Grupo de Estudos Avançados Espíritas

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Fundado em 15 de outubro de 1992
Boletim Quinzenal de Distribuição Eletrônica

"Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade", Allan Kardec


Ano 09 - Número 407 - 2000            26 de dezembro de 2000

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Textos
Aids X Conduta Mental, Leda Maria, Brasil

    Emmanuel nos lembra que para a sua proteção e dos seus bens, o homem vacina-se contra moléstias contagiosas, protege-se contra a fome e no campo exterior, elege recursos defensivos, justificáveis no tocante à vigilância. Entretanto, contra sua própria mente não se protege e nem se vigia.

    A Doutrina Espírita nos ensina que o homem não é apenas matéria - segmento visível - mas, apresenta uma complexidade  muito maior formada por uma estrutura pluridimensional - segmento não visível - que o torna único no Universo. Assim, em virtude de cada um representar um ser individualizado, único em sua maneira de sentir e agir no meio em que vive, o homem passa a ser, também, o único responsável por aquilo que cria e lança na atmosfera na qual está inserido.

    Todos seus sentimentos, bons ou maus, oferecem assim um campo, perigoso ou não, para o desenvolvimento de forças psíquicas que retornarão sobre si mesmo, levando-o à saúde ou à doenças, do corpo ou da alma, diagnosticáveis ou não.

    É pois, do Espírito que partem as energias que darão direção à vida de cada um, envolvendo outras criaturas com as quais se relaciona. Nossos pensamentos passam a ser força geradora criativa que nos coloca, sem qualquer sombra de dúvida, na condição de co-criadores do Universo e, evidentemente, sob leis divinas. Por essa razão, somos chamados a reparar enganos pretéritos e a retomarmos o caminho correto.

    O fato de estarmos ainda encarnados faz com que nossa mente quase sempre se volte para a vida material - e às vezes só para ela - o que nos leva a ter, em algumas ocasiões pensamentos altruísticos e em outras, pensamentos viciosos, o que faz com que nosso padrão vibratório oscile continuamente, permitindo que sejamos alvos de ataques de outras mentes com as quais entramos em sintonia, resultado desse descompasso.

    Esses desequilíbrios psíquicos nos levam, assim, a materializarmos doenças quando elas ainda não se manifestaram na matéria ou quando, ainda, não são visíveis.

    Sob esse aspecto, podemos dividir as doenças em dois tipos:

    Quando pensamos na coletividade humana terrena, vem-nos à mente a idéia de que os homens tendem a agir de forma semelhante entre si, caracterizando-se como se fossem uma egrégora ( sentimento coletivo reinante, sentimento criador imaginário de uma maioria ) por meio de pensamentos e sentimentos descontrolados semelhantes, sejam eles de erros, de desequilíbrios ou de emanações negativas parecidas.

    Como exemplos de egrégora podemos destacar dois. Um deles refere-se ao ódio reinante entre palestinos e israelitas que está transformando uma questão política, pela posse de territórios, em sentimento tribal de ódio atávico. Parece-nos claro a consciência coletiva do Te odeio porque minha tribo te odeia. E, o outro, a II Guerra Mundial onde viu-se - e ainda está muito presente - a consciência coletiva de uma superioridade racial, através da suposta presença de um gene de liderança, característica somente do povo germânico.

    Somando-se a essas energias coletivas de encarnados, todas as mentes desencarnadas que se sintonizam entre si, criam-se micro-organismos psíquicos de alto poder destrutivo. Desse modo, o homem, por sua invigilância e imprudência, além de absorver as energias deletérias individuais, também absorve essa energia coletiva, passando a armazená-las no seu corpo espiritual, drenadas que serão depois pelo organismo, fazendo surgir doenças de etiologias desconhecidas e de alarmante incidência ocasionadas por esses micro-organismos que ele próprio ajuda a cristalizar, transformadas em larvas psíquicas dotadas de dinamismo próprio e acentuado poder de destruição.

    Sob esse ponto de vista é fácil compreendermos que quanto mais o homem se enreda em pensamentos tormentosos e exacerba os sentimentos de egoísmo, orgulho, medo, ódio, ganância, vícios de todos os tipos, permeados por imoralidade desenfreada, mais e mais sintomas estranhos surgem no corpo físico, concentrados nos centros vitais, impedindo-o de caminhar com equilíbrio e segurança na senda evolutiva.

    Essa soma de emanações de encarnados e desencarnados, acumuladas ao longo de muito tempo na zona etérea próxima da Terra e de semelhante teor vibratório, provoca a formação de miasmas de alto poder deletério que no nosso entender deu origem ao vírus  HIV que produz a AIDS. O estado precário da evolução humana permitiu ao homem que se sintoniza nessa faixa vibratória, continuamente, a absorção dessas larvas psíquicas.

    Pelo próprio comportamento do ser humano era inevitável o surgimento dessa situação; não, evidentemente, porque tenha sido imposta por força superior, mas como resultado do próprio desequilíbrio das mentes encarnadas que, agredindo as Leis Naturais, desencadeou uma reação cujo resultado não ultrapassa os limites da obediência à Lei de Causa e Efeito.

A Materialização

    Se o desequilíbrio mental pode produzir e manter tal desarmonia, também é verdade que o retorno ao equilíbrio pode quebrar essa cadeia de manutenção do vírus.

