Grupo de Estudos Avançados Espíritas

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Fundado em 15 de outubro de 1992
Boletim Quinzenal de Distribuição Eletrônica

"Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade", Allan Kardec


Ano 09 - Número 410 - 2001            6 de fevereiro de 2001

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História do Cristianismo III, Maurício Júnior, Brasil

(Seqüência do texto publicado no Boletim 409)

AULA 3 - ANTECEDENTES DO CRISTIANISMO

O Messianismo
A Comunidade Judaica
A Palestina no Tempo de Jesus

1 - O MESSIANISMO

    O messianismo é, na religião hebraica, a crença no caráter salvador e redentor de um personagem que aparecerá no futuro, designado por messias, palavra que, no Antigo Testamento, significava inicialmente ‘o ungido’ em geral. O termo personalizou-se até ganhar, no judaísmo intertestamentário, o sentido de ‘o ungido’ por excelência, identificado com um futuro rei da casa de Davi, prometido por Deus, predito pelos profetas e esperado pelo povo, que virá libertar do jugo estrangeiro, restaurando a antiga glória de Israel. O cristianismo tem relação estreita com esse conceito; mas, enquanto para a tradição judaica o Messias é ainda esperado, para a tradição cristã já se manifestou em Jesus de Nazaré, sendo todos os outros personagens messiânicos considerados pré-messias ou falsos messias.

    Na sequência da evolução gradual que vinha do Antigo Testamento, firma-se na tradição rabínica, entre o séc. II a.C. e o séc. II d.C., um conceito de messias que se conservou até hoje essencialmente idêntico. Trata-se de um redentor humano para Israel, eleito por Deus e, por intermédio de Israel, para toda a humanidade. Mensageiro de Deus e instrumento humano de sua vontade, por Deus será enviado no momento justo. No cumprimento de sua missão, a de redimir Israel libertando-o de sofrimentos, humilhação e opressão seculares, o Messias aparecerá, na linhagem que vem de Moisés, como o maior de todos os profetas da justiça.

    Condenado à existência de pequena nação numa terra distante e pobre, o povo judeu, desde o tempo de sua volta do exílio babilônico (586-539 a.C.), tinha se tornado uma comunidade religiosa, reunida em torno do Templo de Jerusalém.  Privado de sua independência política, depois de uma série de dominações estrangeiras, encontrava-se, no início da era cristã, sob o jugo dos romanos. Graças à sua religião, conseguira isolar-se das potências estrangeiras, resistindo à influência de suas culturas e religiões. Sua força vital reside justamente naquilo que sempre se subrtraiu aos governos estrangeiros que se sicediam: a sua religião.

    Com efeito, o povo judeu não procura sua realização da mesma maneira que os outros povos da terra. A Aliança e a condição de povo eleito determinam-lhe a vida: a Lei e a esperança conferem;he o verdadeiro sentido. Israel considera-se o “povo eleito” de Javé, um povo santo, que foi separado deste mundo, de seus interesses e ideais, e cujo centro de existência se encontra em Javé. Esse Deus, por sua vez, é um Deus que exige o direito e a justiça e que pune o pecado, mas, ao mesmo tempo, ama seu povo como um pai ama o seu primogênito, como um marido ama a sua mulher. Israel vive da certeza de que cada coisa lhe vem do seu deus. É esse também o sentido de sua esperança messiânica.

    Assim, o povo hebreu, durante séculos subjugado por impérios opressores, possuía uma grande e consoladora esperança: a da redenção, a ser alcançada num fiat, por um Messias divino insistentemente anunciado por todos os grandes profetas, desde a mais remota antiguidade judaica.

    Nessa situacão, o povo judeu não esqueceu seu passado, o êxodo e a terra Prometida. Pelo êxodo, o povo libertara-se da opressão. E embora o povo tivesse hesitado na dura caminhada no deserto, o seu destino passou a ser Canaã, para onde Javé mesmo parecia guiá-los. Somente a um ‘povo escolhido’ poderia suceder esse milagre. Bastava crer, e crer era obedecer. A conquista e a posse de uma terra própria siginificavam selar o pacto que Deus fizera com o povo.

    O exílio marca profundamente a alma dos judeus. Sua humilhação aumenta com o domínio estrangeiro. A esperança numa intervenção direta de Deus - através do Messias prometido - torna-se obsessão, visão utópica ou escatológica (1). Nesse sentido, os profetas exerceram papel relevante, mas, também, frequentemente, desconcertante, anunciando o abandono de Deus e a destruição. Em sua tristeza extrema, para o povo, na sua própria terra ou no exílio, a profecia era esperança e alegria. Deus se afastava do povo judeu sempre que este desobedecia a Ele ou ia em busca de outros deuses - tal era o discurso dos profetas, de Samuel a Malaquias. Institucionalizou-se a crença na retribuição divina - uma recompensa, porém, de caráter essencialmente político, de obediência à Lei, obrigação permanente, regulamentada pelos escribas.

    Acostumados, porém, à estrita fidelidade à letra dos textos imemoriais, os intérpretes dos livros santos somente podiam imaginar um Messias político, que libertasse Israel do jugo romano e restabelecesse, em todo o seu esplendor, a pujança do povo de Deus. A imagem desse Messias poderoso e invencível não podia conferir com a realidade do pobre carpinteiro que nem mesmo dava muito importância às tradições da raça. Além do mais, e para encerrar qualquer debate sobre a autenticidade do Messias, bastava dizer que o carpinteiro morrera crucificado, morte infamante e ignominiosa. Se fosse mesmo o Messias, teria, pelo menos,  naquela hora suprema, convocado as falanges angelicais para reduzir seus opressores a pó.

