Grupo de Estudos Avançados Espíritas

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Boletim Quinzenal de Distribuição Eletrônica

"Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade", Allan Kardec


Ano 09 - Número 423 - 2001            7 de agosto de 2001

Conteúdo

Textos

Perguntas Painel

Textos
A Tormentosa Incerteza do Materialismo e da Incredulidade, Rogério Coelho, Brasil

"Não podendo impedir que a Verdade se expanda, o incrédulo
e o materialista serão arrastados pela torrente da renovação,
 bem como os  seus  interesses  que  julgavam  salvaguardar".
- Allan Kardec

    Os Tomés da Vida continuam reencarnando, vez que pululam na Terra os materialistas e os incrédulos...

    Dizem os Espíritos Amigos que a bem pouca coisa se reduziriam as nossas convicções se acreditássemos tão somente naquilo que podemos ver ou observar com o testemunho dos sentidos.  E é justamente por conhecer a natureza humana que Jesus, após o luminoso amanhecer de lúculas alvinitentes, testemunhado pela ex-obsidiada de Magdala, exclamou com certa tristeza, ante um Tomé espantadiço:

    "Porque me viste, creste; bem-aventurados os que não viram e creram".

    Registram as palavras das Escrituras (Lc., 4:14 a 31.), que Jesus foi expulso de Sua terra natal por causa da incredulidade de Seus conterrâneos.

    Em todas as épocas a incredulidade tem sido a fiel escudeira da Humanidade, cerceando-lhe os passos na senda evolutiva.

    Sensível à magnitude dos escolhos caudatários da incredulidade e do materialismo, o caroável Mestre Lionês aborda o tema à exaustão, onde entre outros judiciosos apontamentos, podemos destacar:

    "(...) É crença geral que, para convencer, basta apresentar os fatos.   Esse, com efeito, parece o caminho mais lógico.  Entretanto, mostra a experiência que nem sempre é o melhor, pois que a cada passo se encontram pessoas que os mais patentes fatos absolutamente não convenceram.  A que se deve atribuir isso? É o que vamos tentar demonstrar.

    No Espiritismo, a questão dos Espíritos é secundária e consecutiva; não constitui o ponto de partida.   Este precisamente o erro em que caem muitos adeptos e que, amiúde, os leva a insucesso com certas pessoas.   Não sendo os Espíritos senão as almas dos homens, o verdadeiro ponto de partida é a existência da Alma.   Ora, como pode o materialista admitir que, fora do mundo material, vivam seres, estando crente de que, em si próprio, tudo é matéria?  Como pode crer que, exteriormente à sua pessoa, há Espíritos, quando não acredita ter um dentro de si? Será inútil acumular-lhe diante dos olhos as provas mais palpáveis.   Contestá-las-á todas, porque não admite o princípio.

    Todo ensino metódico tem que partir do conhecido para o desconhecido. Ora, para o materialista, o conhecido é a matéria:  parti, pois, da matéria e tratai, antes de tudo, fazendo que ele a observe, de convencê-lo de que há nele alguma coisa que escapa às leis da matéria.   Numa palavra,  primeiro que o torneis  ESPÍRITA,  cuidai de torná-lo  ESPIRITUALISTA.  Falar-lhe, portanto, dos Espíritos, antes que esteja convencido de ter uma alma, é começar por onde se deve acabar, porquanto não lhe será possível aceitar a conclusão, sem que admita as premissas.

    Antes, pois, de tentarmos convencer um incrédulo, mesmo por meio dos fatos, cumpre nos certifiquemos de sua opinião relativamente à alma, isto é, cumpre verifiquemos se ele crê na existência da alma, na sua sobrevivência ao corpo, na sua individualidade após a morte.   Se a resposta for negativa, falar-lhe dos Espíritos seria perder tempo.   Eis aí a regra.   Não dizemos que não comporte exceções. Neste caso, porém, haverá provavelmente outra causa que o torna menos refratário...

                       Entre os materialistas, importa distinguir duas classes.

               Primeira classe:   colocamos nesta os que o são por  sistema.   Nesses, não há a dúvida, há a negação absoluta, raciocinada a seu modo.   O homem, para eles, é simples máquina, que funciona enquanto está montada, que se desarranja e de que, após a morte, só resta a carcaça.

    Felizmente, são em número restrito e não formam escola abertamente confessada.  Não precisamos insistir nos deploráveis efeitos que para a ordem social resultariam da vulgarização de semelhante doutrina.

