Grupo de Estudos Avançados Espíritas

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Fundado em 15 de outubro de 1992
Boletim Quinzenal de Distribuição Eletrônica

"Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade", Allan Kardec


Ano 10 - Número 437 - 2002            15 de maio de 2002

Conteúdo
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Textos 
A Gênese Segundo o Espiritismo (Resumo) Capítulo XVI, Joel Matias, Brasil

(texto iniciado no Boletim 425)

AS  PREDIÇÕES   Segundo  o  Espiritismo

Capítulo XVI

TEORIA DA PRESCIÊNCIA

   
    Há muitos casos de predições que se realizaram. O Espiritismo vem mostrar que também este fenômeno ocorre segundo leis naturais.

    Figuremos um homem sobre uma montanha, de onde pode ver tudo o que se passa na planície; pode acompanhar à distância o trajeto de um viajante e ver p. ex. que, em dado ponto, um ladrão o aguarda para assaltá-lo. Do local em que se encontra, para o homem da montanha, todos aqueles fatos são presente, enquanto que para o viajante, tendo sua visão limitada, a situação em que poderá ser assaltado lhe é desconhecida, e representa o futuro. Se o observador da montanha descer e lhe avisar que será assaltado e socorrido, estará, para o viajante, predizendo o futuro.

    Assim também, para os espíritos desmaterializados, não existe espaço nem tempo, estando a extensão e penetração de sua vista condicionadas ao grau de depuração alcançado. Podem então abarcar um período de até milhares de anos terrestres e ver simultaneamente os acontecimentos que para os homens "se desenrolam sucessivamente". Tais acontecimentos muitas vezes dependem da cooperação dos homens para concretização dos desígnios do Criador, pelo que nesses casos podem ser-lhes revelados parcialmente por Espíritos superiores, a fim de que estejam preparados a agir na ocasião oportuna.

    Também quando encarnado, tendo já se adiantado moralmente, pode, durante o sono ou em êxtase da dupla vista, desprender-se e ter consciência de fatos futuros dos quais poderá fazer a revelação, dependendo de que devam ou não permanecer secretos. Poderá ainda guardar deles uma vaga intuição "bastante para o guiar instintivamente". A revelação pode também ocorrer por inspiração dos Espíritos, transmitidas maquinalmente sem a pessoa se aperceber do que fala. Quando da iminência de calamidades, revoluções, desenvolve-se providencialmente a faculdade, quando então surgem numerosos videntes.

    As revelações podem se apresentar em forma de quadros desenhados pela mente dos Espíritos reveladores, formando imagens para o vidente. Nestes casos, podem representar sugestões, no sentido de levar à realização ou prática de atos necessários à consecução de um objetivo, pelo que o vidente não pode prever o momento da realização, a qual pode também não ocorrer, pois representa um desejo, um projeto.

    Para o Espírito "o princípio da visão não lhe é exterior, está nele". Não necessita, portanto, da luz exterior nem deslocar-se para abranger o tempo e o espaço. À medida em que se desmaterializa, desenvolvendo-se moralmente, ampliam-se-lhe as percepções e todas as faculdades.

    A Providência regula "os acontecimentos que envolvem interesses gerais da Humanidade". Tendo seu livre-arbítrio, pode o homem não executar a missão por ele aceita no sentido da consecução dos desígnios do Criador, caso em que é afastado de modo que o resultado final de um acontecimento se cumpra. Não há fatalidade, pois, "os pormenores e o modo de execução se encontram subordinados às circunstâncias e ao livre-arbítrio dos homens". Por isso, mesmo que os Espíritos possam prevenir-nos quanto a ocorrência de certos acontecimentos futuros, não lhes é possível precisar a época exata, pois dependem das decisões que serão tomadas pelos homens durante sua consecução. As predições como as de Nostradamus eram verdadeiros enigmas, permitindo interpretações diferentes.

    Atualmente os Espíritos, em linguagem comum, fazem advertências como conselheiros que são.



