Grupo de Estudos Avançados Espíritas

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Fundado em 15 de outubro de 1992
Boletim Quinzenal de Distribuição Eletrônica

"Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade", Allan Kardec


Ano 09 - Número 406 - 2000            12 de dezembro de 2000

Conteúdo

Editorial

Textos Comentários Perguntas Painel

Editorial
Na virada do milênio

    Na visão espírita, o tempo é valioso recurso educativo para o progresso do Ser. Sujeito a transformação inevitavel das paisagens e das circunstâncias, preso temporariamente a formas materiais transitórias, aos poucos o espírito aprende a dominar a matéria e alçar vôos a conquistas mais amplas nos domínios do saber e da moral.

    Assim, na eternidade da Criação, a passagem de um milênio mais vale por seu lado simbólico - pela oportunidade de repensar caminhos e optar por novas atitudes - do que efetivamente pela sucessão cronológica de datas, convenção puramente arbitrária para orientação do homem dentro da história.

    Com o terceiro milênio, que começa efetivamente em janeiro de 2001, oportunidades imensas se abrem para a humanidade. Nos últimos 1.000 anos saimos da barbarie completa - de canto a canto do mundo medieval, a vida humana pouco valia e a força bruta era o legitimador de todas as sociedades e posições sociais - para nações relativamente civilizadas. Direitos humanos, ecologia, idéiais esportivos unindo o globo, convivência pacifica entre povos e religiões, comunicação global, intercâmbio econômico mundial - conquistas ainda incompletas, mas já iniciadas.

    Se ainda não podemos nos classificar como uma civilização completa[1] pois a miséria e o crime ainda persistem no nosso cotidiano, podemos olhar com certa satisfação para as transformações ocorridas no passado recente. As tantas imperfeições, que como humanidade, superamos. Como exemplo rápido das transformações que mudaram a face de nossas sociedades:

   Hoje povos e nações, em seu conjunto, condenam firmemente a violência, e se casos isolados permanecem, servem para mostrar, pelo repudio geral, o quanto caminhamos.

    Dentre as oportunidades que se abrem, a Doutrina Espírita se destaca. Retomando o Cristianismo dos primeiros tempos e complementando suas lições com os novos conhecimentos sobre o mundo espiritual, fornece diretrizes seguras para novas conquistas: Sociais, filosóficas, cientificas, artisticas e religiosas.

    Nova "visão de mundo", atendendo as novas ansiedades espirituais abertas pela globalização - saciando o "espírito de nossa época" carente de ideais e de sentido para a vida.

    O Espiritismo respeita todas as formas de crença sincera, embasado no "Fora da Caridade não há Salvação"; respeita as conquistas da ciência, por crer firmemente que a ""Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade"; respeita toda forma de contribuição honesta ao progresso coletivo por preconizar o "Trabalho, Solidariedade e Tolerância". Traz a certeza da sobrevivência do espírito; da sua trajetória evolutiva em inumeráveis encarnações; do  ordenamento moral do Universo por leis sabias e justas, dando a cada um "conforme suas obras"; da lei máxima "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo"; de uma nova visão de Deus, "Pai Nosso" e "Causa primaria de todas as coisas".

    Eis assim que, olhando o conjunto geral, poucas vezes a humanidade esteve em uma situação tão promissora na passagem de uma época. Oxalá seja este milênio em que entramos, o da conquista definitiva da paz interior e da relativa felicidade a que pode almejar o ser humano por aqui. Que possamos fazer da Terra um educandário melhor para nós mesmos ...

    Feliz Natal e um Próspero Milênio Novo,
    GEAE


* Pergunta de Allan Kardec: Por quais sinais se pode reconhecer uma civilização completa ?

    Resposta dos Espíritos: Reconhecê-la-ão pelo desenvolvimento moral; a sua civilização acredita estar bem avançada, porque têm feito grandes descobertas e invenções maravilhosas, por estarem melhor instalados e vestidos que os selvagens; mas somente terão o direito de dizerem-se verdadeiramente civilizados, quando tiverem banido de sua sociedade os vícios que a desonram e que vivam como irmãos, praticando a caridade cristã. Até lá, serão somente povos esclarecidos , tendo percorrido apenas a primeira fase da civilização.

