Grupo de Estudos Avançados Espíritas

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Fundado em 15 de outubro de 1992
Boletim Quinzenal de Distribuição Eletrônica

"Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade", Allan Kardec


Ano 08 - Número 401 - 2000              3 de outubro de 2000

Conteúdo

Textos

Comentários Perguntas Painel Editorial

Textos
Os temas de Allan Kardec, Richard Simonetti, Anuário Espírita 1974

(Texto de Richard Simonetti publicado no Anuário Espírita 1974 do Instituto de Difusão Espírita)

    Se tratássemos de definir o comportamento do homem comum em três palavras que exprimissem suas tendências mais fortes poderiamos falar em prazer, conforto e riqueza.

    Poucas pessoas inspiram-se em motivações mais nobres, vivendo em função de eternidade, isto é, cuidando do aprimoramento moral, intelectual e espiritual, com vistas à vida que segue adiante, além do túmulo e muito além das limitações da Terra.

    Por exceção marcante situaremos Allan Kardec, cujas tendências, a evidenciarem sua elevada posição espiritual e sua condição especial de missionário, poderiam ser resumidas na máxima que ele próprio situou como o roteiro da ação espírita em favor de um mundo melhor: Trabalho, Solidariedade e Tolerância,

    O primeiro tema enseja considerações especiais. Neste mundo de inversão de valores em que vivemos, uma das ilusões mais arraigadas no Homem, causa principal de grande número de suas aflições e males, é a de confundir felicidade com inatividade; paz de espírito com a ausência de responsabilidade. O estudante vibra com a chegada das férias escolares; o operário aguarda ansiosamente o fim de semana, o feriado, as férias anuais e, por extensão, a própria aposentadoria, considerada por muitos como o estágio ideal, em que, garantido o sustento diário, se sentem plenamente eximidos de qualquer esforço.

    Por paradoxal que pareça, pessoas há que se desdobram em múltiplas atividades, buscando alcançar no menor prazo possível uma condição financeira que lhes possibilite a felicidade de não fazer nada.

    Tão arraigada está essa idéia no espírito humano,que a própria escatologia das religiões ortodoxas nos apresenta o Céu como uma região de beatitude, onde as Almas eleitas se comprazem no descanso eterno.

    Num Universo dinânico, onde tudo vibra em sinfonia de movimento e progresso, desde as formas rudimentares de vida às mais altas expressões de espiritualidade, eis o Homem, situado no mais alto estágio da evolução biológica, querendo subverter a ordem natural, confundindo a estagnação da indiferença com felicidade. O fato desse comportamento constituir-se numa aberração diante do dinamismo que vibra na Criação nos permite compreender o pôrque de sua crônica infelicidade - ele vive descompassado em relação à Vida, como alguém a dançar fora do ritmo.

    Kardec levantava-se, diariamente às 4:30 da madrugada, empenhando-se com todo o ardor em suas atividades, desde o tempo em que exercia as funções de professor e pedagogo. Manteve esse padrão na codificação da Doutrina Espírita, consciente das enormes responsabilidades que pesavam sobre seus ombros, e da exigüidade de tempo para a gigantesca tarefa que lhe competia realizar.E encontrava no trabalho o estímulo sempre renovado para seguir adiante sua missão, sobrepondo-se às perseguições e ataques com que o velho misoneísmo humano cerca as idéias novas.

    O segundo tema é a solidariedade. Caráter universalista, empolgado com os problemas que envolvem o progresso  e a felicidade do Homem, o Codificador cedo concluiu que os males que afligem a Humanidade são resultantes exclusivamente do egoísmo. A eterna preocupação com o próprio bem-estar é a grande fonte geradora de desatinos e paixões desajustantes.

    A máxima "Fora da Caridade não há Salvação", divulgada insistentemente por Kardec, é a bandeira da Doutrina Espírita na luta contra o egoísmo. A solidariedade é a caridade em ação, a caridade consciente, responsável, atuante, empreendedora ...

