GRUPO DE ESTUDOS AVANÇADOS ESPÍRITAS
Fundado em 15 de Outubro de 1992
Boletim Semanal de Distribuição Eletrônica

Ano 07 - Número 334 - 1999                           2 de março de 1999

 Indíce

Textos

Comentários

Textos
Tempo de Edificação, Vera Bestene, Brasil

     “Eu vos digo, em verdade, que são chegados os tempos em que todas as coisas devem ser restabelecidas no seu verdadeiro sentido, para dissipar as trevas, confundir os orgulhosos e glorificar os justos. “ (Espírito da Verdade prefaciando o Evangelho Segundo o Espiritismo)

    O Evangelho é um código moral e neste sentido deve ser encarado pelos espíritas. Escrito e organizado sob a orientação do Espírito da Verdade, seu conteúdo moral  sustentam-se através de verdadeiras vozes que vem esclarecer os homens e convidá-los à sua prática.. Com Allan Kardec e a codificação do espiritismo, raiou a “Era do Espírito”,  Somente o espiritismo bem compreendido, bem interpretado pode servir de grande alavanca à transformação da humanidade. Todos os sofismas existentes quebrar-se-ão quando de encontro com a razão, pois esta  nada lhe tem a opor. Embasada nas Leis da Natureza, corresponde às legítimas aspirações do homem, posto que é esclarecedor e induz à prática moral. A fraternidade é o laço de união da família espírita, mantida através  da unidade fundamental  em torno do Evangelho de Jesus.

    A missão dos espíritas, embasada firmemente no bem ,  transforma-se na estrada das reflexões para compreendermos melhor os esforços à consolidação do espiritismo.

    O Brasil, cujas Leis são compatíveis com as Leis do Criador, tem uma missão, assim como a cada tempo os diferentes povos também a tiveram, como foi o caso de Atenas e Roma que desempenharam papel importante, a seu turno, na formação do Estado e com profundas reformulações nos caminhos históricos da Humanidade. . Nossa Pátria, hoje,  está em seu momento de “servir de farol “  aos outros povos.  Emmanuel, em seu prefácio no livro de autoria espiritual de Humberto de Campos,  “Brasil Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”  esclarece: “O Brasil não está somente destinado a suprir as necessidades materiais dos povos mais pobres do planeta, mas, também, a facultar ao mundo inteiro uma expressão consoladora de crença e de fé raciocinada e a ser o maior celeiro de claridades espirituais do orbe inteiro”...

    A concepção de que o Brasil tem uma missão especial relativamente à Doutrina Espírita, registra-se quase que ao tempo do início do espiritismo entre nós. O Espírito  Ismael, falando de sua própria missão como condutor do espiritismo no Brasil, através do médium Albino Gonçalves Teixeira, transcrito no Reformador de primeiro de abril de 1920, com clareza inigualável afirma: “ A árvore do Evangelho, semeada há dois mil anos na Palestina, eu a transplantei para o rincão de Santa Cruz, onde o meu olhar se fixa, nutrindo o meu espírito a esperança de que breve florescerá, estendendo a sua fronde por toda parte e dando frutos sazonados de  amor e  perdão”.

    A “árvore do Evangelho”,  entre nós, ainda está em pequeno porte mas em nenhum outro país trabalha-se mais pela renascença do cristianismo. No Brasil ela cresce,  ergue-se e  projeta-se,   espalhando-se e ramificando-se, alimentando cada dia mais a unidade de raças e ideologias, através de uma única estrutura, firmemente amparada pela humildade, amor fraternal e paz construtiva,  preparando e engrandecendo a fé e a moral Cristã, à luz do Consolador.

    As falanges revezar-se-ão. A tarefa é vagarosa, mas é a única forma sensata de transformação.

    Agora é chegado o tempo. O nosso tempo de  reconhecer a vivência do Evangelho de Jesus Cristo objetivando conhecê-lo e difundi-lo pela humanidade.

    É chegado o tempo de promover a  unidade  fundamental do Movimento Espírita  que sempre deve trilhar o entendimento, a confraternização,  a harmonia das próprias atividades em face à  promoção da união que deve reinar nos Centros Espíritas.
 