    É que a linguagem dos profetas, além de formulada num contexto que já há muito se perdera nas dobras do tempo, é sempre simbólica. Para dar idéia da grandeza do enviado celeste, que outra imagem poderia ser invocada por Isaías senão a de um rei de grande poder? Para figurar que vinha de elevadíssimas regiões do mundo espiritual, Daniel e Enoc descreveram-no descendo dos céus. Quase todos pensavam numa figura carismática que mudasse o rumo da História num segundo, ao sopro de sua vontade poderosíssima, para ocupar o trono do mundo, no exercício de um poder temporal incontestável, com sede em Jerusalém, a mais sagrada das cidades. Todos os gentios seriam submetidos a Israel, aceitariam Javé e obedeceriam à Lei de Moisés. Daí em diante, a paz instalar-se-ia para sempre na Terra, tornada fértil e abundante.

    Por isso, não foi possível aos judeus ortodoxos, presos à letra das profecias, reconhecer na figura mansa de Jesus o grande Messias prometido. Ele não tomou o poder temporal nas mãos, admitiu até mesmo o pagamento de impostos a César, não se importava com o se misturar aos publicanos, samaritanos e aos inúmeros pecadores de todos os matizes; na verdade, até os procurava, dizendo que os doentes é que precisavam de remédio. Finalmente, em vez de implantar o domínio de Israel sobre o mundo, morreu crucificado. Que Messias era aquele que nem a si mesmo conseguiu salvar?

    É preciso procurar entender a posição dos judeus ortodoxos da época, para compreender por que rejeitaram Jesus como Messias. A hostilidade com a qual o trataram não foi certamente pela figura humana de Jesus, mas pela ameaça que a sua pregação reformadora representava para a estrutura religiosa milenarmente estabelecida e consolidada. Não podemos esquecer também que o judaísmo era uma teocracia (2), e que tudo quanto ameaçava o poder religioso punha inevitavelmente em xeque o poder civil e, portanto, a própria sobrevivência do Estado.

    Pouco valeram para as maiorias judaicas as insistentes afirmativas de Jesus de que não pleiteava nenhum poder temporal. A rígida interpretação literal das profecias havia criado e cristalizado nas mentes uma determinada imagem para o Messias; como Jesus não correspondesse a essa imagem, reduziu-se a um mero agitador de idéias subversivas. Temia-se que, com o seu extraordinário poder de persuasão sobre as massas humildes, na hipótese de ser deixado com vida alguns anos, conseguisse enfraquecer, irrecuperavelmente,  a autoridade até então incontestável do sacerdócio organizado, que dominava toda a comunidade judaica, não apenas em Jerusalém, mas em todos os grupamentos da diáspora, pelo mundo a fora. Tal ordem se assentava nas mais puras tradições da lei que, para todos, representava a palavra do próprio Deus a Moisés. Como se atrevia alguém a dizer que o sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado? Não dissera Deus que o sábado era dia de descanso?

    Todo o ensino e as ações de Jesus tornam-se, para os discípulos e seguidores, elos que ligam a sua história passada à consumação da obra de Deus no mundo. As profecias cumprem-se para eles nos mínimos detalhes. A mensagem messiânica, esboçada pelos Salmos, configura-se plenamente nos Profetas. O Messias, segundo Isaías, será filho de uma virgem (em Is 7,14 o vocábulo almah pode ter o significado de ‘mulher jovem’; a Septuagina, versão grega do Antigo Testamento, traduz almah por parthénos, ‘virgem’); nascerá em Belém (Miq 5,1), com a casa de Davi destronada (Am 9,11); entrará em Jerusalém montado num asno (Zac 9,9), onde será crucificado (Sl 22,17), morrerá (Is 53), ressucitará (Is 53,11) e fundará o reino da paz e justiça (Is 9,6).

2 - A COMUNIDADE JUDAICA

    Com a morte de Herodes, o Grande, no ano 4 a.C., seu reino foi dividido entre seus três filhos. Coube a Filipe, a Ituréia e a Traconítide; a Herodes Antipas, a  Galiléia e a Peréia; Arquelau ficou com Samarítis, a Iduméia e a Judéia, onde se incluíam agrupamentos humanos que se inscreveram para sempre na História: Belém, Hebron, Berasheba, Gaza, Gadara, Emaús, Jope, Cesaréia, Jericó e a própria Jerusalém.

    A população era mista. Algumas cidades eram sujeitas, predominantemente, à influência grega, outras à da Síria. Os gentios dominavam as cidades costeiras, exceto Jope e Jamnia, e a região da Decápolis - as dez cidades do Jordão. As vilas do interior eram quase totalmente judias.

    É fácil, pois, entender as rivalidades ideológicas e os inúmeros e frequentes atritos, pelo desgosto profundo e às vezes intolerável que causava aos judeus ortodoxos a convivência com povos de outras raças e costumes numa terra que todos consideravam como sua por direito divino.

    A existência comunal judaica era totalmente dominada pelos preceitos religiosos, dentro de rígidos códigos de moral, de higiene e de hábitos alimentares escrupulosamente respeitados. As transgressões eram punidas com extremo rigor. Nessa atmosfera de fiel observância da lei mosaica, a imoralidade e o politeísmo dos vizinhos pagãos chocavam e desgostavam os judeus. Era natural que surgissem atritos, ditados pelo intransigente objetivo de preservar a qualquer preço a pureza doutrinária do Judaísmo.

    Por outro lado, entre os próprios hebreus havia dissensões mais ou menos profundas. Os judeus da Judéia desprezavam os galileus, enquanto estes criticavam aqueles pela escravidão às minúcias da lei. Divergências sérias persistiam entre judeus e samaritanos. Os samaritanos, por sua vez, achavam que Javé habitava o monte Gerizin, na Samaria, e não o Sion. E, pecado imperdoável: rejeitavam as escrituras, exceto o Pentateuco.

