seres que vivem e não pensam, como  as plantas; a vida orgânica reside num princípio inerente à matéria, independente da vida espiritual, que é inerente ao espírito. Independe também do fluído cósmico universal, tendo existência própria e sendo, juntamente com o princípio material, os dois princípios constitutivos do universo. O elemento espiritual individualizado constitui o Espírito, enquanto que o elemento material forma os diferentes corpos da natureza, orgânicos e inorgânicos. Todos os Espíritos são criados simples e ignorantes, com igual aptidão para progredir por esforço próprio, através do trabalho imposto a todos até atingir a perfeição. Todos são igualmente objeto da solicitude divina, não havendo quaisquer favorecimentos.
Os mundos materiais fornecem aos Espíritos elementos de atividade para o desenvolvimento de suas inteligências. Os seres espirituais progridem normalmente até atingir a perfeição relativa; como Deus criou desde toda a eternidade, quando do surgimento da Terra, já havia seres espirituais que tinham atingido o ponto culminante da escala, assim como outros surgiam para a vida.
    Encontramos na Gênese Cap.VI -  Item 19 - A criação universal, a afirmação do Espírito Galileu:
Aos que desejem religiosamente conhecer e se mostrem humildes perante Deus, direi, rogando-lhes, todavia, que nenhum sistema prematuro baseiem nas minhas palavras, o seguinte: O Espírito não chega a receber a iluminação divina, que lhe dá, simultaneamente com o livre-arbítrio e a consciência, a noção de seus altos destinos, sem haver passado pela série divinamente fatal dos seres inferiores, entre os quais se elabora lentamente a obra da sua individualização. Unicamente a datar do dia em que o Senhor lhe imprime na fronte o seu tipo augusto, o Espírito toma lugar no seio das humanidades.
    Observa-se então que em vários pontos da codificação delineia-se a idéia básica da elaboração progressiva do Princípio Inteligente à partir do reino mineral, passando pelo reino vegetal, animal, até finalmente individualizar-se como Espírito, quando passa a encarnar somente no reino hominal,  continuando sua ascensão na escala do progresso intelectual e moral, através de encarnações sucessivas, com a finalidade de  atingir o máximo grau de perfeição relativa, de vez que somente Deus detém a perfeição absoluta.

     Leon Denis, no livro "O PROBLEMA DO SER, DO DESTINO E DA DOR"  às pág. 122/123 declara:

"A lei do progresso não se aplica somente ao homem; é universal. Há, em todos os reinos da Natureza, uma evolução que foi reconhecida pelos pensadores de todos os tempos. Desde a célula verde, desde o embrião errante, boiando à flor das águas, a cadeia das espécies tem-se desenrolado através de séries variadas até nós.  Cada elo dessa cadeia representa uma forma da existência que conduz a uma forma superior, a um organismo mais rico, mais bem adaptado às necessidades, às manifestações crescentes da vida; mas, na escala da evolução, o pensamento, a consciência e a liberdade só aparecem passados muitos graus. Na planta, a inteligência dormita; no animal, sonha; só no homem acorda, conhece-se, possui-se e torna-se consciente; à partir daí, o progresso, de alguma sorte fatal nas formas inferiores da Natureza, só se pode realizar pelo acordo da vontade humana com as leis Eternas".
     Jorge Andréa, autor contemporâneo dedicado a estudos científicos no campo da paranormalidade, evolução, psiquiatria, esposa esta tese amplamente desenvolvida em seu livro "IMPULSOS CRIATIVOS DA EVOLUÇÃO", de onde destacamos inicialmente às pág.42:
"De modo que, quando os minerais, por intermédio dos corpos simples, se foram juntando em suas imensas variedades e combinações, as organizações atômicas e moleculares obedeceram a uma energia que os convidou a uma união - uma forma inicial de consciência -  um psiquismo em sua mais simples apresentação que, com as idades, se enriquecerá de todas as potencialidades do reino mineral inorgânico, para depois grangear o mundo orgânico, o mundo vegetal e o mundo animal.  No seu trajeto, os milhões de milhões de anos se vão desfilando e as energias puras, sem experiências, que partiram do foco central de Energia Universal - Deus, percorreram a escala decrescente até a matéria, como substância transformativa e de possibilidades íntimas totais, fazendo a sua volta ao seio energético de origem como unidades perfeitamente categorizadas (Individualidades) e variáveis pelas nuanças evolutivas, carregadas de experiências que as idades sem conta depositam - é o Princípio Inteligente marchando em constante e ordenada busca..."
    Adiante, às fls.114 a 120 aduz:
"O princípio inteligente, essa energia espiritual em constantes experiências e labutas milenares, teria, naturalmente de passar pelos diversos caminhos das organizações da vida terrestre, com finalidade de aprimoramento e cumprimento das suas exigências evolutivas. Para isso o princípio inteligente comandaria o cenário das organizações físicas do planeta nos seus diversos reinos: mineral, vegetal e animal (pág.114) ... Terá de existir um princípio inteligente (embora sem consciência de sua mecânica)  a comandar e dirigir, em corretas posições, a organização mineral, onde os conhecidos sistemas cristalográficos obedecessem a uma ordem imperiosa e harmoniosa...O princípio inteligente, além das aquisições da fase anterior (mineral), ganharia, na fase vegetal, os novos potenciais da ?sensibilidade?. Este novo vórtice irradiador e mantenedor das necessidades das células vegetais comandaria e sustentaria todo o manancial fisiológico de que se acham investidas (pág.116)... Seria da Lei quando uma energética possui um princípio inteligente, em sua própria posição de trabalho, tentará buscar novas telas de manifestação para afirmação de sua íntima mecânica  evolutiva. O Principio inteligente vegetal, mais vivido e experiente de sua fase, despontará nas formas animais, buscando novas afirmações nos instintos. Como os minerais e os vegetais estariam na dependência de um condutor e orientador nas suas expressões planetárias, os animais possuiriam o princípio inteligente, mais avançado e evoluído, como uma alma-grupo de seu reino.(Pág.118)... À medida que as espécies vão perdendo o contacto de colônia, próprio das formas mais simples, vão adquirindo relativa Individualidade e, com isso, o vórtice dinâmico, que dirige seus destinos, já consegue lapidar, na massa energética da alma-grupo-da-espécie, um verdadeiro núcleo (pequeno EU) . Desse modo a alma-grupo dinamismo conjunto que dirige colônias minerais, vegetais e primeiros animais, iria apresentando em seu seio, por maturação evolutiva, pequenos fulcros vorticosos, início de afirmações individuais, porém, que ainda não ousam nem podem viver fora da colônia dinâmica  que lhe deu origem e donde se nutrem.  Dessa forma, podemos explicar porque a sociedade dos insetos (caso específico das abelhas e das formigas) instintivamente desenvolvem atividades perfeitas e complexas diante de nossa análise e o homem, com sua maior evolução espiritual, muitas vezes se encontra perdido pelo caminho... É  que, na sociedade dos insetos, a direção da alma-grupo é inflexível dentro das leis limitadas que convidam o animal à execução dos instintos da espécie, sem possibilidades de análise.  No homem, pela maior libertação, pela conquista de grau evolutivo onde existe o livre arbítrio, a sua atividade de horizontes espirituais muito mais largos deixa à zona  consciente, sem interferência  da zona inconsciente ou espiritual, a escolha do caminho, buscando a segurança consciente e suplantando os determinismos instintivos." (Pág.120).
    Selecionamos finalmente à pág. 124, onde Jorge Andréa cita André Luiz:
"À medida que o princípio espiritual avança na evolução é como se fosse afastando dos determinismos cósmicos e adquirindo diretrizes próprias que o livre-arbítrio pode conceder.  Quanto mais evoluído mais livre e mais responsável; quanto  menos evoluído mais limitado pela Lei e menos responsável.  Ainda André Luiz: ?Se, no círculo humano, a inteligência é seguida pela razão e a razão pela responsabilidade, nas linhas da Civilização, sob os signos da cultura, observamos que, na retaguarda do transformismo, o reflexo precede, tanto quanto o instinto precede a atividade refletida, que é a base da  inteligência nos depósitos do conhecimento adquirido por recapitulação e transmissão incessantes, nos milhares de milênios em que o princípio espiritual atravessa lentamente os círculos elementares da Natureza qual ser vivo, de forma em forma, até configurar-se no indivíduo humano, em trânsito para a manutenção sublimada no campo angélico"
    Dentro do mesmo pensamento, o Espírito Áureo, no livro "UNIVERSO E VIDA", à pág.42 coloca:
"O Princípio Espiritual é o gérmen do Espírito, a protoconsciência.  Uma vez nascido, jamais se desfará, jamais morrerá.  Filho de Deus Altíssimo, inicia então a sua lenta evolução, no espaço e no tempo, rumo ao principado celeste, à infinita grandeza crística. Durante milênios vai residir nos cristais, em longuíssimo processo de auto-fixação, ensaiando aos poucos os primeiros movimentos internos de organização e crescimento volumétrico, até que surja, no grande relógio da existência, o instante sublime em que será liberado para a glória orgânica da Vida."
    Em seguida, à pág. 47 (Universo e Vida), cita comunicação contida em  ?Os Quatro Evangelhos?, obra mediúnica coordenada por  Roustaing  que - muito embora sobre outros pontos apresente teorias divergentes em relação à codificação kardequiana -  no assunto em questão expressa, de uma forma poética, a origem  e trajetória do Princípio Espiritual através dos três reinos da Natureza:
"Ao serem formados os mundos primitivos, na sua composição entram todos os princípios, de ordem espiritual, material e fluídica, constitutivos dos diversos reinos que os séculos terão de elaborar. O princípio inteligente se desenvolve ao mesmo tempo que a matéria e com ela progride, passando da inércia à vida. (...) Essa multidão de princípios latentes aguarda, no estado catalético, em o meio e sob a influência dos ambientes destinados a fazê-los desabrochar, que o Soberano Mestre lhes dê destino e os aproprie ao fim a que devam servir, segundo as leis naturais, imutáveis e eternas por ele mesmo estabelecidas.  Tais princípios sofrem passivamente, através das eternidades e sob a vigilância dos Espíritos prepostos, as transformações que os hão de desenvolver, passando sucessivamente pelos reinos mineral, vegetal e animal e pelas formas e espécies intermediárias que se sucedem entre cada dois destes reinos.  Chegam, dessa maneira, numa progressão contínua, ao período preparatório do estado de Espírito formado, isto é, ao estado intermédio da encarnação animal e do estado espiritual consciente.  Depois, vencido esse período preparatório, chegam ao estado de criaturas possuidoras de livre-arbítrio, com inteligência capaz de raciocínio, independentes e responsáveis pelos seus atos. Galgam assim, o fastígio da inteligência, da ciência e da grandeza."
    Constata-se assim a aceitação geral - tanto por autores encarnados como também pelos Espíritos de escol que nos transmitem seus ensinamentos por via mediúnica  - da teoria da dualidade: Elemento Espiritual/Elemento material criados simultaneamente por Deus, sendo que o Elemento Espiritual, desde suas primeiras manifestações,  acumula sempre as experiências adquiridas em seu trajeto até o estado de Espírito, sem jamais retrogradar,  enquanto que a matéria - criada para a manifestação do Elemento Espiritual que a dirige - pela sua própria natureza está sujeita às transformações, que incluem, nos três reinos, o nascimento, crescimento, decrepitude e morte com a conseqüente destruição (assim entendida como retorno aos elementos constitutivos), para formar novas formas manifestadas pelo Espírito em sua trajetória rumo à Perfeição.