(O Livro dos Espíritos, Capítulo VIII - Lei do Progresso, questão 793. Trad. de Sandra R. Keppler para a Editora Mundo Maior, Fundação Espírita André Luiz)




Textos
Graças a Deus, Marcus Vinícius, Brasil

    Há muitos e muitos anos, em um lugar muito distante, lá onde o sol nasce, havia um Rei que adorava fazer caçadas.

    Em uma dessas caçadas, na emoção própria de quem se lança em perseguição à caça, o nosso Rei desequilibrou-se sobre a sela de sua montaria e caiu ao chão. A arma que portava detonou de forma acidental, decepando-lhe um dos dedos de sua mão.

    Incontinente, um dos súditos que a caçada acompanhava, lançou-se em socorro de Sua Majestade acudindo-lhe o ferimento que muito sangrava,  dizendo-lhe: - Graças à Deus Majestade, foi apenas um dos dedos, restam-lhe, ainda, outros nove... poderia  ter sido bem pior, imagine se o projétil vai alojar-se no peito de meu amado Rei !..

    Então, o Rei que nestas alturas dos acontecimentos estava muito nervoso com o inusitado da situação em que se encontrava e sentindo-se ironizado pelo súdito, replicou: - Graças à Deus? Perco um dos meus reais dedos e você, seu verme, diz graças à Deus?

    A seguir o Rei voltando-se para os seus soldados ordenou-lhes: - Ponham este idiota no calabouço do castelo, à ferros!

    Passaram-se os anos, o ferimento ocasionado pela perda do dedo ficou perfeitamente cicatrizado e já encontramos o Rei de volta as suas frenéticas caçadas.

    Ouvindo, o Rei, falar de um país muito distante de seu reino, onde dizia-se ser propício para caçadas, devido a diversidade das espécies animais ali localizada.

    O Rei, após minuciosos preparativos seguiu, então, com seu numeroso séquito para aquelas terras estranhas.

    Em lá chegando, adentrou uma floresta muito vasta onde acabou prisioneiro dos canibais que lá habitavam. Estes levaram o Rei e todo os súditos que o acompanhavam como prisioneiros.

    Ao longo de um dilatado tempo, diariamente, um a um, os súditos foram devorados, após a execução de rituais próprios pela tribo,
sendo que o Rei foi propositadamente deixado por último em virtude de representar, para os canibais, a mais deliciosa peça para
degustação.

    Foi o Rei logo levado à presença do Xamã da tribo e colocado a nu para ser examinado e devidamente esquartejado para a canibalização quando o Xamã notando a falta de um dos dedos declarou a todos que não podiam devorá-lo por estar impuro e tal não seria do agrado dos deuses. Ordenou, assim, que o Rei fosse levado de volta aos limites do país e ai fosse libertado.

    Neste exato momento, bem baixinho o Rei exclamou: -Graças à Deus!

    Lembrou-se de súbito do súdito que havia mandado para a masmorra e posto a ferros...

    Chegando ao seu reino, no seu castelo, ordenou que os guardas libertassem o prisioneiro. Contou-lhe o que havia acontecido, os insucessos da última caçada e a prisão pelos canibais e que todos os outros foram devorados, menos ele, por faltar-lhe um de seus dedos das mãos.

    O súdito liberto, prostrou-se ao chão e de joelhos e chorando disse-lhe: - Graças à Deus, Majestade o senhor mandou que me prendessem e não tenho mágoas. Graças à Deus! Graças à Deus!...

    O Rei, sentindo-se ironizado, respondeu: - Você é louco, ficou este tempo todo dentro de uma masmorra úmida, fétida, sem a luz do sol, posto à ferros e ainda diz Graças à Deus?

    Pondo-se respeitosamente de pé, disse o súdito ao Rei:

    - Sim, Majestade... Graças à Deus, porque se o senhor não tivesse mandado prender-me eu o teria acompanhado na caçada ao país dos canibais e por ter meu corpo sem nenhum defeito físico, por certo a esta hora estaria morto, canibalizado... Graças à Deus !!!...

    Caros amigos, vale a pena refletir sobre esta estória, tirando conclusões sobre o que é determinismo e o que é o livre arbítrio!