    Um sentimento unânime, porém, predominava em todas essas facções que se desprezavam mutuamente: o ódio ao opressor romano, que espezinhava suas tradições e lhes cobrava um alto preço em impostos, pela convivência mais ou menos pacífica.

    Viviam na Palestina, nos primeiros anos da nossa era, cerca de 2.500.000 habitantes, dos quais 100.000 em Jerusalém. A língua mais comum era o aramaico, enquanto que os mais cultos - especialmente os sacerdotes e os rabis - conheciam o hebraico. A suprema autoridade da raça era o Sinédrio, que reunia no recinto do templo as figuras mais eminentes da época: sacerdotes e grandes doutores da lei. Sua autoridade estendia-se sobre toda comunidade judaica, e não apenas sobre a de Jerusalém. As reuniões eram presididas pelo Sumo-Sacerdote.

    Dirigentes religiosos fanáticos sempre se mancomunaram com políticos ambiciosos ou indiferentes para eliminar os indesejáveis. De qualquer maneira, o Sinédrio podia condenar aqueles que julgasse culpados de crimes de natureza religiosa, mas não podia executar a sentença sem a confirmação do poder civil. E isto, também, era outra forma de humilhação a que tinham que se submeter as autoridades judaicas da época.

    Dois grupos disputavam o poder e a glória nos debates do Sinédrio: a facção conservadora, liderada pelos sacerdotes mais eminentes e apoiada pelos saduceus, e o grupo liberal, sob a influência dos fariseus e escribas. As camadas mais altas do sacerdócio e da sociedade eram predominantemente compostas de saduceus, seita fundada por Sadoc. Em política, eram nacionalistas, e, em religião, ortodoxos, negando a vida futura e o messianismo. Lutavam pela rígida imposição da lei escrita, segundo o Torá, mas não olhavam com simpatia as inúmeras regrinhas da tradição oral, adicionadas posteriormente, nem as interpretações literais dos fariseus. Os saduceus não aceitavam a ressurreição dos mortos.

    Os fariseus eram populares e tinham mais preocupações religiosas do que políticas. Consideravam-se mais puros, em vista do rigor com que observavam todas as prescrições da lei, interpretada nas mais extravagantes minúcias da tradição. Por isso, evitavam misturar-se aos saduceus que, por certo, consideravam impuros. A designação de fariseus foi-lhes dada pelos saduceus, e significa separatista dado que não queriam mesclar-se com os outros. Criam na vida futura, aceitavam literalmente  as imagens apocalípticas e eram ardorosos na sua esperança messiânica. Para os fariseus, entretanto,  a religião se limitava à observância de uma lei externa, o que era suficiente para se alcançarem recompensas, não sendo merecedores destas os não praticantes da lei.

    Além dos dois grupos dominantes, uma seita de menor influência destacou-se para viver uma existência monástica (3) de pobreza e trabalho. Foram os essênios. Calcula-se que seu número não ia além de 4.000 na Palestina. Não apenas seus interesses, mas também os bens eram comuns a todos. Observavam com rigor os preceitos da lei escrita e da tradição oral. Vestiam-se de branco e praticaram formas bastante seguras de comunicação com os Espíritos, dos quais recebiam instruções.

    Outros grupos se formaram mais em função da dominação estrangeira: os herodianos, formado pela corte de Herodes Antipas, na Galileía, não se apresentam como um grupo social determinado, mas colaboram para a dependência dos judeus em relação aos romanos. São fortes opositores dos zelotas e vivem preocupados em capturar agitadores políticos na Galiléia; o outro grupo, os zelotas, partem para a luta armada. Por isso as autoridades os consideram criminosos e terroristas, e são perseguidos pelo poder romano. O grupo é formado por pessoas que provêm  especialmente da classe dos pequenos camponeses e das camadas mais pobres da sociedade, massacrados por um sistema fiscal impiedoso. Oriundos da Galiléia, são movidos por um nacionalismo extremado e desejam expulsar os romanos, para formar um estado teocrático, governado por um descendente de Davi. Nesse sentido, são reformistas.

    Quanto aos escribas, que Jesus frequentemente censura e critica, juntamente com fariseus e saduceus, integravam uma profissão e não uma seita religiosa. Eram homens instruídos na lei e que falavam nas sinagogas (4), ensinavam nas escolas e debatiam em público ou em particular os inúmeros pontos doutrinários, chegando mesmo a pronunciar julgamento em casos específicos que lhes eram submetidos a exame. Alguns eram sacerdotes, outros saduceus, mas a maioria era composta de fariseus. A partir de Hilel, o grande rabi que foi em parte contemporâneo do Cristo (70 a.C. - 10 d.C.), os rabis passaram a desempenhar as tarefas antes atribuídas aos escribas. Hilel foi um grande rabi, famoso pela sua humildade, paciência e brandura. Foi quem estabeleceu os três princípios básicos para a vida humana: o amor ao próximo, a paz e o conhecimento da lei.

    As instituições fundamentais do judaísmo são o Templo e a Sinagoga. O Templo é o centro econômico, político e judiciário da vida do povo, e é dominado pelos saduceus. Quase toda a economia do país converge para o Templo, a ponto de este se tornar o tesouto nacional. No campo político, o Templo é o centro de onde atua a cúpula governamental judaica, formada pelo Sinédrio, que agrupa sacerdotes e anciãos (grandes proprietários de terra). Ideologicamente, o Templo exercia uma grande força de controle sobre a sociedade, pois eram os sacerdotes que determinavam quem estava puro ou impuro, isto é, quem estava mais próximo ou mais distante de Deus, estabelecendo toda a estratificação da sociedade.