     Poder-se-ia, no entanto, questionar como fazer uso, na prática, de todo esse conhecimento.
.
    Quando levamos em conta que o Espírito é sempre o agente responsável pelos fenômenos que envolvem essa dualidade, torna-se menos árido entender, por exemplo:

a)- o modo pelo qual é naturalmente formado o perispírito, como resultado da atração magnética dos fluidos condizentes com o estágio evolutivo do Espírito, fluidos esses provindos dos mundos em que sucessivamente ele habita;

b)-  a memória das experiências, ou seja, a agregação pelo perispírito de todas as experiências adquiridas na condição de Princípio Inteligente durante toda a escala evolutiva até ao estágio atual, o que proporciona o controle e execução das funções automáticas do corpo humano, como por exemplo a função digestiva, a função auto-regenerativa, o controle da circulação sangüínea, etc.), independentemente do grau de conhecimento que o Espírito encarnado tenha à respeito de tais sábias funções;

c)- a transmissão do pensamento e sua ação perante o fluido cósmico universal, podendo-se figurar os nossos pensamentos como os sons de um sino, que fazem vibrar todas as moléculas do ar ambiente, tornando-se então audíveis. Assim, o pensamento impulsionado pela vontade do Espírito, produz a vibração mental que por sua vez repercute no fluido cósmico, desta forma transmitindo-se e podendo ser captado por outros Espíritos, sem verbalização;

 d)- torna-se então mais fácil entender-se a formação das formas-pensamento, plasmadas pelo Espírito, como resultado das vibrações no fluido universal;

e)- a formação e manutenção fluídica da aura, assim entendida como emanação do Espírito, identificando seu estado de equilíbrio ou desequilíbrio energético.