    Juridicamente os participantes de uma sociedade são solidários quando respondem em idênticas proporções por lucros ou prejuízos que valorizem ou onerem os bens patrimoniais. Espiritualmente, somos todos solidários diante dos patrimônios da Vida e colhemos alegrias ou sofrimentos de conformidade com a nossa contribuição. Os males que afetam a coletividade, em virtude de nossas faltas ou omissões, atingem nossa economia espiritual em particular, situando-nos em clima de desarmonia. Da mesma forma nosso esforço em favor do bem-estar alheio, por menor que seja, renderá juros altos de alegria e paz.

    A tolerância é o terceiro lema. Trata-se da arte de aceitar as pessoas como elas são e, conseqüentemente, relevar os males que porventura venham a nos causar. Cada criatura está numa faixa de evolução. Não podemos exigir das pessoas mais do que podem dar. E ninguém é intrinsicamente mau. Somos todos filhos de Deus.

    É interessante destacar que em qualquer relacionamento humano as pessoas tendem a se comportar da maneira como as vemos. Identificar pequenas virtudes é uma forma de desenvolve-las. Estar sempre a apontar mazelas e imperfeições é simplesmente exacerbá-las ...

    Sem tolerância é impossivel manter o próprio equilíbrio ou realizar um trabalho profícuo no campo do Bem, porquanto, na medida em que nos detemos no mal que vemos nos outros passamos a assimilá-lo.

    A obra de Kardec é profundamente marcada pela tolerância, inclusive em questões religiosas, advindo daí sua recomendação para que os espíritas não se preocupem em fazer proselitismo. E revela seu comportamento, em face dos ataques e critícas:

    "Quando me sobrevinha uma decepção ou contrariedade qualquer, eu me elevava pelo pensamento acima da Humanidade, e me colocava antecipadamente na região dos Espíritos; desse modo, desse ponto culminante, as misérias da vida deslizavam sobre mim sem me atingirem. Tão habitual se me tornara esse modo de proceder que os gritos dos maus jamais me atingiram."

    Ante as responsabilidades resultantes do conhecimento da Doutrina Espírita, que nos convida a superar a temática de vulgaridade e imediatismo que caracteriza o comportamento humano, em larga maioria, a máxima vivida por Kardec apresenta-se como roteiro abençoado de uma ação espírita consciente, capaz de esclarecer e edificar os corações, com a força irresistível do exemplo.



Considerações de Francisco Cândido Xavier sobre o tratamento da depressão

(289, Livro "O Evangelho de Chico Xavier"*, Carlos A. Baccelli, Casa Editora Espírita "Pierre-Paul Didier")

    "A depressão pede o remédio do trabalho; a pessoa triste necessita ser motivada para as pequeninas tarefas que consiga executar...  Na depressão, o médico pode ajudar muito, mas, se o deprimido não estiver disposto a se ajudar... Quem sofre de depressão deve fugir da cama, do sofá ... Faça qualquer coisa, ore, tenha confiança em Deus. Não pense em morrer ! ... A vida está em toda a parte.

    Não podemos ficar tristes com os nossos problemas ... Somos filhos de Deus e estamos melhorando. Às vezes, a alegria que está nos faltando é justamente a alegria que devemos aos outros ... Não sei dizer quantas vezes eu vim para a reunião com uma certa trizteza ... Ouvindo a dor de tanta gente, a minha era insignificante. Quantos pais perdem os filhos e tem que continuar, não é mesmo ? ... Eu não posso ficar parado. Felicidade completa ninguém precisa esperar; paz definitiva eu nunca pude ver, nem nos espíritos que se comunicam conosco ... Ora, vamos nos aceitar como somos e prosseguir com muita fé em Deus".