    A Sinagoga era o lugar onde o povo se reunia para a oração, para ouvir a palavra de Deus e para a pregação. As sinagogas estavam espalhadas por todo o país, inclusive nas aldeias, e eram um centro de educação e formação do povo. Eram controladas pelos fariseus e escribas, que propagavam suas idéias, exercendo grande influência sobre o povo e adquirindo cada vez mais prestígio.

3 - A PALESTINA NO TEMPO DE JESUS

    Depois de 63 a.C., a Palestina se tornou parte da província romana da Síria. Herodes Magno (37 - 4 a.C.), por concessão de Otaviano, conserva o título de rei sobre toda a região da Palestina. Antes de sua morte, prevendo uma luta pela sucessão, Herodes repartiu o reino entre seus filhos Arquelau, Herodes Antipas e Filipe. Por denúncia dos próprios judeus, Arquelau é deposto pelo imperador Augusto, e a parte central da Palestina se torna procuradoria romana. O procurador era um romano nomeado diretamente pelo imperador, com poderes civis, militares e judiciários, a fim de administrar uma região que poderia causar dificuldades para o império.

    No tempo de Jesus, a Palestina está dividida numa procuradoria que engloba a Judéia e a Samaria, e em regiões periféricas que formam tetrarquias (5). Na época da atividade de Jesus o procurador era Pöncio Pilatos. As tetrarquias eram governadas por Herodes Antipas (Galiléia e Peréia), Filipe (Ituréia e e Traconítide) e Lisânias (Abilene). A Decápole era um território que dependia diretamente do legado da Síria.

    A dependência da Palestina em relação ao império se verifica a nível econômico e político. No nível econômico, os romanos cobram uma série de impostos: o tributo, que é um imposto pessoal sobre as terras; uma contribuição anual para o sustento dos soldados que ocupavam a Palestina; um imposto sobre a compra e venda de todos os produtos.

    No nível político, Roma permite que os países dominados mantenham governo próprio, mas submetido à aprovação e nomeação imperial [reis, etnarcas (6), tetrarcas]. Nos lugares de conflito o imperador intervinha mais diretamente, nomeando um procurador romano, que tinha sob seu comando tropas auxiliares, administrava a cobrança de impostos e detinha a jurisdição exclusiva em sentenças capitais. Para a Judéia e Samaria havia um procurador (exceto durante os reinados de Herodes Magno e de Agripa). Por outro lado, os países podiam gerir suas questões internas. Para a Judéia e Samaria, o órgão administrativo era o Sinédrio (7), chefiado pelo sumo sacerdote. Entretanto, o procurador reservava para si o poder de nomear ou depor o sumo sacerdote.

    No nível ideológico, Roma permite que os judeus sigam seus costumes e religião, de acordo com a estrutura interna do judaísmo.
 




 


(1) Escatalogia - 1 - Doutrina sobre a consumação do tempo e da história. 2 - Tratado sobre os fins últimos do homem
(2) Teocracia - Forma de governo em que a autoridade, emanada dos deuses ou de Deus, é exercida por seus representantes na terra.
(3) Monástico - Relativo à vida solitária.
(4) Sinagoga - Lugar onde os judeus se reuniam para oração, para ouvir a palavra de Deus e para pregação
(5) Tetrarca - Governador de uma Tetrarquia; cada um dos quatro reis de uma tetrarquia.
(6) Etnarca - Governador de província, no Baixo-Império.
(7) Sinédrio -  Entre os judeus, Tribunal formado por sacerdotes, anciãos e escribas, que julgava as questões criminais ou administrativas.


TEXTOS EXTRAÍDOS DE:

MIRANDA, Hermínio C. As Marcas do Cristo. vol. II
Enciclopédia Britânica.
Enciclopédia Barsa.
Guia de Leitura aos Mapas da Bíblia. Paulus.



A Educação Entre o “Sim” e o “Não”, Gilberto, Brasil


    A sociedade hodierna vive um momento difícil no que se refere à educação. Os pais já não têm mais domínio sobre seus filhos.

    Depois de séculos de repressão, impostos em nome de uma crença religiosa, que condenava a liberdade sob a afirmativa de ser ela a causa para o pecado, tivemos no presente século, até, mais ou menos, a década de 60, a aplicação de uma educação rígida, proibitiva e punitiva, marcada pelo excesso do uso do "não".

    Após tanta repressão, os jovens saturados, decidiram se rebelar, criando a "geração dos hippies", que marcou época.

    Esses jovens que lutaram tão intensamente pela liberdade, caminharam no tempo e se fizeram pais. E como pais, se deparam hoje, com o outro extremo da questão, no que se refere ao uso da liberdade. Seus filhos querem uma liberdade sem freios, onde tudo seja permitido. No seu tempo tudo era proibido; hoje, na educação moderna, é proibido proibir algo.

    Estamos num momento transitório, entre uma educação que usava o "não" em excesso e outra que usa o "sim" em demasia. Através da experiência alcançaremos, sob a tutela de Jesus, o sublime educador, o equilíbrio, na consolidação de um processo educativo onde sejamos motivados à liberdade de fazer o que seja bom, o que seja correto, o que seja saudável para o corpo e para o espírito; mas também onde sejamos disciplinados pela autoridade que nossos pais devem exercer sobre nós, coibindo nossos excessos, abusos e atitudes libertinas, que sejam prejudiciais a nós mesmos e/ou à coletividade em que vivemos. Afinal dizer não também é preciso.