    A mente doente produz o organismo que retorna materializado ao corpo físico. Pela própria desarmonia espiritual, a revolta se instala e a não aceitação do status quo faz com que essa mente, já anteriormente enfermiça, lance ainda mais energia deletéria na atmosfera, engrossando mais uma vez essa camada de miasmas - com mutações - que, por sua vez, serão reabsorvidos , criando-se assim um círculo vicioso que precisa ser rompido.

    A medicina material luta na tentativa de descobrir elementos capazes de romper essa cadeia, atacando o vírus visível, mas esquecendo-se da complexidade da organização humana, tornando sua luta inglória, do ponto de vista material.

    Sabemos que muitos portadores do vírus HIV o tem no organismo e podem transmiti-lo, mas não possuem a doença, e a própria ciência médica admite que existe um elemento ou agente ativador desse distúrbio. Assim, a doença não se manifesta se o organismo apresenta condições para isso. Em outras palavras, se o indivíduo possui o vírus e se não houver a ativação desse vírus, a doença não se instala. A contaminação surge, portanto, se houver a presença de um agente ativador.

    Esse processo pode acontecer de várias maneiras e há a necessidade de se estar de sobreaviso para tal fato, pois as mutações do vírus já estão surgindo e isso determinará, certamente, formas diferentes de contágio, que não apenas as já conhecidas.

    Mas, o que é esse agente ativador ?

    No dizer de André Luiz, em Mecanismos da Mediunidade: No macrocosmo e no microcosmo, tateamos as manifestações da Eterna Sabedoria que mobiliza agentes incontáveis para a estruturação de sistemas e formas, em variedade infinita de graus e fases, e entre o infinitamente pequeno e o infinitamente grande surge a inteligência humana, dotada igualmente das faculdades de mentalizar e co-criar, empalmando, para isso, os recursos intrínsicos à vida ambiente. Nos fundamentos da Criação vibra o pensamento imensurável do Criador e sobre esse plasma divino vibra o pensamento mensurável da criatura a constituir-se no vasto oceano de força mental em que os poderes do Espírito se manifestam. (pag. 43 e 44)

    O pensamento é agente essencial em todas as realizações do plano físico e extrafísico. É matéria - matéria mental - e como tal, capaz de tecer correntes sutis, envolvendo cada criatura numa atmosfera fluídica peculiar que podemos denominar aura ou halo vital.

    Essas forças que se movimentam incessantemente, sincronizadas ou não, estabelecem, para cada pessoa, uma onda mental própria que tendo a vontade como determinante da ação, é capaz de gerar motivações de prazer ou desgosto, de alegria ou de tristeza, de otimismo ou desesperança, que acabam por atrair para si os  agentes de luz ou sombra, vitória ou derrota, infortúnio ou felicidade. Portanto, quando emitimos uma idéia passamos a refletir todas as outras com as quais se assemelha e a corporificamos, isto é, damos forma, enquanto insistimos em sustentá-la, o que faz com que nos mantenhamos em comunicação com todos que nos esposem o modo de sentir.

    Nosso Espírito se movimenta assim, no mundo das formas-pensamentos, construindo elementos, na esfera da alma, que nos libertam ou nos escravizam, no bem ou no mal, segundo nossa própria escolha.

    André Luiz nos dá um exemplo dizendo que isso acontece porque, à maneira do homem que constrói estradas para sua própria expansão ou que talha algemas para si mesmo, a mente de cada um, pelas correntes da matéria mental que exterioriza, eleva-se a gradativa libertação no rumo dos planos superiores ou estaciona nos planos inferiores, como quem traça vasto labirinto aos próprios pés.( pág 48)

    Parece-nos claro, assim, conceituar o pensamento deletério que é a concentração de energias desarmoniosas, dissonantes, de baixíssimo teor vibratório, originárias da mente humana desequilibrada, como sendo o agente ativador.

    O pensamento de aceitação e adesão é o fio condutor entre nós e essas concentrações de energias distorcidas. Mas, é o pensamento constante de aceitação e adesão dessas energias, através do contato repetido com mentes agrupadas onde predomine o desequilíbrio e o desregramento, que se estabelece a relação com o agente ativador.

    Assistir a um filme cujo tema seja o sentimento de ódio e destruição contra um povo, por exemplo, não nos coloca em contato com esse agente; mas, se repetidas vezes estamos presentes a reuniões onde esses sentimentos sejam exacerbados, impregnando-se não somente a atmosfera fluídica, mas também o ambiente físico com miasmas deletérios, certamente poderemos ser alvos fáceis se estivermos contaminados não apenas pelo vírus, mas também pelos mesmos sentimentos inferiores, presentes a reunião. A força mental é, portanto, o único poder que pode ativar ou não o vírus em um organismo contaminado.

    É na busca do equilíbrio, da harmonia e de um constante trabalho de transformações interior é que poderemos nos isolar, não somente da doença material, mas também criando ao nosso redor, como nos lembra Kardec, uma couraça de proteção contra qualquer investida de forças inferiores desequilibrantes.

    A humanidade terrena está sem freios morais, caminhando coletivamente em faixas negativas. A manutenção das viciações, da imoralidade, permitiu à Natureza, a materialização do vírus, mas, a sua ativação ficou por conta da própria mente humana.