* OBS (GEAE): Segundo a explicação do autor na introdução do livro,  "a vida de Chico Xavier é o Evangelho aplicado" e a escolha do título foi feita "recordando-nos, especialmente, dos nossos encontros das tardes de sábado 'à sombra do abacateiro' ... Inesquecíveis tertúlias espirituais quando, então, através do Chico Xavier, tinhamos oportunidade de ouvir Emmanuel nos comentários do 'Evangelho Segundo o Espiritismo'"



Ninguem morre, Emmanuel, médium Francisco Cândido Xavier

(texto enviado por Wilton Mastrangelo Rangel)
Ninguém Morre
Não reclames da Terra
Os seres que partiram ...
Olha a planta que volta
Na semente a morrer.
Chora, de vez que o pranto
Purifica a visão.
No entanto, continua
Agindo para o bem.
Lágrima sem revolta
É orvalho de esperança.
A morte é a própria vida
Numa nova edição.



Comentários
Sobre a Depressão, Janete Crema, Brasil

    Não faço questão que este comentário seja publicado, mas se possível gostaria que fosse encaminhado a pessoa que fez o comentário sobre "ao abordar a questao de depressão em uma palestra" do Boletim 400.

    Isto porque, pelo que notei,  quem o escreveu  tem ligaçao com o Espiritismo, mas reconhece apenas a terapia alopática como forma de tratamento de doenças psiquiátricas, como é o caso da depressão. Ele me pareceu bem informado com relação a parte física da doença, e poderá se informar-se ainda mais, com a leitura do livro "Medicina da alma" . Assim. se for possível  e viável, gostaria que fosse encaminhado o texto abaixo .

    Obrigado de qualquer forma, bom trabalho e até uma próxima oportunidade
    Janete Crema


    Com relação ao comentário feito sobre as formas de se abordar a depressão em uma palestra, eu gostaria de em primeiro lugar dizer que concordo plenamente com ele quando diz que as pessoas precisam  estar muto bem informados antes de falar de qualquer assunto em público e os motivos são óbvios já que os efeitos podem ser dolorosos aos que se sentem atingidos.

    Quanto à forma como ele descreve a depressão,  eu gostaria de sugirir ao amigo a leitura do livro "A Medicina da alma", do irmão Joseph Gleber, que entre outras coisas, aborda a relação do espírito (mente) com o corpo. Estabelecendo a íntima ligação entre corpo físico, duplo etérico e corpo espiritual. Explica por exemplo, como algo que parece imaterial, como a influência de espíritos em nossas vidas (espíritos que atraímos pela atmosfera criada por nosso pensamento diário) pode transformar -se em algo material, como a deficiência hormonal da serotonina, vindo a ser um dos motivos que leva à depressão.

    E finalmente, defende a terapeutica cristã como a principal  forma de cura definitiva para males ,que parecem somente do corpo físico. Certamente esta terapeutica é mais demorada, mais difícil de seguir, mas  certamente eficaz e sem efeitos colaterais desagradáveis ao usuário. Além de promover a cura do ser integral que é espírito, e por consequência a cura do corpo material que é reflexo do anterior.

    E que Deus nosso pai, continue a olhar por todos nós, fazendo com que a cada dia estejamos mais abertos a busca do entendimento.

    Janete Crema.



Sobre a Depressão, Mattos, Brasil

    Prezado GEAE:

    Em seu boletim de 19-set-2000 (# 400) um leitor comentou, sobre o tema "Depressao":

"Dias atrás, como de costume, fui ao centro espírita, e o palestrante da noite foi de uma infelicidade enorme ao comentar sobre a depressão, dizendo que é uma "acomodação e um medo de encarar a realidade e o mundo".

    De fato, a frase do palestrante pode dar a entender que a depressao (psiquica) eh uma fuga (consciente) do individuo aa realidade.