    Jesus, o divino educador, já nos ensinou a dois mil anos: "– Seja o vosso dizer sim, sim e não, não." Na educação esta deve ser a fórmula mágica. Há momentos em que é necessário dizer sim, permitindo o aprendizado de nossos pupilos e há momentos em que é imprescindível dizer não, impondo nossa autoridade moral, como meio de impedir ou pelo menos amenizar a ação e a manifestação do mal.

Gilberto Costa Valle



Comentários
Comentário sobre texto Postura Espírita, Anderson, Brasil

(Comentário sobre o texto Postura Espírita, de Rodolpho Liberal,
publicado no Boletim GEAE número 403, de 31 de outubro de 2000)


 


Prezados Senhores.

    Venho com grande atraso comentar a mensagem do senhor Rodolpho Liberal.

    Sou favorável à tolerância religiosa e busco inclusive aplicar este preceito em minha vida, ainda sem grandes sucessos devido à minha condição evolutiva precária. Vemos todos os dias atitudes discriminatórias e preconceituosas contra a Doutrina Espírita efetuadas por membros de outras religiões, e não são nada agradáveis... No fundo as doutrinas religiosas tem um mesmo embasamento, que é o aprimoramento moral da criatura, com a diferença que cada uma o faz seguindo suas convenções próprias. Em hipótese alguma devemos afastar quem quer que seja do nosso convívio por professar crença diferente ou nenhuma crença. Isso fere o preceito básico do Mestre Divino, "ama o teu próximo como a ti mesmo".

    Muitas vezes encaramos, cheios de orgulho, o fato de sermos espíritas como sinal de evolução acima dos profitentes de outras crenças. Aí temos pessoas afirmando "tento ser espírita" como se isso fosse algo próximo à santidade. O espírita, na minha opinião, é aquela pessoa que reconhece sua inferioridade moral e busca sua melhoria gradativa, abrindo mão de atitudes menos dignas. Por isso se alguém se diz espírita com o intuito de parecer mais evoluído do que os demais, está bem longe, na minha opinião, do cerne da questão. Algum dos caracteres do homem de bem, descritos pelos Espíritos da Codificação, afirma que o mesmo deva ser necessariamente espírita? Os Espíritos respondem a Kardec, quando este pergunta-lhes qual a doutrina que expressa a verdade legítima, que "Será aquela que mais homens de bem e menos hipócritas fizer, isto é, pela prática da lei de amor na sua maior pureza e na sua mais ampla aplicação. Esse o sinal por que reconhecereis que uma doutrina é boa, visto que toda doutrina que tiver por efeito semear a desunião e estabelecer uma linha de separação entre os filhos de Deus não pode deixar de ser falsa e perniciosa." (LE 842). Em momento algum alimentaram-nos a pretensão de ser esta a Doutrina Espírita, até para que estejamos alertas quanto ao rumo que a conduziremos e para que não nos achemos "salvos", negligenciando nossa melhora íntima, realizada pelas lutas do dia-a-dia, e acabemos por nos afastar do nosso próximo.

    Porém acredito que, a título de tolerância religiosa ou progressividade da Revelação Espírita, não devemos deixar que elementos avessos aos postulados presentes nas obras da Codificação sejam agregados ao movimento espírita. Toda a sorte de expressão de culto externo, fetichismos, incensos, velas, amuletos e "despachos"; tratamentos alternativos, cirurgias mediúnicas com incisão, receituário alopático; idolatria de espíritos, médiuns e oradores, devem ser evitados.

    Acho ótimo que pretos-velhos ou caboclos se manifestem na mesa e tragam uma série de esclarecimentos em uma reunião mediúnica privativa (quanto a este processo a se realizar para o público, em forma de consulta, tenho minhas restrições). A forma não importa, e sim o conteúdo da mensagem. Não recebemos de pessoas sem as possibilidades culturais às quais tivemos acesso diversas lições profundas de moral? Um espírito não é um ser humano que se encontra livre do veículo carnal? Então a coisa se repete. Agora, se este mesmo espírito se manifesta em uma casa espírita e solicita um "pito" ou uma "marafa" e nós os fornecemos, a título de tolerância religiosa, vai uma grande distância...

    Podemos dizer que a crença professada por protestantes e católicos são idênticas? Cada qual tem seu conjunto próprio de dogmas e rituais. A mediunidade por si só não torna qualquer crença que seja em Espiritismo, e sim o corpo filosófico de sua doutrina. Digo isso não elevando a Doutrina Espírita acima das demais, mas sim para efeito de distinção. Acharmos ao contrário causa, na minha opinião, uma permissividade que acaba por desfigurar e deturpar nossa amada Doutrina. Da mesma maneira que a adesão de práticas de outras religiões e culturas desfiguraram o Cristianismo.

    O Espiritismo é uma doutrina; a mediunidade é uma faculdade do ser humano. Devemos sim levantar nossa voz quando os meios de comunicação ou quem quer que seja vincular, maliciosamente, toda prática mediúnica ao Espiritismo. Vocês já repararam que isso acontece, normalmente, em casos polêmicos, vinculados a crimes de toda sorte? Esta semana um jornal do Rio de Janeiro publicou matéria com a chamada "Espiritismo" para falar sobre o senhor Rubem Faria e o seu "centro espírita", que será reaberto. Devemos ficar calados quanto a isso e nos omitirmos como fazemos há muito? Emmanuel não nos prescreve que o que fazemos de melhor para o Espiritismo é efetivarmos sua divulgação? Devemos nos calar quando alguém, assumindo nossa responsabilidade, faz a divulgação de um pretenso espiritismo, de forma deturpada e preconceituosa?

    Um abraço fraterno a todos do GEAE e em especial ao senhor Rodolpho Liberal, autor da pertinente mensagem citada.