  Do Leproestigma ao Clone Estígmatizado , Luiz Carlos Formiga, Brasil

Enfoque microbiológico - Parte II

(Parte I veiculada no Boletim GEAE 436 )

    Voltemos ao clone. 

    Ainda no campo especulativo, a sociedade tem feito perguntas. 

    Num organismo unicelular é mais difícil perceber diferenças, embora seja mais fácil pesquisar. Nos pluricelulares é o inverso, fácil perceber diferenças num organismo que possui muitas unidades e no corpo humano as contamos na casa dos trilhões.  

    O clone de Arnold Schwarzenegger será franzino se não for adepto fervoroso do halterofilismo e o clone de Einstein vai necessitar de muitos exercícios, verdadeira musculação cerebral, para desenvolver de forma semelhante o domínio cognitivo. O DNA apenas nos oferece a possibilidade. A probabilidade e a certeza dependem de muitas variáveis que não são todas do domínio da ciência ou do homem.

    Um indivíduo é produto da interação entre a herança genética, o ambiente físico e cultural e o processo de aprendizagem. Hoje, impossível descartar a chamada herança espiritual. A idéia de recriação de pessoas boas ou más é fantasiosa e está desprovida de fundamentação científica.

    A discussão anterior nos remete a uma questão:

    Certamente as dificuldades de se achar as diferenças serão maiores nesses seres mais simples, procarióticos, do que nos seres pluricelulares. Entretanto, microbiologistas não usam apenas o microscópio ótico ou eletrônico. 

    No vasto mundo microbiano há grande número de informações. Como possuímos experiência com algumas espécies vamos utilizá-las como um modelo unicelular.  

    O gênero Corynebacterium abriga bacilos em forma de clava, que tendem a formar arranjos em paliçadas e/ou letras chinesas. Compreende número grande de espécies, algumas sendo mal definidas, mas a espécie-tipo do gênero, C. diphtheriae, é muito bem estudada.


(O trecho abaixo é um resumo do texto do  Prof.  Luiz  descrevendo as  experiências com  clones de bactérias. Optamos pelo resumo devido ao texto se destinar originalmente a uma ampla discussão num curso de pósgraduação em Virologia e Bacteriologia Clínica. Pela sua destinação, ele apresenta os detalhes técnicos necessários, que ficariam fora de contexto neste boletim. O  texto completo está  disponível no site do  Núcleo Espírita Universitário: http://zap.to/neurj )

- Clones apresentam tipos diferentes:  O C. diphtheriae pode ocorrer sob a forma de três biotipos, denominados gravis, mitis  e intermedius. A diferenciação destas variedades é feita através dos caracteres coloniais e testes bioquímicos.

- Clones  preocupantes e com efeitos tóxicos diferentes :  As variações da bactéria  tem efeitos diferentes sobre o organismo humanos,  alguns  letais;

- Clones diferem nas exigências nutritivas : No laboratório, os clones produtores de toxina demonstram comportamentos diferentes dependendo da peptona (nutriente) usada na dieta (meio de cultura).  

- Clones diferem na fluorescência.

- Clones diferem na fermentação, nos ligantes e na hemaglutinação .

- Clones diferem na superfície celular, no poder invasor e na colonização .

- Clones diferem na sensibilidade resistência.

- É necessário vacinar: Devido as características da bactéria e de seus clones, mesmo estando a difteria sobre controle, é importante não descuidar da vacinação.

- Clones podem infectar pessoas vacinadas: Mesmo diante de ampla vacinação, alguns clones, sem discriminar as condições sociais, econômicas ou culturais do paciente, conseguem romper sua barreira imunológica.

(Seguimos com a conclusão do texto do Prof. Luiz)  


    Tenho procurado, por escrito, informar aos "meus" médicos o meu pensamento, minhas crenças, enfim tudo aquilo que deles espero. Enfatizei as minhas necessidades psicossociais e as psicobiológicas. No entanto gostaria que se lembrassem, com muita nitidez, do que escrevi sobre as minhas necessidades psicoespirituais. Elas se apóiam em trabalhos de investigação que utilizaram principalmente o método das ciências sócio-morais.