    Como conheco um caso recente de um amigo proximo, que entrou em profunda depressao ao ver sua empresa falindo, eis algumas informacoes que ele me passou, mostrando que a "fuga" eh um mecanismo psico-biologico _involuntario_, e nao uma atitude _consciente_ da pessoa (como da' a entender a frase do palestrante):

1. Explicacao do medico clinico do amigo: Fisicamente, os mecanismos cerebrais entram em pane, pois nao conseguem controlar uma situacao que se originou no mundo real. O cerebro perde alguns elementos bioquimicos que alteram o comportamento da pessoa, e esta entra em depressao. Sob cuidados medicos, o cerebro leva de 6 meses a 2 anos para recuperar seu estado bioquimico normal.
2. Explicacao de seu medico psiquiatra: Trata-se de um mecanismo de defesa da psique humana a qual, nao conseguindo administrar uma situacao que surgiu inesperadamente, usa uma maneira de afastar o problema temporariamente (entra em depressao), ate que possa reassumir o controle.
    (no caso desse amigo citado, ele desmaiou e ficou desacordado por uns dias; e ate hoje - 2 meses ja sao passados - toma antidepressivo, para ficar acordado e depois para dormir; ele vem melhorando a olhos vistos e esta' absorvendo o choque aos poucos; creio que logo ficara' bom).


    Assim, eu diria que o palestrante apenas enunciou uma "meia verdade", ou melhor, nao foi muito didatico ao emitir sua afirmacao.

    Desejo-lhe uma breve recuperacao !
    Mattos, de S.Paulo



Depressão & Suicidio

(Devido as características pessoais do e-mail, omitimos os dados de identificação)

    Realmente é dificil ouvir pessoas, não preparadas, falar sobre a depressão, dando à mesma um cunho diferente da realidade.

    O espiritismo precisa se reestruturar a respeito. A depressão é o mal do século e tem vitimado muita gente.

    "Depressão é mais que tristeza, é mais que desânimo, é uma doença causada por alterações químicas no cérebro, que afeta nossos pensamentos, nossos sentimentos, nossa saúde, nosso físico, nosso comportamento, nossas emoções, nossa alma." Quase sempre causada por uma conjugação de fatores, quer sejam de natureza genéticos, biológicos, psicológicos...

    Poderia escrever um livro sobre a experiência dolorosa da depressão, pois convivi dia a dia com ela. Tive um filho, vítima da depressão, que sofreu muito e que veio a se suicidar, apesar de todos os tratamentos realizados. Tenho parentes espíritas, kardecistas atuantes, trabalhadores, que sofrem de depressão, e só com remédios conseguem encontrar algum alívio.

    Meu filho era uma pessoa boa, doce, incapaz de fazer mal a alguém, teve uma infância e adolescência saudáveis e mais tarde a depressão o atacou.

    Não me sinto mais espírita. O Vale dos Suicidas é algo terrível, não condiz com a misericórdia divina. Quem não teve um filho suicida, aos 25 anos, não pode me entender.

    Não encontrei a doutrina consoladora, tão pregada nos meus dez anos de estudos espíritas.



Depressão & Suicidio, José Cid, Brasil

(Referente ao e-mail publicado acima)

    Nada se compara à dor de perder quem nós amamos. Mas a doutrina consoladora nos mostra que esta perda é temporária. Ninguem está eternamente perdido ou inacessível. Esse é o consolo que temos. Mesmo no Vale dos Suicidas existe esperança, pois a situação é temporária. Claro que não queremos um segundo de dor que seja para aqueles que amamos, e tendemos a duvidar da misericórida divina. Mas, com a doutrina espírita podemos entender que tudo na vida é consequencia do nosso passado. Se ao longo da vida exageramos na alimentação, a despeito de recomendações médicas, não podemos reclamar quando a doença do corpo se instala. Reparem que eu disse "doença do corpo", porque esta foi consequencia de uma "doença do espírito", que não teve vontade de comandar o corpo na direção necessária à manutenção da saúde. Nós todos, sem excessão, somos espírito. O corpo é temporário, que se desgasta. O corpo é moldado segundo nossas necessidades ou deficiências.