    É tempo de promover evangelização em vistas ao aprimoramento íntimo; é tempo de incentivar e orientar jovens às tarefas no Centro; é tempo de promover a divulgação da Doutrina Espírita através da difusão do livro espírita, periódicos, rádios e televisão,  estudo da mediunidade,   assistência espiritual e a efetiva realização do Evangelho no Lar.
 
    Aproxima-se o tempo da real transformação da Humanidade o que faz necessário colocar ao alcance e a serviço de todos a mensagem consoladora que a Doutrina Espírita oferece.

    ”Recordemos, na palavra de Jesus, que ‘a casa dividida rui’ , todavia ninguém pode arrebentar um feixe de varas que se agregam numa união de forças”. (Bezerra de Menezes, psicografado por Divaldo P.Franco, Unificação paulatina, união imediata, trabalho incessante....-‘Reformador’ fev/76)



Alguns argumentos contra o Suicídio (III), Rubens Santini, Brasil

Continuação do texto iniciado no Boletim 332. Já foram publicados:

 I Parte - Boletim 332

2 Parte  - Boletim 333
A visão da Doutrina Espírita(4)

    Selecionamos as seguintes perguntas feitas por Kardec aos Espíritos Superiores, à respeito do suicidio:

    P-944: O homem tem o direito de dispor da sua própria vida?
    R: Não; somente Deus tem esse direito. O suicidio voluntário é uma transgressão da Lei.
 

    P-946: Que pensar do suicida que tem por fim escapar às misérias e às decepções deste mundo?
    R: Pobres Espíritos que não tiveram a coragem de suportar as misérias da existência! Deus ajuda aos que sofrem e não aos que não têm forças, nem coragem. As tribulações da vida são provas ou expiações. Felizes os que suportam sem se queixar, porque serão recompensados!...
 

    P-948: O suicida que tem por fim escapar à vergonha de uma ação má é tão repreensível como o que é levado ao desespero?
    R: O suicidio não apaga a falta. Pelo contrário, com ele aparecem duas em lugar de uma. Quando se teve coragem de praticar o mal, é preciso tê-la para sofrer as consequências. Deus é quem julga. E, segundo a causa, pode às vezes diminuir o seu rigor.
 

    P-949: O suicidio é perdoável quando tem por fim impedir que a vergonha envolva os filhos ou a familia?
    R: Aquele que assim age não procede bem, mas acredita que sim e Deus levará em conta a sua intenção, porque será uma expiação que a si mesmo se impôs. Ele atenua a sua falta pela intenção, mas nem por isso deixa de cometer uma falta. De resto, se abolirdes os abusos da vossa sociedade e os vossos preconceitos, não tereis mais suicidios. Aquele que tira a própria vida para fugir à vergonha de uma ação má, prova que tem mais em conta a estima dos homens que a de Deus, porque vai entrar na vida espiritual carregado de suas iniquidades, tendo-se privado dos meios de repará-los durante a vida. Deus é muitas vezes menos inexorável que os homens: perdoa o arre-pendimento sincero e leva em conta o nosso esforço de repara-ção; mas suicidio nada repara.
 

    P-956: Os que, não podendo suportar a perda de pessoas queri-das, se matam na esperança de se juntarem a elas, atingem seus objetivos?
    R: O resultado para elas é bastante diverso do que esperam, pois em vez de se unirem ao objeto de sua afeição, dele se afastam por mais tempo, porque Deus não pode recompensar um ato de covardia e o insulto que Lhe ‚ lançado com a dúvida quanto à Sua providência. Eles pagarão esse instante de lou-cura com aflições ainda maiores do que aqueles que quiseram abreviar, e não terão para os compensar a satisfação que es-peravam.


O drama de Camilo Castelo Branco(6)(*)

    “Eloquente é também o epílogo do drama que foi a vida do grande escritor português Camilo Castelo Branco. Obsidiado, pessimista, médium que jamais deu valor ou prestou atenção às suas faculdades mediúnicas, nem mesmo aos notáveis fenômenos ocorridos na sua desregrada existência, ele próprio preparou o seu triste fim.