    Abraços a todos:
    MARCUS VINÍCIUS



Mensagem de NATAL, Leda Flaborea, Brasil

Glória a Deus nas Alturas, paz na Terra  e boa vontade para com os homens.
( Lucas, 2: 14. )
    O Novo Testamento nos fala do nascimento de Jesus e narra de maneira sublime a vinda Dele entre nós.

    O Evangelho de Lucas, no capítulo 2, v.14, conta do aparecimento de um anjo aos pastores, enviado por Deus, anunciando a presença de Seu Filho, o Cristo, ungido por Ele, nosso Pai Celestial, com a missão de trazer a todos os homens a Sua paz.

    O anúncio que o anjo de Deus fez e o aparecimento das legiões que o acompanhavam, nos permitem refletir um pouco sobre esse momento de sublimidade, que a cada ano vemos repetir-se, sem contudo alterar nossas vidas.

    Glória a Deus nas Alturas, paz na Terra e boa vontade para com os homens, nos disse o Emissário Celeste, conduzindo os pastores, que guardavam seus rebanhos durante a noite, a buscarem a luz da estrela que ficaria brilhando para sempre em nossos corações.

    Na verdade, louvamos ao Pai nas Alturas Celestes por nos ter enviado o Messias, o Cristo. Mas, também é verdade que,  ainda hoje,  não conseguimos entender seus ensinamentos e por essa razão a mensagem do anjo não se concretiza. Não temos ainda condição de, através de Jesus, estabelecermos a paz na Terra porque não conseguimos ter boa vontade uns com os outros. Ou será que o anúncio da boa vontade a que o anjo se referiu é a boa vontade de Deus para com os homens ao nos enviar Jesus?

    É importante refletirmos sobre isso para que não repitamos as palavras do anjo, apenas em cartões de Natal, que enviamos, às vezes,  por simples obrigação, mas, sim, porque desejamos realmente compartilhar a alegria desse dia. É imprescindível verificarmos se no abraço que damos no companheiro, repetindo as palavras ?paz em seu lar? ou ?muita paz em seu coração? elas representam verdadeiramente, o sentimento fraterno de que ?desejo ao outro o que quero para mim?, ou se  somente cumprimos um ritual social ao qual estamos acostumados.

    É necessário repensarmos nossos sentimentos nesta ocasião porque Natal significa nascimento e nascimento quer dizer renovação, recomeço ou, talvez, apenas começo. Começo de nova caminhada, de novos entendimentos, de nova compreensão do porquê estarmos aqui, de quais são nossas tarefas, de quais são nossas reais necessidades, de procurarmos descobrir com vontade firme e perseverança nossas capacidades interiores de sermos pessoas melhores, de aprendermos a ser mais tolerantes, mais misericordiosos, mais companheiros dos nossos companheiros de jornada, porque nunca caminhamos sozinhos.

    De sermos também mais indulgentes com quem nos magoa, mais generosos conosco  ao pararmos de nos sentir culpados por termos escolhido caminhos tortuosos que ignorávamos não deveriam ser percorridos.

    Desconhecíamos, antes, a Lei Divina de que tudo que fizermos aos outros, a nós retorna. Porém, hoje, mais conscientes dos nossos deveres morais para com nossos companheiros de caminhada evolutiva, já não cometemos tantos equívocos. Apesar de ainda termos dificuldades para perdoar, de não conseguirmos nos desprender de preconceitos, de ainda sermos intolerantes para com aqueles que não atendem nossos desejos, de ainda nos julgarmos mais importantes que os outros, por razões que perante as Leis de Deus, não têm nenhuma importância, já somos capazes de pequenas renúncias em favor dos nossos filhos e de nossos entes amados.

    Já nos permitimos não guardar rancores, apesar de ainda alojarmos mágoas em nossos corações, frutos de um sentimento de egoísmo que ainda é tão presente em nossas atitudes. Hoje, já somos capazes de não agirmos com violência física e às vezes até verbal diante de situações que, certamente, ontem, nos fariam cometer desatinos. Tudo isso nos mostra o quanto pudemos caminhar.