    Ninguem é privilegiado ou condenado.

    Um grande abraço,
    José Cid.
    Editor do GEAE



Depressão & Vale dos Suicidas, Carlos Iglesia, Brasil

(Referente aos comentários acima)

 Caros Amigos,

        Vale a pena lembrar que em essência o "Vale dos Suicidas"  - região do plano espiritual descrita em comunicações espíritas, onde estão abrigados temporariamente suicidas recêm-desencarnados -  é um local assistido por espíritos abnegados e especializados no tratamento de doenças espirituais. Se sua situação parece desesperadora é por refletir a perturbação temporária dos espíritos ali abrigados. A transição da morte fisica não faz milagres, o espírito carrega consigo sua problemática psicologica e, devido a morte traumática, necessita de uma fase de adaptação maior que o normal. A violência da morte autoprovocada realmente agrava o quadro "clinico" do espírito e lhe traz a necessidade de um trabalho de reequilibrio bastante longo.

        Não se deve esquecer que antes das luzes trazidas pelo Espiritismo, o suicida era considerado irremediavelmente condenado e seus parentes nem tinham a esperança de assisti-lo com suas preces amorosas - Se acreditava que o espírito suicida estava condenado, sem esperança alguma, ao tormento sem fim no inferno.

        A doutrina espírita não só traz para os parentes do suicida o consolo de que este um dia recuperará seu equilibrio e felicidade - após o inevitavel esforço no reequilibrio próprio - como lhes mostra que a prece e o carinho que lhe dedicam lhe suavizará os duros sofrimentos que inevitavelmente encontrará pelo caminho. Mas que isso, a doutrina lhes mostra que a Justiça divina se pauta pela misericordia e não pela vingança, cada caso é tratado de acordo com a responsabilidade e o conhecimento que se tinha do erro ao pratica-lo. Um suicida por depressão, ao sofrer as conseqüências do seu ato, terá com certeza um tratamento diferente do suicida que no pleno gozo de sua saude optou pela fuga.

        Recomendo a leitura do excelente livro "Memórias de um Suicida" do espírito Camilo Castelo Branco pela médium Yvone A. Pereira, publicado pela FEB, para um entendimento mais justo da problemática do suicidio e de como o "Vale dos Suicidas", longe de ser uma punição cruel, é mais exatamente o "umbral" (no sentido verdadeiro de limiar/entrada) de um vasto complexo hospitalar

        Atenciosamente,
        Carlos Iglesia




Perguntas
Comunicação após a desencarnação ?

(De um e-mail recebido pelo GEAE. Devido as características pessoais do e-mail, omitimos os dados de identificação)

    Meu marido, faleceu recentemente. Deixou-me com duas filhas. Uma tinha dois anos e um mes e a outra não havia nascido
ainda, estava em meu ventre, com sete meses.

    Ele foi assassinado. Eu queria saber porque ele não tentou nenhuma comunicacão comigo? Queria saber se antes de nascer, a  minha filha esteve com ele? E como ele está se sentindo longe da família que ele tanto amava? Algumas semanas antes de morrer, nos fomos a um centro espirita, onde diziam à ele que ele estava com um encosto. Isso pode ser parte da causa da sua morte? Por favor preciso que me responda.

    Espero resposta,
    Obrigado pelo carinho.


Cara Irmã,

    Inicialmente gostariamos de desculpar-nos por não termos condições de dar-lhe a resposta que espera para a sua questão. Somos um grupo de estudos formado por amigos interessados em trocar idéias sobre a Doutrina Espírita. Somos aprendizes, sem maiores possibilidades de nos aprofundarmos nas graves questões do ser e do destino, quando aplicadas a casos pessoais. Seria imensa imprudência nossa, nos pronunciarmos em uma situação da qual não temos como analisar as causas e o desenrolar preciso dos acontecimentos.