    Vemos então que a compreensão dos fenômenos naturais se faz mais facilmente quando consideramos sempre a ação da dualidade - Espírito/matéria e levando em conta que o Espírito comanda, consciente ou inconscientemente, as ações da matéria.

    Deixamos assim estas reflexões à disposição dos estudantes da Doutrina Espírita, esperando que o estudo a que nos propusemos possa servir como auxiliar no entendimento de questões tão emocionantes como as perquirições a respeito de nossas origens e nossa manifestação no mundo das formas.

    Blumenau, 20 de abril de 2002
    Joel Matias.



A Ética na Empresa e o Espiritismo, José Cid, Brasil

    Segundo o dicionário, a ética estuda a forma de julgar a conduta humana, do ponto de vista do bem e do mal, seja no contexto da sociedade seja de modo absoluto. Portanto, ética é como distinguir o bem do mal. Todos concordamos que isso tem aplicação a cada instante em nossas vidas.

    O Espiritismo é uma doutrina que nos traz parâmetros que podem (e devem) ser aplicados para distinguir o que é bem do que é mal. Deste modo, o espírita que estuda tem todas as ferramentas necessárias para que possa ser ético.

    Na selva dos negócios, a aplicação da ética tem ficado de lado, se valendo de formas pouco rígidas de julgar o que é bem e o que é mal, sendo fácil encontrar-se empresas em disputa ferrenha por mercado usando artifícios que nos leva a crer que a ética usada está um pouco ultrapassada. Mas, pouco a pouco os investidores estão demonstrando mais preocupação com a ética usada nos negócios, direcionando seu capital para empresas que tenham uma forma de atuação voltada de alguma forma para o bem estar social.

    Na minha opinião, este é um caminho natural, servindo de estimulo a uma mudança de hábitos das empresas, que precisarão analisar (e distinguir) cada vez mais e com maior precisão o bem e o mal contido em suas ações. O Espiritismo, como uma doutrina completa, nos traz os subsídios necessários para, através de muito estudo e preparo, conhecermos melhor os mecanismos de correção de rumo contidos nas leis divinas, de forma que seja possível ao administrador prever possíveis problemas, desvios de conduta ou riscos contidos nas ações empresariais.

    Esclarecendo melhor.

    Cada vez escutamos mais os "gurus" da administração falando em responsabilidade social, terceiro setor, e coisas do genero. Peter Ducker, chamado de pai da administração moderna, defende idéias em grande alinhamento com princípios calcados no bem estar social. A primeira vez que li um de seus livros fiquei impressionado com sua preocupação com o bem estar do ser humano. E, para que seja possível trazer bem estar para o ser humano é fundamental que ele seja visto não como matéria, mas como espírito.

    Como foi dito na primeira parte deste trabalho (Espiritismo e Empresa - Boletim 435 ), o espírito encarnado não é proprietário dos bens que dispõe. Ele é um simples guardião, que recebeu aqueles bens por empréstimo, para que eles servissem de instrumentos do seu progresso, devendo prestar conta deles no futuro. A mesma coisa diz respeito à Empresa. Ela não tem um dono, mas alguém que está responsável pela sua admnistração ou guarda, e que deverá prestar conta aos investidores (de capital) encarnados e ao investidor maior, que é Deus - aquele que investiu em nosso progresso moral, nos concedendo uma encarnação para aprimorarmos nossas tendências.

    No final, é a este investidor principal, que não liga para as flutuações da bolsa de valores, que prestaremos contas quando retornarmos ao mundo espiritual. Ali teremos a oportunidade de avaliar como superamos nossas dificuldades e como admnistramos os talentos que nos foram emprestados. Como Jesus disse, a Cesar o que é de Cesar, a Deus o que é de Deus.

    Neste momento nossas ações serão avaliadas segundo uma ética diferente da nossa, porque seremos avaliados dentro de um contexto mais amplo, mais absoluto e não somente de acordo com os princípios aceitos socialmente. Eu me lembro frequentemente de uma frase que me marcou muito, onde a pessoa diz que determinada atitude lhe é lícita, mas, por outro lado não é conveniente. Dito de outra forma, significa que esta atitude é boa, segundo a conduta socialmente aceita, mas, por outro lado, é má segundo uma avaliação mais ampla ou absoluta.

    Por fim, fica clara a necessidade que as instituições, que devem ter uma longevidade maior que nossas curtas encarnações (ou seja, as empresas), precisam adotar condutas adequadas a esta visão. Ou seja, o que estou defendendo é que empresas devem ter vida longa e portanto precisam escolher uma postura ética que propicie isso.