    Algumas vezes dizemos: Mas, falta tanto! É verdade, mas também é bom olharmos o quanto já caminhamos. Basta voltarmos nossos olhos para trás e, voltando no tempo, percebermos as grandes mudanças na nossa maneira de conduzir a vida.

    Natal significa nascimento, nosso nascimento a cada dia que amanhece.

    Assim como a luz do Cristo brilhou para nós com Sua vinda, a cada manhã a luz da renovação brilha em nossos corações nos convidando ao aperfeiçoamento e à iluminação.

    E que renovação é essa a qual somos convidados a realizar  cada dia? Que luz é essa que sentimos brilhar dentro de nós e que nos fortalece para que comecemos nossa jornada com ânimo e alegria?

    A resposta a essas perguntas encontramos dentro de nós próprios, na certeza de que somos amparados, de que apesar das dificuldades de cada dia, colheremos o fruto da nossa sementeira de lutas. Mas, para que isso aconteça, é preciso que tenhamos fé. Não aquela fé de quem hoje crê - porque tudo está bem e está relativamente feliz e em paz - e amanhã não crê porque a dificuldade lhe bate à porta, chamando-o para a luta redentora.

    Estamos falando da fé de quem sabe que pela Bondade Divina temos Jesus ao nosso lado, nos sustentando através do Seu Evangelho de Luz e de Amor.

    Sabemos que a Terra não é lugar só de alegrias, pois encontramos aflições e lágrimas por todos os cantos e, por causa disso, muitas vezes, um sentimento de pesar toma conta de nossos pensamentos, e nos deixamos envolver na atmosfera de iniqüidade que nos rodeia, pela violência sem sentido, pela falta de respeito com a vida. Todavia, quando esse sentimento se fizer sentir em nossos corações, lembremo-nos de Jesus. Lembremos que a cada um será dado conforme suas obras e que cabe a nós, a cada um de nós, a construção de um planeta melhor, com mais amor, com mais fraternidade e mais tolerância de uns para com os outros. Estaremos, certamente, espantando de nossas mentes essas imagens desequilibrantes que desarmonizam nossa alma  e nos fazem valorizar o que precisa e deve ser combatido com fé e com amor, através de pensamentos construtivos no bem.

    Cabe a nós nos lembrarmos sempre de que a paz na Terra a qual se referiu o Emissário de Deus, anunciando o nascimento de Jesus, não é a paz entre conflitos, mas a paz construída diariamente, incessantemente, dentro de nós, buscando a mansidão, a doçura e a meiguice nos nossos pensamentos, nos nossos atos e nas nossas palavras, como nos exemplificou o doce Rabino da Galileia.

    A paz na Terra, é a paz da bem-aventurança prometida por Jesus, em nome de Deus e que já está sendo vivida por aqueles que irradiam, ao seu redor, uma atmosfera de amor para com todos; daqueles que são capazes de praticar o bem sem nada pedirem  em troca; daqueles que podem dizer, ao se prepararem para dormir: Obrigado Jesus por ter podido ser útil ao meu próximo neste dia.

    A conquista da paz interior é exercício do amor verdadeiro em benefício dos outros e esse exercício não cansa o coração que ama. Muito pelo contrário, nos fortalece e nos anima para as lutas diárias, nos acalma e nos alegra mesmo diante de dificuldades, porque, acima de tudo, acreditamos na promessa de que somos os herdeiros do Reino dos Céus.

    Herdeiros de um céu que já existe em nós quando compreendemos o porquê da vinda do Cordeiro de Deus entre nós; quando, atendendo ao chamado do Pai, buscamos a luz do Cristo através dos seus ensinamentos.

    Natal significa nascimento de Jesus em nossos corações. Significa o nascimento da esperança, a cada dia, quando conseguimos compreender a semeadura de luzes que Jesus veio realizar em nós. E, quando nos dermos conta de que temos, ao despertar em cada manhã, infinitas possibilidades de trabalho para nossa elevação, e que, na realização delas, encontramos as sementes luminosas do Mestre clareando nossa caminhada, entenderemos o que significa comemorar o Natal, porque o estaremos realizando em nossos próprios corações.