Aids hoje

    O sexo ainda é o principal fator de infecção.

    Se a falta de informação era a razão direta da disseminação da doença, a baixa estima é, hoje, um fator de risco. Quase todos no mundo sabem que as práticas seguras de relação sexual evitam a doença; entretanto, por que se dissemina em grupos de elite, sob supervisão de especialistas?

    Estudos comprovam que os problemas pessoais com a sexualidade, a imagem negativa de si mesmo e os problemas de relacionamento, levam pessoas a adotarem um comportamento  auto-destrutivo.

    Entre as mulheres, devido a baixa estima, constata-se que não conseguem negociar com os parceiros o uso de preservativos. Soma-se a isso, também, a relação com homens mais velhos que são os que mais resistem ao uso da camisinha. Dessa maneira, no Brasil, da totalidade de mulheres contaminadas, 45% estão na faixa de 18 a 30 anos.

    As campanhas nas escolas não atendem ao objetivo para as quais foram criadas porque tendem a assustar, e os adolescentes não se convencem, interiormente, desse perigo. Por outro lado, a mídia bombardeia o jovem com propagandas voltadas para a super valorização da sexualidade, mas não orientam para o sexo seguro, na mesma propaganda.

    Um outro fator de risco que está se delineando é a pauperização da epidemia. É preocupante porque muitas dessas pessoas apresentam dificuldades até para se alimentarem.

     No início dos anos 80, a AIDS chegou a ser classificada preconceituosamente como doença de homossexuais ricos, pois suas primeiras vítimas foram pessoas de poder aquisitivo alto, infectadas em viagens para o exterior. No Estado de São Paulo, quase metade das vítimas tinham curso superior completo.

     Os doentes que surgem agora, exibem outro perfil. Em São Paulo, cerca de 80% deles têm apenas o primeiro grau e 5% o curso superior. ( Roldão Arruda, O Estado de São Paulo, Caderno Internacional, pág. A 17 de 8/10/2000)

    Apesar de  todas as informações, ainda continuam nascendo crianças com o HIV, sinal claro de que não são feitos exames adequados de pré-natal. Culpa de quem?

     No Brasil, a mobilização da sociedade e a intervenção do poder público conseguiram diminuir a velocidade da transmissão,apesar de ainda ser muito alta: hoje, em torno de 20 mil casos desde 1997, contrariando previsão alarmante da Organização Mundial de Saúde que estimava em 540 mil novos casos a cada ano.

    Outro dado preocupante diz respeito a presença, pela primeira vez no mundo, de um paciente , brasileiro, infectado por três subtipos diferentes de HIV - muyações -  resistentes aos remédios. O estudo é do médico Ricardo Diaz, diretor do Laboratório de Retrovirologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) que o apresentará na XIII Conferência Internacional sobre a Aids. Segundo o médico brasileiro, a pesquisa é importante para a ciência e má notícia para o Brasil, pois ela pode ser o indício de uma nova forma do ataque do vírus ao organismo.

    No mundo, nosso destaque vai para a África Negra, baseado em dados fornecidos pelo  Jornal O Estado de São Paulo  de 18 de julho,  pela Revista Galileu  e pela Revista Época, ambas de julho de 2000.

    A XIII  Conferência Internacional sobre Aids, realizada na cidade de Durban, na África do Sul, em julho deste ano, mostra um quadro aterrador. Um continente em agonia. Disseminada ao longo dos anos 90, a Aids será a causa, no continente africano, da redução de sua população em 71 milhões de pessoas, até o ano de 2010, cerca de 10% do total do continente.

    Os dados apresentados na Conferência mostram a tragédia africana:
 

Conclusão

    O Evangelho nos ensina que nenhuma ovelha se perderá e também nenhuma oportunidade de transformar um elemento obstrutor em elemento renovador no trabalho evolutivo do ser humano.

    Como tudo é útil na criação divina, o Pai permite aos homens, no meio a tanta desordem, o aproveitamento dessas lições, através dos trabalhos de pesquisa que possibilitaram não somente a descoberta de remédios que controlam a disseminação da doença, mas, também, de outros remédios, para outras doenças, quando os homens de ciência buscavam a solução para esse terrível mal. Possibilitou, principalmente, o despertar do sentimento de solidariedade onde podemos constatar a movimentação da sociedade civil na formação de grupos de apoio e prevenção à doença.

    A presença desse mal no planeta transformou-se, assim, em elemento de expansão e não de obstrução para o progresso humano.

    O homem foi capaz de desenvolver sofisticados radares para detectar  presenças estranhas a longa distância, mas ainda não conseguiu estabelecer um sistema de vigilância em torno da própria mente.

    Todo pensamento estabelece uma sintonia.

    Pensando, a criatura interage sobre seu semelhante, estabelecendo ligações, conforme o campo mental que a envolve ( ...)