Anderson Ferraz



Correcao à resposta de Carlos Iglesia, Alexandro, Brasil

    No boletim do GEAE, numero 409, há uma resposta formulada por Carlos Iglesia à colega Elaine que parece-me em desacordo com o ensinamento da doutrina espirita.

    Se buscarmos o Capitulo XI da Parte Segunda do Livro dos Espiritos, que trata sobre os três reinos, podemos ver que a resposta do Carlos fica, pelo menos ambigua, sem esclarecer adequadamente.

    Os animais, ou melhor o seus espiritos, são seres a parte, distintos dos espiritos que animam o homem. Os espiritos dos animais, da mesma forma que os dos homens evoluem e passam por diversos mundos, variando de formas bestiais até animais com grande capacidade intelectual, que se assemelham até mesmo a formas primitivas de inteligência humana.

    Mas é importante ressaltar que não é o mesmo tipo de espírito que anima os animais e o homem. Cumpre distingui-los e ressaltar a resposta à pergunta 597, item "a":

    "É também uma alma (a dos animais), se quiserdes, dependendo isto do sentido que se der a esta palavra. É, porém, inferior à do homem. Há entre a alma dos animais e a do homem distância equivalente à que medei entre a alma do homem e Deus."

    E transcrevo ainda aqui as pergunta 601 e a 603 que ajudam mais ainda a eliminar quaisquer dúvidas:

    601. Os animais estão sujeitos, como o homem, a uma lei progressiva?

    "Sim; e daí vem que nos mundos superiores, onde os homens são mais adiantados, os animais também o são, dispondo de meios mais amplos de comunicação. São sempre, porém, inferiores ao homem e se lhe acham submetidos, tendo neles o homem servidores inteligentes"

    603. Nos mundos superiores, os animais conhecem a Deus?

    "Não. Para eles o homem é um deus, como outrora os Espíritos eram deuses para o homem"

Atenciosamente,
Alexandro Magno dos Santos Adário


Caro Alexandro,

        Reconheço que este ponto é bastante dificil, mesmo na época da codificação não pode ser desenvolvido em sua extensão completa (não se esqueça que o próprio conceito de evolução biológia só receberia bases cientificas sólidas em 1859 - dois anos após o Livro dos Espíritos - com "A Origem das Espécies" de Charles Darwin e mesmo assim com fortes resistências
da sociedade da época).

        No meu entender, as questões e respostas, que transcreve, significam que os espíritos dos animais não são os mesmos que reencarnam nos homens, do mesmo modo que um homem não é mais um primata primitivo como eram nossos ancestrais pré-históricos, mas não significa que não evoluimos deles.

        Na literatura espírita há excelentes textos aprofundando o tema, principalmente nas obras de André Luiz e de Emmanuel, vide por exemplo o trecho abaixo de André Luiz:

        "É assim que dos organismos multicelulares aos organismos complexos, em que a inteligência disciplina as células, colocando-as a seu serviço, o ser viaja no rumo da elevada destinação que lhe foi traçada do Plano Superior, tecendo com os fios da experiência a túnica da própria exteriorização, segundo o molde mental que traz consigo, dentro das leis de ação, reação e renovação em que mecaniza as próprias aquisições, desde o estimulo nervoso à defensiva imunológica, construindo o centro coronário, no próprio cérebro, através da reflexão automática de sensações e impressões, em milhões e milhões de anos, pelo qual, com o auxílio das Potências Sublimes que lhe orientam a marcha, configura os demais centros energéticos do
mundo íntimo, fixando-os na tessitura da própria alma." Evolução no Tempo, cap. II - Corpo Espiritual, Evolução em Dois Mundos - André Luiz, médium Francisco Cândido Xavier.

        No próprio livro dos Espíritos há a resposta a pergunta 116 (Há espíritos que ficarão eternamente nas ordens inferiores?):

        "Não, todos se tornarão perfeitos. Eles mudam, mas isto é demorado, porque, como dissemos uma outra vez, um pai justo e misericordioso não pode banir eternamente seus filhos. Seria Deus, tão grande, bom e justo, pior que o homem?"

        Ora, os animais e os outros seres vivos não são também filhos de Deus? Não tem espíritos (se duvida leia "Os animais tem alma?" de Ernesto Bozzano)? Não estão também evoluindo?

    Só acrescentando, recomendo que leia o livro do Dr. Ricardo Di Bernardi exatamente sobre o tema evolução, creio que lhe tirará as duvidas sobre a questão.

        Atenciosamente,
        Carlos Iglesia




Perguntas
Dúvidas sobre possessão/subjulgação, Andrea, Brasil

Prezados senhores,

        Gostaria de sua ajuda a respeito do assunto que se segue: Estou lendo o livro  CONDOMÍNIO ESPIRITUAL , e neste livro o autor fala  sobre a hipótese (que para ele não é uma hipótese mas sim uma realidade)  de  espíritos desencarnados
ocuparem o  corpo físico de alguém que ainda está encarnado.

        Diante dos  exemplos (?) que ele cita, o que me parece é que se trata de algo como a possessão ou subjulgação.

        Não vou transcrever o livro aqui porque não tenho dúvidas que dentre os senhores deverá existir alguém que já o leu. Por isso estou indo direto ao assunto.

        Então continuando, o que acontece é que o autor diz que pelo fato de a pessoa encarnada  fazer coisas das quais ela não se lembrar e até mesmo das quais 'normalmente' não teria coragem de fazer, isso implica que um outro ser está  'habitando'  seu corpo.