    Temos consciência de que é com bastante dificuldade que conseguimos nos manter, algumas vezes, ligados a essa luz. Mas também temos consciência de que nosso esforço para que isso aconteça mais de uma vez e para que esse tempo dure cada vez mais, é sempre recompensado pelas benesses divinas.

    Cada movimento que fazemos para nos elevarmos acima dos sentimentos egoístas que ainda nos comandam a vida, nos aproxima do Mestre Jesus. Cada vez que abaixamos os olhos e conseguimos ver nosso irmão necessitado, principalmente em nossos lares, tendo a coragem de estender-lhe a mão, reerguendo-o para que caminhe ao nosso lado, estamos fazendo Jesus nascer dentro de nós.

    Somos ainda Espíritos jovens no entendimento das coisas divinas. Sentimos Jesus tão distantes de nós e não O percebemos ao nosso lado, representado pelo cuidado que dispensamos ao nosso lar, pelo atendimento aos aflitos que nos cruzam o caminho, pela necessidade que sentimos de fazer o bem, pela paciência que temos com o colega de trabalho que se encontra aturdido, pela educação com que tratamos aqueles que nos servem, e tantas outras formas, que nem sabemos quantas.

    E, justamente por não compreendermos bem onde está Jesus, ficamos aguardando, tanto no Natal como  todos os dias, que o Divino Amigo venha nos abençoar e atender nossas rogativas. Ficamos esperando que Ele desça até nós atendendo aos nossos desejos, enquanto o Mestre querido, pacientemente, permanece aguardando que, através das luzes dos Seus ensinamentos, subamos até Ele.

    Que possamos todos, principalmente neste Natal, renovar nossas disposições de atender ao chamamento de Jesus: Vinde a mim vós que estais aflitos que eu vos aliviarei.

    Um feliz Natal a todos, repleto de luzes interiores.

    Leda Maria Flaborea



Comentários
Sobre os estudos avançados nos Boletins GEAE, Vlad Polanski, Brasil

Bom dia,

    Desculpem o comentário, mas onde estão os estudos avançados nesses boletins?? francamente, só se comentam ai coisas de principiantes, os únicos estudos que eu vejo é o básico do básico, sugiro que coloquem a mão na consciencia e revejam o que publicam na rede publica, ou troquem o nome da pagina.


    Prezado Vlad Polanski,

    O nome do grupo GEAE foi escolhido nos primórdios da fundação do mesmo por utilizar um veículo avançado de comunicação para a época (por volta de 1992). No início o grupo era bastante reduzido e cresceu bastante então. Na época ainda não existia internet no Brasil. Eu mesmo, por volta de 1995 lembro-me que seria possível a uma pessoa visitar todas as páginas constantes na Yahoo! Em uma só tarde. Páginas espíritas só existiam em algumas universidades. A do GEAE foi uma das primeiras.

    O GEAE virou assim um logotipo e acreditamos ser muito descompensador a troca do nome para desfazer qualquer sutileza de interpretação com relação a sua linha de atuação e divulgação. O GEAE é um grupo formado por todos seus assinantes. As matéria publicadas são de responsabilidades de todos os que enviam contribuições, em geral assinantes do próprio GEAE. O GEAE tem servido a uma comunidade grande de pessoas  que viajam ao exterior e que procuram informações sobre centros e outras informações. A grande maioria das pessoas que o assinam sentem que a discussão de temas básicos se faz mais necessárias. Nem por isso matérias mais avançadas não tem sido publicadas (vide números anteriores, em especial as "entrevistas eletrônicas"). O GEAE assim reflete a  necessidade que o atual movimento espírita tem sentido com relação a escolha dos  temas que deseja serem tratados.

    Agradeçemos por sua paciência e contamos com sua colaboração,

    Muita paz,
    Ademir
    GEAE editor


    Caríssimo Vlado Polanski!

    Complementando as colocações do Ademir, eu particularmento posso asseverar o quanto foi importante para mim ter descoberto o GEAE na Web. Chegando aqui em Nova Iorque em 1994, eu não imaginava a existência nem mesmo de Centros Espíritas  aqui na América. Qual não foi a minha surpresa ao descobrí-los e posteriormente o mesmo aconteceu quando descobri o GEAE. Assim é que desde 1994 acompanho o trabalho deste grupo, me tornando em seguida um dos seus colaboradores eventuais.Mais recentemente passei a colaborar de forma mais assídua como um dos membros do Conselho Editorial.