    Existem pessoas indiferentes neste campo ou possuidoras de um conceito prévio de que o método científico não possui condições de investigar questões pertinentes ao domínio espiritual. Sofreram um processo educativo, religioso ou não, que produz uma "mente fechada". Muitas são incapazes de pensar que a morte do corpo não mata a vida e que esta consciência liberta possa novamente ser aprisionada pelas malhas de um DNA, no "espetáculo" da vida e da evolução. Outras estenderam as leis da matéria a todos os setores de investigação. Neste nível de consciência os valores éticos, de índole imponderável e imaterial, não podem encontrar receptividade e não se importam em legalizar o que não é ético.

    Encontramos também as que não foram bem condicionadas pelos seus credos religiosos e tornaram-se incrédulos, embora exibam a vestimenta religiosa. Podem se tornar adeptos do dólar ou do materialismo religioso e chegam a "i-dolar-tria" dos valores imediatos. Passam a perseguir esses valores aqui e agora e seus comportamentos podem apresentar contornos antiéticos. Com seus interesses puramente econômicos, procuram colocar obstáculos aos resultados de pesquisas que apontam para evidências sugestivas da imortalidade da alma, numa atitude aparentemente incoerente. Jung disse que "neste assunto da sobrevivência da alma, existem acontecimentos que dão o que pensar".

    Diz a nota técnica do Ministério de Ciência e Tecnologia que um dos maiores desafios de nossa época é explorar as relações entre o fato científico, a norma legal e os valores éticos caros ao ser humano.

    Na clonagem a reflexão se aplica a fatos e se constrói a partir deles. Não se trata de um sistema de princípios abstratos determinados que se impõe sobre a realidade a partir de normas proibitórias. Cabe lembrar que a bioética se funda sobre fatos, princípios e regras. Os técnicos do governo brasileiro asseveram que evitando a subjetividade, a ideologização e o reducionismo, cabe à comunidade científica a orientação do debate junto à sociedade. Esse debate deverá desembocar na eleição de critérios éticos relevantes para o exame dos avanços das ciências da vida, de modo que o diálogo na sociedade possa radicar-se em plano nacional, interdisciplinar, prospectivo, global e sistemático. Antes do nascimento da ovelha Dolly o Comitê Internacional de Bioética da UNESCO constatava que existiam no mundo mais de 200 comitês nacionais de ética, com seus estatutos e atribuições.

    É necessário um grande investimento nesta educação do sentimento. Podemos não saber responder qual o sentido da vida, mas certamente todos sabemos que sem amor a vida não tem sentido.

    "A educação da alma é a alma da educação".

    Só a Educação pode ensinar a tomar decisões!

    Aceitamos nossa ignorância em diversos campos da ciência. A clonagem humana é um deles. No entanto, a dimensão ético-legal da questão envolve a todos. Que possamos oferecer alguma contribuição na solução dos desafios éticos desta hora, pois nestes caminhos vamos encontrar pedras de tamanhos diversos.

Luiz Carlos D. Formiga
e-mail: neufundao@hotmail.com


As Quatro Nobres Verdades, Carlos Iglesia, Brasil

(Série de artigos iniciada no Boletim 428 )

IV - Questões Filosóficas

Responsabilidade frente ao destino

- Budismo

Os fenômenos mentais têm como precursora a mente,
 fundam-se na mente, são feitas da mente;
Se um homem fala ou age com mente corrupta,
Em conseqüência sofrimento o segue, como a roda
 nos passos do boi (que puxa a carroça).

Os fenômenos mentais têm como precursora a mente,
   fundam-se na mente, são feitas da mente;
Se um homem fala ou age com mente pura,
Em conseqüência felicidade o segue, como a sombra,
    que não vai embora.
Os versos gêmeos, Dhammapada (trad. Nissim Cohen, ed. Palas Athena)

     O homem é totalmente responsável por seu destino. Tudo o que lhe ocorre é devido a lei de causa e efeito e ele tem o livre arbitrio relativo (condicionado por seu carma passado, que o coloca em uma situação mais ou menos dificil no presente) para agir e mudar seu futuro. Não há graça divina ou intervenção de um criador no destino individual de cada um.