    Quando dissemos que a dúvida cessa nos incrédulos diante de uma explicação racional, excetuamos os materialistas extremados, os que negam a existência de qualquer força e de qualquer princípio inteligente fora da matéria.   A maioria deles se obstina por orgulho na opinião que professa, entendendo que o amor-próprio lhes impõe persistir nela.   E persistem, não obstante todas as provas em contrário, porque não querem ficar de baixo.   Com tal gente, nada há que fazer; ninguém mesmo se deve deixar iludir pelo falso tom de sinceridade dos que dizem: fazei que eu veja, e acreditarei.   Outros são mais francos e dizem sem rebuço:  ainda que eu visse, não acreditaria.

    A segunda classe de materialistas, muito mais numerosa do que a primeira compreende os que o são por indiferença,  por falta de coisa melhor, pode-se dizer.   Não o são deliberadamente e o que mais desejam é crer, porquanto a incerteza lhes é um tormento.   Há neles uma vaga aspiração pelo futuro; mas esse futuro lhes foi apresentado com cores tais, que a razão deles se recusa a aceitá-lo.  Daí a dúvida e, como conseqüência da dúvida, a incredulidade.  Assim sendo, se lhes apresentardes alguma coisa racional, aceitam-na pressurosos.  Esses, pois, nos podem compreender, visto estarem mais perto de nós do que, por certo, eles próprios o julgam.

    Aos primeiros não faleis de revelação, nem de anjos, nem do paraíso:   não vos compreenderiam.   Colocai-vos, porém, no terreno em que eles se encontram e provai-lhes primeiramente que as leis da Fisiologia são impotentes para tudo explicar; o resto virá depois.

    De outra maneira se passam as coisas, quando a incredulidade não é preconcebida, porque então a crença não é de todo nula; há um gérmen latente, abafado pelas ervas más, e que uma centelha pode reavivar.   É o cego a quem se restitui a vista e que se alegra por tornar a ver a luz.

    Ao lado da tribo dos materialistas propriamente ditos, há uma terceira classe de incrédulos que, embora espiritualistas, pelo menos de nome, são tão refratários quanto aqueles.   Referimo-nos aos incrédulos de má-vontade.   A esses muito aborreceria o terem que crer, porque isso lhes perturbaria a quietude nos gozos materiais.   Temem deparar com a condenação de suas ambições, de seu egoísmo e das vaidades humanas com que se deliciam.   Fecham os olhos para não ver e tapam os ouvidos para não ouvir...

    Apenas por não deixar de mencioná-la, falaremos de uma quarta categoria, a que chamaremos incrédulos por interesse ou de má-fé.   Os que a compõem sabem muito bem o que devem pensar do Espiritismo, mas ostensivamente o condenam por motivos de interesse pessoal.    Não há nada que se possa fazer por eles, vez que o puro materialista tem para o seu engano a escusa da boa fé e possível será desenganá-lo, provando-se-lhe o erro em que labora; mas no outro, há uma determinação assentada, contra a qual todos os argumentos irão se chocar em vão.   O tempo se encarregará de lhe abrir os olhos e de lhe mostrar, quiçá à custa própria, onde estavam seus verdadeiros interesses, porquanto, não podendo impedir que a Verdade se expanda, ele será arrastado pela torrente, bem como os interesses que julgava salvaguardar.

    Além dessas diversas categorias de opositores, muitos há de uma infinidade de matizes, entre os quais se podem incluir: os incrédulos por pusilanimidade, que terão coragem, quando virem que os outros não se queimam; os incrédulos por escrúpulos religiosos,  aos quais um estudo esclarecido ensinará que o Espiritismo repousa sobre as bases fundamentais da religião e respeita todas as crenças; que um de seus efeitos é incutir sentimentos religiosos nos que os não possuem, fortalecê-los nos que os tenham vacilantes.  Depois, vêm os incrédulos por orgulho, por espírito de contradição, por negligência, por leviandade, etc., etc...

    Não podemos omitir uma categoria a que chamaremos incrédulos por decepções.  Abrange os que passaram de uma confiança exagerada à incredulidade, porque, sofreram desenganos.   Então, desanimados, tudo abandonaram, tudo rejeitaram. Estão no caso de um que negasse a boa-fé, por haver sido ludibriado.   Ainda aí o que há é o resultado de incompleto estudo do Espiritismo e de falta de experiência."

    A incredulidade e o materialismo têm sido, portanto, em todas as épocas, os dois grandes escolhos da Humanidade.

     Dar-lhes combate é nossa missão, e o Espiritismo nos oferece todos os recursos para o êxito dessa nobre tarefa descortinadora dos imensuráveis e alcandorados horizontes espirituais, erradicando de vez esses grilhões que impedem a ascese espiritual das criaturas no rumo da destinação assinada para todos nós por Deus.