    Assim apenas podemos transmitir-lhe o que nos ensina o Espiritismo, que nossos entes queridos, após a morte, começam nova etapa de vida. No inicio desta nova etapa, como natural em toda fase de transição, levam algum tempo para se adaptar e nem sempre estão em condições de procurar uma comunicação imediata. Há o tempo de refazimento e de adaptação ao novo ambiente, há o período necessário para o espírito encontrar-se consigo mesmo e avaliar sua nova situação.  Mas tenha certeza de que, onde seu marido está agora, está sob o amparo de Deus e dos espíritos amigos. A dor da separação é dificil para ambos os lados e o desespero só a aumenta, tenha fé e ore com confiança pelo pronto restabelecimento dele. Não pense mais na tragédia e em seus detalhes.

    Os acontecimentos de nossas vidas correspondem a efeitos de causas que não são simples de analisar, normalmente só no plano espiritual, livres das limitações da matéria e com o conhecimento mais preciso a respeito de nós mesmos e de nosso passado, é que temos condições de entender plenamente suas ligações. Causas desta e doutras vidas, reparações e dificuldades educativas, afetos e desafetos, emaranhado de situações que devemos aceitar e procurar vivenciar da melhor maneira que nos for possível. Por hora, o melhor caminho é procurar o reestabelecimento e a superação do trauma, no momento procicio - de um modo ou outro - as notícias esperadas chegarão. Mesmo que não venham pela mensagem direta dele, através de um médium, poderão vir pelos caminhos da intuição ou mesmo do desprendimento natural que é o sono.

    Um abraço fraterno,
    Carlos Iglesia



Resposta para a pergunta sobre a Páscoa no Boletim 389, Dante Zech, Brasil

Em resposta a nossa irmã Marinalda (Boletim 389),

    A páscoa é uma festa Judia, incorporada ao Cristianismo, optou-se pelo significado da ressurreição de Cristo como justificativa para a comemoração, mas, na verdade o que ocorreu foi que quando houve a "criação da igreja Católica" - que muito respeitamos pelo seu conteúdo histórico, pela condução do povo e da fé Cristã, apesar de todos seus erros e abusos - por culpa dos homens é claro, muito contribuiu para que nos tornemos o que somos hoje e abriu caminhos para a verdadeira evangelização do orbe terrestre, tarefa esta em andamento e que sofre dia após dia uma aceleração visível. A páscoa foi uma das comemorações absorvidas pelo Cristianismo nascente, visto o povo ainda necessitar de cultos e comemorações - como vemos o Natal, originado de uma festa pagã em homenagem a um deus qualquer ou à comemoração do solstício de inverno no hemisfério norte, existem muitas explicações para todas as festas ditas Cristãs, na verdade Jesus em momento algum apregoou comemoração, culto ou cerimonia, respeitou sem dúvida nenhuma as festas de seu tempo, a única comemoração que Ele quis foi a da nossa felicidade e crescimento espirito/moral.

    Cabe a nós Espíritas, pesarmos à luz da razão, todas as festas ditas Cristãs, encontrarmos seu  significado verdadeiro, comemorarmos como seres humanos - afinal, vivemos no mundo material e fica difícil para nós que somos pais de crianças pequenas, explicarmos porque das outras receberem chocolates/presentes e elas não, apenas retirando o caráter "sagrado" que é dado a muitas delas, explicarmos as crianças o significado histórico e se soubermos, o verdadeiro, e cuidarmos para não incutir na mente delas este teor sagrado, tão arraigados de dogmas e idéias que nos remetem ao paganismo...

    Quanto a "esquivar-se" do assunto, é escolha nossa, más cabe à responsabilidade de cada um a opção por todos seus atos e as conseqüências boas ou más de cada um deles - "A quem muito foi dado muito será pedido", e " A cada um segundo suas obras".

    Dante Luiz Zech - Curitiba



Crianças Autistas, Rosa Shimada, Brasil

    Gostaria de saber se tem algum livro que fale sobre  crianças autistas ?