    Grupos sociais - por serem formados de individuos com atuação em comum, portanto com compromissos similares com a lei de causa e efeito - também tem o seu "karma" coletivo. Da mesma maneira que com o individuo, um grupo social é totalmente responsável por seu destino, pois o que lhe ocorre é conseqüência dos atos de seus menbros.

    Importante notar que o ser - no ciclo de reencarnações -  pode nascer como qualquer criatura sensciente. Não há nada que impeça que um homem renasça em um animal e vice-versa, se os seus atos o levarem a tal condição.

- Espiritismo

"O nosso estado psíquico é obra nossa. O grau de percepção, de compreensão, que possuimos, é o fruto de nossos esforços prolongados. Fomos nós que o fizemos ao percorrer o ciclo imenso de sucessivas existências. O nosso invólucro fluídico, sutil ou grosseiro, radiante ou obscuro, representa o nosso valor exato e a soma de nossas aquisições. Os nossos atos e pensamentos pertinazes, a tensão de nossa vontade em determinado sentido, todas as volições do nosso ser mental, repercutem no perispírito e, conforme sua natureza, inferior ou elevada, generosa ou vil, assim dilatam, purificam ou tornam grosseira a sua substância. Daí resulta que, pela constante orientação de nossas idéias e aspirações, de nossos apetites e procedimentos em um sentido ou noutro, pouco a pouco fabricamos um envoltório sutil, recamado de belas e nobres imagens, acessível às mais delicadas sensações, ou um sombrio domicílio, uma lôbrega prisão, em que, depois da morte, a alma restringida em suas percepções, se encontra sepultada como num túmulo. Assim cria o homem para si mesmo o bem ou o mal, a alegria ou o sofrimento. Dia a dia, lentamente, edifica ele seu destino. Em si mesmo está gravada sua obra, visível para todos no Além. É por esse admirável mecanismo das coisas, simples e grandioso ao mesmo tempo, que se executa, nos seres e no mundo, a lei da casualidade ou de conseqüência dos atos, que outra não é senão o cumprimento da justiça " Léon Denis, O Espírito e sua forma, No Invisível - FEB
    O homem é totalmente responsável por seu destino. Além da lei de causa e efeito, há outras leis morais, entre elas a do progresso. Assim nosso livre arbitrio é relativo, limitado por nosso carma passado, pelo nosso "estágio" de desenvolvimento e pelas nossas necessidades educativas.

    Durante o período em que o ser necessita do ciclo de reencarnações, para sua evolução, há uma linha crescente de sofisticação dos corpos físicos utilizados para sua manifestação no mundo material, através dos renascimentos. O Espírito sempre evoluiu dos seres mais simples para os mais complexos e, embora possa estacionar temporariamente em um dos estágios, jamais regride. Assim, ao longo dos milênios, o vegetal se tornará animal, o animal evoluirá até atingir o estágio de ser humano, e o ser humano evoluirá até conseguir se tornar espírito puro, livre da necessidade da reencarnação. A evolução do espírito, significa também a evolução do seu perispírito, cada vez mais sutíl e apto a servir de intermediário na ligação com corpos fisicos mais sofisticados. A reencarnação de um espírito que já atingiu o estágio da humanidade em um animal seria impossivel devido a própria incompatibilidade do períspirito.

    O ser humano compartilha a mesma natureza espiritual dos demais seres sencientes, é diferente destes apenas por ser "mais velho" na jornada evolutiva. Seu espírito aprendeu as primeiras lições de vida - desenvolvendo os automatismos - nos vegetais, depois aprendeu as sensações e os instintos no mundo animal e, agora, na condição humana, tem como desafio aprender a usar a inteligência, a emoção e a intuição.