    Entretanto cabe ressaltar que, entre a abordagem do pensamento infeliz e sua aceitação em nosso campo mental, há uma distância a ser percorrida. (... )  Sheilla

    ( Extraído do livro A Mensagem do Dia, psicografia de Clayton B. Levy, EME Ed , 1.a edição, 1997, pag 81)
    Leda Maria Flaborea

BIBLIOGRAFIA

  1. Xavier, F. C. / André Luiz (Espírito) - Mecanismos da Mediunidade - Cap. IV e V - Sistema Imunológico - FEB Ed, 12.a ed.
  2. Pereira, Ivonne  A. - Memórias de um Suicida - 2.a Parte, Cap. 1, FEB Ed pag. 215 a 219
  3. Mensagem do Espírito Irmão Interno recebida pelo médium José E. Rodrigues, nos dias 13 de julho de 1987 e 30 de novembro de 1987, no Centro Espírita Amor e Luz - Rua Tibério, 264 - Lapa
  4. Levy, Clayton B./Sheilla (Espírito) - A Mensagem do Dia - EME Ed., 1997, 1.a ed, pg 81
  5. Revista Internacional de Espiritismo - n.o 2, março de 2000 - ?Larvas Psíquicas, Bacilos Psíquicos - a ameaça que a ciência desconhece.?
  6. Revista Época - 17 de julho de 2000
  7. Revista Galileu - julho de 2000
  8. Jornal O Estado de São Paulo - 18 de julho de 2000 - Caderno Internacional, pag. A 17


Novo Testamento, Porque e Para Que Estudá-lo à Luz da Doutrina Espírita, Cláudio Fajardo, Brasil

"O Evangelho não se reduz a breviário para genuflexório. É roteiro imprescindível para a legislação e administração, para o serviço e para a obediência." (Emmanuel: Caminho, Verdade e Vida, Introdução)

"O Evangelho é o Sol da Imortalidade que o Espiritismo reflete, com sabedoria, para a atualidade do mundo"  (Emmanuel: Vinha de Luz, Introdução)


    Informa a questão 132 de O Livro dos Espíritos, que o objetivo da encarnação do Espírito é fazê-lo atingir a perfeição.

    Pelo que temos estudado, evolução no que diz respeito às questões espirituais, é a desmaterialização da criatura, e  como conseqüência a aproximação desta do Criador. É o deixar de ser filho de Deus, para fazer-se Filho de Deus.

    Em momento algum deve ser cobrado do espírita nos níveis atuais de nossa evolução a perfeição moral, mas todos nós devemos primar pela coerência. E são os próprios Espíritos que afirmam, na questão 625, de O Livro dos Espíritos, que Jesus é o tipo mais perfeito que Deus nos ofereceu para nos servir de guia e modelo.

    E o que Jesus veio nos trazer foi simplesmente o caminho para atingir o nosso objetivo a nível de encarnação. Ele mesmo  afirmou: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim. (1)

    Em consonância com o que a Doutrina Espírita afirma sobre o evoluir, Ele, o nosso Mestre Maior, já dizia, quando em visita às irmãs de Lázaro: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária; Maria escolheu a boa parte, a que não lhe será tirada, (2) mostrando que a parte mais importante é aquela que nos conduz ao nosso aperfeiçoamento espiritual.

    Ora, se Jesus é o nosso guia e modelo, e ninguém vai ao Pai senão através Dele, consideramos obrigatório para todo espírita,  o estudo do Evangelho, que é onde encontra-se toda a sua Moral.

    Ademais, Ele mesmo, quando se referiu ao Consolador, alertara: Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.(3) Portanto, vemos que um dos objetivos do Espiritismo é fazer lembrar aos homens os ensinamentos cristãos, e como fazer isso sem o conecimento do conteúdo do Novo Testamento?

    Allan Kardec, ao brindar a Humanidade com O Evangelho Segundo o Espiritismo, não quis, em hipótese alguma, tornar desnecessário o estudo do Novo Testamento; sua intenção foi fazer, através desta, que é sem dúvida uma das obras mais importantes de todos os tempos, uma ligação definitiva entre a Doutrina Espírita e a moral cristã. Quis nos dar a chave  para interpretar as sábias lições do Novo Testamento.

    É ele mesmo o grande Codificador do Espiritismo quem diz:

    Se o Cristo não pôde desenvolver o seu ensino de maneira completa, é que faltavam aos homens conhecimentos que eles mesmos  só podiam adquirir com o tempo e sem os quais não o compreenderiam; há muitas coisas que teriam parecido absurdas no estado dos conhecimentos de então. Completar o seu ensino, deve-se entender no sentido de explicar e desenvolver, não no de ajuntar-lhe verdades novas porque tudo nele se encontra em estado de gérmen, faltando-lhe só a chave para se apreender o sentido das palavras.(Grifo nosso) (4)

    Podemos afirmar que o Evangelho é o manual de vida do homem.

    Quando compramos um carro, ou um eletrodoméstico, recebemos do fabricante um manual que nos proporciona, se lido e colocado em prática, um melhor desempenho do aparelho. Se contrariarmos as determinações do fabricante, podemos estragar o bem e comprometermos a sua real finalidade.

    Desta forma é o Evangelho. Deus permitiu que o Cristo encarnasse entre nós, para nos dar o manual da Vida Eterna. Eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância(5), diz Ele. Toda vez que contrariamos seus ensinamentos, colocamo-nos em xeque, comprometendo-nos diante das Leis Universais. Por isso, estudar o Evangelho e vivenciá-lo, é encurtar o caminho da   nossa evolução.

    Portanto, afeiçoemo-nos ao Evangelho, pois o Espiritismo não é simplesmente um campo de experimentação fenomênica. Conforme o dizer de Emmanuel:

    O Espiritismo, sem Evangelho, pode alcançar as melhores expressões de nobreza, mas não passará de atividade destinada a
modificar-se ou desaparecer, como todos os elementos transitórios do mundo.