    Dispondo de grande cultura, um tanto habituado aos trambolhões da vida, que ele nunca soube bem viver, velho hepático e não menos dispéptico, foi atingido por um mal de olhos que o levou gradativamente às fronteiras da cegueira completa.

    Sempre esperançado de melhoras ou cura, foi passando o tempo, até conseguir consultar-se com um abalizado especialista, que o foi examinar na própria residência e de que esperava a última palavra decisiva sobre o mal. Isso em junho de l890. Tratava-se de um caso perdido, de irremediável cegueira. Ouvindo a terrível revelação, Camilo Castelo Branco, que já pensava diversas vezes em suicidio, deu um tiro na cabeça meses depois.

    Eis sua carta de despedida:

“Em 26 de novembro de l890.
10 horas da noite.

    Os inenarráveis padecimentos que se vão complicando to-dos os dias levam-me ao suicídio - único remédio que lhes posso dar. Rodeado de infelicidades de espécie moral, sendo a primeira insânia de meu filho Jorge, e a segunda os desatinos de meu filho Nuno, nada tenho a que me ampare nas consolações de familia. A mãe desses dois desgraçados não promete longa vida; e se eu pudesse arrastar minha existência até ver Ana Plácida morta, infalivelmente eu me suicidaria. Não deixarei cair sobre mim essa enorme desventura - a maior, a incompreensivel à minha grande compreensão da desgraça. Esta deliberação de me suicidar vem de longe, como um pressentimento. Previ, desde os trinta anos, este fim. Receio que, chegando o supremo momento, não tenha firmeza de espirito para traçar estas linhas. Antecipo-me à hora final. Quem puder ter a intuição das minhas dores, não me lastime. A minha vida foi tão extraordinariamente infeliz que não podia acabar como a da maioria dos desgraçados. Quando se ler este papel, eu estarei gozando a primeira hora do repouso. Não deixo nada. Deixo um exemplo. Este abismo a que me atirei ‚ o “terminus” da vereda viciosa por onde as fatalidades me enca-minharam. Seja bom e virtuoso quem o puder ser”.

    Mergulhado por esse trevoso salto no insondável abismo do suicidio, o incauto e orgulhoso literato, defrontou-se com as terríveis e irrecorriveis realidades do Além-Túmulo, onde o Espirito se choca com a muralha inderrocável das leis eternas que regem a verdadeira vida.

    Longe de encontrar o repouso que vaidosamente a si próprio anunciara e prometera, o pobre escritor encontrou sofrimento, remorso, dores, cárcere de visões aterradoras, um cenário de expiações dolorosas.”


O Vale dos Suicidas(5)

    “...região composta por vales profundos, com gargantas sinuosas e cavernas sinistras, no interior dos quais uivavam demônios enfurecidos, Espíritos que foram homens dementados pela intensidade e estranheza, verdadeiramente inconcebíveis, dos sofrimentos que os martirizavam. O solo coberto de matérias enegrecidos e fétidos, lembrando a fuligem, sendo imundo, pastoso, escorregadio e repugnante. O ar é pesadis-simo, asfixiante, gelado, coberto por um forte nevoeiro. Os Espiritos que ali habitavam vivem sufocados como se matérias pulverizadas, nocivas mais do que a cinza e o cal lhes inva-dissem as vias respiratórias. Os raios solares jamais chegam a esse lugar. É um local onde não existem paz, consolo e a esperança. Tudo é marcado pela desgraça, miséria, assombro, desespero e horror. Quem ali habita são grandes vultos do crime e falanges de suicidas. (...)

    De outras vezes, tateando nas sombras, lá íamos, por entre gargantas, vielas e becos, sem lograrmos indícios de saida... Cavernas, sempre cavernas - todas numeradas -; ou longos espaços pantanosos quais lagos lodosos circulados de muralhas abruptas, que nos afiguravam levantadas em pedra e ferro, como se fôramos sepultados vivos nas profundas tene-brosidades de algum vulcão! Era um labirinto onde nos per-diamos sem podermos jamais alcançar o fim! Por vezes acon-tecia não sabermos retornar ao ponto de partida, isto é, às cavernas que nos serviam de domicilio, o que forçava a per-manência ao relento até que deparássemos algum covil desabi-tado para outra vez nos abrigarmos. Nossa mais vulgar impres-são era de que nos encontrávamos encarcerados no sub-solo, em presídio cavado no seio da Terra, quem sabia se nas entranhas de uma cordilheira, da qual fizesse parte também algum vulcão extinto, como pareciam atestar aqueles imensuráveis poços de lama com paredes escalavradas lembrando minerais pesados?! (...)