Perguntas
Dúvidas, Ricardo Gentil, Brasil

    Sou ateu e razoavelmente cético* (pelo menos tento ser). Conheci um pouco da doutrina espírita através de alguns amigos e, principalmente, de minha namorada (que é, logicamente, espírita). Apesar das várias alegações e dos textos que li, não vejo ainda motivo para reconhecer a existência de Deus ou da alma (ou espírito, se preferirem). Me atendo mais ao segundo caso (o da existência de espíritos), gostaria de obter acesso ao material usado como prova da existência de espíritos (de preferência de fontes confiáveis), bastando que me enviem os links onde encontrá-los.

    Gostaria também, se for do interesse de vocês, de poder ajudar a elaborar experiências simples, mas rigorosas que testem
a hipótese da existência do espírito ou pelo menos a veracidade de fatos a ela relacionados (como viajens fora do corpo, psicografia, materializações, informações provenientes de espíritos de mortos, etc).

    Não estou preocupado em negar a existência de Deus ou do espírito, mas apenas tentando descobrir mais sobre crenças de
pessoas ao meu redor que, por algum motivo**, não consigo assimilar sem relutância. Acho esse tipo de estudo válido inclusive para a própria doutrina espírita, pois por mais "do contra" que sejam os "cientistas não espíritas" (segundo me parecem acreditar os "cientistas espíritas"), não se pode ignorar por muito tempo experimentos bem realizados e reprodutíveis que revelem informações ainda não conhecidas pelo homem.

    Não sei se enviei esse e-mail para o endereço apropriado, mas se não for o caso, gostaria de conhecer algum grupo interessado no assunto.

    *O ceticismo a que me refiro não é simplesmente não aceitar nada, mas sempre guardar certo grau de incerteza, que não
impede a escolha da alternativa que atualmente melhor explique os fatos estudados e possibilite previsões úteis. Essa incerteza,
entretanto, permite que uma teoria melhor (caso apareça) possa substituir a anterior.

    **Talvez seja porque sou engenheiro eletricista e, aliado ao relativamente alto grau de ceticismo característico de algumas
áreas do conhecimento, tive contato com pessoas céticas apaixonadas por ciência e li alguns artigos relacionados, bem
como o livro de Carl Sagan "O mundo assombrado pelos demônios" o qual aconselho.

    Para me explicar melhor, anexarei um texto que enviei a um colega de curso que é espírita (...). Omitirei o nome do colega por motivos de privacidade.


Bem, como esses assuntos que dizem respeito a religião e ciência ao mesmo tempo tendem a ser um tanto desorganizados, tentarei abaixo a descrever meu problema (incluindo um rápido histórico sobre mim) e quais são meus principais questionamentos e motivos para tanto.  Sinta-se a vontade para dar opiniões suas bem como de quaisquer pessoas que julgues serem úteis.

1 - Histórico

     Inicialmente fui criado sem muitos vínculos religiosos devido aos meus pais trabalharem e a morarmos numa granja. Nunca presenciei (nem as pessoas próximas a mim - pelo menos que eu saiba) nenhum fato "estranho" ou "misterioso" que me pudesse despertar algum interesse. Meu primeiro contato real com a religião foi em (...) com a Igreja Católica (devido a minha família pertencer quase que em unanimidade a essa religião), mas foi em (...) que esse contato teve realmente relevância, pois estudei num colégio de freiras (e diferentemente do que ocorre em muitos deles) onde havia uma disciplina "Religião" onde eram passados vários conceitos e "filosofias", apesar de haver outras atividades onde também se exercia bastante influência (já que várias das professoras eram as próprias freiras).

     Fui um aluno exemplar (de notas razoavelmente boas e comportamento bom), inclusive nas aulas de catecismo.  Eu realmente acreditava em muitas das coisas que me eram passadas, principalmente pelo fato de eu saber que as pessoas que me estavam ensinando queriam o meu bem e eu saber que elas não estavam mentindo. "Só podia ser verdade", pensava.

    Como sempre fui relativamente curioso com relação a fenômenos físicos (e com a ciência em geral) comecei a ter certo contato e a observar como algumas pessoas usavam certos procedimentos e certa lógica para tentar "domar" as forças da natureza e, o que me deixou bastante excitado, o fato de algumas vezes essas pessoas conseguirem extrair ferramentas e tecnologias que mudaram, mudam ou podem mudar (para melhor) a nossa vida.