   A caminhada evolutiva, apesar de conquista individual de cada ser, pode ser feita em grupos afins (tal qual nas escolas há grupos de alunos que seguem juntos por diversas classes), com o amparo mutuo. Familias, nações e mundos são grupos de individuos afins.  Estes grupos sociais estão sujeitos a compromissos comuns com a lei de causa e efeito. Compromissos que são conseqüência da atuação coletiva de seus membros ou das necessidades de aprendizado compartilhadas por eles.

- Análise

   Tanto o Budismo como o Espiritismo postulam a responsabilidade do homem, individualmente ou como membro de um grupo social, perante seu destino.

    Deve-se notar que há uma interessante diferença na amplitude aceita para os efeitos dos atos realizados pelo ser em sua existência. Para o Budismo, em conseqüência de seus atos, o ser pode renascer entre os reinos inferiores da natureza, mesmo depois de ter atingido a condição de ser humano. Para o Espiritismo, por seus atos o espírito pode estacionar, mas nunca regredir na escala evolutiva.  

    Para a filosofia espírita, a evolução tem componentes morais e intelectuais. Nem sempre os dois são desenvolvidos pelo espírito no mesmo ritmo e isso pode resultar em ações que parecem incompatíveis com a situação aparente em que ele se encontra, mas que na realidade são manifestações de imperfeições ainda não superadas.

 ( Continua no próximo boletim )


Comentários 
A Erisipela do meu Pai, Jussara Korngold, USA

(Texto Originariamente Publicado no Boletim GEAE 434 )

    Nos causou profunda reflexão a crônica do Sr. Antonio Carlos em sua instrutiva simplicidade.

    Ao lê-la não pude deixar de lembrar-me das palavras do Espírito de Verdade no Capítulo 6, item 5 de O Evangelho Segundo o Espiritismo: "Espíritas! Amai-vos, este o primeiro ensinamento; intruí-vos, eis o segundo."

    Se prestarmos bem atenção a estas palavras, vemos que Jesus colocou em primeiro lugar o Amor, através da caridade e serviço ao próximo, e, somente depois, o estudo. É claro que isto não significa que o estudo deva ser colocado de lado, como vemos preconizar uma certa facção de espíritas, que preferem se acomodar e deixar que os Espíritos realizem todo o trabalho.

    Durante os 3 anos de sua missão na matéria, Jesus não criou nenhum formalismo intelectual, e, ao mesmo tempo em que nos trazia a Boa Nova, Ele servia através da doação de Seu amor.

    Sigamos uma vez mais o exemplo do Cristo e, distribuamos os frutos da mediunidade que possuímos, equilibrados e guiados pelo que representa  a expressão máxima do Espiritismo:

"Fora da Caridade não há Salvação."

Jussara Korngold
Spiritist Group of New York



  A Erisipela do Meu Pai, José Pedro, Brasil

(Texto Originariamente Publicado no Boletim GEAE 434 )
"O ESPIRITISMO É UMA CIÊNCIA   QUE TRATA DA NATUREZA , ORIGEM E DESTINO DOS ESPÍRITOS, BEM COMO DE SUAS RELAÇÕES COM O MUNDO CORPORAL."
Allan Kardec em O que é o Espiritismo (Preâmbulo).
    Quando aceitou a tarefa de codificar a Doutrina , Kardec teve o cuidado de definir o Espiritismo como ciência. Num ambiente hostil às coisas do Espírito,  reinante naquela época , Kardec sabia que,  se não adotasse a pesquisa científica para codificar a Doutrina , esta seria relegada ao campo da superstição, ocultismo  e outros correlatos.

    A pesquisa científica da época , estava subordinada ao Positivismo de Augusto Comte.

    Qualquer pesquisa cujos resultados não podiam ser avaliados em laboratório eram consideradas  SEM VALIDADE CIENTÍFICA.

    Como pesquisar em laboratório, uma ciência que não tratava das coisas da dimensão da matéria? Kardec percebeu que o Laboratório da Ciência Espírita era a REUNIÃO MEDIÚNICA. O Controle Universal dos Espíritos foi um dos cuidados que Kardec teve para consolidar a Pesquisa Espírita. No Cap. 14 da Gênese, Kardec cuida dos fluidos e das energias do mundo espiritual. Alí, está dito que a ferramenta  que os Espíritos (encarnados e desencarnados) usam para  manipular os fluidos espirituais é o Pensamento . Numa Reunião Mediúnica, estão presentes diversos tipos de fluidos - dos encarnados, dos desencarnados, dos benfeitores , da dimensão material – natureza - e outros que ainda desconhecemos.