José Cid



As Quatro Nobres Verdades, Carlos Iglesia, Brasil

IV - Prática

Organização Interna

- Budismo
"Ele cujo prazer é o Darma, que se deleita no Darma,
    que medita no Darma.
Que evoca o Darma -, este bikshu não renega o
    verdadeiro Darma".
Verso 364 - Dhammapada, trad. Nissim Cohen, ed. Palas Athena

"O homem que desejar ser meu discípulo deverá abandonar todas as relações diretas com a família, a vida social mundana e toda a dependência a riqueza. O homem que tiver abandonado tais relações em prol do Dharma e não tiver abrigo para o corpo e a mente tornar-se-á meu discípulo e será chamado de irmão sem lar."
Os Irmãos sem Lar, A Doutrina de Buda, Siddharta Gautama, ed. Martin Claret.

Para se tornar um irmão leigo, deve-se ter uma inabalável fé em Buda, deve-se acreditar em Seus ensinamentos, estudar e pôr em prática os preceitos, e deve-se apreciar a Fraternidade."
Os Irmãos Leigos, A Doutrina de Buda, Siddharta Gautama, ed. Martin Claret.

    Desde o início das pregações de Buda, a prática de seus ensinamentos em todos os seus desdobramentos - com seus altos níveis de realização espiritual em busca da iluminação - levou algumas pessoas a se desligarem completamente das atividades mundanas e a se dedicarem a uma vida de renuncias e de meditações. Estas pessoas, chamadas de bikshus (inicialmente com o sentido de monges mendicantes), formam a "Sangha", a comunidade de monges budistas. A continuidade desta comunidade, com variações de forma e organização pelos vários países pelos quais o Budismo se propagou, tem sido o principal fator de preservação e divulgação do Dharma.

    Os ensinamentos de Buda também podem ser seguidos e praticados sem que o discípulo se desligue completamente de seus laços com a familia e a sociedade. Naturalmente ele não poderá se dedicar tão intensamente as práticas de meditação. O resultado deste fato é que, ao lado da Sangha, existem os budistas leigos.

    Assim a diferença entre os monges e os outros budistas está na intensidade com que podem se dedicar ao Dharma. Os monges dedicam-lhe todo o seu tempo.

 - Espiritismo

"O médium é um companheiro.
É um trabalhador.
É um amigo.
E é sobretudo nosso irmão, com dificuldades e problemas análogos àqueles que assediam a mente de qualquer espírito encarnado".
VI-Médiuns, Mediunidade e Sintonia, Emmanuel, médium Francisco Cândido Xavier, ed. CEU

"Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que faz para dominar suas más inclinações".
"Os Bons Espíritas", no cap. XVII (Sêde Perfeitos) do "O Evangelho Segundo o Espiritismo", Allan Kardec, EDICEL

"Embora este regulamento tenha resultado da experiência, não o damos como um modelo obrigatório, mas unicamente para facilitar às sociedades em formação, que poderão tomar por normas as disposições que considerem úteis e aplicáveis às circunstâncias que lhes sejam próprias. Não obstante já se apresente simplificada, a sua estrutura poderá ser ainda mais reduzida quando se trate, não de sociedade regularmente constituída, mas de pequenos grupos particulares que só necessitem de estabelecer medidas de ordem interna, de preservação e de regularidade de seus trabalhos"
Cap. XXX - Regulamento da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, o "Evangelho Segundo o Espiritismo", Allan Kardec, EDICEL

    Não há um "acestismo" espírita, no sentido de uma classe de monges dedicados ao eu estudo e divulgação. Muito menos uma hierarquia, pois a Doutrina Espírita não impõe uma forma de organização. A forma de organização proposta por Allan Kardec foi  a adotada pela "Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas" [1]  que serviu de modelo para os grupos espíritas posteriores, do mesmo modo que a "Revue Spirite" foi o modelo para o jornalismo espírita.

    Assim. ao longo da história do Espiritismo, se formou um "movimento espírita" organizado em torno de grupos espíritas. Surgiram grupos com diversas finalidades - estudo, atividades filantrópricas, reuniões religiosas, etc... Também surgiram entidades maiores como federações e associações nacionais.

    Importante notar que se pode perfeitamente ser espírita sem pertencer a nenhum grupo espírita. Do mesmo modo, não há nenhuma obrigação de que um grupo se filie a uma associação ou outra. A organização do movimento espírita é totalmente voluntária e visa apenas juntar esforços no estudo, na prática e na divulgação da Doutrina. Não há privilégios ou prerrogativas doutrinárias associadas a qualquer posição dentro do movimento espírita[2].