    Logo que tomei conhecimento do GEAE  eu fiz um saudável exercício lendo todos os seus boletins, desde o número um. Isto me possibilitou conhecer bem o grupo e a sua proposta. Eu diria que muita coisa, mais muita coisa mesmo, existe tanto nos boletins como no site, especialmente na parte de colaborações,  que poderia ser visto dentro de um contexto de um estudo avançado. Entretanto, como o Ademir já explicou muito bem essa questão, o GEAE não tem a pretensão de ser um grupo elitista que exclua este ou aquele tema pelo fato de ver o mesmo como básico ou principiante, dentro da ótica do conhecimento dos temas espíritas. O GEAE é na verdade um grupo de pessoas que busca conhecer melhor a vida e seus desdobramentos dentro da visão espírita, o que faz através do estudo fraterno e da troca de experiências. Grupos como o GEAE e muitos outros na Web, são importantes no processo de disseminação da idéia espírita pelo mundo, nesta nova fase do desenvolvimento humano. O mesmo se ressalte quanto aos Centros Espíritas.

    É muito comum  vermos companheiros insatisfeitos com a dinâmica das atividades dos Centros Espíritas. Uns não gostam dos temas estudados ou da forma com que os mesmo são abordados. Outros reclamam da forma como este ou aquele dirigente conduz esta ou aquela iniciativa. Ainda outros acham que o Centro deveria promover mais esta ou aquela iniciativa, sem, no entanto, oferecer a mínima parcela de contribuição. Acostumado a conviver com Centros Espíritas bem estruturados no Brasil, e agora vivendo aqui na América onde essas instituições são menores e mais carentes, podemos ver como são grandes as dificuldades em se manter uma entidade como esta. E sabemos o quanto elas são importantes no processo da disseminação da Doutrina Espírita.

    Apenas para exercitar a nossa mente, imaginemos que Allan Kardec houvesse feito todo o trabalho da codificação, o que sabemos ter sido a mesma uma obra de padrões absolutamente avançados para a época, e não tivesse havido o trabalho laboratorial desenvolvido através das casas espíritas que se instituiram na época, mesmo com todas as suas deficiêncies. E sabemos quanto trabalho ele teve, além do gigantesco trabalho da codificação propriamente dito, tentando apaziguar ânimos, orientar a todos quanto ao verdadeiro papel do espírita, etc. etc. Imaginemos a situação hipotética acima colocada e façamos a seguinte pergunta. Teria o Movimento Espírita chegado ao ponto em que se encontra hoje, sem o trabalho substancial das casas espíritas? É evidente que não. Talvez não tivesse ultrapassado as fronteiras da França.

    Acredito ser oportuno mais uma pequena colocação. Jesus Cristo ao ser abordado por um dos Fariseus, um doutor da lei, acerca de qual seria o maior dos mandamentos, deu uma resposta simples, clara e objetiva, a qual por certo não satisfez o seu interlocutor que além de ter outras intenções, estava acostumado aos sofismas de uma linguagem rebuscada que na maioria das vezes serve mais para  maquear a falsa pretensão daqueles  que se vêem como conhecedores da verdade. Analizando sob o mesmo ponto de vista do que aqui falamos, amareis a Deus e ao próximo como a vós mesmos é na verdade algo que poderia ser visto como muito simples e elementar, mas sabemos que é, em verdade, a expressão máxima do conhecimento que buscamos e almejamos, pois somente o AMOR é real.

    Assim é que, estimado amigo Vlado, a sua mensagem é na verdade um grande estímulo para nós. Participe conosco neste banquete repleto de trabalho e vontade de servir desinteressadamente, regado ainda com o desejo sincero da busca do  conhecimento verdadeiro, o qual nos fará desvendar os segredos da palavra AMOR. Traga para o GEAE o estudo do tema que mais lhe aprouver, abordando-o da forma que entender mais conveniente, e nós todos estaremos dispostos a somar com você na busca de novos conhecimentos. Muita paz, e que Jesus Cristo, aquele que veio nos ensinar o verdadeiro AMOR, esteja sempre conosco.