Cara Rosa,

    Vide o livro "Autismo, Uma leitura espiritual" de Hermínio C. Miranda, editora Lachâtre,

    Atenciosamente,
    Carlos Iglesia




Painel
4º Painel sobre Drogas, Centro Espírita Léon Denis - Rio de Janeiro, Brasil

    Saudações, amigos! :))

    O CELD (Centro Espírita Léon Denis - Rio de Janeiro), através do SAUD (Serviço de Acolhida ao Usuário de Drogas), estará realizando, em suas dependências, no  dia 08 de outubro de 2000, das 9:00 às 13:00 h, o 4º Painel Sobre Drogas.

Tema Central:
A Caminho da Sanidade

    Para obter melhores informações sobre este Painel e as suas edições anteriores, acesse o nosso site (http://www.celd.org.br) e procure na ferramenta de busca rápida o item "Painel SAUDE".

    Após o evento, teremos a realização de Palestras Virtuais no IRC sobre os temas propostos.

    Para participar, basta abrir os canais:

    #Espiritismo_Perguntas e #Espiritismo_Respostas, ambos na rede Brasnet.

    Sugerimos, para evitar problemas com o "Netsplit" (que tem sido habitual atualmente na rede), que todos acessem pelo mesmo servidor, no caso, o Dialdata - irc.dialdata.com.br. Caso haja algum problema com este servidor no dia, os operadores dos Canais informarão outra melhor opção de servidor para acesso à Palestra.

    No canal #Espiritismo_Perguntas, serão selecionadas as perguntas a serem respondidas. Lembramos que nem sempre será possível responder a todas as perguntas, pois temos um tempo limite de duração, que é de 1:30 h. As perguntas serão selecionadas, de forma que a ordem de chegada NÃO dá prioridade a uma pergunta, mas sim, àquelas que forem julgadas de maior interesse para esclarecimento de todos. As perguntas que não forem respondidas na hora serão encaminhadas ao palestrante, para que sejam respondidas posteriormente e colocadas à disposição na Homepage, acessada através do endereço:

http://www.celd.org.br








    O canal #Espiritismo_Respostas é moderado, de forma que somente o Palestrante e o [Moderador] poderão digitar neste canal. O canal serve para que todos acompanhem os comentários sobre as perguntas.

    Qualquer dúvida, ou se desejar fazer a sua pergunta antecipadamente, basta nos escrever:  palestras@irc-espiritismo.org.br

    Você também pode acessar o Canal #Espiritismo_Respostas seguindo as instruções na página "Entre no Canal de Palestras Virtuais!" (recomendado para iniciantes) cujo link se encontra na página inicial em nosso site:

http://www.irc-espiritismo.org.br




Editorial
No aniversário do GEAE

Caros Amigos,

    No próximo dia 15 estaremos completando o oitavo aniversário do GEAE e entrando no nono ano de publicação deste Boletim. São 8 anos passados desde o primeiro Boletim enviado pelo Raul Franzolim para a Brasnet. Já está sendo preparada a edição de aniversário - a próxima edição a ser enviada - mas gostariamos de pedir previamente a todos que dedicassem alguns minutos de prece a este nosso grupo de trabalho, a todos os amigos que o compõe, nos diversos países em que se encontram e aos amigos espirituais que nos acompanham a todos, suprindo nossas deficiências e nos incentivando no estudo fraterno. Em particular gostariamos de solicitar que se unissem a nós em prece pela saúde do Raul, que será operado justamente nessa data para remoção de pedras de sua vesícula.

    Um abraço fraternal a todos,

   Carlos Iglesia
    Conselho Editorial GEAE



Informações Gerais - http://www.geae.inf.br/pt/faq
Conselho Editorial - editor@geae.inf.br
Inscrição - http://www.geae.inf.br/pt/inscricao.html
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Coleção do "The Spiritist Messenger" - http://www.geae.inf.br/en/boletins
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