    Uma forma muito comum de grupo espírita é o familiar. Amigos e parentes que se reunem periodicamente para o estudo das obras básicas, principalmente do estudo do evangelho.  Muitos dos grupos maiores nasceram em reuniões familiares, pelo aumento do número dos participantes e principalmente em torno de personalidades marcantes do movimento espírita. Pelas próprias características da Doutrina, os médiuns acabam desempenhando o papel de núcleo dos diversos grupos e ponto de referência para os demais individuos.

    A mediunidade, como faculdade natural no ser humano, efetivamente não dá a ninguém privilégios especiais dentro do Espiritismo. Apenas capacita o médium a ser um trabalhador em benefício de todos.

- Análise

    A forma de organização difere entre o Budismo e o Espiritismo.  A diferença está na existência entre os budistas, da "Sangha", a comunidade de monges dedicados ao estudo e divulgação do Dharma. No Espiritismo, tanto o estudo como a divulgação, podem ser feitos individualmente ou por grupos formados voluntariamente por seus adeptos, sem votos especiais.


[1] - Vide "O Livro dos Médiuns" (cap. XXIX - Reuniões e Sociedades e XXX - Regulamento da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas) ou "Obras Póstumas" ("Constituição do Espiritismo").

[2] - As estruturas existentes dentro dos grupos espíritas são puramente administrativas e operacionais.




Comentários
Revista Espírita em CD-ROM, Jader Sampaio, Brasil

Prezados Companheiros do GEAE,

    Passei a manhã inteira procurando um texto de Kardec na Revista Espírita, que mesmo com os índices analíticos, é uma obra de difícil consulta para fins de pesquisa pela sua diversidade de textos. Sugiro que iniciemos uma campanha para que a "Revista Espírita", pelo menos no período em que Kardec foi o seu editor (1858-1869), seja digitalizada e disponibilizada ao público espírita em CD-ROM. Talvez esta iniciativa não seja comercial, mas certamente divulgaria bastante o pensamento de Kardec junto aos que desejam estudar e divulgar o Espiritismo.

    A "Revista Espírita" no período de 1858-1869 é uma obra fundamental para que se conheça o movimento espírita e o pensamento de Allan Kardec. É do interesse de todo o movimento espírita, mas principalmente dos estudiosos e expositores que passam a ter acesso a diversos trabalhos que lançam luz a questões e conceitos espíritas debatidos por Kardec com os adeptos e detratores do Espiritismo.

    Seria de grande valia a divulgação da Revista Espírita em meio informatizado (CD-ROM), posto que a pesquisa na obra publicada pela EDICEL é difícil, mesmo com o apoio do índice analítico que se encontra ao final da coleção.

    Gostaríamos de convidar as lideranças do movimento espírita brasileiro a fazer um esforço conjunto para publicarmos a obra em CD-ROM. Estou certo de que não é uma empreitada comercial, mas de grande valor para o conhecimento e a divulgação do Espiritismo. Se você tem acesso à imprensa espírita, por favor, trabalhe por  esta iniciativa.

     Fraternalmente,
     Jáder Sampaio - Associação Espírita Célia Xavier - BH




Perguntas
Pedido de Informação, Luis del Nero, Inglaterra

Prezados Irmãos e Irmãs do GEAE,

    Que a Paz de Jesus esteja sempre entre nós.

    Sou coordenador da Sociedade Espírita Sir William Crookes de Londres. Li no website da FEB um material sobre Chico Xavier, dizendo que o médium Waldo Vieira e ele estiveram aqui na Europa, inclusive Inglaterra. Como estamos aqui mesmo, fiquei pensando se não seria de interesse para os registros espíritas se tivéssemos eventuais artigos de jornal ou qualquer outra indicação da passagem do missionário por estas terras. Gostaria de saber se algum de vocês poderia fornecer qualquer informação sobre aquela viagem de Chico à Inglaterra. Daqui poderíamos ir às edições dos jornais e pedir cópias de artigos, etc. e obviamente tornar esse material disponível a quem se interessar.

    Espero que tenham uma semana cheia de P A Z  e desejo muito sucesso ao seu trabalho na divulgação da Doutrina.