        A doutrina espírita ensina que é IMPOSSÍVEL  dois espíritos compartilharem o mesmo corpo e eu acho isso muito viável visto que  o nosso elo de ligação com o físico é justamente o cordão de prata. Oras! se qualquer um pudesse habitar meu corpo físico então para quê eu estaria ' atada'   a ele por um cordão? Ele (o corpo) então não deveria estar ligado a ninguém, deveria estar a disposição para quem quisesse chegar e pegar. Mas não acredito que ocorra assim, pois senão viraria bagunça.

        Como eu disse acima, acredito que os casos que o autor cita como exemplo no livro podem ser explicados  como uma forte  subjulgação.

        Gostaria de bastante  comentários  a respeito do assunto.

Agradeço sua atenção,

Atenciosamente,

Andrea.



Tratamento de Dependentes Químicos, Gerson Vinícius, Brasil

Caros amigos

    Tenho 39 anos e participo das atividades espíritas desde os 09 anos. Sou participante ativo dentro da Sociedade Espírita de minha cidade, participando de grupos de estudo, mediúnicos e palestras.

    Venho trabalhando com jovens usuários de drogas há 20 anos. Trabalho com uma filosofia chamada " Amor Exigente" que foi trazida para o Brasil por um jesuíta americano chamado padre Haroldo. Conheço diversos trabalhos dentro da área da dependência química ligados a alguma religião (Católicos, Evangélicos, Etc.) Dentro do trabalho que faço parte, sempre identifico casos graves de obsessão, o qual em alguns casos levo os nomes para a nossa casa espírita na tentativa de ajudar. Mas acho que é pouco. Tenho certeza que a nossa amada doutrina está  anos à frente dos conceitos da Psicologia e da
Psiquiatria. E tenho mais certeza ainda, de que os índices de tratamentos com sucesso, que hoje giram em trono de 20%, e que são tratados dentro do convencional ( Psicologia, Psiquiatria, Laborterapia, Religião, etc.), se fossem tratados à luz da doutrina espírita alcançariam um índice muito maior.

    E é exatamente este o motivo que me leva a escrever-lhes. Se vocês souberem de algum trabalho de tratamento de
dependentes químicos no qual esteja vinculado à doutrina espírita, peço que me informem. Ou caso seja oportuno, que minha dúvida seja divulgada, para que os milhares de participantes do GEAE possam me auxiliar.

    Sei que no meu estado existe o Hospital Espírita Bom Retiro, mas ao meu ver o trabalho lá não está vinculado à doutrina, e sim a entidade é mantida pela Federação do Paraná.

    Na certeza de que meus anseios estão movidos pela intuição de que algo possa ser feito para auxiliar aos nossos irmãos que se perderam no caminho escuro das drogas, deixo o meu pedido de ajuda para que possamos iluminar estas almas que se encontram provisoriamente na escuridão.

Meu abraço fraterno

Gerson Vinicius de Souza Freitas



O Espírito da Verdade, Maria Julieta, Portugal

Prezados Irmãos.

    Foi depois de ter assistido ao III Congresso Nacional de Espiritismo em Viseu, Portugal, que me inscrevi no GEAE para receber, via Internet, os vossos boletins semanais. Estou muito grata pelos novos conhecimentos que vou adquirindo através dos mesmos e, por isso, a todos os que colaboram nesse trabalho o meu bem-hajam!

    Às quartas-feiras costumo assistir aqui na Figueira da Foz a uma reunião de estudo de Doutrina Espírita estilo Evangelho no Lar. Na última surgiu uma interpretação diferente entre mim e a orientadora da reunião e como aceitam perguntas venho solicitar-vos qual a vossa opinião a respeito da dúvida suscitada.

    Enquanto a orientadora da reunião considera O ESPÍRITO DA VERDADE como o próprio JESUS , eu considero-O uma falange de Espíritos Superiores orientados por JESUS que ditaram as cinco obras básicas do Espiritismo. No prefácio de « O Evangelho segundo o Espiritismo » do próprio ESPÍRITO DA VERDADE há a frase: «Eu vos digo, em vedade, ...» e, depois, entre outras: « Homens, irmãos amados, estamos junto de vós.» Isto é, é usada a primeira pessoa do singular e é usada a primeira pessoa do plural.

    Por favor, poderão dar-nos o esclarecimento de que necessitamos?

    Aproveito para perguntar se tencionam transmitir, senão na integridade, pelo menos enxertos da palestra de Raúl Teixeira subordinada ao tema «Minha vida psíquica», proferida no passado dia 17 de Janeiro em Del Mar, Califórnia.

    Agradecendo desde já a vossa resposta, saudações fraternas de,

    Maria Julieta Cruz



Painel
Convite - Lista de Mensagens Joana de Angelis, Brasil

CONVITE FRATERNO

    É com o coração repleto de alegria, que viemos através desta, comunicar a todos os queridos irmãos do GEAE, e demais visitantes do site e leitores do boletim informativo, que foi criada lista "Mensagem do Dia".

    Esta lista tem o objetivo de levar a todos diariamente, em seu trabalho e em suas casas, uma mensagem consoladora, fraterna e repleta de elevadas vibrações da Veneranda Joanna de Ângelis. Desta forma estamos levando a todos um bálsamo diário da Doutrina Espírita e deste Espírito Iluminado, injetando ânimo e disposição para o exercício de suas atividades.

    Apresentramos aqui o nosso convite fraterno para que todos juntem-se a nós nesta nova lista!

CARACTERÍSTICAS:

    A "Mensagem do Dia" não é uma lista de discussão. Seus assinantes recebem apenas um e-mail por dia, contendo sempre um texto curtinho, de poucas linhas, com pensamentos, reflexões e mensagens de cunho moral. Desta forma, os participantes não sofrem os inconvenientes do elevado volume diário de mensagens característico das listas de discussão, e mesmo assim recebem diariamente um pouco das literárias emissões de amor que o Alto envia a todos nós.