    É imprescindível conhecer o bem para que os ensinamentos do bem nos aperfeiçoem a vida íntima.

    Nós os Espíritas vinculados com Allan Kardec ao Cristianismo puro, não podemos prescindir do contato com o Divino Mestre, através das lições com que nos dirige a renovação para as Esferas Superiores.

    Estudemos pois o Evangelho (...) (6)


Notas

(1) João, 14: 6
(2) Lucas, 10: 41 e 42
(3) João, 14: 26
(4) A Gênese cap. I item 28
(5) João, 10: 10
(6) Estudando o Evangelho. Martins Peralva, Prefácio


Comentários
Estudo do "Novo Testamento" nos grupos espíritas, Carlos Iglesia, Brasil

(Comentários referentes ao tema levantado no Boletim 406 pela pergunta do Daniel)

    A Doutrina Espírita, como todos sabem, nos traz a prosposta de libertação do homem - libertação de sua consciência de erros milenares - e a adequação dos conhecimentos espirituais aos avanços da razão. Dentro desta proposta cabe ao espírita usar de sua razão e do estudo sincero no trabalho do seu esclarecimento próprio, pensando por sí mesmo e optando livremente por seus caminhos.

    Não só crenças e hábitos milenários devem ser reavaliados, mas também as próprias propostas das ciências acadêmicas devem ser analisadas e repensadas a luz dos novos conhecimentos. Nem "dogmas" de fé, nem "dogmas" modernos acobertados pela apressurada análise superficial dos fatos.

    Dentro dos "dogmas" modernos, que infelizmente muitas vezes ecoam sem muita análise em nossos grupos, está a famosa "deturpação" dos escritos reunidos no "Novo Testamento". Na realidade em centros acadêmicos, espalhados pelo mundo todo, há especialistas dedicados aos estudos das escrituras - católicos, protestantes e até ateus - e dificilmente se encontrará entre eles um consenso, uma certeza tão absoluta desta "deturpação" como em alguns de nossos palestrantes.

    É verdade que os textos medievais apresentavam problemas de tradução, mas nossas edições modernas - através dos estudos dos manuscritos mais antigos - são razoavelmente exatas em relação as tradição mais antigas. Naturalmente há divergências no emprego de palavras, pois nem o latim, nem o grego antigo, são mais linguas correntes e toda tradução, de algum modo, sempre faz opções particulares. Mas como está no próprio evangelho, a "letra mata" e o "espírito vivifica".

    A tão enfatizada deturpação se baseia mais nos hábitos de leitura dos evangelhos - que inconscientemente nos levam a "forçar" um determinado entendimento ao lermos o texto em detrimento de outros - formados ao longo do tempo, do que no que está escrito. Leia-se o evangelho sem preconceitos, sem idéias pré-estabelecidas do que está escrito, como se fora a primeira vez que se lêem os conceitos e se verá que são bastante modernos e muito claros. Se tivessem sido tão deturpados não teriam ainda tanta força espiritual*. Claro que uma ou outra alteração permanece, mas dificilmente será de grande porte - talvez alguns trechos obscuros jamais sejam recuperados em seu significado original, qualquer que tenha sido, como por exemplo o texto completo ou verdadeiro da figueira seca, mas o conjunto ainda é bastante claro.

    Allan Kardec e os espíritos que participaram da Codificação, deixando de lado os pontos polêmicos, puderam com tranquilidade reconstruir a moral evangélica (vide "O Evangelho Segundo o Espiritismo"), conservada pelos evangelistas. Já no livro "A Genêse", foi abordado o estudo dos "milagres e predições" registradas lá, provando que eram fenômenos mediúnicos condizentes com os conhecimentos espíritas e que nada tinham de sobrenatural. Foi justamente recusando a veracidade desses "milagres", apresentados pela igreja como provas da intervenção de Deus para testemunho da missão de Jesus, que começaram as criticas a veracidade do Novo Testamento. Por exemplo, um dos argumentos iniciais para a data tardia de criação dos textos é a profecia da destruição do templo de Jerusalém na guerra de 70 DC, ora, como os criticos não acreditavam em profecias, o texto só poderia ter sido escrito depois do fato.

    Um espírita deve considerar que se as deturpações tivessem tido a extensão que lhes atribuem, os fenômenos registrados não teriam mantido uma descrição tão próxima da realidade dos fenomenos mediunicos e nem a simplicidade dos textos teria sido preservada, contendo ensinamentos que na maior parte das vezes iam contra o que se praticou como "Cristianismo" durante quase 2.000 anos. Compare-se por exemplo, com a hagiografia medieval - repleta de lendas francamente absurdas - ou os complicados escritos teológicos medievais.

    Outra fonte de criticas é a aparente incoerência entre os autores, incoerência que ficava dificil de justificar quando se assumia que os textos eram "sagrados", sob inspiração direta do altissímo. Hoje, como espíritas, sabemos que Jesus foi um espírito extremamente adiantado, mas não o próprio Deus e que os Apóstolos, também espíritos adiantados, eram humanos. Médiuns inspirados, mas humanos. Também sabemos que os evangelhos são resultado do estilo de pregação de cada um - registram tradições e formas de apresentação destas tradições para públicos diferentes. Talvez até sejam recompilações de textos mais antigos, como querem alguns especialistas, mas trazem todos os sinais de uma autenticidade marcante.