Um abraço do irmão

Luís del Nero




Painel
Campanha do Centro de Documentação Histórica da USE, Milton, Brasil

CAMPANHA DO CENTRO DE  DOCUMENTAÇÃO HISTÓRICA

    O Centro de Documentação Histórica da USE foi criado em 1997 visando reunir e preservar documentos sobre espiritismo que venham a oferecer no presente e no futuro subsídios para a preservação de sua memória.

      Atualmente o acervo do CDH conta com uma Biblioteca de 30.000 volumes, sendo 40% de obras espíritas/espiritualistas; uma Hemeroteca de jornais e revistas espíritas com várias coleções completas de periódicos raros dos séculos 19 e 20; e cerca de 100.000 documentos tais como atas de fundação de Instituições, Selos, Histórias de Centros, Biografias de pioneiros do espiritismo, Fotos, Cartazes de Promoções Espíritas, Artigos de Jornais Leigos s/Espiritismo,etc..

      Presentemente o CDH está incorporando a seu acervo cópia do acervo sonoro da Rádio Boa Nova de Guarulhos com 30 anos de entrevistas de vultos espíritas.

FONTE DE PESQUISAS

       Enquanto não consegue um lugar público definitivo e infra-estrutura para receber pesquisadores com comodidade e condições apropriadas, o CDH vem funcionando precariamente mas atendendo consultas via Internet e pessoalmente, inclusive de acadêmicos não espíritas, fornecendo subsídios para Teses e Monografias.

      Com o apoio da Fundação Maria Virgínia e José Herculano Pires, o CDH está digitalizando seu acervo de obras raras e Hemeroteca para disponibibilizá-la num Museu Virtual Espírita a ser criado na Internet.

      Dentre as obras raras que possue, pode ser citada a primeira obra espírita lançada no Brasil Os Tempos são Chegados, do francês Casimir Lieutaud, que será publicada em livro juntamente com a Biografia de seu esquecido Autor.

ALGUMAS PESQUISAS QUE VÊM SENDO REALIZADAS

      Esse acervo do CDH da USE já proporcionou a Edição de vários livros de resgate da memória espírita que fazem parte da Série Documentos Históricos do Espiritismo e que prosseguirão com as pesquisas que forem sendo feitas.

      Citamos aqui algumas pesquisas já sendo preparadas para lançamento em livros:

1)      Memórias do Marechal Ewerton Quadros(1* Presidente da FEB)com novos dados biográficos contados por ele próprio e mais de cem artigos, crônicas, poesias, textos mediúnicos, etc,constantes de sua prolífica bibliografia pessoal e mediúnica;

2)      Memórias de Bezerra de Menezes com a edição de vários livros inéditos de sua autoria escritos através dos vários pseudônimos que usou na sua vida, alguns desconhecidos até hoje, documentos e fotos;

3)      Resgates de documentos espíritas na França de vultos como Leon Denis, Kardec, Delanne, etc..

4)      História do Espiritismo no Século 19 na França e no Brasil.

    Para a realização desses trabalhos a equipe do CDH tem parcerias com a Fundação Maria Virgínia e José Herculano Pires; ADE-SP Associação dos Divulgadores Espíritas de São Paulo (www.adesp.cjb.net); Editora Madras Espírita (www.madras.com.br); e Site Universo Espírita (www.universoespirita.org.br).

LANÇAMENTO DE LIVRO E EXPOSIÇÃO DE JORNAIS E REVISTAS

      Em novembro próximo será lançada a obra Cem Anos de Comunicação Espírita em São Paulo(1850-1950), em edição conjunta da Editora Madras e ADE-SP, com a realização de um Seminário sobre Comunicação Espírita e uma Exposição de Jornais e Revistas Espíritas raras, dos séculos 19 e início do 20. O local será o Nosso Lar do Cambuci.

CAMPANHA

      Para melhorar seu acervo,o Centro de Documentação Histórica da USE está dirigindo um apelo a Entidades Espíritas antigas e famílias de espíritas atuantes para que façam um contato com o CDH para fornecerem originais de documentos ou permitirem a reprodução dos mesmos.