    Antonio Leite
    GEAE



Comentário e Sugestão, Carlos Mieli, Brasil

    Muito apropriado o site e de grande valor para a divulgação e aprimoramento dos que já são iniciados na doutrina. Gostaria de fazer apenas um reparo com relação ao nome dado ao Grupo: não soaria melhor Grupo de Estudos Espíritas Avançados? Parabéns pela iniciativa.

    Carlos Antonio Mieli



Prezado Carlos,

    Leia o comentário feito pelo Ademir em resposta à colocação do Vlado Polanski, que você entenderá que não é conveniente, a esta altura, mudar o nome do GEAE. De qualquer maneira, muito obrigado pela sua colaboração.

    Antonio Leite



Evangelização Infanto-Juvenil, Gabriel Oliveira, Brasil

    Em resposta a pergunta feita por Rosângela Borges Lima (Boletim GEAE 405) ,  sobre o material para evangelização da infância e juventude.

    Rosângela, a primeira coisa a fazer é pedir informações a Federação Espírita de sua região, geralmente é eles quem avaliam este tipo de material e fazem a divulgação. O material escrito é um dos bens mais valiosos que o Movimento Espírita possui, ao mesmo passo que trabalhar com crianças e jovens é uma tarefa de grande responsabilidade, por isso este material tem que ser avaliado por uma instituição que represente o Movimento Espírita de sua região. As federações são completamente abertas para todo o tipo de colaboração (pelo menos as que eu conheço), e auxiliam no trabalho de divulgação.

    Se eu não estou enganado, a FEB a algum tempo reuniu representantes de diversos estados e cada grupo de representantes ficou responsável por uma Unidade e assim criar seus respectivos planos aula. Geralmente as Federações possuem material e pessoas que podem auxiliar neste trabalho.

    Maiores informações talvez você consiga com a FEB ( feb@febrasil.org.br ). E existem pessoas dispostas a ajudar em diversas Federações Regionais, como por exemplo a FERGS - Federação Espírita do Rio Grande do Sul ( dij@fergs.com.br , livraria@fergs.com.br ou gladis@fergs.com.br ).

    Bom Trabalho...
    Gabriel Peixoto de Oliveira (Porto Alegre - RS)




Perguntas
O Novo Testamento e o Estudo da Doutrina Espírita, Daniel Martins Ferreira, Brasil

    Amigos,

    Neste domingo último, dia 19 de Novembro, houve o Encontro de Trabalhadores Espíritas (ENTRAE) no SEAE no Cruzeiro. O assunto discutido foi a importância do NOVO TESTAMENTO quanto objeto de estudo da doutrina espírita e a sua forma de aplicação nas casas.

    O Encontro foi marcado por duas palestras maravilhosas da Dr. Carmelita e do João Rabelo. Ambos falando sobre Jesus e a missão de Jesus, isto para ilustrar conhecimento existentes no NOVO TESTAMENTO.

    Logo após a refeição do meio-dia todos fomos para as oficinas aonde vimos um pouco do que seria estudar o novo testamento.

    Ao final, cada depoente de cada grupo (dividido pelo Evangelhos, sendo um grupo de Pedro, outro de Lucas, outro de Marcos...) foi falar sobre o que achou do encontro e da idéia do Novo Testamento.

    Houve a aprovação quase que geral de todos os participantes que ali estavam no calor do encontro e desta idéia.

    Após o encontro ao conversar com o amigo Armando Reis sobre isto, chegamos a conclusão que estaríamos com o Novo Testamento lidando com uma faca de dois gumes. O que foi o nosso e o que é o nosso Evangelho Segundo o Espiritismo? Não foi a reunião dos pontos considerados importante pelos espíritos? Será que eles ao deixarem passar algumas partes da Bíblia eles não estavam escolhendo os trechos que nós jás estávamos prontos a atender, e talvez os trechos de algum relevência? Sim o espírita pode analisar o  Novo Testamento, pois deve ser contestador, mas, o que ele vai achar lá do que fórmulas, equações com várias incógnitas aonde cada religião aplica esta equação de uma forma encontra diferentes respostas para as incógnitas  como por exemplo Jesus filho de Deus ou não, encarnação ou ressurreição...