    Vale lembrar que as mensagens são sempre de autoria de Joanna de Ângelis, trazidos a nós pela mediunidade de Divaldo Pereira Franco.

FUNCIONAMENTO:

    As mensagens são enviadas diariamente, de segunda a sexta, sendo que não há mensagens aos sábados, evitando assim o acúmulo de e-mails nas caixas postais daqueles que só vão acessar na segunda-feira. Aos domingos, temos uma mensagem um pouco mais extensa de Joanna de Ângelis, sempre abordando algum tema pertinente à nossa vida diária e aos problemas da humanidade.

COMO PARTICIPAR:

    Envie uma mensagem em branco para: mensagemdodia-subscribe@egroups.com

    Site da lista: http://br.egroups.com/group/mensagemdodia

    Para entrar em contato com a coordenação: mensagemdodia-owner@egroups.com

    Agradecemos a atenção, e esperamos que com esta humilde iniciativa possamos levar um pouco desta doutrina consoladora e das mensagens deste Espírito Iluninado a todos, principalmente àqueles impedidos de assinar listas espíritas pelo problema do alto volume de mensagens circulantes.

    A todos o nosso abraço fraterno, e votos de muita paz, harmonia e discernimento.

    Que nosso Pai de Bondade nos abençõe a todos em nossa caminhada evolutiva!

Coordenadores Lista Mensagem do Dia


Teatro Espírita, Edmundo Cezar, Brasil


Olá, meu nome é Edmundo Cezar, de Salvador, Ba.
Estou enviando colaboração para o boletim sob temática: Teatro Espírita.
Grato pela atenção.

TEATRO ESPÍRITA

Início e emoção

    O teatro espírita é o teatro da educação.

    Educação de seres comprometidos com o tempo. Com as várias vidas que já viveram.

    Viver é buscar aperfeiçoar-se e o caminho da perfeição é duro caminho de observação, crítica e transformação.

    Com o teatro espírita o indivíduo adquire o discernimento para o erro e o acerto. Observando o outro, observa e compara a si mesmo.

    Teatralizar é reviver emoções escondidas pelo corpo físico e arquivadas na alma eterna. Teatralize seus sentimentos.

    Quando do ensaio de uma peça de teatro, forças opostas se encontram, muitas vezes, no “se” mágico que o teatro permite. Sabemos todos que a ação que se desenrola no placo não é verdadeira, no sentido tangível da palavra, são todos atores não são gente de “verdade”. São gente fazendo-se de gente, como se fossem gente. Essa pequena brincadeira, ou jogo de palavras, de proposições, compara-se com o jogo da vida.

    Vivendo-se, como se fosse o outro, o indivíduo ator percebe outras realidades que não a sua própria. Possibilidades do pensar diferente. Ver o mundo como dantes não lhe cabia. Eis o crescimento.

    Há espíritos que por muito e muito tempo mergulham em si, enfurnando-se em único modo de pensar, “focando” sua existência sob único ponto de vista. Mudar o foco de sua atenção, permitir-se perceber novas possibilidades de viver, abre o coração ao sol divino construindo a si mesmo em momento de redenção.

    Queres ver a possibilidade do teatro espírita?

    Teatralize-se. Observe, critique e transforme. E verá novo homem surgir dos escombros de si mesmo.

    O teatro é oficina de trabalho e ação e dele ninguém pode eximir-se quando chega a hora do chamamento.

    Atende ao chamado. Empenha tua palavra ao Cristo. Mãos a obra que ele te espera

       A emoção é luz acesa dentro da alma.

    Emocionar-se é brilhar de si para o outro.

    Crêr-se outro indivíduo, em cena, sob as verdades do palco e as exigências do drama, é possibilidade divina de viver outro ser, com seus medos, ansiedades e possibilidades de reconstrução.

    Aquele que doa de si pratica a caridade divina. Não a caridade que se esvai sem sentimento de doação, mas a caridade que tira do que tem e oferece ao que mais precisa.

    Quantos seres, filhos de Deus, que caminham para a perfeição em passos de lama, necessitam de sua energia
feito forma, na forma do pensamento...

    Acredite que é possível amparar usando sua imaginação e sua emoção. Acredite em si mesmo. Sois fortes e capazes e, se porventura sua dor eclipsar sua vontade de auxílio, os anjos do senhor multiplicarão suas possibilidades e lhe farão usina de renovação através do amor.

    Dedique-se e empenhe seus sentimentos em reviver outro que não você, em recriar personagens aprisionados nas letras do papel e vivos através do teu movimento e teu verbo. Amplifique-se e ame, sentindo-se em cena e na vida real: Pleno, como Deus lhe criou, sem receio das travas do caminho. Elas nos ensinam a crescer.

    Estar em cena é oportunidade única. Aproveita. Amanhã já será outro dia e mesmo hoje, já será outro espetáculo. A oportunidade é única e intransferível.

    Em cena, ame o outro como a si mesmo, dialogue com seu corpo e principalmente com seu olhar. Olhe com vida, com desejo de auxiliar, com firme vontade de crescer. Os olhos são o espelho da alma e o olhar é a alma em si mesmo.

    Estar em cena é o seu culto ao Deus único. Fale de amor e vigie sua mente.

    Aproveita a oportunidade de doar-se por inteiro, de oferecer ao outro o que tem de mais valioso e sagrado: sua emoção.

    Não economize na contabilidade da caridade. É o que o mestre de cena espera por ti.

    Coragem.

Edmundo Cezar
Ator e diretor teatral, coordenador da Companhia Espírita de Artes Cênicas – Salvador, Ba




 


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