1)      Centros Espíritas com mais de 25 anos(de todo o Brasil)Coletamos: Ata de Fundação; Primeiros Estatutos; Histórico da Instituição; Fotos antigas e recentes(pode ser xerox colorida das mesmas); Biografias de seus fundadores(encarnados ou não); etc..(Reproduzimos e devolvemos os originais)

2)      Acervos particulares de espíritas desencarnados - É muito importante que famílias de espíritas não se desfaçam dos arquivos pessoais de espíritas desencarnados.Eles sempre contêm dados preciosos para os pesquisadores que às vezes a família não sabe avaliar, fotos históricas para o espiritismo,etc;

3)      Acervos de espíritas encarnados - Ajudem-nos a preservar a memória do espiritismo nos cedendo fotos, cartas, documentos, livros raros, etc.;

4)      Jornais e Revistas Espíritas antigos - Recolhemos jornais e revistas espíritas antigos para o acervo de nossa Hemeroteca.Muitas vezes são jogados fora exemplares raros em Instituições ou residências sob pretexto de serem "coisa velhas", sendo que poderiam ser muito úteis ainda num acervo histórico.

LIGA DE HISTORIADORES E PESQUISADORES ESPÍRITAS

      Nesse esforço de incentivo à preservação da memória do Espiritismo, foi criada a Liga de Historiadores e Pesquisadores Espíritas, na qual podem se inscrever pesquisadores espíritas com experiência, trabalhos e/ou livros publicados para fazer intercâmbio com pesquisadores de todo o Brasil.

      A Liga não possue Estatutos,Diretoria,Sede, nem recolhe contribuições.Também não é um grupo de discussões.A Liga visa incentivar os contatos entre historiadores e pesquisadores espíritas,promover Seminários,Congressos e Oficinas de aperfeiçoamento para os que se dedicam à pesquisa do Espiritismo,publicar obras,descobrir novos autores,incentivar a criação de Centros de Documentação Histórica Espírita.

      Inscrições e maiores informações pelo e-mail milton@bonfante.com.br.

ANUÁRIO HISTÓRICO ESPÍRITA

      O CDH da USE e a Liga estarão Publicando o Anuário Histórico Espírita 2002,uma coletânea  de diversos autores e trabalhos históricos de todo o Brasil.

      Alguns dos autores que já enviaram seus trabalhos: Washington Fernandes(SP); Luciano Klein Filho(CE); Geraldo Campetti(Brasília); Celso Martins(RJ); Jorge Damas(RJ); Eduardo Carvalho Monteiro(SP); Jorge Hessen(MS); Florentino Barrera(Argentina); Carlos Alberto Ferreira(Portugal); Samuel Magalhães(AM); Ary Leite(CE); Jader dos Reis Sampaio(MG); Miriam de Sá Motta(MG); Marcus Vinicius(CE); e outros. Novos autores também serão benvindos à coletânea.

APOIO AO CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO

      Agora que você sabe o que é e porque existe o Centro de Documentação Histórica da União das Sociedades Espíritas de São Paulo-USE colabore conosco na coleta de material e no aumento de seu acervo fazendo contato através dos e-mails milton@bonfante.com.br  ou edumonteiro@nw.com.br  ou através do endereço Rua Xapanã,5 cep 04648-150 - São Paulo-SP (Tel. 0xx11 5686-8019).

    Solicitamos aos Jornais, Revistas e Sites Espíritas que reproduzam o texto integral de nossa Campanha.



Noticias da Associação de Divulgadores de Espiritismo de Portugal

CECA TEM NOVA PÁGINA WEB E TELEFONE PARTICULAR

    O Centro Espírita Caridade por Amor, situado na Rua da Picaria, 59, 1ºFrente, 4050 - 478 Porto, tem novo endereço de página Web: http://www.ceca.web.pt/  . O Conselho Directivo do CECA, deliberou também adquirir um telefone exclusivamente para assuntos da associação, face aos vários contactos por parte de pessoas, imprensa, instituições e universidades. Telefone: (+ 351) 91 216 00 15. Desta forma, o CECA, informa que todos os contactos por telefone para esta associação da cidade do Porto, devem ser dirigidos para o número supracitado, estando este, disponível 24 horas por dia.

Conselho Directivo do CECA



Grupo de Estudos Espíritas "Allan Kardec" - Dinamarca

Queridos Amigos no ideal Espírita,

    Venho através deste e-mail trazer o endereco da página da WEB do primeiro grupo Espírita na Dinamarca: GEEAK - DK (Grupo de Estudos Espíritas "Allan Kardec" - Dinamarca)

    Gostaríamos de solicitar aos senhores que, se possível, divulgassem em suas páginas da WEB e entre os membros dos seus grupos o nosso contato.

    Muito obrigado e que a paz de Deus esteja entre todos.

    GEEAK Denmark
    Att. Silas Villas-Boas
    Skovsvinget 02
    DK-2800 Kongens Lyngby
    Denmark
    Phone: +45 4084 8700
    http://www.geeak-dk.org




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