     Outro ponto que acho bastante forte é que o fato de eu ter assistido a muita televisão quando criança (sobretudo filmes e seriados, alem de desenhos, é claro) me trouxe (surpreendentemente) algo de bom. Eu começei a ver que inúmeras crenças eram propagadas sem que se pensasse realmente em suas bases (pelo menos com alguma dúvida - tão natural do homem em vários outros campos) e que, apesar de qualquer religião poder (a princípio) estar certa,  uma vez passadas algumas gerações, as pessoas passam a acreditar por uma espécie de "força do hábito" e talvez como eu um dia, influenciadas pelo peso de opiniões compartilhadas por inúmeras pessoas que muitas vezes nos parecem claramente estarem dizendo sinceramente a verdade e, na maioria das vezes, realmente estão (pois elas realmente acreditam naquilo que falam). O que me ocorreu é que eu comecei a não ver mais diferença entre a minha crença e as poucas outras sobre as quais ouvira falar. Até mesmo as dos índios dos filmes na TV me pareciam em muitos aspectos tão legítimas quanto as minhas. Ao mesmo tempo, coisas em que eu acreditava estavam sendo reavaliadas, e mesmo negadas, por algumas das pessoas a que eu admirava outrora devido a capacidade de terem descoberto coisas fundamentais para a sociedade em que vivo hoje. Chamarei essas pessoas de cientistas.

    Antes de continuar, gostaria de clarear um pouco o conceito que tenho sobre ciência e cientistas (que foi recentemente complementado por um artigo de Alberto Mesquita filho e outros num grupo de discussão sobre ciência).

    A palavra ciência, se não me engano, significa o conhecimento das coisas. No entanto  nada nos garante que qualquer modelo que tenhamos em mente para compeender qualquer tipo de fenômeno seja realmente condizente com o que de fato acontece (nem ousarei entrar em uma discurssão sobre o que seria real. Pelo menos por enquanto), assim vejo que há muitas ciências e muitos cientistas, mas também vejo que alguns deles compartilham uma série de "conceitos" e "procedimentos" e (talvez) ideologias, e que essas pessoas obtiveram grande êxito em descobrir/desenvolver ideias que ajudaram e/ou ainda ajudarão o homem a melhorar suas condições de vida. Esse tipo de conecimento e procedimento para obtê-lo é que chamo de ciência e as pessoas que usam esses procedimentos é que chamo-as cientistas. Enfatizo que a definição acima é apenas um modo de me referir à atitude que acho mais coerente (não significa que desmereço qualquer outro tipo de conhecimento, quando não o chamo de ciência). Sei lá! Eu poderia chamar isso de "ksdjfkl" ou qualquer outro nome, entende?

     Voltando ao meu histórico,

     Após ter um certo contato com algumas contradições entre a minha religião (ainda era católico) e a "ciência", comecei a me surpreender com o fato de princípios e idéias que antes me eram tão certos poderiam ser tão facilmente postos a prova através de certa lógica e/ou experimentos. Talvez se nessa época eu tivesse tido um maior contato com alguma religião mais "maleável" como é o espiritismo ou mesmo outras, eu tivese me mantido religioso. Como isso não aconteceu, acabei entrando em um processo que me levou progressivamente ao agnosticismo e em seguida ao ateismo (minha situação atual).

    Quando me defino como ateu, quero dizer que, embora tenha conciência de que possa estar errado, não acho que haja um deus que criou o universo, etc. Ou seja: dentre as duas possibilidades (a existência de Deus e ou espíritos ou a inexistência de ambos), escolhi (por enquanto) a da não existência.

2 - Meus objetivos

     a) Saber se, como muitas pessoas afirmam, há um Deus criador do universo (ou um Deus que seja ser superior aos homens, sobre os quais exerce alguma influência);

     b) Saber se, como muitas pessoas afirmam, o homem possui um espírito (alma, princípio inteligente ou outra denominação qualquer) que sobrevive após a morte;

     c) Se é possível se comunicar com os espíritos dos mortos;

     d) Se há fatos sobrenaturais que realmente ocorreram (como visão à distância, telepatia, predição do futuro, materialização, etc) e se eles realmente são explicados pela fenomenologia espírita.

3 - Meus motivos

     a) Não quero PROVAR que nada disso existe ou não. MUITO antes disso quero SABER se realmente existem ou não. Melhor seria dizer que, como já admiti, minha escolha em ser ateu e não acreditar nesses fenômenos se dá apenas por essa hipótese me parecer (devido aos argumentos a mim apresentados até agora e às poucas evidências por mim conhecidas) a "melhor". Ou seja, apesar de reconhecer a nossa tendência à "inércia" de opinião (afinal, baseamos toda a nossa vida até agora nesses "pilares" que julgamos serem sólidos), sabendo que lá no fundo todos nós gostaríamos de estarmos certos em cada uma das nossas crenças. Pretendo na medida do possível buscar a explicação mais coerente com a realidade por nós percebida (que é a única com a qual podemos trabalhar. Veja que percebida aqui não enquadra apenas os 5 sentidos normais, mas quaisquer que sejam as formas de percepção), pois acredito que quanto melhor o modelo adotado mais sucesso o homem terá em melhorar progressivamente suas condições de vida/evolução seja material ou, como aqueles que acreditam, espiritual.

     b) Apesar de muitas pessoas acharem que não se deve dar muita importância a essas dúvidas filosóficas/religiosas, não consigo deixar de notar claramente que o caminho que estamos trilhando depende FORTEMENTE do conhecimento que temos de nós mesmos e do modo como percebemos o "mundo real". Mesmo a mais simples das teorias pode levar a um caminho que talvez não seja tão promissor quanto um caminho alternativo proposto por outra teoria que foi, muitas vezes devido a primeira, descartado sem a devida análize, comparação e, até mesmo, o devido conecimento.