    Cada um de nós, no Vale Sinistro, vibrando violentamente e retendo com as forças mentais o momento atroz em que nos suicidamos, criávamos os cenários e respectivas cenas que vivêramos em nossos derradeiros momentos de homens terres-tres. Tais cenas, refletidas ao redor de cada um, levavam a confusão à localidade, espalhavam tragédia e inferno por toda a parte, seviciando de aflições superlativas os degraçados prisioneiros. Assim era que se deparavam, aqui e ali, forcas erguidas, balançando o corpo do próprio suicida, que evocava a hora em que se precipitara na morte voluntária. Veículos variados, assim como comboios fumegantes e rápidos, colhiam e trituravam, sob suas rodas, míseros transloucados que busca-vam matar o próprio corpo por esse meio execrável, os quais, agora, com a mente “impregnada” do momento sinistro, retrata-vam sem cessar o episódio, pondo à visão dos companheiros afins suas hediondas recordações! Rios caudalosos e mesmo trechos alongados de oceano, surgiam repentinamente no meio daquelas vielas sombrias: - era meia dúzia de réprobos que passava enlouquecida, deixando à mostra cenas de afogamento, por arrastarem na mente conflagrada a trágica lembrança de quando se atiraram às suas águas!... Homens e mulheres tran-sitavam desesperados: uns ensanguentados, outros estorcendo-se no suplício das dores pelo envenenamento, e, o que era pior, deixando à mostra o reflexo das entranhas carnais corroídas pelo tóxico ingerido, enquanto outros mais, incendia-dos, a gritarem por socorro em correrias insensatas, traziam pânico ainda maior entre os companheiros de desgraça, os quais receavam queimar-se ao seu contacto, todos possuídos de loucura coletiva! E coroando a profundeza e intensidade des-ses inimagináveis martírios — as penas morais: os remorsos, as saudades dos seres amados, dos quais não tinham mais notí-cias, os mesmos dissabores que haviam dado causa ao desespero e que persistiam em afligir!... E as penas físico-materiais: a fome, o frio, a sede, exigências fisiológicas em geral, torturantes, irritantes, desesperadoras! a fadiga, a insônia depressora, a fraqueza, o delírio!”

(Continua no próximo Boletim)




Comentários
Sobre "O Consolador Prometido", José Cid, Brasil

    De um e-mail que recebemos sobre o texto "Semana da CEPA em São Paulo, Reinaldo, Brasil" publicado no Boletim 333:

       "(...) trabalho numa casa espírita, mas não me considero espírita, pois estou bastante aberta a espiritualidade, e sei que também fora do Espiritismo existem muitos conhecimentos maravilhosos, que nos ensinam, nos ajudam, nos completam, sem que com isso sejam propriamente espíritas. Porém, dentro do Espiritismo sempre ouvi esse "jargão" de que o Espiritismo é o consolador prometido ou a terceira revelação.

        Embora eu nunca aceitei essa opinião, sempre entendi que esse fosse um dogma da doutrina, e que todos os espíritas acreditassem nisso. Não entendi, quando no boletim, abordando este assunto, dizem ser apenas a opinião de Kardec.

         Gostaria muito que vocês me explicassem isso. O boletim é espírita, ou não?"

     O Boletim é Espírita. Por isso tudo que se relaciona com a vida pode (e deve) ser discutido no Boletim. Por isso tambem nada melhor do que discutir aspectos da Doutrina Espírita. Voce disse uma coisa muito correta. Que existem muitos ensinamentos maravilhosos fora do Espiritismo. E,  novamente, como o Espiritismo é uma Doutrina para a vida, estes ensinamentos tambem podem  ser discutidos à luz do Espiritismo.