    O novo testamento pode nós fornecer bastante informações do ponto histórico, de ambientação dos acontecimentos e conhecimentos, mas será que isto valerá a quantidade de dúvidas que irá criar?

    Então ninguém deve ler então o Novo Testamento? Deve se quiser, mas quando eu leio e retiro uma opinião pessoal, ela não passa disto, quando leio o novo testamento e volto para o Evangelho Segundo o Espiritismo, aí tenho o Espiritismo. Mas quando lermos em grupos em debates sobre o Novo Testamento, iremos querer estabelecer respostas, admitir verdades, dar sentidos únicas a frases metafóricas.

    Mais uma vez pergunto, vale a pena realmente estudar o Novo Testamento como um curso sistemático oferecido pelo centro? Será que uma pessoa que se integrar este sairá com alguma opinião formada? E se ele sair, isto seria certo ou errado?

    Com este e-mail somente quero levantar uma dúvida antes da tomada desta medida de uma vez só. Para que todos nós tivéssemo uma noção dos pontos bons e ruins desta decisão.

    Sim, mais perguntas que respostas. Acham difícil escolher a resposta certa à minha pergunta, tente entender a Bíblia.

    Daniel Martins Ferreira
    Participante do Grupo de Fraternidade Cícero Pereira

obs.: Devo dizer que esses são pensamentos meus, embora tenham surgido a partir de uma conversa, esse e-mail foi totalmente
idéia minha. E gostaria que caso alguém tivesse alguma opinião a expresar e também demonstrar algum outro lado desta questão,
esteja a vontade.



Painel
Movimento VOCÊ E A PAZ, Divaldo Franco, Brasil

(Comunicado do Divaldo do ano passado, Dia da Paz que será observado em Salvador este ano na mesma data. Enviado por Elza)

        SALVADOR, 17 DE DEZEMBRO DE 1999.

        Queridos amigos amantes da paz:

    No ano passado, na noite de 19 de dezembro, lançamos na Cidade do Salvador, capital do estado da Bahia, Brasil, o MOVIMENTO VOCÊ E A PAZ, em praça pública com excelente repercussão.

    Não se trata de Movimento religioso, político ou de qualquer outra natureza que produza discriminação, seleção. Mas sim, a divulgação da paz, conforme no-la prometeu Jesus, aquela que somente Ele nos pode oferecer, porque resulta da consciência tranqüila e do coração harmonizado como efeito de uma conduta equânime e justa.

    Naquela ocasião atraímos mais de 4.000 pessoas. No corrente ano sensibilizamos a mídia total e esperamos ultrapassar as 10.000 pessoas que nos reuniremos no mesmo local, onde foi proclamada a Independência da Bahia (Praça Dois de Julho) com a presença das autoridades: Governador, Prefeito, Secretários, religiosos de diversas denominações, Organizações de Classes, outros Movimentos Pró Paz e o povo em geral.

    Colocamos 10 out-door pela cidade de Salvador, imprimimos 5.000 cartazes de tamanho expressivo que foram distribuídos por Casas comerciais e Entidades, mais de 5.000 panfletos, dezenas de "Banners", camisetas especiais com o epígrafe da paz, adesivos para automóveis,"bottons", e todo o empenho tem sido aplicado para os resultados felizes que esperamos.

    Todos os integrantes estamos usando uma fita branca na lapela, em forma de laço sem o nó, a fim de conclamarmos em silêncio aqueles que ignoram a paz.

    A nossa proposta é motivar o indivíduo a lutar em favor da não violência, desarmá-lo, inclusive mental e emocionalmente, permanecendo pacífico e pacificador, diferindo de algumas outras proposições contra a violência, que armam as criaturas de ira e de revolta...

    Agradeceremos que você colabore conosco divulgando o evento, tentando  realizá-lo em sua cidade, em sua Instituição, Grupamento, residência, onde quer que seja.

    Diversas cidades deste como de outros Estados já aderiram ao Movimento e estarão no mesmo dia ou noutro prolongando-o, o que funcionará como agente multiplicador.

    Agradecendo-lhe antecipadamente a ajuda, desejamos-lhe paz.

    Servidor em Jesus, que o abraça,
    Divaldo Franco



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