    Numa das conversas com minha namorada que se chama (...) (ela é espírita), estavamos falando sobre o fato de serem verdadeiras ou não as curas mediúnicas (quer através de cirurgias, ou mesmo de passes magnéticos). A apesar de não acreditar, eu apenas gostaria de ver algum artigo bem feito e publicado em algum periódico cujo histórico implique confiança (ou poderia até ver "in loco" uma demostração de um experimento, caso possível). Ao propor isso, ela reclamou, dizendo que o importante era que pessoas haviam sido curadas, sendo todo o resto despresível.

    Quando falei sobre alguns testes que se costuma fazer para comprovar a eficiência de medicamentos em geral (não sei se vc já ouviu falar) surgiu um problema que, na hora, não comentei com ela, pois não tinha ficado claro para mim. Explicarei a seguir (suporei que vc não conhece o método, se conhece não leve a mal. É só para economizar tempo).

 É mais ou menos o seguinte:

     Se reuniriam dois grupos de pessoas (o número, idealmente, teria que ser o maior possível, mas há meios estatisticos de determinar o mínimo aceitável para uma confiabilidade escolhida inicialmente. Não sei como fazer, mas isso é detalhe da estatística e não deve ser difícil conseguir a informação. Digamos que o teste a ser feito seja sobre os passes magnéticos.

    Um grupo seria tratado por um magnetizador real (de preferência com eficácea reconhecida dentro do meio onde trabalha) e o outro seria tratado com um falso magnetizador escolhido aleatoriamente (e que fosse reconhecidamente, inclusive pelos espíritas, de pouca eficiência - pelo menos do ponto de vista de conseguir influenciar positivamente o paciente). O pulo do gato é fazer com que os pacientes não saibam que estão sentro ratados pelo falso magnetizador ou pelo verdadeiro. O ideal é que se quer eles soubessem da existência de uma experiência, mas como isso é muito difícil por questões éticas, seria suficiente que pelo menos não soubessem por qual magnetizador (o verdadeiro ou falso) estão sendo tratados.

    Após tal fase, se passaria pela análise dos resultados, onde os índices de melhoras/curas de cada grupo seriam comparados e, caso fosse obtida alguma diferença que superasse as expectativas previstas pela estimativa da variância esperada para os resultados de cada grupo, se chegaria a uma primeira confirmação sobre a existência (e uma possível correlação) entre a aplicação do passe magnético e o índice de cura. Dependendo do resultado, poderiam ser necessários outros testes, é claro (e provavelmente muitos iriam querer replicá-lo).

    Após ter explicado o teste, (...) continuou achando que não importaria se o grupo que não recebeu passe experimentasse a mesma taxa de curas que o outro. O importante seria que pessoas teriam sido curadas. Realmente alguma coisa ainda continuava a me dizer que havia um problema, mas não conseguia ver qual era. Pensei em como eles aplicavam métodos semelhantes e descartavam medicamentos que apresentavam taxas de cura iguais ao grupo que não os recebeu, mas apenas pensava que havia recebido (esse tipo de reação do corpo, estimulada por boas espectativas, chama-se efeito "placebo").

    Comecei a me perguntar porque a medicina não começa a usar o efeito placebo, estimulando-o intencionalmente para ajudar no tratamento das pessoas, ou mesmo porque não se estuda o próprio efeito placebo e se tenta verificar quais suas limitações (já imaginou como seria bom curar várias doenças usando a própria força do oganismo?). Aí me veio uma dúvida: e se realmente não existe efeito placebo? E se na verdade esse efeito é causado por algo sobrenatural (quer venha da própria pessoa ou de pessoas próximas)? E se existe? No entanto já há vários estudos que apontam para a existência de tal efeito (apesar de poderem haver outras teorias que melhor o expliquem, inclusive alguma espírita, eu naõ sei...). Supondo que há o efeito placebo (ou seja: as pessoas podem experimentar melhoras significativas quando estão psicologicamente confiantes na cura) não seria melhor se estudar o próprio efeito placebo e tentar usá-lo para nosso bem (caso o passe tivesse mostrado os mesmos resultados que ele, indicando que fosse possível - veja bem, eu disse possível - que o efeito do passe fosse nulo, sendo na verdade o efeito placebo)? Não seria prudente investigar essa teoria em lugar de continuar simplesmente aplicando os passes, mesmo sabendo que os resultados obtidos poderiam ser frutos do efeito placebo?