    Outro aspecto importante é que no Espiritismo não existem dogmas; ele é dinâmico e progride com a ciência. Muitos espíritas dizem ser o espiritismo o consolador prometido conforme está escrito no Evangelho. Eu, pessoalmente, concordo com essa colocação, mas não considero importante concordar ou discordar. Ser a "terceira revelação" não o torna mais importante ou perfeito.

    José Cid
 


Mirabelli, Alexandre Borges, Brasil

GEAE,

    Em referencia ao boletim 333 na secao "Ainda acerca de Mirabelli" escrita por Paulo Santos: Enviei os comentarios do colega Paulo Santos ao proprio Philippe Piet van Putten, da qual reproduzo abaixo.

    Obrigado, Atenciosamente
    Alexandre de Carvalho Borges



Mirabelli, Philippe Putten, Brasil

Prezado Sr. Paulo Santos,
Futuro amigo,

    Por intermedio do companheiro Alexandre Borges recebi seus importantes comentarios quanto a home page biografica de Carmine Mirabelli, recentemente criada por mim. Solicitei ao amigo que me fizesse a gentileza de mandar esta minha reposta para os irmaos de sua lista.

    Primeiramente, observe que a home page esta em construcao. Muitas outras informacoes serao inseridas brevemente, com a consequente ampliacao da bibliografia.

    A bibliografia citada e aquela que ja foi de alguma forma consultada na primeira fase de construcao da pagina; NAO E toda a bibliografia disponivel em meus arquivos pessoais.

    Conheco o livro de Jorge Rizzini, mas como nao o tenho em minha biblioteca (ainda), nem o usei na fase inicial de montagem, naturalmente nao o inclui.

    Isto sera feito, com certeza, num futuro proximo.

[Paulo Santos]
>    Em particular ficamos ali sabendo que Mirabelli foi batizado como
>Carmílio e não Carmine (e muito menos Carlos !), e nasceu em 5.12.1888 e
>não em 2.1.1889, como geralmente considerado.

    Fomos os primeiros a ter essa informacao atraves do falecido Sr. Regene Pinto Pacca Mirabelli (filho da terceira relacao conjugal de Mirabelli). Regene obteve a data numa visita ao colegio de Botucatu, SP, onde o seu pai foi matriculado na infancia. No entanto, estamos fortemente inclinados a crer que se trata de UM ERRO de registro, uma vez que a ficha de matricula de Mirabelli foi feita de modo deficiente, e por uma pessoa cuja caligrafia era muito instavel (como se nao soubesse escrever com fluidez).

    Regene dizia que o nome na ficha era CARMILO, e nao "Carmilio" como o Sr. escreveu, mas tal nome, alem de incomum, nunca aparece em qualquer outro documento associado a vida de Mirabelli.

    Quanto a "Carlos" ou "Carlo"...Eram nomes que foram dados ao medium em funcao de dificuldade que seus conterraneos tinham de memorizar "Carmine". O medium aceitou o, digamos, "apelido" porque "Carmine" lhe soava um tanto feminino, mas nao demorou para que passasse a preferir seu nome original.
A imprensa nacional e internacional frequentemente o chamava de "Carlos".

[Paulo Santos]
>    Justifica-se ainda um comentário a propósito do "site" sobre o
>Mirabelli indicado por um de vossos leitores, de responsabilidade de
>Phillippe Piet van Putten. Trata-se manifestamente de um pesquisador e de
>um "site" não espírita, sendo o posicionamento respectivo facilmente
>apreendido pela afiliação, pelos "links" ali listados (o Clovis Tavares que
>ali aparece é um mágico e não o homônimo, aquele que foi o grande obreiro
>do Evangelho de Campos, RJ !), pela linguagem (e.g. "médium mais poderoso
>do mundo"), e terminologia (e.g. "xenografia"). Sintomaticamente ali é
>também ignorada a obra de Rizzini (embora não o artigo de 1975 ?!), donde
>as incorreções quanto à data de nascimento e ao nome.

    Mirabelli NAO ERA espirita...Era cientifico-espiritualista ! O site e feito por uma pessoa que tambem e cientifico-espiritualista (eu), portanto nao ha nenhum motivo para que fique restrito aos dogmas e pareceres do espiritismo.