    A movimentação de energias e fluidos é uma constante. Pergunte a qualquer diretor de laboratório, se seria permitida a presença de neófitos a misturar os compostos  químicos de seus laboratórios. A resposta seria um determinado NÃO! Como permitir então, neófitos numa Reunião Mediúnica (Laboratório da Ciência Espírita). Encaminhar uma pessoa  a uma Reunião Mediúnica só porque está com a mediunidade destrambelhada, é uma falta de responsabilidade  e de  caridade. A Reunião Mediúnica não é local de tratamento de Médiuns desequilibrados. Ao contrário, os Médiuns nessa situação devem ser tratados, antes de participar da Reunião. Nas Casas Espíritas sérias, as pessoas que chegam com essa características são submetidas a um tratamento que, geralmente,  consiste nos seguintes passos :

 a) Frequência às reuniões públicas e aplicação de passes. Só isso já basta para acalmar o desequilíbrio Mediúnico.
 b) Após período de adaptação frequentar um curso básico da doutrina e ou, Grupos de Estudos.
 c) Engajá-la nas tarefas mais simples da Casa.
 d) Curso de Passes e Mediunidade.
    Encaminhar o frequentador a uma Reunião Mediúnica sem que ele saiba do que se trata, é reduzir as práticas da mediunidade no Espiritismo ao curandeirismo, feitiçaria e etc.

    Kardec , no Livro dos Médiuns – Item 331 diz:

    "Uma reunião é um ser coletivo, cujas qualidades e propriedades são a resultante das de seus membros e formam que um feixe.

    ... a fim de que todos esses pensamentos concorram para o mesmo fim preciso é que vibrem em uníssono. Toda reunião espírita deve, pois, tender para a maior homogeneidade possível".

    Mesmo um médium que conheça a Doutrina, ao ingressar em um novo grupo, têm que passar por um período de adaptação antes de participar das reuniões mediúnicas. É para que aconteça o "acasalamento fluídico" entre o Médium e os outros componentes da reunião.

    A melhor maneira de harmonizar um grupo ainda é estudar em conjunto.

    Concordamos que às vezes determinadas Casas Espíritas adotam Metodologia de Ensino inadequada à compreensão da Ciências Espírita. Cursos mal estruturados, instrutores mal preparados, programas elaborados inadequadamente, duração muito longa , etc. Mas mesmo assim, é preferível  que seja  assim, a não fazer nada. A missão da casa Espírita é possibilitar às pessoas meios  para que elas se modifiquem e melhorem. Isso só se consegue através do estudo.

    Priorizar as práticas Mediúnicas em detrimento do estudo, é retroagir ao comportamento dos fariseus e saduceus que exigiram de Jesus fenômenos físicos para confirmar a sua condição de Messias - Mateus, 16 (1:4).

José Pedro C. Garcia



Pergunta
Mediunidade de Desdobramento, Fabiano, Brasil

Amigos do GEAE,

    Meu nome é Fabiano e sou espírita desde que nasci. Com 16 anos comecei a ter problemas de ordem mediúnica, principalmente no campo da mediunidade de desdobramento. Através da orientação de meus pais procurei a presidente de minha casa que me recomendou ao estudo e a frequentar o grupo jovem com mais frequencia.. Com isso a minha parte mediúnica se equilibrou e os desobramentos expontâneos se tornaram menos constantes.

    Hoje tenho 21 anos e já me sinto preparado o bastante para o exercício dessa faculdade dando um direcionamento útil que é o trabalho de assistência aos enfermos espirituais e o estudo nas regiões espítituais superiores. Mas até hoje não consegui achar nenhuma obra ESPÍRITA que aborde este assunto mais detalhadamente, só tive a oportunidade de conhecer este tipo de mediunidade através de obras científicas sem cunho religioso. As vezes acho que a mediunidade de
desdobramento é um pouco esquecida pelos espíritas.