    Bem, acho que para um primeiro e-mail já escrevi demais. :-))

    Se há alguma ofença no texto, me desculpe. Não foi minha intenção (no entanto gostaria que fosse indicada para eu não cometer o mesmo erro outras vezes).

    Obs.: Estou supondo que não há muitas experiências bem controladas (estatística ou proceduralmente) realizadas nesse campo (por espíritas ou não), pois apesar de já ter ouvido muitos falarem, nunca vi realmente nenhuma. Lembro-me algo que saiu na Veja. Procurarei e verei se há realmente dados conclusivos (apesar de a veja não ser uma publicação cientificamente confiável - já vi publicadas algumas asneiras, se não me engano, no campo da física).

 T+ e obrigado pela paciência."

Ricardo Gentil


Prezado Ricardo,

    Muito nos dá prazer sua sinceridade e interesse em participar da pesquisa de forma ativa no que se pensa ser a possibilidade de comprovação de Deus e, mais particularmente, do espírito através de diversas maneiras. Acerca de Deus parece-nos essa ser uma tarefa quase impossível (a menos que admitamos Deus como o grande Espírito que anima o Universo tal qual fazem antigas tradições orientais). Já acerca da questão do espírito como elemento constituinte do universo, podemos em primeira instância acreditar ser algo mais palpável; a final de contas, pela própria definição de espírito dada pela doutrina espírita, trata-se em última instância em saber se nós realmente existimos. De fato, duvidar da existência de si próprio pode parecer algo estranho, mas não há questão que não seja passível ao escopo da ciência dita "oficial", tendo-se bem estabelecido o que entendemos pela palavra "ciência".

    A mim parece ser a "comprovação" da existência do espírito algo bastante difícil se  por prova exigirmos algo próximo à certeza matemática. Não se pode "provar" que existem Espíritos (ou almas) tal qual provamos o teorema de Pitágoras por exemplo. Já o que a Doutrina Espírita procurou chamar a atenção foi para o enorme acumulo de evidências convergentes à idéia da continuação da vida além da morte (tornando a "vida" um fenômeno independente das disposições específicas da matéria). Essas evidências tornam a tese da sobrevivência bastante conveniente pois essa consegue explicar uma série de fatos de difícil aceitação que foram, por isso mesmo, desprezados pela sociedade. É claro que existem outras explicações, aliás, encontrar muitas explicações para um certo fenômeno da Natureza é algo bastante trivial, o difícil é saber qual se aproxima mais da noção algo vaga de "Verdade".

    O fato é que  mesmo a "ciência oficial" jamais se atreveria a embarcar em um programa de busca de provas para muitas de suas teses. Você como engenheiro elétrico deve saber que não existem "provas" da existência dos campos eletromagnéticos (perceba bem que também não estou incluindo na classe de tais provas as evidências sensoriais pois os campos eletromagnéticos são invisíveis). O que existem são experiências (ou seja fatos experimentais) que mostram a existência de forças à distância provocadas pela passagem de correntes. Em relação a correntes temos também outro problema pois esse também é um conceito inacessível aos sentidos. Até o século 19 falava-se em "fluido elétrico" que servia muito bem. Hoje falamos de elétrons apesar de "provas" do tipo que você pede dos espíritos sejam também inexistentes com relação a essas minúsculas partículas (como para toda realidade atômica). Na física há um reduzido grupo de pesquisadores que relutam em acreditar na existência de campos, só pensam nos fenômenos eletromagnéticos em termos de forças. Mas você deve saber que o conceito de campo é bastante útil e sua postulação torna-se altamente conveniente na explicação dos fenômenos luminosos. Aliás existem sofisticadíssimas teorias físicas usando o conceito de campos em sua última essência como entidades independentes. Como se pode perceber,  realização de experiências rigorosas e definitivas é algo bastante difícil, mesmo nos estudas da matéria que podemos ver e tocar.

    De outra forma, o estudo aprofundado de história da ciência mostra a enorme quantidade de explicações alternativas e que muitas das "explicações oficiais" tornaram-se aceitas por razões pouco racionais (tendo muito mais a haver com o gosto dos cientistas). Um amigo meu costuma dizer que o edifício da Ciência se compara a uma grande catedral, magnífica obra de engenharia em que não se sabe quantos morreram para edificá-la. Assim "crer" em ciência é algo muito mais comum do que o "duvidar", e os cientistas são criaturas bastante crentes.