    A associacao com as artes magicas (Clóvis Tavares etc.) e proposital, uma vez que muitos afirmaram que Carmine Mirabelli nao passava de um "habil prestidigitador". Pelas conexoes ('Links") as pessoas interessadas terao como verificar que os feitos de Mirabelli NAO PODERIAM ter sido obtidos por mera prestidigitacao !

    O interesse do site e fomentar o QUESTIONAMENTO INTELIGENTE e a PESQUISA, e nao a crenca !

    Quando ao nome e data de nascimento, ja expliquei acima. NAO SAO incorrecoes, mas o reflexo das evidencias, uma vez que, ATE O MOMENTO, nada nos leva a concluir que o nome e a data que usamos estejam erradas.

[Paulo Santos]
>    O "site" deve ser assim observado com a devida cautela. Em particular a
>argumentação do autor quanto à falsidade da levitação não é nada
>convincente, e a própria clássica foto, como apresentada, não revela de
>forma concludente os indícios apontados. No capítulo de Rizzini, a
>descrição do fato leva-nos mesmo a outras e opostas conclusões, a favor da
>autenticidade.

    Rizzini nao viu a tal levitacao, e tambem, que eu saiba, nao entrevistou ninguem que a tenha visto. Jamais encontramos qualquer pessoa que tenha presenciado a ocasiao em que aquela foto foi feita. A foto original nunca foi encontrada ! A foto dada ao Sr. Theodore Besterman PELO PROPRIO Mirabelli e a mais proximo a original e APRESENTA INEQUIVOCOS INDICIOS DE RETOQUE NO FORMATO DE UMA ESCADA.

    Vou ver se adquiro imediatamente o livro de Rizzini para verificar se a descricao que faz pode me levar a mudar de opiniao e ficar "a favor da autenticidade".

[Paulo Santos]
>Estranhamente van Putten não contesta as fotos das
>materializações que, pelos mesmos argumentos, poderiam também ser
>consideradas fraudulentas (diga-se, porém, que o autor diz sempre que são
>materializações *alegadas* e até "espíritos" aparece assim, entre aspas).

    O Sr. esta completamente equivocado !

    As fotos das "materializacoes" foram feitas diante de MUITAS testemunhas (ao contrario da tal foto da levitacao !). As fotos das materializacoes constam de atas lavradas e assinadas pelas testemunhas (a da levitacao nao tem nenhum documento de suporte). A materializacao de Parini fez parte de uma tese de medicina, enquanto que a foto da levitacao nao fez parte de nenhuma forma de documentacao cientifica
ou cientifico-espiritualista. As fotos das materializacoes nao mostram indicios de retoque, como acontece com a foto da "levitacao".

    Por fim, as materializacoes estao ao lado de outras pessoas, alem de Mirabelli; A da levitacao o mostra sozinho !

    Aquelas materializacoes sao "alegadas" por que, conquanto tenham sido testemunhadas, nao foram inequivocamente comprovadas como sendo "espiritos", Poderiam ser, por exemplo, ideoplastias ! E se
existem aberturas para "poderiam ser...", devemos sempre tratar com cuidado.

[Paulo Santos]
>    Aconselho enfim, vivamente, a leitura da obra de Rizzini. É tudo o que
>sucintamente gostaria de repartir com os prezados leitores.

    Todo o trabalho de Rizzini e altamente recomendavel, sem duvidas, mas, como cientifico-espiritualista, prefiro ampliar meus horizontes para refletir com profundidade sobre os pareceres de magicos (ilusionistas,
prestidigitadores, mentalistas etc.), parapsicologos, parafisicos etc. quanto a fenomenologia Mirabellica. Saber e sempre bom, e nao ocupa lugar ! Prefiro pesquisar e experimentar, como fez Allan Kardec.

>    Atenciosamente,
>    Paulo Santos

    Fraternalmente

    Philippe Piet van Putten
    Academia Brasileira de Paraciencias (ABP)
    http://members.xoom.com/abpsp/
    Projeto Memoria Mirabelli
    http://members.tripod.com/~Mirabelli
    Projeto Terra Nova
    http://proterranova.freeservers.com
    abp1@uol.com.br

                                 GRUPO DE ESTUDOS AVANÇADOS ESPÍRITAS