    Alguns dados atuais sobre o assunto:

    Concluindo, não há porque o "Novo Testamento" não deva ser estudado pelos espíritas, em conjunto com o "O Evangelho Segundo o Espiritismo" e com "A Genêse". Nossa Doutrina é cristã e nas tradições do Novo Testamento estão nossas raizes, inclusive os dados conhecidos sobre a vida de Jesus de Nazaré, apontado pelos Espíritos - O Livro dos Espíritos - como o modelo mais perfeito a ser seguido pelo homem (questão 625).

    Estudando o "Novo  Testamento" cada espírita deverá julgar por sí mesmo o que é verdadeiro ou falso, o que é fato e o que é
lenda, e não deixar-se levar simplesmente pelo comodismo de ignora-lo porque dizem que foi adulterado. Assim é nossa Doutrina, o
homem é livre para raciocinar e não deve nunca julgar sem análise prévia.

    Referências Bibliográficas

    Atenciosamente,
    Carlos Iglesia


* Nos Evangelhos Francisco de Assis encontrou a Dama Pobreza, em flagrante constraste com as práticas da igreja da alta idade média. Nos Evangelhos João Huss descobriu que não havia necessidade de intermediários entre Deus e o homem. Dos mesmos Evangelhos, Martinho Lutero, retirou sua profunda convicção de que a igreja renascentista necessitava de uma ampla reforma, iniciando pela questão das indulgências. Como base sólida dessa reforma, Lutero fez a tradução dos Evangelhos para o alemão, levando-os ao conhecimento do povo comum.



A Importância do estudo do Novo Testamento, Cláudio Fajardo, Brasil

Caros Amigos do GEAE,

    Li no Boletim 406  a opinião do companheiro Daniel, sobre a importância do estudo do Novo Testamento, e gostaria de externar minha opinião. Para tal, envio através deste email, um texto (Novo Testamento, Porque e Para Que Estudá-lo à Luz da Doutrina Espírita) que escrevemos para uma apostila de um curso de Espiritismo e Evangelho do Centro Espírita Amor e Caridade em Goiânia - Go.

    Peço que envie este texto, e o meu endereço de Email para o Daniel, para que ele possa, se quizer, continuar o debate sobre o
assunto. E se os amigos acharem interessante a publicação no boletim da nossa pequena contribuição, podem também fazer.

Com agradecimento,
Cláudio Fajardo




Painel
VIII Congresso Espírita Espanhol, Carlos Iglesia, Brasil

    I - Introdução

    Este ano, pela oitava vez foi realizado o encontro fraterno do movimento espírita espanhol, sob a direção da Federação Espírita Espanhola e com a participação dos 23 grupos que a compõe. Estes congressos tem o objetivo de intercâmbio de informações, estabelecimento de laços de amizade entre todos os grupos e discussões sobre os rumos gerais do movimento espirita nas terras de Espanha. Na noite anterior ao congresso é sempre realizada a reunião da direção da FEE, onde são tomadas as principais decisões administrativas.

    Antes de entrarmos em detalhes sobre o Congresso é interessante falarmos um pouco sobre o movimento espírita espanhol, cuja história se reflete nas suas características atuais.

    II - Breve histórico do Espiritismo na Espanha

    Do mesmo modo que no restante da Europa, os fenômenos mediunicos - as mesas girantes principalmente - chegaram a Espanha poucos anos após sua eclosão em Hydesville (1848 - EUA) e despertaram a curiosidade inicial. Um relativo liberalismo, causado pelo forçada modernização do pais após a perda da maior parte de suas colonias, permitiu que desses fenômenos se passasse ao estudo da doutrina espírita que começava a surgir na França sob a condução de Allan Kardec (1857). Interessante fato dessa época foi o auto-de-fé de Barcelona (1861), que mais despertou o interesse pelo Espiritismo do que lhe causou qualquer prejuizo. A Espanha da inquisição parecia pertencer ao passado.

    Entre o final do séc XIX e o século XX o Espiritismo apresentou grandes progressos em terras espanholas, esse período que também representou um florescimento cultural em outros campos - basta lembrar Picasso na pintura ou Lorca na poesia - teve para o movimento espírita sua representação mais viva em Amalia Domingos Soler (1835-1909). Foram realizados congressos espíritas e estabelecidos não só diversos grupos como uma Federação Espírita. Da Espanha o Espiritismo também se irradiava pela América de fala espanhola*. Infelizmente esse período foi também de grande instabilidade politica, culminando na divisão do pais em "duas metades" ideológicas - a esquerda, representada pelo governo, então constituido em uma republica democrática; e a direita, que aglutinava conservadores católicos, monarquistas, carlistas (uma das "divisões" politicas que remaneciam dos problemas sucessórios no trono) até facistas.