    Você cita o famoso astrônomo Carl Sagan por quem fui leitor apaixonado na minha adolescência. O ceticismo de Sagan não é de modo algum comum na prática do dia a dia da ciência. Ele é algo interdisciplinar, usado com um objetivo que não é o científico. De fato, se for aplicado com extremismo pode ser nocivo pois leva à dúvida e ao desprezo de muitos fatos que podem ter ligação com o principal fenômeno estudado. Teria sido bom se Carl Sagan tivesse dado uma definição melhor para esse seu famoso ceticismo que não o impediu de acreditar em vida em outros planetas na completa ausência de provas mesmo da existência de planetas (como era o caso na época de Sagan), contradizendo assim o alto grau de "comprovação" que ele exigia de muitos outros fatos. Mas o ceticismo de Sagan parece ser bem indicado para certos grupos religiosos que acreditam em bruxas, fim do mundo e videntes pagos e que são por demais alienados de fatos da Natureza. Se seu extremismo cético fosse aplicado no contexto das discussões de Darwin sobre a razão de ser das espécies é provável que Sagan fosse um sincero opositor de Darwin. Mas Sagan nasceu em outra época, quando as evidências da evolução das espécies já tinham se acumulado o suficiente para contextualizar o darwinismo com doutrina oficial (mais uma vez na impossibilidade de se realizar experiências rigorosas que provem a evolução das espécies). De qualquer forma é importante deixar claro que existe uma enorme diferença entre a prática científica do dia-a-dia e aquilo que se convencionou chamar de atitude científica que ganha espaço em diversos contextos mesmo fora daquele em que o cientista é especialista e que não deixa de influenciar leigos dando-se a falsa impressão que a prática científica é extremamente rigorosa em todos os aspectos.

    Assim de imediato já se identificam enormes dificuldades na sincera busca de provas contundentes da existência dos espíritos. É por isso que em Doutrina Espírita (tal como na prática científica madura dos fenômenos materiais) falamos em evidências que apóiam uma teoria estabelecida desde o começo. É porque acreditamos em espíritos como seres inteligentes independentes da matéria é que podemos explicar muitos dos fenômenos mediúnicos e não o contrário, tal como o evolucionista acreditando na evolução das espécies consegue encontrar e acumular evidências dessa  evolução e não o contrário. É porque acreditamos em campos é que podemos desenhar aparelhos e conceber experiências que aproveitem muitas das propriedades dos campos. É porque médicos e biologistas acreditam em bactérias, micróbios e vírus que conseguem explicar uma enorme gama de doenças. A evidência sensorial fornecida pelo microscópio de nada serve se médicos e biologistas não acreditarem na teoria óptica (1) que explica as imagens nos microscópios. De outra forma poderíamos dizer que tudo não passa de ilusão de óptica... Parece-nos assim que adotar a postura oposta parece ser pouco produtiva pois sequer podemos propor experiências. A aceitação da teoria é além disso de primordial importância no trato com as explicações alternativas. Dar demais ênfase em explicações alternativas significa não compreensão total da explicação que se pretende "provar".

    Isso tudo eu exponho porque já vi muitas pessoas sinceramente dedicadas à busca da verdade nas questões espirituais, muitos que se esforçam por fazer experiências sem prestar atenção  à importância das teorias que pretendem por em xeque. Repito assim que o trabalho científico deve ser positivo: não se trabalha em ciência querendo negar teses, mas sim construindo teorias. É por essa razão que o Espiritismo subsiste apesar de mais de 130 anos de negação por parte de materialistas. As questões do espírito são muito sutis e complicadas para serem provadas ou não por algumas experiências. De fato, poderíamos desenvolver uma extensa cadeia de argumentos a favor da tese espiritualista sem utilizar nenhum apoio experimental como a mediunidade. A idéia da natureza espiritual do ser (e sua independência da matéria) esconde sutilezas que não podem passar despercebidas pelo sincero pesquisador.

    Insisto porém que existem muitas evidências a favor da continuação da existência, evidências que não podem ser repetidas quando se bem quer.  E ai topamos com outro aspecto dessas questões que mais uma vez não deve ser desprezado pelo pesquisador. Insistir em tratar os fenômenos espíritas da mesma forma que os fenômenos simples da física ou da química, que podem ser manipulados a vontade, é outra fonte de erros. Tal como nos fenômenos climáticos (que não podem ser repetidos em laboratório) os fenômenos espíritas em sua máxima manifestação devem ser colhidos ao acaso e implicam no cumprimento de requisitos mínimos que exigem compreensão da teoria espírita. Do contrário eles não se realizam.  A probabilidade de insucesso assim é bastante alta se partirmos da simples observação dos fatos. Tomando-se o caminho oposto e aceitando a tese espírita, compreendemos que os fenômenos se passam com a colaboração ativa de seres independentes e inteligentes que têm vontade própria e que portanto devem entrar como ingredientes importantes. Isso permite obviamente que se faça planos buscando evidenciar a influência dessas vontades independentes em muitos fenômenos de formas diversas.