    Gostaria de me esclarecer melhor sobre este tipo de mediunidade através de obras espíritas. Se os confrades conhecerem alguma obra que só aborde este assunto gostaria de obtê-la.

Fabiano Lange Salles - Rio de Janeiro- RJ


Caro Fabiano,

    Na realidade você tem razão, com a sua idade e já tendo frequentado a Juventude por um bom tempo, já está na hora de você trabalhar. Desconheço realmente obras Espiritas que abordem integralmente o assunto desdobramento. No livro de André Luiz, Psicografia de Francisco Candido Xavier,  Nos Domínios da Mediunidade , você pode encontrar exemplo dessa mediunidade em serviço e uma considerável explicação e orientação acerca desse tipo de mediunidade. Sugiro a leitura dos capitulos 11 e 28 deste livro.

    Existem obras espiritualistas a respeito mas que neste momento eu não aconselharia para não criar confusão e mistura de conceitos em sua cabeça. Leia bem e estude o referido capitulo de André Luiz e poderemos ficar em contato para maiores esclarecimentos. Apenas lembre-se que por se tratar de mediunidade tão delicada, seria uma irresponsabilidade por parte de qualquer diretor mediúnico, jogá-lo na prática, sem primeiro promover exercícios ligeiros para você ir se acostumando com essa mediunidade em serviço. Veja bem a reação de um médium mais experiente no referido livro e capítulo, para voce ter uma idéia melhor do que estamos falando.

Abraços fraternais,

Jussara Korngold
Spiritist Group of New York 


  Fluidos, Alexandre, Brasil

Caros amigos do GEAE:

    Tenho uma dúvida quanto aos fluidos de espíritos malévolos: Um espírito pode exercer uma influenciação sobre uma pessoa, sendo que, ao invés de obsidiá-la diretamente, apenas deixá-la impregnada de maus fluidos?

    Grato, e muita paz em Jesus,

Alexandre Almeida de Oliveira



Painel   
Grupo Espírita em Nova Iorque com Atividades Exclusivamente em Ingles, Antonio, USA

    O Spiritist Group of New York é uma organização dedicada ao estudo, prática e disseminação dos ensinamentos da Doutrina Espírita em seu tríplice aspecto: científico, filosófico e moral.

     Conscientes da nossa responsabilidade como trabalhadores da última hora, estamos dando o melhor de nós para a construção de um mundo regenerado, onde viveremos como irmãos e sob a égide da Fraternidade Universal e do respeito mútuo, bem como livres de preconceitos e descriminação seja ele de raça, cor, sexo ou religião.

    Todas as atividades do Spiritist Group of New York são direcionadas para o público de Língua Inglesa. Outras atividades serão iniciadas com o passar do tempo, as quais serão devidamente divulgadas. Atualmente as atividades do grupo, bem como o endereço onde as mesmas acontecem são as seguintes:

SPIRITIST GROUP OF NEW YORK
Meetings Schedule and Address

At Shetler Studios
939 Eight Avenue (Between 55th & 56th Street)
P.O. Box 2223 – Radio City Station
New York, NY 10101-2223

MONDAY - Mediumship Meeting (By Invitation Only)
From 7:00 PM to 9:00 PM - Suite 401B

THURSDAY - Public Meeting
From 6:10 PM to 6:50 PM - Suite 409
Study of Allan Kardec’s Book: Heaven and Hell
From 7:00 PM to 8:00 PM - Suite 409
Study of Allan Kardec’s Book: Gospel According to Spiritism
Followed by Spiritual Healing

SUNDAYPublic Meeting
(First Sunday of each month only)
From 12:00 PM to 2:00 PM - Suite 206
Study of André Luis book: In the Domain of Mediumship

CONTACTS:

    Email: sgny@geae.inf.br
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        Jussara Korngold – (212) 828-7336-h (917) 797-0462-mobile
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