    A instabilidade politica resultou em uma guerra civil brutal (1936-1939) - que não deixou de ser "atiçada" pelas potencias da época (principalmente a Italia de Mussolini e a Alemanha de Hitler) para ser um campo de testes de seus exércitos e táticas - e posteriormente em uma ditadura prolongada. A época de Franco, lider da direita e vencedor da guerra civil, foi de religião oficial, a Católica, e forte retrocesso na liberdade de pensamento e de culto. O Espiritismo teve de se refugiar na clandestinidade. Grupos foram fechados e inclusive seus participantes presos. As reuniões eram feitas sobre grande risco e não poucas histórias de sacrificio pessoal pela Doutrina foram vividas.

    Publicamente, durante quase 40 anos, o que se falou sobre Espiritismo era o que seus detratores diziam. Foi associado com bruxaria, cartomancia, advinhação, satanismo e dai por diante.  Em paralelo, a participação forçada em uma religião oficial - independentemente de seus méritos ou deméritos especificos - resultou em um forte sentimento de repulsão a própria "religião" entre todos os que presavam sua liberdade de consciência. Conseguiu-se fazer com que na Espanha, a religiosidade natural do seu povo (latino como o brasileiro) se desvincula-se da "religião", que por lá predominantemente se entende como igreja organizada, com ritos e dogmas.

    Como "no hay bien ni mal que cien años dure", o regime de Franco terminou (1975) e foi restabelecida a monarquia sob a extraordinária figura do Rei Juan Carlos de Borbon. Com uma nova constituição e uma democracia moderna, o Espiritismo rapidamente se reorganizou. A Federação Espírita Espanhola voltou a existir, os poucos grupos remanescentes sairam da clandestinidade e, com o apoio também de grandes divulgadores como Divaldo Pereira Franco (que esteve na Espanha ainda nos anos finais de Franco, fazendo palestras "escondidas"), novos grupos começaram a surgir.

    III - Situação Atual

    Eis que chegamos aos dias de hoje. A população espanhola ainda não sabe distinguir "Espiritismo" de "Ocultismo" e ainda o vê como algo negativo, por outro lado, também não se sente atraída por buscar novas respostas ao problema do Ser, do Destino e da Dor. Em sua maioria, os que não se sentem atraidos pelas respostas das religiões tradicionais, simplesmente se afastam da religião.

    Como curiosidade, os raros livros espíritas encontrados na livraria do "El Corte Inglês" (uma espécie de grande cadeia de lojas de departamentos, algo como foi o "Mappin" por aqui em seu apogeu) ficam sob a classificação de "Esoterismo" e dividem espaço com livros sobre leitura de cartas, cristais, duendes e outros assuntos semelhantes. Para ser exato vi somente o "El Libro de los Espíritus", "El Livro de los Médiuns" e "Memórias del Padre German" (Amalia Domingos Soler), e mesmo assim em lojas diferentes da mesma cadeia.

    Assim, os grupos espíritas espanhois são quantitativamente pequenos - em relação ao que estamos acostumados aqui no Brasil - e seu congresso reune entre cerca de 280 pessoas, de 25 grupos espíritas, mas quem julgar pelos numeros cairá em um erro brutal. Não só esses numeros significam um movimento que se consolidou e vem crescendo pouco a pouco, como são pessoas e grupos que estão paulatinamente gerando uma mudança cultural. Essas pessoas, por sua ação, estão mostrando que não são bruxos ou adivinhadores. Estão criando editoras; traduzindo obras espíritas; reimprimindo autores espanhóis da época anterior a guerra civil; iniciando obras de assistência espiritual e social (pois lá, embora de maneira distinta, também há necessitados de auxilio); estão produzindo bens culturais espíritas e desenvolvendo um pensamento espírita espanhol que também contribui para o progresso geral de nosso entendimento a respeito da Doutrina. O próprio fato de se reunirem publicamente, todo ano, com toda a divulgação que lhes é possivel, em hotéis localizados em locais de visibilidade, já é um ato corajoso em sí mesmo, pois isso há 25 anos era uma sentença de prisão ou pior e, na atualidade, ainda correm o risco de serem olhados com desdém.

    Dessas caracteristicas históricas, da presença constante dos espíritas brasileiros em seu meio - não só o Divaldo Pereira Franco, o Miguel de Jesus Sardano e outros conferencistas brasileiros são presença constante, como em muitos grupos espíritas há a participação de brasileiros radicados na Espanha - há fortes laços entre o movimento espírita espanhol e o brasileiro. Afinidade que se reflete na própria característica de como o Espiritismo é visto, com a percepção de seu aspecto religioso, pela nova visão que traz da relação entre o Homem e Deus. Lá, como aqui, não se concebe que a teoria e a prática estejam divorciadas, um Espiritismo sem a transformação do homem e de sua ação, não é Espiritismo.

    É necessário dizer que lá também chegaram algumas das polemicas que conhecemos por aqui. Devido aos problemas históricos que já mencionei - a questão da religião oficial - foi relativamente rápido o "transplante" da polêmica Espiritismo "Religião" e "não Religião". Essa polêmica que só seria resolvida definitivamente com a criação de uma nova palavra - que designasse a religião no sentido filosófico da palavra, da ligação do homem com a Causa Primária de todas as coisas - em contraposição as palavras atuais (pois nem religião, nem ética, nem moral e muito menos somente filosofia ou ciência, descrevem precisamente o que é o Espiritismo - mais que a soma de todas elas) aproveita-se lá dos rancores causados por tantos anos sem escolha. Mas pelo menos, pelo que pude ver - comparando o que vi no V Congresso em 97 e neste VIII Congresso - não houve grandes cisões. Eu até diria que há mais ruído (principalmente nas listas na Internet) do que efetivamente conteúdo, numericamente os que se afastam da linha geral, seguida pela FEE, são realmente muito poucos.