    Há um interessante trabalho compilado pelo Dr. Luiz Ferreira chamada "Bibliografia de Pesquisas Científicas de Fenômenos Espíritas" disponível no GEAE (2) que contém uma extensa relação de referências bibliográficas relativas à pesquisa espírita que pode servir de base para iniciar um programa de pesquisa. Essa relação junta obras de diversos autores, espíritas ou não que podem servir de arcabouço para um programa de sucesso desde bem apoiado sobre um paradigma bem fundamentado, heuristicamente fértil, progressivo e não degenerante. No meu entender a Doutrina Espírita bem compreendida constitui tal paradigma.

Muita paz,
Ademir - Editor GEAE.

(1)   Essa aceitação é tácita: ela não requer que o médico ou biólogo estude óptica!

(2)   http://www.geae.inf.br/contrib/luis-otavio/bb4.htm


Caro Amigo,

    Não sou o mais indicado para responder a suas dúvidas, pois para mim a existência de Deus é um fato tão provado - basta observar o universo a nossa volta e a nós mesmos - que realmente nem imagino que argumentos usar. Mesmo porque, como você mesmo declara, seus esforços são para continuar cético.

    Há uma fita com uma palestra do Divaldo Pereira Franco, fácil de ser encontrada em livrarias espíritas, sobre as provas cientifícas da existência de Deus, que lhe recomendo. São dos melhores argumentos que conheço, principalmente porque o palestrante é a melhor prova do que fala: Duvido que qualquer cético consiga entender o que move um homem a dedicar a sua vida ao próximo e com ajuda de seus livros - psicografados, segundo os céticos, por espíritos que não existem - construir uma das maiores obras assistenciais do pais.

    Veja também a vida de Chico Xavier. Sem negar a validade das experiências científicas - como espírita reconheço sua importância - diria que nenhuma delas conseguiria convencer da existência dos espíritos alguém que, perante Chico Xavier, se mantenha firme na crença de que não há nada mais além da morte.

    Enfim, neste ponto só me resta dizer que respeito seu direito de não crer, mesmo porque todos nós, um dia ou outro, atravessaremos a linha divisória entre os dois planos da vida e aí não caberá mais dúvidas.

    Só lhe recomendo que, mesmo não crendo, viva uma vida como se acreditasse, com caridade e sabedoria, pois emprestando um raciocínio de Pascal, se existir vida após a morte - e um Deus - voce só terá a ganhar; se nada existir, nem ficará sabendo.

    Muita Paz,
    Carlos Iglesia



Lista de Discussão AUTOCONHECIMENTO, Centro Espírita Amor e Caridade, Brasil

    É com muito prazer que lhe convidamos a se integrar a lista de discussão do AUTOCONHECIMENTO à luz da Doutrina Espírita.

    VENHA ESTUDAR CONOSCO assuntos como auto-ajuda, Psicologia, Mediunidade, Reforma íntima, Parapsicologia, PNL, TVP, Holismo e muito mais.

    O Livro dos Espíritos na questão 919 aponta o "Conhece-te a ti mesmo", como o meio prático mais eficaz para o progresso e resistência aos arrastamentos do mal.

    A Lista é monitorada por coordenadores que a acompanham com assiduidade,  visando garantir a segurança de todos os associados, bem como a disciplina e a ordem do grupo. As instruções de procedimentos são transparentes e seguidas rigorosamente.

    Você poderá descadastrar-se assim que quiser. No rodapé de todas as mensagens trocadas através da lista, constam instruções para o desligamento.

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Fraternidade e paz!

CENTRO ESPÍRITA AMOR E CARIDADE
52 anos iluminando consciências.



UEVC- Vitoria da Conquista, Pedro Santos, Brasil

Prezados Irmão (as) de ideal,

Jesus seja uma constante em nossas vidas.

    Acontece de 02 a 09 de setembro/2001 a 48º Semana Espírita de Vitória da Conquista, Ba. Tema Central: O DESPERTAR DO ESPíRITO.

    Informamos, que é autorizado ao (s) querido (as) companheiro (as) a  divulgação da 48º S.E.V.C.  em vosso  instrutivo SITE.

    Certos de contarmos com a vossa  preciosa colaboração, despedimos-nos , ao mesmo tempo em que convidamos para vir (em) ao evento.

Informações, alojamentos, inscrições, etc, no Site: www.uevc.com.br

Um abraço fraterno da equipe da UEVC -  www.uevc.com.br




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