    Aqui cabe um esclarecimento: Pelo próprio tamanho do movimento espírita espanhol, a Federação é efetivamente uma "federação" - os 23 grupos se reunem e discutem os rumos a tomar. Os dirigentes da Federação são representantes dos grupos. Em tal situação não dá para dizer que há uma linha imposta pela Federação - há uma linha seguida de comum acordo por todos os grupos. Dentro da Doutrina Espírita, onde o critério maior para a "legitimidade" é sempre a concordância dos ensinamentos, não há o que se discutir quanto a validade desta linha de trabalho.

    Na reunião que precedeu este congresso houve troca de diretoria, e no seu discurso de despedida, Santiago Gené y Mateu, presidente da Federação que estava deixando o cargo, fazendo uma apresentação do trabalho realizado pela diretoria que saia, demonstrou que buscam uma união de esforços no movimento espírita, sem deixar de respeitar os que pensam de maneira diferente. A única ressalva mais enérgica,  somente ocorreu quando se referiu a informações deturpadas ou inveridicas que foram divulgadas através da Internet. Informações que, conhecendo-se um pouco mais de perto, o trabalho da FEE e a situação geral do Espiritismo na Espanha, realmente mostram-se bastante distanciadas da realidade.

    A nova diretoria da Federação - presidente Salvador Martín e vice Blas Gonzalez -foi apresentada a todos os participantes durante o congresso.

     IV - Congresso deste ano (8, 9 e 10 de dezembro)

    O Congresso deste ano teve por tema a reencarnação e durante três dias foram discutidos seus vários aspectos. Da abertura, em que Divaldo apresentou a "Reencarnación ante el Siglo XXI" até o encerramento, foram apresentados argumentos filosóficos e provas cientificas que demonstraram sua perfeita concordância com os conhecimentos atuais: a reencarnação é uma realidade cientifica e a "lei de causa e efeito" demonstrável com todo o rigor necessário.

    Impossivel detalhar em apenas um artigo tudo o que foi apresentado, assim me limito a apresentar os titulos das palestras, e importante salientar que todas foram tratadas de acordo com o esperado em um congresso desta natureza:

    A noite após as palestras - das 22:30 até mais de 23:30 - ocorreram debates com vários participantes. As perguntas eram apresentadas no papel ou diretamente no microfone e respondidas pelos participantes. Atráves delas foram aprofundados diversos pontos levantados durante as palestras.

    No último dia (domingo - pela manhã) foram apresentas musicas e poesias espíritas, seguidas das palavras de despedida dos grupos presentes e dos palestrantes estrangeiros. Importante notar que também participaram do congresso Juan Antonio Durante da Argentina e Vitor Feira de Portugal.

    A Conferência de encerramento foi proferida por Divaldo Pereira Franco, e ao final da qual - como costumeiro - não havia quem não estivesse enxugando discretamente as lágrimas dos olhos.

    V - Conclusão

    Encerrando-se com um balanço positivo, o congresso marcou mais uma etapa do Movimento Espírita Espanhol. Sua realização em Madrid - organizado conjuntamente por três grupos espíritas da capital (A.E.E.M, C.E.y D.E., C.E.M.E.L) - nas vesperás do 3.o milênio, marca simbolicamente que os Espíritas espanhóis começam o novo milênio com uma posição consolidada e um rumo bem definido.

    VI - Agradecimentos

    Aproveitamos para agradecer a acolhida fraterna que tivemos de todos participantes do Congresso e também aos amigos Juan e Conchi, de Málaga, e Salvador Martin, da Federação Espírita Espanhola, que nos enviaram informações adicionais para este artigo.


* Em 26 de agosto de 1873 chegou a ser proposta, nas Cortes Españolas, a inclusão do Espiritismo como matéria de estudo nas Faculdades de Filosofia, Letras e Ciências. A informação nos foi passada pelo nosso colega Juan Miguel:  Te puedo aportar algunos datos mas de un extraordinario libro editado por el grupo de La palma en Canarias es un libro de labor de investigación estupendo y te diré unos datos de el primero, el libro se titula Historia del Espiritismo en la Islas Canarias de Ediciones Alternativa en La Palma esta escrito por Oscar Gracia Rodriguez. En el se observa como El Espiritismo fue llevado a las Cortes Españolas como propuesta de estudio para las facultades.


Palestra do Raul Teixeira em San Diego-CA, Luiza Marques, USA


  Caros irmaos,

    Eis mais um evento para anunciar.

    Raul Teixeira irá fazer uma palestra com o tema "Minha vida Psíquica" no dia 17 de janeiro  de 2001, as 19:30 horas, em Del Mar, Califórnia, distrito de San Diego, no endereço 1438 Camino Del Mar, em Ocean Song Gallery and Bookstore.

    Gostariamos de avisar aos interessados para fazer reservas caso desejem assistir a palestra. Pedimos que façam isto o mais rápido possível.

    Para obterem mais informações telefonem para: Luiza Marques  (858) 278-4839 ou Gilda Bateman (858) 647-1648.

    Muito grata pela cooperação,
    Luiza Marques



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